Ellen G. White
Tradu����o
Ivan Schmidt
Casa Publicadora Brasileira
Tatu��, SP
T e x t o s s e l e c i o n a d o s d o o r i g i n a l e m i n g l �� s :
A T E N �� �� O
T H E STORY OF REDEMPTION
As refer��ncias aos livros b��blicos es-
t��o abreviadas de acordo com o pa-
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dr��o utilizado nas B��blias em geral. Se
em l��ngua portuguesa reservados ��
necess��rio, veja nas primeiras p��ginas
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de sua B��blia o ��ndice de abreviaturas.
R o d o v i a S P 1 2 7 - k m 1 0 6
As vers��es b��blicas adotadas neste li-
C a i x a P o s t a l 34 - 1 8 2 7 0 - 0 0 0 - T a t u �� , SP
vro s��o: Almeida Revista e Atualizada
Tel.: ( 1 5 ) 3 2 0 5 - 8 8 0 0 - Fax: ( 1 5 ) 3 2 0 5 - 8 9 0 0
(2 Edi����o), Almeida Revista e Corrigida,
a
A t e n d i m e n t o a o c l i e n t e : ( 1 5 ) 3 2 0 5 - 8 8 8 8
Nova Vers��o Internacional e Nova Tra-
w w w . c p b . c o m . b r
du����o na Linguagem de Hoje.
1�� E d i �� �� o
4 5 �� i m p r e s s �� o : 3 0 0 m i l e x e m p l a r e s
T i r a g e m a c u m u l a d a : 1 2 . 9 3 2 m i l h �� e s
2 0 1 7
Editora����o: P a u l o R o b e r t o P i n h e i r o
E d u a r d o R u e d a
Lucas D i e m e t d e L e m o s
M i c h e l s o n Borges
V a n d e r l e i D o r n e l e s
Revis��o: L u c i a n a G r u b e r
Designer Gr��fico: A l e x a n d r e R o c h a e F �� b i o F e r n a n d e s
Capa: Levi G r u b e r
Imagem de Capa: Pixel M e m o i r s / S h u t t e r s t o c k
I M P R E S S O NO B R A S I L / Printed in Brazil
Dados Internacionais de Cataloga����o na P u b l i c a �� �� o (CIP)
(C��mara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
W h i t e , Eilen G., 1 8 2 7 - 1 9 1 5 .
Em busca de esperan��a : o maior resgate de
todos os tempos / Eilen G. W h i t e ; tradu����o Ivan
Schmidt. - Tatu��, SP : Casa Publicadora Brasileira,
2 0 1 6
T �� t u l o original: T h e story of r e d e m p t i o n .
ISBN 9 7 8 - 8 5 - 3 4 5 - 2 3 0 2 - 8
1. Adventistas - D o u t r i n a s 2. Adventistas do
S��timo Dia - Doutrinas 3. B��blia - Hist��ria dos '
eventos b��blicos 4. Reden����o I. T �� t u l o .
1 6 - 0 3 0 6 6 C D D - 2 3 0 . 6 7 3 2
��nd ices p a r a cat��logo sistem��tico:
1. Adventistas do S��timo Dia : Doutrinas :
Cristianismo 2 3 0 . 6 7 3 2
T o d o s os d i r e i t o s reservados. P r o i b i d a a r e p r o d u �� �� o t o t a l ou p a r c i a l , p o r q u a l q u e r m e i o , sem pr��via autoriza����o escrita da E d i t o r a .
T i p o l o g i a : Fairfield LT S t d , 1 0 , 3 / 1 2 , 5 - 1 5 7 6 6 / 3 5 8 8 0
Sum��rio
Introdu����o 4
I. A rebeli��o 5
2.0 princ��pio 10
3. A trag��dia 12
4. A promessa 23
5. 0 c��digo 30
6. 0 libertador 37
7. A conquista 47
8. 0 afastamento 53
9. A purifica����o 63
10, 0 livramento 66
I I . A senten��a 70
12. 0 recome��o 78
Introdu����o
Desde a inf��ncia, aprendemos que existem duas for��as contr��rias no
mundo: o bem e o mal. Esses poderes est��o em constante conflito, e as
evid��ncias dessa luta s��o percebidas em praticamente tudo ao nosso redor.
Amor e ��dio, alegria e tristeza, paz e guerra, sa��de e doen��a, vida e morte
fazem parte de nossa realidade. E, em meio a esse turbilh��o de ideias e
for��as opostas, surgem perguntas inquietantes como: Por que o mal e o
sofrimento existem? Por que muitas vezes o mal parece prevalecer sobre o
bem? De que lado vale a pena estar?
O pequeno livro que voc�� tem em m��os pode parecer comum, mas
n��o ��. Ele abrir�� seus olhos para um m u n d o que talvez voc�� nunca tenha
acreditado que existisse. Despertar�� sua consci��ncia para quest��es sobre
as quais talvez voc�� ainda n��o tenha pensado o suficiente. Ent��o voc��
perceber�� que a guerra entre o bem e o mal �� muito mais ampla do que
se imagina e que o campo de batalha �� voc�� ��� sua mente, sua vida, suas
decis��es e seu destino eterno!
Este exemplar �� uma sele����o de cap��tulos e uma adapta����o da obra
Hist��ria da Reden����o, de Eilen G. White. Nela, a autora apresenta um
panorama do grande conflito entre Deus e os poderes das trevas e os resul-
tados desse combate em nosso planeta. Ela narra de modo envolvente
as principais interven����es divinas na hist��ria e descreve com detalhes
impressionantes o plano do Criador para resgatar o ser humano de sua
evidente degrada����o.
Nas p��ginas a seguir, voc�� encontrar�� esperan��a e entender�� que,
nesta guerra c��smica, j�� existe um vencedor. Conhe��a melhor essa hist��-
ria, pois voc�� faz parte dela.
Os editores
4
cap��tulo
A rebeli��o 1
Ouniverso criado por Deus era perfeito e estava em plena harmonia.
Todos os seres viviam em alegria e estavam satisfeitos com sua exis-
t��ncia. Por��m, essa harmonia foi quebrada com o surgimento de uma
nota discordante.
Antes de sua rebeli��o, L��cifer era um anjo nobre, o primeiro em honra
depois do amado Filho de Deus. Seu rosto, como o dos outros anjos, era
suave e expressava felicidade. Sua forma era perfeita, e seu porte, majes-
toso. Uma luz especial resplandecia de seu rosto e brilhava ao seu redor,
mais viva do que ao redor dos outros anjos. No entanto, o Filho de Deus
tinha preemin��ncia sobre todo o ex��rcito angelical.
O Deus criador convocou, ent��o, os ex��rcitos celestiais para conferir
honra especial ao Filho, na presen��a de todos os anjos. Cristo estava
assentado no trono j u n t o ao Pai, e a multid��o celestial de santos anjos
estava reunida ao redor. O Pai anunciou que Cristo, Seu Filho, era igual
a Ele, de modo q u e , em qualquer lugar que estivesse presente o Filho,
isso valeria por Sua pr��pria presen��a. A palavra do Filho seria obedecida
t��o p r o n t a m e n t e como a palavra do Pai. Portanto, o Filho estava inves-
tido de autoridade para comandar os ex��rcitos celestiais. Ele trabalharia
especialmente em uni��o com o Pai no plano da cria����o da Terra e de
cada ser vivente que devia habitar nela. O Filho cumpriria a vontade
e os prop��sitos do Pai, mas nada faria sozinho. A vontade do Pai seria
realizada por meio dEle.
L��cifer sentiu inveja e ci��mes do filho de Deus. Mesmo assim, quando
todos os anjos se curvaram diante de Jesus, reconhecendo Sua supremacia,
grande autoridade e direito de governar, L��cifer se curvou com eles, mas
seu cora����o estava cheio de inveja e rancor. Cristo fazia parte do conselho
especial de Deus que tratava dos planos divinos, enquanto L��cifer desco-
nhecia tudo isso. Ele n��o compreendia, nem lhe fora permitido conhecer
os prop��sitos de Deus. No entanto, Cristo era reconhecido como o sobe-
rano do C �� u . Seu poder e autoridade eram os mesmos de Deus.
5
Em busca de esperan��a
L��cifer se considerava o favorito entre
os anjos. Ele era grandemente exaltado,
Cristo era
mas isso n��o despertava nele louvor e gra-
reconhecido como
tid��o ao Criador. Ao contr��rio, ele dese-
java a superioridade do pr��prio Deus.
o soberano do
Gloriava-se em sua exalta����o. Sabia que
C��u. Seu poder e
era honrado pelos anjos e tinha uma mis-
autoridade eram os
s��o especial a desempenhar. Ele estivera
mesmos de Deus.
perto do Criador, e o resplendor inces-
sante da gloriosa luz que cercava o Deus
eterno havia brilhado sobre ele. Admirava-se de como os anjos obedeciam a
seu comando com entusiasmo. N��o era sua apar��ncia bela e brilhante? Por
que Cristo deveria ser honrado acima dele?
Ele deixou, ent��o, a imediata p r e s e n �� a do Pai, insatisfeito e cheio
de inveja de Cristo. Dissimulando seu verdadeiro prop��sito, convo-
cou os ex��rcitos angelicais. Introduziu o a s s u n t o , que era ele m e s m o .
C o m o algu��m afligido, relatou a prefer��ncia que D e u s dera a Jesus
e como desprezara a ele. Afirmou q u e , dali em diante, toda a doce
liberdade q u e os anjos tinham desfrutado estava no fim. Pois havia
sido posto sobre eles um governador, a q u e m deviam, dali para frente,
render honra servil.
L��cifer declarou que os tinha reunido para garantir que ele n��o mais
se submeteria �� viola����o de seus direitos nem dos deles; que nunca mais se
prostraria diante de Cristo; que assumiria a honra que lhe devia ter sido
conferida e que seria o comandante de todos aqueles que se dispusessem
a segui-lo e obedecer �� sua voz.
Houve controv��rsia entre os anjos. L��cifer e seus simpatizantes
diziam lutar para reformar o governo de D e u s . Estavam d e s c o n t e n t e s
e infelizes p o r q u e n��o conseguiam e n t e n d e r a insond��vel sabedoria
divina n e m o prop��sito em exaltar o Filho e dar a Ele tal ilimitado
poder e c o m a n d o . Assim, eles se rebelaram contra a autoridade do
Filho de D e u s .
Os anjos leais e sinceros procuraram reconciliar o poderoso rebelde ��
vontade de seu Criador. Justificaram o ato de Deus em conferir honra ao
Filho e, com fortes argumentos, tentaram convencer L��cifer de que ele
n��o tinha menos honra agora do que antes de o Pai proclamar a autoridade
conferida ao Filho.
6
A rebeli��o
Mostraram claramente a ele que Cristo era o Filho de Deus e que
existia com Ele antes que os anjos fossem criados; que sempre estivera ��
direita de Deus e que Sua amorosa autoridade nunca fora questionada; e
que Ele n��o tinha dado ordens que n��o fossem uma alegria para o ex��rcito
celestial cumprir.
Eles diziam que o fato de Cristo receber honra especial do Pai, na
presen��a dos anjos, n��o diminu��a a honra que L��cifer havia recebido at��
ent��o. Os anjos choraram. Ansiosamente tentaram lev��-lo a renunciar ao
mau des��gnio e render submiss��o ao Criador, pois, at�� ent��o, tudo tinha
sido paz e harmonia. O que podia originar essa voz discordante e rebelde?
L��cifer recusou ouvi-los. Ent��o, se afastou dos anjos leais e sinceros,
chamando-os de escravos. Esses anjos leais a Deus ficavam pasmos ao ver
que L��cifer era bem-sucedido em seu esfor��o para incitar a rebeli��o. Ele
prometia um novo e melhor governo do que tiveram at�� ent��o, no qual
todos seriam livres. Um grande n��mero manifestou o desejo de aceit��-lo
como l��der e principal comandante. Ao ver que suas primeiras iniciativas
alcan��aram sucesso, ele se vangloriava de que ainda haveria de ter todos
os anjos ao seu lado, que seria igual ao pr��prio Deus e que sua voz de
autoridade seria ouvida no comando de todo o ex��rcito celestial.
Novamente os anjos leais o advertiram e alertaram sobre as consequ��n-
cias, caso ele persistisse. Afirmavam que Aquele que p��de criar os anjos
tinha poder para retirar deles toda a autoridade e, de alguma forma not��-
vel, punir sua aud��cia e terr��vel rebeli��o. C o m o poderia um anjo resistir
�� vontade de Deus, que �� t��o sagrada quanto Ele mesmo? Os anjos leais
alertaram os rebeldes a fechar os ouvidos aos argumentos enganadores
de L��cifer. Advertiram a ele e aos demais que tinham sido afetados a que
fossem a Deus e confessassem o engano, at�� mesmo por admitir um pen-
samento que colocasse em d��vida a autoridade divina.
Muitos dos simpatizantes de L��cifer ouviram o conselho dos anjos
leais, arrependeram-se de sua insatisfa����o e tiveram novamente a con-
fian��a do Pai e do Filho amado. O grande rebelde declarou ent��o que
estava familiarizado com as leis de Deus e que, caso se submetesse a
uma obedi��ncia servil, seria destitu��do de sua honra. N u n c a mais poderia
ser incumbido de sua fun����o elevada. Disse que ele e seus simpatizantes
haviam ido muito longe para voltar, que enfrentaria as consequ��ncias e
que nunca mais se prostraria para adorar humildemente o Filho de Deus.
Afirmou que Deus n��o os perdoaria e que agora precisavam garantir a
7
Em busca de esperan��a
liberdade e conquistar pela for��a a posi����o e a autoridade que n��o lhes
fora concedida voluntariamente.1
Os anjos leais se apressaram para relatar ao Filho de Deus o que havia
acontecido entre os anjos. Encontraram o Pai em reuni��o com o Filho para
determinar os meios pelos quais, para o bem-estar dos anjos fi��is, a autori-
dade assumida por Satan��s deveria ser retirada para sempre. O grande Deus
podia imediatamente lan��ar do C��u esse arquienganador, mas esse n��o era
Seu prop��sito. Queria dar aos rebeldes uma oportunidade igual para medi-
rem sua for��a e seu poder com os do pr��prio Filho e de Seus anjos leais.
Nessa batalha, cada anjo escolheria um lado, o qual seria manifestado
a todos. N��o teria sido seguro tolerar que os partid��rios de Satan��s em sua
rebeli��o continuassem a ocupar o C �� u . Eles tinham desenvolvido um con-
ceito de aberta rebeli��o contra o imut��vel governo de Deus, e isso era irre-
medi��vel. Se Deus tivesse exercido Seu poder para punir o l��der rebelde,
os anjos descontentes n��o teriam se revelado. Ent��o, Deus tomou outra
dire����o, pois queria manifestar Seu padr��o de justi��a e ju��zo distintamente
a todo o ex��rcito celestial.
Guerra no C �� u - Rebelar-se contra o governo de Deus foi o maior
crime. Todo o C �� u parecia estar em como����o. Os anjos foram colocados
em ordem por companhias, cada divis��o com o anjo comandante �� sua
frente. Satan��s estava guerreando contra a lei de Deus, a base de Seu
governo, por causa da ambi����o de exaltar a si mesmo e por n��o desejar se
submeter �� autoridade do Filho de Deus, o grande comandante celestial.
Todo o ex��rcito celestial foi convocado para comparecer diante do
Pai, a fim de que cada caso ficasse decidido. Satan��s expressou ousa-
damente sua insatisfa����o pelo fato de Cristo ter sido preferido em vez
dele. Permaneceu orgulhoso e insistia na ideia de que precisava ser igual
a Deus e ter uma audi��ncia com o Pai a fim de entender Seus prop��sitos.
Deus informou a Satan��s que apenas o Filho conheceria Seus prop��sitos
secretos e que exigiria de toda a fam��lia celestial, e mesmo de Satan��s,
que rendessem a Ele sincera e inquestion��vel obedi��ncia; mas que ele
(Satan��s) tinha provado ser indigno de ter um lugar no C��u.
O inimigo apontou orgulhosamente para seus simpatizantes, uma boa
parte dos anjos do C��u, e exclamou: "Eles est��o comigo! Ir��s expulsar
Foi a s s i m q u e L �� c i f e r , q u e s i g n i f i c a " p o r t a d o r d e luz", s e t o r n o u S a t a n �� s , o " a d v e r s �� r i o " .
8
A rebeli��o
tamb��m a estes e deixar um vazio no C��u?" Ent��o, declarou que estava
preparado para resistir �� autoridade de Cristo e defender seu lugar no C��u
pela for��a de seu poder. For��a contra for��a.
Os anjos leais choraram ao ouvir as palavras de Satan��s e sua exaltada
arrog��ncia. Deus declarou que os rebeldes n��o mais podiam permanecer
no C��u. Seu estado nobre e feliz tinha sido conservado sob a condi����o
de obedi��ncia ��s leis que Deus dera para governar os mais diversos seres
criados. Mas n e n h u m a provis��o tinha sido feita para salvar os que se aven-
turassem a transgredir essas normas.
Ent��o Satan��s se tornou mais ousado em sua rebeli��o e expressou seu
desprezo �� lei do Criador. Declarou que os anjos n��o precisavam de nor-
mas, que deviam ser livres para seguir a pr��pria vontade, a qual os guiaria
sempre retamente. Declarou que a lei divina era uma restri����o �� liberdade
e que a aboli����o dessa lei era um dos grandes objetivos da posi����o que
havia assumido.
Ele acreditava que a condi����o dos anjos precisava de aperfei��oamento.
Mas Deus n��o pensava assim, pois criara a lei e a ordem e as exaltara
como a Si mesmo. A felicidade de todos os anjos dependia de perfeita
obedi��ncia ��s leis divinas. Cada um tinha um trabalho especialmente
designado e, antes da rebeli��o de Satan��s, havia ordem perfeita e a����o
harmoniosa no C��u.
Ent��o houve guerra no C��u. O Filho de Deus, o pr��ncipe celestial, e
Seus anjos leais se empenharam em um conflito contra o grande rebelde
e com aqueles que haviam se unido a ele. Cristo e os anjos fi��is preva-
leceram; e Satan��s e seus simpatizantes foram expulsos do C��u. Todo o
ex��rcito celestial reconheceu e adorou o Deus da justi��a. N e n h u m tra��o
de rebeli��o foi deixado no C��u. Tudo voltou �� paz e �� harmonia de antes.
Os anjos do C��u lamentaram o destino daqueles que foram seus compa-
nheiros de felicidade e alegria. Sua perda foi sentida no C �� u .
O Pai consultou o Filho com respeito �� execu����o imediata de Seu
prop��sito de criar o ser humano para habitar a Terra. A princ��pio, este
seria submetido a um teste, a fim de ser verificada sua lealdade, para
ent��o ser deixado eternamente fora de perigo. Se ele suportasse o teste
com o qual Deus considerava apropriado prov��-lo, com o tempo chegaria
a ser igual aos anjos. Teria o favor de Deus, podendo conversar com os
anjos. Deus n��o achou conveniente criar os seres humanos destitu��dos de
livre-arb��trio.
9
cap��tulo
0 princ��pio 2
oda a Divindade esteve empenhada na obra grandiosa e poderosa
planejada: a cria����o do mundo. A Terra saiu das m��os do Criador
extraordinariamente bela. Havia montanhas, colinas e plan��cies entre-
cortadas por rios e lagos. A Terra n��o era uma extensa plan��cie; a monoto-
nia do cen��rio era quebrada por montanhas e colinas, n��o altas e abruptas
como s��o as de hoje, mas de formas regulares e belas. As rochas altas e
expostas n��o podiam ser vistas sobre ela; estavam debaixo da superf��cie
como se fossem uma estrutura para a Terra.
As ��guas foram distribu��das regularmente. M o n t a n h a s , colinas e
bel��ssimas plan��cies eram adornadas com plantas e flores, bem como
com grandes e majestosas ��rvores de toda esp��cie, maiores e mais belas
do que s��o hoje. O ar era puro e saud��vel, e a Terra parecia um nobre
pal��cio. Os anjos se deleitavam e se alegravam com as maravilhosas
obras de Deus.
Depois que a Terra foi criada, com a vida animal, o Pai e o Filho con-
clu��ram o prop��sito, definido antes da queda de Satan��s, de criar o ser
humano �� Sua pr��pria imagem. Eles tinham trabalhado juntos na cria-
����o da Terra e de cada ser vivente sobre ela. Ent��o, Deus disse ao Filho:
"Fa��amos o h o m e m �� nossa imagem" (G��nesis 1 ;26).
Ao sair das m��os do Criador, Ad��o era de grande estatura e bela sime-
tria. Tinha mais de duas vezes a altura das pessoas que agora vivem na
Terra e era bem proporcional. Suas fei����es eram perfeitas e belas. A pele
de seu rosto n��o era branca nem p��lida, mas rosada, irradiando uma tona-
lidade saud��vel. Eva n��o era t��o alta quanto Ad��o. Sua cabe��a ficava um
pouco acima dos ombros dele. Ela tamb��m era sublime, de perfeita sime-
tria e muito bela.
Esse casal, sem pecado, n��o usava roupas. Estavam revestidos de luz
e gl��ria, assim como os anjos. Enquanto viveram em obedi��ncia a Deus,
essa veste de luz os envolvia. Embora todas as coisas que Deus criou fos-
sem belas e perfeitas, e aparentemente nada faltasse sobre a Terra criada
10
O princ��pio
para fazer Ad��o e Eva felizes, Ele ainda manifestou Seu grande amor plan-
tando para eles um maravilhoso jardim.
Eles deviam ocupar uma parte do tempo com a tarefa prazerosa de
cuidar do jardim, e a outra para receber a visita dos anjos, ouvir suas ins-
tru����es e estar em feliz medita����o. Seu trabalho n��o seria cansativo, mas
prazeroso e revigorante. Aquele belo jardim devia ser o lar deles.
No jardim, o Senhor colocou ��rvores de toda variedade para supri-
mento e beleza. Havia ��rvores carregadas de frutos exuberantes e de fra-
gr��ncia agrad��vel, belos aos olhos e agrad��veis ao paladar, designados por
Deus para ser o alimento de ambos. Havia deleitosas vinhas que cresciam
verticalmente, carregadas com seus frutos, diferentes de qualquer coisa
que o ser humano tem visto desde a queda.
Os frutos eram bem grandes e de colora����o diversa; alguns quase
pretos, outros de cor p��rpura, vermelhos, rosados e verde-claros. Esses
belos e vi��osos frutos que cresciam sobre os ramos da videira foram
chamados de uvas. Eles n��o se espalhavam pelo ch��o, embora n��o fos-
sem escorados por grades, mas o peso dos frutos os curvava para baixo.
A prazerosa tarefa de Ad��o e Eva era moldar em belos caramanch��es os
ramos das videiras, formando moradias de beleza natural, de ��rvores vivas
e folhagens, carregadas de frutos de aroma agrad��vel.
A Terra era coberta de uma bela vegeta����o, na qual milhares de flo-
res perfumadas de toda variedade cresciam em abund��ncia. Todas as coi-
sas eram de bom gosto e esplendidamente dispostas. No meio do jardim
estava a ��rvore da vida, a qual superava a gl��ria de todas as outras ��rvores.
Seu fruto era semelhante a ma����s de ouro e prata, e destinava-se a perpe-
tuar a vida. As folhas continham propriedades medicinais.
O primeiro casal no E d e n - O perfeito casal era muito feliz no
��den. Eles haviam recebido dom��nio irrestrito sobre todas as criaturas
vivas. O le��o e o cordeiro se divertiam de forma pac��fica e inofensiva ao
redor deles ou cochilavam a seus p��s. P��ssaros de toda a variedade de
cores e plumagens esvoa��avam entre as ��rvores e flores e em volta de Ad��o
e Eva, enquanto seu melodioso canto ecoava em doces acordes de louvor
ao Deus criador.
Eles estavam continuamente descobrindo novas belezas e excel��ncias
em seu lar ed��nico, as quais enchiam o cora����o deles de profundo amor e
despertavam express��es de gratid��o e rever��ncia ao Criador.
11
cap��tulo
A trag��dia 3
o meio do jardim, perto da ��rvore da vida, estava a ��rvore do c o n h e -
c i m e n t o do b e m e do mal. Essa ��rvore havia sido divinamente
designada para ser a garantia de obedi��ncia, f�� e amor do casal a
D e u s . O Senhor ordenou a nossos primeiros pais q u e n��o c o m e s s e m
dessa ��rvore n e m tocassem nela, sen��o morreriam. Disse q u e podiam
c o m e r livremente de todas as ��rvores do jardim, exceto daquela, pois,
se c o m e s s e m dela, c e r t a m e n t e morreriam.
Q u a n d o foram colocados no maravilhoso jardim, Ad��o e Eva tinham
para sua felicidade tudo que viessem a desejar. Em Seu plano onis-
ciente, Deus determinou testar a lealdade deles, antes que p u d e s s e m
ser considerados e t e r n a m e n t e fora de perigo. Eles teriam o apoio divino.
Deus conversaria com eles pessoalmente. C o n t u d o , Ele n��o colocou o
mal fora do alcance deles. Satan��s teve permiss��o para tent��-los. Se
resistissem ��s tenta����es, permaneceriam no eterno favor de Deus e dos
anjos celestiais.
Depois de expulso do C��u, Satan��s estava espantado diante de sua
nova condi����o. Sua felicidade havia acabado. Olhava para os anjos que,
assim como ele antes, foram t��o felizes, mas que tinham sido expulsos
do C �� u em sua companhia. Antes de sua queda, n e n h u m a sombra de
descontentamento havia nublado sua perfeita alegria. Ent��o, tudo parecia
mudado. Os rostos que tinham refletido a imagem do Criador estavam
melanc��licos e sem esperan��a.
Entre eles havia conflito, disc��rdia e ��speras recrimina����es. Antes da
rebeli��o, esses comportamentos eram desconhecidos no C��u. Satan��s
observava os terr��veis resultados de sua obstina����o. Ele estremecia e temia
encarar o futuro e contemplar o fim dessas coisas.
L��cifer havia sido o diretor do coro celestial. Q u a n d o chegava a hora
dos c��nticos alegres de louvor a Deus e Seu amado Filho, ele entoava a
primeira nota. Ent��o, todo o ex��rcito angelical se unia a ele, e gloriosos
acordes musicais ressoavam atrav��s do C �� u em honra a Deus e a Cristo.
12
A trag��dia
Contudo, em vez de suaves notas musicais, palavras de disc��rdia e ira
ecoavam nos ouvidos do l��der rebelde. O n d e ele estava? N��o era tudo isso
um sonho terr��vel? Tinha sido mesmo expulso da presen��a de Deus? Os
portais do C��u nunca mais se abririam para receb��-lo? Ao aproximar-se a
hora de adora����o, quando brilhantes e santos anjos se prostravam diante
do Pai, ele n��o mais se uniria ao c��ntico celestial. N��o mais se curvaria em
rever��ncia e santo temor ante a presen��a do Deus eterno.
Se ele pudesse voltar a ser puro, verdadeiro e leal como tinha sido,
alegremente abandonaria sua pretens��o de autoridade. No entanto, estava
perdido, fora da possibilidade de reden����o, por causa de sua rebeldia pre-
sun��osa! E isso n��o era tudo.
Tinha guiado outros �� rebeli��o e �� mesma condi����o de perdido. Levara
para a perdi����o anjos que nunca pensaram em questionar a vontade de
Deus ou recusar obedecer ��s leis divinas, at�� que ele colocasse isso na
mente deles, argumentando que podiam desfrutar um bem maior, uma
liberdade elevada e mais gloriosa. Esse havia sido o sofisma pelo qual os
enganara. Uma responsabilidade pesava ent��o sobre ele, �� qual estaria
disposto a renunciar.
Esses seres, com suas esperan��as frustradas, ficaram revoltados. Em
vez de um bem maior, estavam experimentando os maus resultados da
desobedi��ncia e do desrespeito ao governo de Deus. Esses anjos infelizes
nunca mais poderiam ser influenciados pela dire����o amorosa de Jesus
Cristo. Jamais poderiam ser estimulados pelo amor profundo e fervoroso.
N��o mais seriam alcan��ados pela paz e alegria que a presen��a divina antes
produzia neles. Jamais retornariam para Deus em obedi��ncia jubilosa e
honra reverente.
A c o n s p i r a �� �� o ��� Os anjos maus se reuniram com Satan��s, e ele,
erguendo-se e assumindo um ar de desafio, informou-os de seus planos
para afastar de Deus o nobre Ad��o e sua companheira Eva. Pensava que se
pudesse, de alguma forma, induzi-los �� desobedi��ncia, Deus faria algo para
que pudessem ser perdoados. Ent��o, ele e todos os anjos ca��dos teriam uma
oportunidade de participar da miseric��rdia de Deus com o casal. Se Ad��o e
Eva viessem a transgredir a lei divina, ficariam sujeitos �� ira de Deus, como
eles pr��prios estavam.
Ent��o Deus reuniu o ex��rcito angelical para tomar medidas e impedir o
perigo amea��ador. Ficou decidido no conc��lio celestial que anjos visitariam
13
Em busca de esperan��a
o ��den a fim de advertir Ad��o de que ele estava em perigo pela presen��a
de um advers��rio. Dois anjos se apressaram a visitar os primeiros pais. O
casal os recebeu com alegria inocente, expressando gratid��o ao Criador
por assim t��-los cercado com t��o grande manifesta����o de bondade.
Todas as coisas am��veis e atrativas eram para a alegria deles e tudo
parecia sabiamente adaptado ��s suas necessidades. O que estimavam,
acima de todas as outras b��n����os, era o relacionamento com o Filho de
Deus e com os anjos celestiais. A cada visita, tinham diversas coisas a lhes
contar sobre suas novas descobertas das belezas naturais do lar ed��nico.
Tinham tamb��m muitas perguntas a fazer, relacionadas a v��rias coisas que
compreendiam s�� vagamente.
Bondosamente os anjos deram as informa����es que Ad��o e Eva deseja-
vam. Tamb��m contaram a triste hist��ria da rebeli��o e da queda de L��cifer.
Ent��o, de forma clara, informaram a eles que a ��rvore do conhecimento do
bem e do mal fora colocada no jardim para ser uma garantia de sua obe-
di��ncia e de seu amor a Deus. Disseram que os santos anjos s�� poderiam
conservar sua elevada e feliz condi����o se fossem obedientes; e que eles
estavam em situa����o semelhante. Al��m disso, afirmaram que o casal podia
obedecer �� lei de Deus e ser continuamente feliz ou desobedecer e perder
sua elevada condi����o e afundar em desespero irremedi��vel.
Os anjos afirmaram ao casal que Deus n��o os obrigava a obedecer.
Disseram que Ele n��o tiraria deles o poder de contrariar Sua vontade e
que eles eram pessoas moralmente livres para obedecer ou desobedecer.
Havia apenas uma proibi����o que Deus considerara necess��rio lhes impor;
e, se transgredissem a vontade divina nesse ponto, certamente morreriam.
Os visitantes celestiais disseram ainda a Ad��o e Eva que o mais exal-
tado anjo, imediatamente abaixo de Cristo, se recusara a obedecer ��
lei de Deus, a qual Ele tinha ordenado para governar os seres criados.
Esclareceram que essa rebeli��o havia causado guerra no C��u, que resul-
tara na expuls��o de todos os rebeldes que puseram em d��vida a autoridade
do grande Criador. Contaram ainda que o rebelde ca��do era agora inimigo
de tudo o que interessasse a Deus e a Seu amado Filho.
Tamb��m foi dito a eles que Satan��s estava pronto a lhes fazer mal
e que era necess��rio estar alerta porque o inimigo ca��do podia entrar
em contato com eles. Por��m, garantiram que ele n��o podia causar dano
algum a eles enquanto permanecessem em obedi��ncia aos mandamentos
de Deus, e que, se necess��rio, todos os anjos do C �� u viriam em aux��lio
14
A trag��dia
deles, antes que o inimigo pudesse de alguma forma prejudic��-los. Mas,
se desobedecessem ao mandamento de Deus, ent��o Satan��s teria poder
para confundi-los, prejudic��-los e causar-lhes dificuldades.
Contudo, se permanecessem firmes contra as primeiras insinua����es
de Satan��s, eles estariam t��o seguros como os anjos leais a Deus. Caso
cedessem ao tentador, Aquele que n��o poupou os majestosos anjos n��o os
pouparia tamb��m. Se ca��ssem, deveriam sofrer o castigo da transgress��o,
pois a lei de Deus �� t��o sagrada quanto Ele pr��prio, e o Senhor requer a
obedi��ncia de todos no C �� u e na Terra.
Os anjos preveniram Eva de que n��o se separasse do marido em suas
ocupa����es, pois podia ser abordada por esse inimigo ca��do. Separando-se
um do outro, estariam em maior perigo do que se ficassem juntos. Os
anjos insistiram para que seguissem rigorosamente as instru����es dadas
por Deus em rela����o �� ��rvore do conhecimento do bem e do mal, pois
na perfeita obedi��ncia estariam seguros. Assim, o inimigo n��o teria poder
para engan��-los.
Al��m disso, Deus n��o permitiria que Satan��s perseguisse o santo casal
com tenta����es cont��nuas. Poderia ter acesso a eles somente por meio
daquela ��rvore.
Ad��o e Eva asseguraram aos anjos que nunca transgrediriam o claro
mandamento de Deus, pois era seu mais elevado prazer fazer a vontade
dEle. Os anjos se uniram a Ad��o e Eva em acordes santos de m��sica har-
moniosa, e, quando seus c��nticos ressoaram cheios de alegria pelo ��den,
Satan��s ouviu o som de suas melodias de adora����o ao Pai e ao Filho.
Nesse momento, a inveja, o ��dio e a malignidade cresceram em seu cora-
����o, e ele expressou a seus seguidores a ansiedade por induzir Ad��o e Eva
a desobedecer, atraindo sobre eles a ira de Deus e mudando seus c��nticos
de louvor em ��dio e maldi����es ao Criador.
TENTA����O E Q U E D A
Ent��o, Satan��s assumiu a forma de serpente e entrou no ��den. A ser-
pente era uma bela criatura com asas e, quando voava pelos ares, tinha
uma apar��ncia brilhante, parecendo ouro polido. Ela n��o rastejava pelo
ch��o; passava de uma ��rvore a outra pelo ar e comia frutas como o ser
humano. Satan��s entrou na serpente, se colocou na ��rvore do conheci-
mento do bem e do mal e come��ou vagarosamente a comer do fruto.
1 5
Em busca de esperan��a
Inconscientemente, a princ��pio, e en-
volvida em suas ocupa����es, Eva se afas-
Os primeiros pais
tou do marido. Q u a n d o percebeu isso,
asseguraram aos
teve a sensa����o de que estava em perigo,
mas de novo imaginou estar segura,
anjos que nunca
mesmo n��o estando ao lado do esposo.
transgrediriam o
Julgava ter sabedoria e for��a suficien-
claro mandamento
tes para discernir o mal e a ele resistir.
de Deus, pois era seu
Os anjos a haviam advertido de que n��o
mais elevado prazer
fizesse isso. Logo, Eva se deu conta de
que estava contemplando com um misto
fazer a vontade dEle.
de curiosidade e admira����o o fruto da
��rvore proibida.
Ela percebeu que o fruto era belo e perguntava a si mesma por que
Deus os havia proibido de com��-lo ou de tocar nele. Essa era ent��o a opor-
tunidade de Satan��s. Ele se dirigiu �� mulher como se fosse capaz de adi-
vinhar seus pensamentos: "Foi isto mesmo que Deus disse: N��o comam
de n e n h u m fruto das ��rvores do jardim? " (G��nesis 3:1). Assim, com pala-
vras agrad��veis e voz melodiosa, ele se dirigiu �� admirada Eva. Ouvir uma
serpente falar lhe causou surpresa. O animal exaltava sua beleza e seu
encanto extraordin��rio, o que n��o desagradava a mulher. Entretanto, Eva
estava espantada, pois sabia que Deus n��o tinha dado �� serpente o poder
da fala.
A curiosidade de Eva a u m e n t o u . Em vez de fugir do local, ela ficou
ouvindo a s e r p e n t e falar. N��o lhe ocorreu que aquela criatura p u d e s s e
ser o inimigo ca��do, u s a n d o o animal como um tipo de m �� d i u m . Era
Satan��s q u e m falava, n��o a s e r p e n t e . Eva estava e n c a n t a d a , lisonje-
ada e envaidecida. Se tivesse e n c o n t r a d o u m a figura i m p o n e n t e , pos-
suindo uma forma s e m e l h a n t e �� dos anjos e com eles se p a r e c e n d o ,
teria ficado alerta.
Essa voz estranha deveria t��-la impelido a buscar a companhia do
marido a fim de perguntar-lhe por que algu��m teria assim livremente se
dirigido a ela. Por��m, Eva entrou em discuss��o com a serpente e respon-
deu �� sua pergunta: "Podemos comer do fruto das ��rvores do jardim, mas
Deus disse: 'N��o comam do fruto da ��rvore que est�� no meio do jardim,
nem toquem nele; do contr��rio voc��s morrer��o. Ent��o, a serpente disse
�� mulher: "Certamente n��o morrer��o! Deus sabe que, no dia em que dele
16
A trag��dia
comerem, seus olhos se abrir��o, e voc��s, como Deus, ser��o conhecedores
do bem e do mal" (G��nesis 3:2-5).
Satan��s desejava incutir a ideia de que, ao comer da ��rvore proibida,
eles receberiam um novo e mais elevado tipo de conhecimento do que
aquele que at�� ent��o possu��am. Esta tem sido sua finalidade espec��fica,
com grande sucesso, desde a queda: levar os seres humanos a questionar as
decis��es do Todo-Poderoso, a n��o estar satisfeitos com o que Deus revela e
n��o obedecer ao que Ele ordena. O inimigo pretende induzi-los a desobe-
decer aos mandamentos de Deus e, ent��o, pensar que est��o entrando em
um maravilhoso campo de saber. Isso �� pura conjectura, um engano infeliz.
As pessoas deixam de compreender o que Deus revela, menospre-
zam Seus claros mandamentos e querem mais sabedoria, independente-
mente de Deus, questionando aquilo que Ele resolveu reter dos mortais.
Alegram-se com suas ideias de progresso e se encantam com sua pr��pria
filosofia in��til, mas, de fato, est��o tateando nas trevas quanto ao verda-
deiro conhecimento. Est��o sempre estudando e nunca s��o capazes de
chegar ao conhecimento da verdade.
N��o era da vontade de Deus que o primeiro casal tivesse qualquer
conhecimento do mal. Ele tinha dado a eles, de forma generosa, o bem,
e advertido contra o mal. Eva julgou s��bias as palavras da astuta ser-
pente, quando ouviu a afirma����o audaciosa: "Certamente n��o morrer��o!
Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrir��o, e
voc��s, como Deus, ser��o conhecedores do bem e do mal" (G��nesis 3:4, 5).
Assim, a serpente fazia de Deus um mentiroso. Satan��s insinuou de
maneira insolente que Deus os tinha enganado, impedindo que fossem
exaltados com um conhecimento igual ao dEle. Deus disse: "No dia em
que dela comer, certamente voc�� morrer��" (G��nesis 2:17). A serpente
disse: "Certamente n��o morrer��o" (G��nesis 3:4).
O tentador garantiu que, assim que Eva comesse o fruto, ela receberia
um conhecimento novo e superior que a tornaria igual a Deus. C h a m o u
a aten����o dela para si mesma. Ele havia comido livremente da ��rvore e a
considerava n��o apenas perfeitamente inofensiva, mas deliciosa e esti-
mulante. Disse que era por causa de suas maravilhosas propriedades de
comunicar sabedoria e poder que Deus lhes proibira de experiment��-la ou
mesmo toc��-la, pois Ele conhecia essas extraordinarias qualidades.
A serpente declarou que ter comido o fruto da ��rvore proibida lhe per-
mitira obter o dom da fala. Insinuou que Deus n��o cumpriria Sua palavra
17
Em busca de esperan��a
e que isso era simplesmente uma amea��a para intimid��-los e priv��-los de
um grande benef��cio. Disse tamb��m que eles n��o poderiam morrer. N��o
tinham eles comido da ��rvore da vida, que perpetuava a imortalidade?
Disse que Deus os estava enganando e os impedindo de alcan��ar um n��vel
mais elevado de felicidade e uma alegria incomum.
O tentador tirou um fruto e o deu a Eva, e ela o tomou nas m��os. "Ora",
disse o tentador, "voc��s foram proibidos at�� mesmo de toc��-lo, pois morre-
riam." Disse que ela n��o teria maior sensa����o de perigo e morte comendo
o fruto do que tocando nele ou manuseando-o. Eva foi encorajada, pois
n��o sentia os sinais imediatos do desagrado de Deus. Considerou que as
palavras do tentador eram totalmente s��bias e corretas. Ela comeu e ficou
muito satisfeita com o fruto. Ele pareceu delicioso ao paladar, e ela imagi-
nava sentir em si mesma os maravilhosos efeitos do fruto.
A mulher se transforma em tentadora - Colheu, ent��o, para si do
fruto e comeu, e imaginou sentir o poder de uma nova e elevada exist��ncia
como resultado da influ��ncia estimulante do fruto proibido. Em um estado
de agita����o estranha e fora do normal, com as m��os cheias do fruto proibido,
procurou o marido. Relatou o perspicaz discurso da serpente, desejando con-
duzi-lo imediatamente �� ��rvore do conhecimento do bem e do mal. Disse-lhe
que havia comido do fruto e, em vez de experimentar qualquer sensa����o de
morte, sentia algo prazeroso. No momento em que Eva desobedeceu, ela se
tornou um poderoso agente para causar a ru��na do esposo.
A tristeza tomou conta do rosto de Ad��o. Ele se mostrou espantado
e com medo. Uma luta estava sendo travada em sua mente. Ele disse
a Eva que tinha certeza de que se tratava do inimigo, de quem haviam
sido advertidos; e, sendo assim, ela iria morrer. Ela lhe assegurou que n��o
estava sentindo n e n h u m efeito negativo, mas uma sensa����o muito agrad��-
vel, e insistiu com ele para que comesse.
Ad��o compreendeu claramente que sua companheira havia transgre-
dido a ��nica proibi����o imposta a eles como prova de fidelidade e amor.
Eva argumentou que a serpente tinha dito que certamente n��o morreriam
e que suas palavras deviam ser verdadeiras, pois n��o sentia qualquer sinal
do desagrado de Deus, mas uma prazerosa influ��ncia, como imaginava
que os anjos sentiam.
Ad��o lamentou por Eva ter sa��do de perto dele. Por��m, a a����o j�� havia
sido praticada. Ele ficaria separado daquela cuja companhia tanto amava.
18
A trag��dia
Como suportaria isso? Seu amor por Eva era muito forte. Em completo
des��nimo, decidiu participar do destino dela. Considerou que Eva era
uma parte dele e que, se ela devia morrer, ele morreria com ela, pois n��o
suportaria a ideia da separa����o.
Faltou a ele a f�� em seu misericordioso e benevolente Criador. N��o
pensou que Deus, que do p�� da terra o havia criado, como um ser vivo
e belo, e que tamb��m criara a mulher para ser sua companheira, pode-
ria preencher o lugar dela. Afinal, n��o seriam verdadeiras as palavras da
serpente?
Eva estava diante dele t��o bela e, aparentemente, t��o inocente como
antes desse ato de desobedi��ncia. Sob os efeitos do fruto que havia
comido, expressava mais amor por ele do que antes de sua desobedi��ncia.
N��o viu nela um sinal de morte sequer.
Eva tinha contado ao marido de seu ardente amor por ele e da sensa����o
prazerosa do fruto, e ele decidiu enfrentar as consequ��ncias. Ad��o tomou
o fruto e comeu rapidamente; e, como ocorreu com Eva, n��o sentiu ime-
diatamente seus maus efeitos.
Eva pensava ter capacidade pr��pria para decidir entre o certo e o
errado. A enganadora esperan��a de entrar em um estado mais elevado
de conhecimento levou a mulher a pensar que a serpente era um amigo
especial, que tinha grande interesse em seu bem-estar. Se tivesse pro-
curado o marido, e se ambos tivessem relatado ao Criador as palavras
da serpente, teriam sido i m e d i a t a m e n t e livrados de sua t e n t a �� �� o enge-
nhosa. O Senhor n��o permitiu que c o m e s s e m o fruto da ��rvore do
c o n h e c i m e n t o do bem e do mal p o r q u e eles seriam ent��o expostos ao
engano de Satan��s. Sabia que eles estariam perfeitamente a salvo se
n��o tocassem no fruto.
A liberdade de e s c o l h a - Deus havia instru��do os primeiros pais
quanto �� ��rvore do conhecimento do bem e do mal, e eles foram plena-
mente informados acerca da queda de Satan��s e do perigo de ouvirem
as sugest��es dele. Ele n��o os restringiu da liberdade de comer do fruto
proibido. Deixou que, como seres morais livres, pudessem escolher acre-
ditar em Sua palavra, obedecer a Seus mandamentos e viver, ou crer no
tentador, desobedecer e morrer.
Ambos comeram, e toda a sabedoria que obtiveram foi o conheci-
mento do pecado e o senso de culpa. A veste de luz que os cercava logo
19
Em busca de esperan��a
desapareceu. Com a consci��ncia pesada e com a perda de sua cobertura
divina, um tremor tomou conta deles. Assim, procuraram cobrir sua nudez.
Nossos primeiros pais escolheram crer nas palavras que pensavam
ser de u m a serpente, embora ela n��o tivesse dado n e n h u m a prova de
amor por eles. N��o tinha feito nada para a felicidade e o benef��cio deles,
e n q u a n t o Deus lhes havia dado todas as coisas boas para comer e agra-
d��veis aos olhos. O n d e quer que se olhasse, havia abund��ncia e beleza.
Ainda assim, Eva foi iludida pela serpente a pensar que existia alguma
coisa oculta que podia torn��-la s��bia como o pr��prio Deus. Em vez de
crer e confiar em Deus, ela duvidou de Sua bondade e acatou as palavras
de Satan��s.
Depois de transgredir, a princ��pio, Ad��o se imaginou passando para
uma exist��ncia nova e mais elevada. No entanto, logo o p e n s a m e n t o de
seu pecado o e n c h e u de terror. O ar, que at�� ent��o havia sido de uma
temperatura agrad��vel e uniforme, parecia-lhes muito frio. O casal cul-
pado experimentava ent��o uma sensa����o de pecado. Sentiam temor pelo
futuro, a falta de alguma coisa, uma
nudez de alma.
Desapareceram o doce amor, a paz
Nossos primeiros
e o feliz contentamento que haviam
pais escolheram crer
desfrutado e, em lugar disso, sentiram
nas palavras que
uma car��ncia que nunca tinham expe-
pensavam ser de uma
rimentado antes. Pela primeira vez, eles
puseram a aten����o no exterior. Eles n��o
serpente, embora
tinham estado vestidos, mas rodeados de
ela n��o tivesse dado
luz, como os anjos celestiais. Essa luz
nenhuma prova de
com a qual estavam circundados havia
amor por eles.
sido retirada deles. Para aliviar a sensa-
����o de car��ncia e nudez, buscaram cobrir
o corpo, pois como podiam, despidos, encarar o olhar de Deus e dos anjos?
A culpa estava agora claramente diante deles. A transgress��o do man-
damento de Deus assumiu um car��ter mais definido. Ad��o havia censu-
rado Eva pela insensatez em sair de perto dele e por deixar-se enganar
pela serpente. Contudo, ambos procuravam tranquilizar-se, pensando que
Deus, que lhes dera todas as coisas para torn��-los felizes, perdoaria essa
transgress��o devido ao grande amor por eles, e que o castigo n��o seria
afinal t��o terr��vel.
2 0
A tragedia
Satan��s vibrou com o ��xito obtido. Havia tentado a mulher a descon-
fiar de Deus, a duvidar de Sua sabedoria e a questionar Seus planos onis-
cientes. Por interm��dio dela, ele tamb��m havia causado a ru��na de Ad��o,
que, em consequ��ncia de seu amor por Eva, desobedecera ao mandado de
Deus e, j u n t a m e n t e com ela, ca��ra em pecado.
A not��cia da queda do ser humano se espalhou por todo o C��u. Toda
harpa silenciou. Com tristeza, os anjos retiraram da cabe��a suas coroas.
Todo o C �� u ficou em como����o. Os anjos se sentiram magoados com a pro-
funda ingratid��o do ser humano em retribui����o �� abundante generosidade
que Deus havia proporcionado. Um conc��lio foi convocado para decidir o
que se deveria fazer com o casal culpado. Os anjos temiam que eles esten-
dessem as m��os e comessem da ��rvore da vida, tornando-se pecadores
imortais.
O Senhor visitou Ad��o e Eva e revelou as consequ��ncias da trans-
gress��o deles. No momento em que perceberam a presen��a majestosa de
Deus, procuraram se esconder dAquele com quem antes, em condi����o de
inoc��ncia e santidade, tinham prazer em se encontrar. "O Senhor Deus
chamou o homem, perguntando: 'Onde est�� voc��?' E ele respondeu: 'Ouvi
Teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me
escondi.' E Deus perguntou: Q u e m lhe disse que voc�� estava nu? Voc��
comeu do fruto da ��rvore da qual lhe proibi comer?" (G��nesis 3:9-11).
Essa pergunta foi formulada pelo Senhor n��o porque necessitasse de
informa����o, mas para a convic����o do casal culpado. "O que voc�� fez para
ficar envergonhado e com medo?" Ad��o reconheceu a transgress��o, n��o
porque estivesse arrependido, mas para culpar a Deus: "A mulher que me
deste por companheira, ela me deu da ��rvore, e eu comi" (G��nesis 3:12).
Q u a n d o foi perguntado �� mulher: "Que foi que voc�� fez?", ela respondeu:
"A serpente me enganou, e eu comi" (G��nesis 3:13).
A m a l d i �� �� o - Ent��o, o Senhor se dirigiu �� serpente: "Uma vez
que voc�� fez isso, maldita �� voc�� entre todos os rebanhos dom��sticos e
entre todos os animais selvagens! Sobre o seu ventre voc�� rastejar��, e p��
comer�� todos os dias da sua vida" (G��nesis 3:14). Assim como a serpente
tinha sido exaltada acima de todos os animais do campo, seria ent��o rebai-
xada em rela����o a todos eles e odiada pelas pessoas, pois tinha sido o agente
pelo qual Satan��s agira. Ao homem, o Senhor disse: "Visto que voc�� deu
ouvidos �� sua mulher e comeu do fruto da ��rvore da qual Eu lhe ordenara
21
Em busca de esperan��a
que n��o comesse, maldita �� a terra por sua causa; com sofrimento voc�� se
alimentar�� dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dar�� espinhos e ervas dani-
nhas, e voc�� ter�� que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do
seu rosto voc�� comer�� o seu p��o, at�� que volte �� terra " (G��nesis 3:17-19).
Deus amaldi��oou a terra por causa do pecado de Ad��o e Eva em comer
da ��rvore do conhecimento do bem e do mal, e declarou: "Com sofrimento
voc�� se alimentar�� dela [da terra] todos os dias da sua vida" (G��nesis 3:17).
Deus tinha partilhado com eles o bem, mas retido o mal. Agora declarava
que comeriam dele, isto ��, deveriam estar relacionados com o mal todos
os dias de sua vida.
Daquele tempo em diante, o g��nero humano seria afligido pelas ten-
ta����es de Satan��s. Uma vida de constante trabalho ��rduo e ansiedade foi
designada a Ad��o, em lugar das atividades felizes que tiveram at�� ent��o.
Estariam sujeitos a frustra����o, sofrimento, dor e, por fim, a morte. Foram
feitos do p�� da terra, e ao p�� deviam voltar.
Eles foram informados de que teriam de sair de seu lar ed��nico. Tinham
cedido aos enganos de Satan��s e crido em suas palavras de que Deus havia
mentido. Por sua transgress��o, tinham aberto o caminho para Satan��s
ganhar mais f��cil acesso a eles, e n��o era seguro permanecer no jardim do
��den, pois, em seu estado pecaminoso, poderiam ter acesso �� ��rvore da
vida e perpetuar uma exist��ncia de pecado. Suplicaram que lhes fosse per-
mitido permanecer, embora reconhecessem ter perdido todo o direito ao
para��so. Prometeram que, no futuro, renderiam obedi��ncia total a Deus.
Foi dito que, ao perder a inoc��ncia e entrar na condi����o de culpa, eles obti-
veram n��o for��a, mas grande fraqueza. Eles n��o preservaram a integridade
de sua pureza e inoc��ncia e, em estado de admitida culpa, tinham menos
condi����es de permanecer verdadeiros e leais. Ficaram cheios de ang��stia e
remorso profundos, sentindo que o castigo do pecado era a morte.
Anjos foram imediatamente encarregados de guardar o caminho da
��rvore da vida. O plano de Satan��s era que Ad��o e Eva desobedecessem
a Deus, recebessem a desaprova����o e, ent��o, participassem da ��rvore da
vida, de modo a perpetuar uma vida de pecado. Entretanto, anjos foram
enviados para vigiar o caminho da ��rvore da vida. Ao redor desses anjos
brilhavam raios de luz, tendo a apar��ncia de espadas flamejantes.
2 2
cap��tulo
A promessa 4
OC��u se encheu de tristeza diante do fato de o ser humano estar
perdido e de que o m u n d o criado por Deus se encheria de seres
mortais c o n d e n a d o s �� infelicidade, enfermidade e morte, sem
haver um meio de livramento para o transgressor. Toda a d e s c e n d �� n c i a
de Ad��o deveria morrer. No rosto do ador��vel Jesus havia uma express��o
de compaix��o e tristeza. E n t �� o , Cristo Se aproximou da luz extraor-
dinariamente brilhante que cercava o Pai e entrou em uma conversa
particular com Ele.
A ansiedade dos anjos era intensa e n q u a n t o Jesus dialogava com o
Pai. Tr��s vezes Ele foi envolvido por Sua luz gloriosa. Na terceira vez,
Ele Se afastou do Pai, e podia ent��o ser visto pelos anjos. Seu semblante
estava calmo, livre de toda preocupa����o e d��vida e resplandecia com
benevol��ncia e amabilidade, de uma forma que as palavras n��o conse-
guem expressar.
Cristo anunciou ao ex��rcito angelical que um meio de livramento havia
sido estabelecido para o ser h u m a n o pecador. Ele revelou a eles que havia
suplicado ao Pai e Se oferecido para dar a vida como resgate e tomar sobre
Si a senten��a de morte, a fim de que, por meio dEle, o homem pudesse
encontrar perd��o. Afirmou que, pelos m��ritos de Seu sangue e de Sua
obedi��ncia �� lei divina, o pecador poderia ter o favor de Deus, ser levado
para o belo jardim e comer do fruto da ��rvore da vida.
A princ��pio, os anjos n��o puderam se alegrar, pois seu Comandante
nada escondeu, expondo diante deles o plano da salva����o. Jesus lhes disse
que estaria entre a ira do Pai e o ser h u m a n o culpado, que enfrentaria
a iniquidade e o esc��rnio e que poucos O receberiam como o Filho de
Deus. Quase todos na Terra O odiariam e rejeitariam. Ele deixaria toda
a gl��ria no C��u, viria �� Terra como homem e Se humilharia como um
servo. Por experi��ncia pr��pria, Ele enfrentaria as tenta����es que assediam
os seres humanos, a fim de que pudesse saber como socorrer os que fos-
sem tentados.
23
Em busca de esperan��a
Por fim, depois de cumprida Sua miss��o como mestre, seria entregue
nas m��os dos homens e suportaria todo tipo de crueldade e sofrimento
que Satan��s e seus anjos influenciassem os ��mpios a Lhe infligir.
Ele morreria a mais cruel das mortes, suspenso entre o c��u e a terra,
como um pecador criminoso. Sofreria terr��veis horas de ang��stia, as
quais n e m mesmo os anjos conseguiriam contemplar e esconderiam o
rosto. Ele suportaria n��o s�� a agonia f��sica, mas t a m b �� m mental, com
a qual n e n h u m sofrimento f��sico poderia ser comparado. O peso dos
pecados do m u n d o inteiro estaria sobre Ele. Disse que morreria e res-
suscitaria no terceiro dia, depois subiria ao Pai a fim de interceder pelo
ser h u m a n o perdido e culpado.
Um m e i o de e s c a p e - Ent��o, os anjos se prostraram diante de Jesus.
Eles Lhe ofereceram a vida. Jesus lhes disse que por Sua morte salvaria
muitos e que a vida de um anjo n��o poderia pagar a d��vida. Unicamente
a vida do Criador poderia ser aceita diante do Pai como resgate pelo
ser humano. Jesus tamb��m lhes disse que teriam uma parte a desem-
penhar: estar com Ele e fortalec��-Lo em v��rias ocasi��es. Ele disse que
tomaria a natureza deca��da do ser humano e Sua for��a n��o seria nem
mesmo igual �� de Ad��o e Eva. Afirmou que os anjos seriam testemu-
nhas de Sua humilha����o e de grandes sofrimentos. E, ao presenciarem
esses sofrimentos e o ��dio dos homens a Ele, ficariam abalados pelas
mais profundas emo����es; e, por seu amor a Ele, desejariam libert��-Lo
dos agressores, mas n��o deveriam intervir para impedir qualquer coisa
que vissem. Eles deveriam desempenhar uma parte em Sua ressurrei����o.
O plano da salva����o estava tra��ado, e o Pai aceitara esse plano.
Com profunda tristeza, Jesus consolou e animou os anjos e os informou
de que, dali em diante, aqueles que redimisse estariam com Ele, e com
Ele sempre morariam. Prometeu que, por Sua morte, resgataria a muitos, e
destruiria aquele que tem o poder da morte. O Pai daria a Jesus o reino e a
grandeza desse reino sob todo o C��u, e Ele o possuiria para todo o sempre.
Satan��s e os pecadores seriam destru��dos para nunca mais perturbar o
C �� u ou a nova Terra purificada.
Jesus ordenou que o ex��rcito celestial se conformasse com o plano que
o Pai havia aceitado e que se alegrassem no fato de o ser humano deca��do
poder novamente ser exaltado por meio de Sua morte, a fim de obter o
favor de Deus e desfrutar o C��u.
2 4
A promessa
Ent��o, uma alegria inexprim��vel encheu o C��u, e o ex��rcito celestial
cantou um c��ntico de louvor e adora����o. Anjos tocaram harpas e cantaram
em tom mais alto do que faziam antes, pela grande miseric��rdia e condes-
cend��ncia de Deus em entregar o t��o amado Filho para morrer por uma ra��a
de rebeldes. Expressaram louvor e adora����o pela abnega����o e pelo sacrif��cio
de Jesus, que deixaria a companhia do Pai por uma vida de sofrimento e
ang��stia, morrendo de forma vergonhosa, a fim de dar a vida por outros.
N��o foi f��cil para o Pai entregar Seu amado Filho. De forma alguma!
Foi muito dif��cil para o Deus do C �� u decidir se deixaria o homem culpado
perecer ou se daria o amado Filho para morrer por ele. Os anjos estavam t��o
interessados na salva����o do ser humano que era poss��vel encontrar entre
eles os que deixariam a gl��ria e dariam a vida pelo ser humano perdido. Mas
isso nada adiantaria. A transgress��o era t��o grande que a vida de um anjo
n��o pagaria a d��vida. Nada a n��o ser a morte e a intercess��o do Filho Jesus
poderia pagar essa d��vida e salvar o homem perdido da mis��ria e da morte.
No entanto, aos anjos foi designada a obra de subir e descer com b��l-
samo fortalecedor, proveniente da gl��ria, a fim de confortar o Filho de
Deus em Seus sofrimentos e apoi��-Lo. Seria tamb��m a obra deles prote-
ger e guardar os s��ditos da gra��a contra os anjos maus e contra as trevas
que constantemente Satan��s colocaria em redor deles. Era imposs��vel que
Deus mudasse a lei eterna para salvar o homem perdido prestes a perecer.
Portanto, Ele consentiu que Seu amado Filho morresse pela transgress��o
do ser humano pecador.
Satan��s de novo se alegrou com seus anjos q u a n d o p e r c e b e u q u e ,
ao causar a q u e d a do h o m e m , isso poderia tirar o Filho de Deus de
Sua posi����o elevada. Ele alegou aos anjos ca��dos q u e , q u a n d o Jesus
tomasse a natureza h u m a n a deca��da, poderia derrot��-Lo e impedir a
realiza����o do plano da salva����o.
No come��o, Satan��s era um anjo feliz e majestoso. Ele ainda tem um
aspecto elevado e suas fei����es ainda s��o nobres, pois, embora ca��do, ��
um anjo. No entanto, a express��o de seu rosto est�� cheia de ansiedade,
preocupa����o, infelicidade, mal��cia, ��dio, maldade, engano e todo tipo de
vileza. A fisionomia que antes era t��o nobre ficou desfigurada. Durante
todo esse tempo, ele tem se inclinado para o mal, e as boas qualidades se
degeneraram assim como os tra��os malignos se desenvolveram.
Seu olhar �� penetrante, astuto e dissimulado. �� corpulento, mas a pele
nas m��os e no rosto se tornou fl��cida e ca��da. Tem um sorriso ir��nico no
2 5
Em busca de esperan��a
rosto, o qual faz tremer qualquer pessoa. Ele est�� cheio de maldade e
sat��nica dissimula����o. Esse sorriso �� o que ele esbo��a precisamente antes
de capturar suas v��timas. E, ao prend��-las em sua armadilha, o sorriso se
torna horr��vel.
Ap��s pecar, h u m i l d e m e n t e e com tristeza indescrit��vel, Ad��o e Eva
deixaram o apraz��vel jardim onde tinham sido t��o felizes antes de sua
desobedi��ncia �� ordem de Deus. A atmosfera na Terra estava mudada.
N��o era mais invari��vel como antes da transgress��o. Deus os vestiu com
roupas de pele para proteg��-los da sensa����o de frio e calor a que esta-
riam expostos.
A n o r m a imut��vel - Todo o C �� u se entristeceu por causa da deso-
bedi��ncia e da queda de Ad��o e Eva, a qual trouxe a ira de Deus sobre
a ra��a humana. J�� n��o podiam ter comunh��o direta com Deus e haviam
afundado em mis��ria e desesperan��a. A lei de Deus, fundamento de Seu
governo, n��o podia ser mudada para atender ��s necessidades humanas.
No planejamento divino, ela jamais perder�� sua for��a nem dispensar�� a
m��nima parte de suas reivindica����es.
Os anjos de Deus foram comissionados a visitar o casal ca��do e inform��-lo
de que, embora n��o pudessem mais ter a posse de seu perfeito jardim, o
lar ed��nico, por causa da transgress��o da lei de Deus, o caso deles n��o era
sem esperan��a.
Ad��o e Eva foram informados de q u e o Filho de D e u s , q u e con-
versara com eles no �� d e n , havia sentido piedade ao c o n t e m p l a r sua
desesperada condi����o. Ficaram cientes de q u e voluntariamente Ele
tomara sobre Si a p u n i �� �� o devida a eles e morreria para q u e o ser
h u m a n o p u d e s s e viver, por meio da f�� na expia����o que Jesus prop��s
fazer. Por meio de Cristo, a porta de e s p e r a n �� a estava aberta para q u e
o ser h u m a n o , apesar de seu grande p e c a d o , n��o ficasse sob o absoluto
controle de Satan��s.
A f�� nos m��ritos do Filho de Deus elevaria o ser humano de tal maneira
que este poderia resistir aos enganos de Satan��s. Um per��odo de gra��a
seria concedido a ele, pelo qual, mediante uma vida de arrependimento
e f�� na expia����o do Filho de Deus, pudesse ser redimido da transgress��o
da lei divina e assim ser elevado a uma posi����o em que seus esfor��os para
guardar a lei fossem aceitos. Os anjos relataram a Ad��o e Eva a tristeza que
sentiram no C��u, quando foi anunciado que eles tinham transgredido a lei
2 6
A promessa
de Deus, o que tornou necess��rio que Cristo fizesse o grande sacrif��cio de
Sua preciosa vida.
E n t �� o , Ad��o e Eva c o m p r e e n d e r a m o q u a n t o a lei de D e u s era ele-
vada e sagrada e q u e sua transgress��o requeria um grande sacrif��cio
para salvar da c o m p l e t a ru��na t a n t o eles m e s m o s q u a n t o seus d e s c e n -
d e n t e s . Por isso, p r o p u s e r a m sua pr��pria morte ou q u e eles e seus
d e s c e n d e n t e s fossem deixados a sofrer a puni����o de seus p e c a d o s , e
n��o q u e o amado Filho de D e u s fizesse t��o grande sacrif��cio. A ang��s-
tia de Ad��o a u m e n t o u . Viu q u e seus p e c a d o s eram de tal m a g n i t u d e
que envolviam c o n s e q u �� n c i a s terr��veis. Seria poss��vel q u e o h o n r a d o
C o m a n d a n t e celestial, que tinha a n d a d o com ele e com ele conversado
q u a n d o vivia em santa inoc��ncia, a q u e m os anjos honravam e adora-
vam, tivesse de Se rebaixar de Sua elevada posi����o para morrer por
causa da transgress��o dele?
Ad��o foi informado de que a vida de um anjo n��o podia pagar sua
d��vida. A lei de Deus, o fundamento de Seu governo no C �� u e na Terra,
era t��o sagrada quanto Ele pr��prio. E, por essa raz��o, a vida de um anjo
n��o podia ser aceita como sacrif��cio pela transgress��o. A lei de Deus ��
mais importante a Seus olhos do que o louvor dos santos anjos ao redor
de Seu trono.
O Pai n��o poderia abolir nem mudar um preceito de Sua lei a fim
de socorrer o ser humano em sua condi����o ca��da. Contudo, o Filho de
Deus, que, junto com o Pai, havia criado o ser humano, podia fazer por
ele expia����o completa e aceit��vel a Deus, dando a vida em sacrif��cio e
pagando assim a penalidade da lei de Deus. Os anjos informaram a Ad��o
que, assim como sua transgress��o tinha produzido morte e infelicidade,
vida e imortalidade seriam providas por meio do sacrif��cio de Jesus Cristo.
U m a vis��o do futuro - Ad��o recebeu revela����o de importantes even-
tos futuros, desde sua expuls��o do ��den at�� o dil��vio e, progressivamente,
at�� a primeira vinda de Cristo �� Terra. O amor por Ad��o e seus descenden-
tes levaria o Filho de Deus a assumir a natureza humana e assim elevar,
por meio de Sua pr��pria humilha����o, todos aqueles que nEle cressem.
Esse sacrif��cio seria de valor suficiente para salvar o m u n d o inteiro, mas
somente uns poucos se beneficiariam da salva����o provida por meio de
um sacrif��cio t��o maravilhoso. Muitos n��o se submeteriam ��s condi����es
exigidas para serem participantes do plano da salva����o. Em vez de se
2 7
Em busca de esperan��a
arrepender e obedecer, a p e g �� n d o s e pela f�� aos m��ritos do sacrif��cio de
Cristo, prefeririam o pecado e a transgress��o da lei de Deus. 0 sacrif��cio
de Jesus seria de valor t��o infinito que tornaria a pessoa que dele se bene-
ficiasse mais preciosa do que o ouro fino, mais valiosa at�� do que uma
pe��a de ouro de Ofir.
Ad��o foi transportado ao longo de sucessivas gera����es e viu o cresci-
mento do crime, da culpa e degrada����o, porque o ser humano passou a
se render ��s fortes tend��ncias naturais para transgredir a lei de Deus. Ele
visualizou a maldi����o divina caindo cada vez mais pesadamente sobre a ra��a
humana, sobre os animais e a Terra por causa da cont��nua transgress��o do ser
humano. Viu que a iniquidade e a viol��ncia aumentariam constantemente.
No entanto, em meio �� mar�� de mis��ria e infort��nio humanos, haveria sem-
pre uns poucos que preservariam o conhecimento de Deus e permanece-
riam incontaminados em meio �� degenera����o moral prevalecente.
Ad��o foi levado a compreender o que �� o pecado: transgress��o da lei
de Deus. Viu que a decad��ncia moral, mental e f��sica seria o resultado da
transgress��o para a humanidade, at�� que o m u n d o se enchesse com toda
esp��cie de mis��ria.
Os dias do ser humano foram encurtados por sua pr��pria conduta
pecaminosa em transgredir a justa lei de Deus. Por causa do pecado, a
esp��cie humana foi, com o tempo, t��o grandemente rebaixada que pare-
ceu inferior e quase sem valor. Os seres humanos se tornaram em geral
incapazes de compreender o sacrif��cio
feito no Calv��rio, os grandes e impor-
tantes aspectos da expia����o e o plano da
O ser humano
salva����o, por causa dos efeitos do pecado
compreendeu o que
sobre sua mente. Contudo, apesar da
�� o pecado: quebrar
debilidade e do enfraquecimento das
a norma.
habilidades mentais, morais e f��sicas da
humanidade, Cristo �� fiel ao prop��sito
pelo qual veio �� Terra e mant��m o interesse pelos fracos, desamparados e
degenerados seres humanos. Ele os convida a entregar-Lhe suas fraquezas
e defici��ncias. Q u a n d o buscam a Cristo, os pecadores t��m suas necessi-
dades supridas pelo C��u.
A oferta s a c r i f i c a i - Seguindo as determina����es especiais de
Deus, Ad��o apresentou uma oferta pelo pecado. Essa foi para ele a
2 8
A promessa
mais dolorosa cerim��nia. Sua m��o devia se erguer para tirar a vida que
somente Deus podia dar e fazer uma oferta pelo pecado. Pela primeira
vez, teria de t e s t e m u n h a r a morte. Ao olhar para a v��tima ensanguen-
tada, contorcendo-se na agonia da morte, Ad��o devia contemplar pela
f�� o Filho de Deus, a q u e m a v��tima prefigurava e que devia morrer em
sacrif��cio pelo ser h u m a n o .
Essa oferta cerimonial, ordenada por Deus, devia ser para o homem
uma lembran��a perp��tua de sua culpa e tamb��m um reconhecimento
penitente de seu pecado. Esse ato de tirar a vida deu a Ad��o um senso
profundo e mais completo de sua transgress��o, a qual nada menos que a
morte do amado Filho de Deus podia expiar.
Ele ficou maravilhado diante da infinita bondade e do incompar��vel
amor que podia prover tal resgate para salvar o culpado. Ao matar a v��tima
inocente, Ad��o teve a impress��o de derramar o sangue do Filho de Deus
por sua pr��pria m��o. Sabia que, se tivesse permanecido firme em Deus e
leal �� Sua justa lei, n��o haveria a morte de animais nem de seres huma-
nos. No entanto, nas ofertas de sacrif��cio, que apontavam para a grande e
perfeita oferta do querido Filho de Deus, surgia uma estrela de esperan��a
para iluminar o escuro e terr��vel futuro e alivi��-los do completo desespero
e ru��na.
No come��o, o chefe de cada fam��lia era considerado governador e
sacerdote de sua pr��pria casa. Depois, ao se multiplicar a esp��cie humana
sobre a Terra, homens designados por Deus realizavam esse solene culto
de sacrif��cio pelo povo. O sangue dos animais devia, na mente dos peca-
dores, ser associado ao sangue do Filho de Deus. A morte da v��tima devia
mostrar a todos que a puni����o pelo pecado era a morte. Pelo ato do sacri-
f��cio, o pecador reconhecia sua culpa e manifestava f��, olhando para o
grande e perfeito sacrif��cio do Filho de Deus, o qual as ofertas de animais
prefiguravam.
Sem a expia����o do Filho de Deus, n��o poderia haver comunica����o de
b��n����os ou de salva����o de Deus ao ser humano. Deus tem zelo pela honra
de Sua lei. A transgress��o da lei divina causou uma terr��vel separa����o entre
Deus e o ser humano. Em sua pureza, Ad��o desfrutava a comunh��o direta,
livre e feliz com o Criador. Depois da transgress��o, Deus Se comunicaria
com o ser humano por meio de Cristo e dos anjos.
2 9
cap��tulo
0 c��digo 5
Depois de o Senhor ter dado tantas evid��ncias de Seu poder ao povo de
Israel, declarou quem Ele era: "Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te
tirou do Egito, da terra da escravid��o" (��xodo 20:2). O mesmo Deus
que exaltou Seu poder sohre os eg��pcios proferia ent��o Sua lei:
"N��o ter��s outros deuses diante de Mim" (��xodo 20:3).
"N��o far��s para ti imagem de escultura, nem semelhan��a alguma do
que h�� em cima nos c��us, nem embaixo na terra, nem nas ��guas debaixo
da terra. N��o as adorar��s, nem lhes dar��s culto; porque Eu sou o Senhor,
teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos at�� �� ter-
ceira e quarta gera����o daqueles que Me aborrecem e fa��o miseric��rdia at��
mil gera����es daqueles que Me amam e guardam os Meus mandamentos"
(��xodo 20:4-6).
"N��o tomar��s o nome do Senhor, teu Deus, em v��o, porque o Senhor
n��o ter�� por inocente o que tomar o Seu nome em v��o" (��xodo 20:7).
"Lembra-te do dia de s��bado, para o santificar. Seis dias trabalhar��s e
far��s toda a tua obra. Mas o s��timo dia �� o s��bado do Senhor, teu Deus;
n��o far��s n e n h u m trabalho, nem tu, n e m o teu filho, n e m a tua filha, nem
o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas
portas para dentro; porque, em seis dias, fez o Senhor os c��us e a terra, o
mar e tudo o que neles h�� e, ao s��timo dia, descansou; por isso, o Senhor
aben��oou o dia de s��bado e o santificou" (��xodo 20:8-11).
"Honra teu pai e tua m��e, para que se prolonguem os teus dias na terra
que o Senhor, teu Deus, te d��" (��xodo 20:12).
"N��o matar��s" (��xodo 20:13).
"N��o adulterar��s" (��xodo 20:14).
"N��o furtar��s" (��xodo 20:15).
"N��o dir��s falso testemunho contra o teu pr��ximo" (��xodo 20:16).
"N��o cobi��ar��s a casa do teu pr��ximo. N��o cobi��ar��s a mulher do teu
pr��ximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu
jumento, nem coisa alguma que perten��a ao teu pr��ximo" (��xodo 20:17).
30
O c��digo
O primeiro e segundo mandamentos pronunciados por Deus s��o pre-
ceitos contra a idolatria. Esta, se praticada, levaria as pessoas longe no
pecado e na rebeli��o e resultaria em oferta de sacrificios humanos. Deus
queria proteger Seus filhos contra qualquer aproxima����o de tais sacrif��-
cios. Os primeiros quatro mandamentos foram dados para mostrar aos
seres humanos seus deveres para com Deus. O quarto �� o elo entre o
grande Criador e Seus filhos. O s��bado foi dado especialmente para bene-
f��cio do ser h u m a n o e para a honra de Deus. Os ��ltimos seis preceitos
mostram o dever para com os semelhantes.
O s��bado �� um sinal entre Deus e Seu povo, para sempre. Este �� o sinal:
todos os que observam o s��bado mostram com isso serem adoradores do Deus
vivo, o Criador dos c��us e da Terra. O s��bado deve ser um sinal entre Deus e
Seu povo, evidenciando que Ele tem um povo na Terra que O serve.
"Vendo-se o povo diante dos trov��es e dos rel��mpagos, e do som da
trombeta e do monte fumegando, todos tremeram assustados. Ficaram
�� dist��ncia e disseram a Mois��s: 'Fala tu mesmo conosco, e ouviremos.
Mas que Deus n��o fale conosco, para que n��o morramos'. Mois��s disse ao
povo: 'N��o tenham medo! Deus veio prov��-los, para que o temor de Deus
esteja em voc��s e os livre de p e c a r " (��xodo 20:18-20).
"Mas o povo permaneceu �� dist��ncia, ao passo que Mois��s aproxi-
mou-se da nuvem escura em que Deus Se encontrava. O Senhor disse a
Mois��s: 'Diga o seguinte aos israelitas: Voc��s viram por si mesmos que do
c��u lhes falei" (��xodo 20:21, 22). A majestosa presen��a de Deus no Sinai,
os tremores ocasionados na terra por Sua presen��a e os tremendos trov��es
e rel��mpagos que acompanharam essa manifesta����o de Deus impressio-
naram a mente do povo. Tais foram o temor e a rever��ncia para com Sua
sagrada majestade que o povo instintivamente se afastou da terr��vel pre-
sen��a de Deus, temendo n��o poder suportar Sua resplandecente gl��ria.
O c �� d i g o e t e r n o - A lei de Deus existia antes de o ser humano ser
criado. Os anjos eram governados por ela. Satan��s caiu porque transgrediu
os princ��pios do governo de Deus. Depois que Ad��o e Eva foram criados,
Deus os fez conhecer Sua lei. Ela n��o estava escrita, mas foi exposta a eles
pelo Criador.
O s��bado do quarto mandamento foi institu��do no ��den. Ap��s fazer o
m u n d o e criar o ser humano, Deus separou o s��bado para Ele. Depois do
pecado e da queda de Ad��o, nada foi tirado da lei de Deus. Os princ��pios
31
Em busca de esperan��a
dos Dez Mandamentos existiam antes da queda e eram compat��veis com a
condi����o dos seres santos. Depois da queda, os princ��pios desses preceitos
n��o foram mudados, mas foram dados preceitos adicionais que se ajusta-
vam �� condi����o do ser humano em seu estado deca��do.
Estabeleceu-se ent��o um sistema que exigia o sacrif��cio de animais,
para conservar diante das pessoas aquilo que a serpente havia feito Eva
descrer: que a penalidade da desobedi��ncia �� a morte. A transgress��o da
lei de Deus tornou necess��rio que Cristo
morresse como sacrif��cio e, assim, abrisse
c a m i n h o para o ser h u m a n o escapar da
A norma divina
penalidade e ainda preservar a honra
existia antes de o ser
da lei de D e u s .
humano ser criado.
O sistema de sacrif��cios devia ensinar
ao ser humano a humildade, em vista
de sua condi����o deca��da, e conduzi-lo ao arrependimento e �� confian��a
somente em Deus, por meio do Redentor prometido. C o m isso, alcan��aria
perd��o de sua transgress��o da lei divina. Se a lei de Deus n��o tivesse sido
transgredida, jamais haveria a morte nem seriam necess��rios preceitos
adicionais para se ajustar �� condi����o humana deca��da.
Ad��o ensinou a seus descendentes a lei de Deus, a qual foi transmi-
tida aos fi��is atrav��s de sucessivas gera����es. A cont��nua transgress��o da lei
divina atraiu o dil��vio sobre a Terra. A lei foi preservada por No�� e sua
fam��lia, que, por viverem de forma justa, foram salvos na arca por um mila-
gre de Deus. No�� ensinou os Dez Mandamentos a seus descendentes.
Desde Ad��o, o Senhor preservou para Si um povo em cujo cora����o estava
Sua lei. Sobre Abra��o, Ele disse: "[Ele] Me obedeceu e guardou Meus pre-
ceitos, Meus mandamentos, Meus decretos e Minhas leis" (G��nesis 26:5).
O Senhor apareceu a Abra��o e declarou: "Eu sou o Deus Todo-
Poderoso; ande segundo a Minha vontade e seja ��ntegro. Estabelecerei a
Minha alian��a entre Mim e voc�� e multiplicarei muit��ssimo a sua descen-
d��ncia" (G��nesis 17:1, 2). "Estabelecerei a Minha alian��a como alian��a
eterna entre Mim e voc�� e os seus futuros descendentes, para ser o seu
Deus e o Deus dos seus descendentes" (G��nesis 17:7).
Escrita em t��buas de pedra - Para que Seu povo tivesse com-
pleta consci��ncia da lei, o pr��prio Senhor decidiu descer sobre o Sinai,
envolto em gl��ria e circundado por anjos. Assim, do modo mais sublime e
3 2
O c��digo
impressionante, Ele revelou Sua lei dos Dez Mandamentos. N��o confiou
seu ensino a ningu��m, nem mesmo aos anjos, mas proclamou Ele mesmo
Sua lei aos ouvidos de todo o povo. Ele nem mesmo a confiou �� curta mem��-
ria de um povo que era propenso a esquecer as exig��ncias, mas escreveu-a
com Seu pr��prio dedo sobre t��buas de pedra. Eles ficaram prevenidos de
toda possibilidade de misturar qualquer tradi����o aos santos preceitos, ou de
confundirem as exig��ncias divinas com as pr��ticas humanas.
Ent��o Deus Se aproximou ainda mais de Seu povo, que era bastante
predisposto a se desviar do caminho. Ele n��o quis deix��-lo meramente
com os dez preceitos do Dec��logo. Deus ordenou que Mois��s escrevesse
ju��zos e leis, �� medida que falava, dando instru����es minuciosas quanto ao
que Ele exigia que cumprissem, e assim fossem protegidos os dez precei-
tos que havia gravado nas t��buas de pedra. Essas instru����es e exig��ncias
espec��ficas foram dadas para atrair o transgressor �� obedi��ncia �� lei moral,
a qual ele era t��o propenso a violar.
Se o povo de Deus tivesse obedecido aos princ��pios dos Dez Manda-
mentos, n��o teria sido necess��rio dar a Mois��s instru����es espec��ficas,
que ele escreveu em um livro, relativas ao dever para com Deus e de uns
para com os outros. As instru����es espec��ficas que o Senhor deu a Mois��s
quanto �� obriga����o do povo, uns para com os outros e para com o estran-
geiro, s��o os princ��pios dos Dez Mandamentos simplificados e enunciados
de maneira clara, de modo que eles n��o precisavam errar.
O Senhor instruiu Mois��s claramente quanto aos sacrif��cios cerimo-
niais, que deviam cessar por ocasi��o da morte de Cristo. O sistema de
sacrif��cios simbolizava a oferta de Jesus como um Cordeiro sem defeito.
A T E N D A D O D E S E R T O
O tabern��culo em Israel foi feito de acordo com a ordem de Deus.
O Senhor providenciou pessoas e as habilitou com aptid��es mais do que
naturais a fim de realizar esse trabalho complexo. N e m a Mois��s nem aos
artistas foi permitido planejar a forma e a arte da constru����o.
Deus mesmo idealizou o plano e o apresentou a Mois��s, com instru-
����es espec��ficas quanto a tamanho, forma e material a ser usado, e espe-
cificou cada pe��a do mobili��rio que devia ser feita. Apresentou a Mois��s
um modelo em miniatura do santu��rio celestial e lhe ordenou que fizesse
todas as coisas segundo o exemplo que lhe havia sido mostrado no monte.
33
Em busca de esperan��a
Mois��s escreveu todas as instru����es em um livro e as leu para as pessoas
mais influentes.
Ent��o, o Senhor solicitou ao povo que apresentasse uma oferta espon-
t��nea a fim de lazer o santu��rio, para que Ele habitasse no meio deles.
Foram necess��rios extensos e dispendiosos preparativos. Materiais caros
e preciosos deviam ser coletados. Mas o Senhor aceitou somente ofertas
volunt��rias. Devo����o ao trabalho de Deus e sacrif��cio de cora����o foram os
primeiros requisitos ao se preparar um lugar para Ele. Enquanto a edifica-
����o do santu��rio era realizada e o povo apresentava suas ofertas a Mois��s, e
este as levava aos art��fices, todos os s��bios que trabalhavam na obra exami-
naram as ofertas e conclu��ram que o povo tinha ofertado o suficiente, e at��
mais do que podia ser usado. Mois��s proclamou atrav��s do acampamento:
"Nenhum homem ou mulher dever�� fazer mais nada para ser oferecido ao
santu��rio. Assim, o povo foi impedido de trazer mais'' (��xodo 36:6).
Um edif��cio para Deus encontrar Seu povo deve ser planejado cuida-
dosamente. Deve ser confort��vel, limpo e funcional, pois �� para ser dedi-
cado e apresentado a Deus. O Senhor �� convidado a habitar nessa casa
e torn��-la sagrada com Sua santa presen��a. Deve-se ofertar ao Senhor o
suficiente e de forma volunt��ria a fim de que liberalmente se conclua o
trabalho, e ent��o os construtores possam dizer: "N��o tragam mais ofertas."
De a c o r d o c o m o m o d e l o - Depois que a constru����o do tabern��culo
foi completada, Mois��s examinou todo o trabalho. Ele o comparou com o
modelo e com as instru����es recebidas de Deus e viu que tudo estava de
acordo com o que lhe havia sido mostrado. Ent��o, aben��oou o povo.
Deus deu o modelo da arca a Mois��s, junto com instru����es especiais
sobre como devia ser feita. A arca era para conter as t��buas de pedra, nas
quais Deus havia gravado, com Seu pr��prio dedo, os Dez Mandamentos.
Tinha a forma semelhante �� de um ba�� e estava revestida de ouro puro por
dentro e por fora. Era ornamentada com uma esp��cie de coroa de ouro ao
redor da parte superior.
A cobertura dessa caixa sagrada era o propiciat��rio, feito de ouro
maci��o. De cada lado do propiciat��rio, estava erguido um querubim tam-
b��m de ouro puro e maci��o. Suas faces estavam voltadas uma na dire����o
da outra, e olhavam reverentemente para baixo na dire����o do propiciat��-
rio. Eles representavam os anjos celestiais olhando com interesse e reve-
r��ncia para a lei de Deus depositada na arca no santu��rio celestial.
3 4
O c��digo
Esses querubins tinham asas. Uma asa de cada anjo estendia-se para o
alto, enquanto a outra asa de ambos cobria seu corpo. A arca do santu��rio
terrestre era uma r��plica da verdadeira arca no C��u. L��, ao lado da arca
celestial, permanecem anjos vivos, um em cada extremidade, e cada um
deles, com uma asa estendida para o alto, cobre o propiciat��rio, enquanto
a outra asa se dobra sobre o corpo, em sinal de rever��ncia e humildade.
Foi requerido de Mois��s que colocasse as t��buas de pedra na arca do
santu��rio terrestre. Foram chamadas t��buas do testemunho; e a arca foi
chamada a arca do testemunho, porque continha o testemunho de Deus
nos Dez Mandamentos.
D o i s c o m p a r t i m e n t o s - O tabern��culo era composto de dois espa-
��os, separados por uma cortina ou v��u. Todo o mobili��rio era feito de ouro
maci��o ou recoberto de ouro. As cortinas tinham uma variedade de cores
formando uma bel��ssima combina����o. Nessas cortinas foram bordados,
com fios de ouro e prata, querubins que deviam representar o ex��rcito
angelical, ligado ao trabalho do santu��rio do C��u, composto por anjos que
ministram aos santos na Terra.
Atr��s do segundo v��u estava a arca do testemunho, e uma cortina bela
e valiosa estendia-se diante da arca sagrada. Essa cortina n��o alcan��ava a
parte superior do tabern��culo. A gl��ria de Deus, que estava sobre o pro-
piciat��rio, podia ser vista de ambos os compartimentos, mas do primeiro
em menor grau.
Diante da arca, mas separado por uma cortina, estava o altar de incenso,
revestido de ouro. O fogo sobre esse altar havia sido aceso pelo pr��prio
Senhor. Era mantido de forma solene e alimentado com santo incenso,
o qual enchia o santu��rio com uma fuma��a perfumada, dia e noite. Essa
fragr��ncia se estendia por quil��metros ao redor do tabern��culo.
Q u a n d o oferecia o incenso diante do Senhor, o sacerdote olhava
para o propiciat��rio. Muito embora n��o p u d e s s e v��-lo, sabia q u e estava
ali; e, e n q u a n t o a fuma��a do incenso subia, a gl��ria do Senhor descia
sobre o propiciat��rio e enchia o lugar sant��ssimo. Era vis��vel no lugar
santo e f r e q u e n t e m e n t e enchia ambos os c o m p a r t i m e n t o s , de m o d o
q u e o sacerdote se via impedido de oficiar e obrigado a p e r m a n e c e r ��
porta do tabern��culo.
O sacerdote, no lugar santo, dirigindo pela f�� sua ora����o ao propicia-
t��rio, o qual n��o podia ver, representava o povo de Deus erguendo suas
35
Em busca de esperan��a
ora����es a Cristo diante do propiciat��rio no santu��rio celestial. Eles n��o
veem seu Mediador com os olhos f��sicos, mas, com os olhos da f��, con-
templam Cristo diante do propiciat��rio. Dirigem a Ele suas ora����es e confian-
temente reivindicam os benef��cios de Sua media����o.
Esses compartimentos sagrados n��o possu��am janelas para receber luz.
O casti��al, feito do mais puro ouro, era conservado aceso noite e dia, e
proporcionava luz a ambos os espa��os. A luz das l��mpadas do casti��al
refletia sobre as t��buas revestidas de ouro em ambos os lados do taber-
n��culo, sobre os sagrados m��veis e sobre as cortinas de belas cores com
querubins bordados com fios de ouro e prata. O cen��rio era glorioso e
indescrit��vel.
N e n h u m a linguagem consegue descrever a beleza, o encanto e o
esplendor sagrado que esses compartimentos apresentavam. O ouro do
santu��rio refletia as cores das cortinas, semelhantes ��s diferentes cores
do arco-��ris.
Somente uma vez por ano, o sumo sacerdote podia entrar no lugar san-
t��ssimo, depois de um preparo bastante cuidadoso e solene. N e n h u m olho
h u m a n o , exceto o do sumo sacerdote, podia ver a grandeza sagrada desse
compartimento, porque era o lugar especial de habita����o da gl��ria vis��vel
de Deus. O sumo sacerdote sempre entrava ali com profunda rever��ncia,
enquanto o povo aguardava seu retorno com sil��ncio solene. Seu desejo
mais fervoroso era que Deus os aben��oasse.
Diante do propiciat��rio, Deus Se comunicava com o sumo sacerdote.
Se ele permanecia no sant��ssimo mais tempo do que o normal, o povo
ficava, muitas vezes, tomado de pavor, temendo que, por causa de seus
pecados ou algum pecado do sacerdote, a gl��ria do Senhor o tivesse fulmi-
nado. Mas, quando o som das campainhas de suas vestes era ouvido, eles
ficavam bastante aliviados. Ent��o ele sa��a e aben��oava o povo.
Depois que o trabalho do tabern��culo foi conclu��do, "a nuvem cobriu a
tenda da congrega����o, e a gl��ria do Senhor encheu o tabern��culo. Mois��s
n��o podia entrar na tenda da congrega����o, porquanto a nuvem ficava
sobre ela, e a gl��ria do Senhor enchia o tabern��culo" (��xodo 40:34, 35).
Pois "a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabern��culo, e o fogo estava
de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as
suas jornadas" (��xodo 40:38).
O tabern��culo tinha sido constru��do de modo que pudesse ser des-
montado e levado com os israelitas em todas as suas viagens.
36
cap��tulo
0 libertador 6
Chegou o tempo em que Cristo devia assumir a natureza humana,
humilhar-Se como homem e sofrer as tenta����es de Satan��s.
Seu nascimento foi destitu��do de grandeza mundana. Ele nasceu em
um est��bulo e teve por ber��o uma manjedoura. No entanto, o nascimento de
Jesus recebeu muito mais honras do que o de qualquer dos seres humanos.
Anjos celestiais informaram os pastores sobre o acontecimento, e a luz
e a gl��ria de Deus acompanharam esse testemunho. O ex��rcito celestial
tocou harpas e glorificou a Deus. Triunfantemente se anunciou a vinda do
Filho de Deus a um m u n d o ca��do, a fim de cumprir a obra da reden����o e
trazer paz, felicidade e vida eterna ao ser humano, por meio de Sua morte.
Deus honrou a chegada de Seu Filho, e os anjos O adoraram.
O b a t i s m o ��� Anjos de Deus pairaram tamb��m sobre a cena de Seu
batismo; o Esp��rito Santo desceu sob a forma de uma pomba e resplan-
deceu sobre Ele. Estando o povo grandemente admirado, com os olhos
fixos em Jesus, ouviu-se do C �� u a voz do Pai, dizendo: "Tu ��s o Meu Filho
amado; em Ti Me agrado" (Marcos 1:11).
Jo��o n��o sabia que era o Salvador que tinha ido para ser batizado por
ele no Jord��o. No entanto, o Senhor lhe havia prometido um sinal pelo
qual conheceria o Cordeiro de Deus. O sinal foi dado ao pousar sobre
Jesus a pomba celestial, e a gl��ria de Deus resplandeceu ao redor dEle.
Jo��o estendeu a m��o, apontando para Jesus, e exclamou em alta voz: "Eis
o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do m u n d o " (Jo��o 1:29).
A t e n t a �� �� o - Depois do batismo no Jord��o, Jesus foi levado pelo
Esp��rito ao deserto para ser tentado pelo diabo. O Esp��rito Santo O havia
preparado para aquele momento espec��fico de duras tenta����es. Durante
40 dias, Jesus foi tentado por Satan��s, e nesses dias n��o comeu nada.
Tudo ao redor dEle era desagrad��vel e repulsivo. Ele estava diante de ani-
mais selvagens e do diabo, em um lugar desolado e solit��rio. O Filho de
37
Em busca de esperan��a
Deus ficou p��lido e enfraquecido pelo jejum e pelo sofrimento. Seu cami-
nho, por��m, estava tra��ado, e Ele deveria cumprir a obra que viera fazer.
Satan��s tirou vantagens dos sofrimentos do Filho de Deus e preparou-se
para assedi��-Lo com m��ltiplas tenta����es. Esperava obter vit��ria sobre
Ele, porque havia Se humilhado como um homem. Satan��s surgiu com
a seguinte tenta����o: "Se ��s o Filho de Deus, manda que estas pedras se
transformem em p��es" (Mateus 4:3). Ele tentou convencer Jesus a provar
que era o Messias, exercendo Seu poder
divino. Jesus, de maneira branda, respon-
deu: "Est�� escrito: 'Nem s�� de p��o viver�� o
Cristo �� o exemplo
homem, mas de toda palavra que procede
para todos os crist��os.
da boca de D e u s " (Mateus 4:4).
O inimigo queria discutir com Jesus
a respeito do rato de Ele ser o Filho de Deus. Fez men����o �� Sua condi����o
fraca e sofredora e, orgulhosamente, afirmou ser mais forte do que Jesus.
No entanto, as palavras vindas do C �� u : "Tu ��s o M e u Filho amado; em Ti
Me agrado" (Lucas 3:22) foram suficientes para confortar Jesus em meio
a todos os sofrimentos. Cristo n��o precisava fazer nada para convencer
Satan��s quanto a Seu poder ou a ser o Salvador do m u n d o . O diabo tinha
prova suficiente da posi����o elevada e da autoridade do Filho de Deus.
A indisposi����o em se render �� autoridade de Cristo o havia exclu��do do
C �� u .
Para manifestar seu poder, Satan��s levou Jesus a Jerusal��m e O colo-
cou na parte mais alta do templo. Queria que Cristo provasse ser o Filho
de Deus, lan��ando-Se abaixo daquela vertiginosa altura. O inimigo usou
palavras da inspira����o: "Porque est�� escrito: Aos Seus anjos ordenar�� a
Teu respeito que Te guardem; e: Eles Te suster��o nas Suas m��os, para
n��o trope��ares nalguma pedra" (Lucas 4:10, 11). Jesus, respondendo-lhe,
disse: "Dito est��: 'N��o ponha �� prova o Senhor, o seu Deus"' (Lucas 4:12).
Satan��s queria que Jesus abusasse da miseric��rdia do Pai e arriscasse
a vida antes do cumprimento de Sua miss��o. Ele esperava que o plano da
salva����o fracassasse; mas esse plano estava muito bem estabelecido para
que fosse arruinado ou prejudicado.
Cristo �� o exemplo para todos os crist��os. Q u a n d o eles s��o tentados ou
seus direitos s��o discutidos, devem suportar isso pacientemente.
Os servos de Cristo n��o devem achar que t��m direito de apelar para o
Senhor a fim de ostentar Seu poder em obter vit��ria sobre seus inimigos,
38
O libertador
a menos que Deus seja diretamente honrado e glorificado por meio disso. Se
Jesus tivesse Se jogado de cima do templo, n��o teria glorificado o Pai, pois
ningu��m teria testemunhado esse ato a n��o ser Satan��s e os anjos de Deus.
Al��m disso, exibir poder ao pior advers��rio teria sido tentar ao Senhor. Isso
teria sido ceder ��quele que Jesus viera para vencer.
Em seguida, "o diabo O levou a um lugar alto e mostrou-Lhe num relance
todos os reinos do mundo. E Lhe disse: 'Eu Te darei toda a autoridade sobre
eles e todo o seu esplendor, porque me foram dados e posso d��-los a quem
eu quiser. Ent��o, se me adorares, tudo ser�� Teu.' Jesus respondeu: 'Est��
escrito: Adore o Senhor, o seu Deus, e s�� a Ele preste culto'" (Lucas 4:5-8).
Satan��s apresentou diante de Jesus os reinos do mundo da forma mais
atrativa. Se Cristo o adorasse ali, o diabo estaria disposto a renunciar ��s
suas pretens��es de dominar a Terra.
Se o plano da salva����o fosse executado e Jesus morresse para redimir
o ser h u m a n o . Satan��s sabia que seu poder se tornaria limitado e, por fim,
seria tirado, e que ele seria destru��do. Portanto, era seu plano premedi-
tado impedir, se poss��vel, o cumprimento da grande obra que o Filho de
Deus havia iniciado. Se o plano da reden����o humana falhasse, Satan��s
conservaria o reino que reivindicava. Ele se vangloriava de que, se fosse
bem-sucedido, reinaria em oposi����o ao Deus do C �� u .
Satan��s se alegrou ao ver Jesus depondo o poder e a gl��ria quando
deixou o C��u. Achava que o Filho de Deus estaria ent��o sob seu poder.
A tenta����o foi acolhida t��o facilmente por Ad��o e Eva no ��den que ele
esperava, com seu poder e engano sat��nicos, derrotar at�� o Filho de Deus,
salvando por esse meio a pr��pria vida, bem como seu reino. Se ele pudesse
levar Jesus a Se afastar da vontade do Pai, seu objetivo estaria alcan��ado.
No entanto, Jesus confrontou o tentador com a repreens��o: "Retire-se,
Satan��s" (Mateus 4:10). Ele Se curvaria unicamente diante de Seu Pai.
Satan��s considerava como seu o reino da Terra e insinuou a Jesus que
todos os Seus sofrimentos poderiam ser evitados. Disse que Ele n��o preci-
sava morrer para obter os reinos deste m u n d o e que, se o adorasse, poderia
ter todas as posses da Terra e a gl��ria de reinar sobre elas.
No entanto, Jesus permaneceu firme. Sabia que viria o tempo em que
Ele, por Sua pr��pria vida, resgataria de Satan��s o reino e que, depois de
algum tempo, tudo no C �� u e na Terra se submeteria a Ele. Preferiu a vida
de sofrimento e a terr��vel morte como o caminho indicado pelo Pai, a fim
de tornar-Se o leg��timo herdeiro dos reinos da Terra e t��-los em Suas m��os
3 9
Em busca de esperan��a
como uma posse eterna. Satan��s tamb��m ser�� entregue para ser destru��do
pela morte, para nunca mais perturbar Jesus nem os santos na gl��ria.
Aliviando o s o f r i m e n t o - Jesus iniciou Sua obra quebrando o poder
de Satan��s sobre os que sofriam. Restabeleceu a sa��de dos doentes, deu
vista aos cegos e curou os deficientes f��sicos, fazendo-os saltar de alegria e
glorificar a Deus. Restaurou a sa��de dos que estavam enfermos e presos,
por muitos anos, pelo cruel poder de Satan��s. Com palavras cheias de
gra��a, Ele animou os fracos, indecisos e desanimados.
Os fr��geis e sofredores, que Satan��s mantinha com triunfo, Jesus arran-
cou de suas garras, dando-lhes vigor f��sico e grande alegria e felicidade.
Ressuscitou mortos, e estes glorificaram a Deus pela poderosa manifesta����o
de Seu poder. Ele atuou de maneira poderosa em favor de todos os que criam.
A vida de Cristo estava repleta de palavras e atos de bondade, com-
paix��o e amor. Estava sempre atento para escutar e aliviar as mis��rias
daqueles que iam at�� Ele. No corpo restaurado �� sa��de, multid��es leva-
vam a evid��ncia de Seu poder divino. No entanto, depois que a obra era
cumprida, muitos se envergonhavam do humilde mas poderoso Mestre.
Como as autoridades n��o criam em Jesus, o povo n��o estava disposto a
aceit��-Lo. Ele foi um Homem de dores e experimentado no sofrimento. Os
pecadores n��o suportariam ser governados por Sua vida s��bria e abnegada.
Desejavam desfrutar a honra que o mundo confere. Entretanto, muitos
seguiam o Filho de Deus e escutavam Suas instru����es, deleitando-se com as
palavras que t��o graciosamente sa��am de Sua boca. As palavras de Jesus eram
repletas de significado e t��o claras que os mais simples podiam compreender.
O p o s i �� �� o p e r s i s t e n t e - Satan��s e seus anjos cegaram os olhos e obs-
cureceram o entendimento dos judeus e instigaram os l��deres do povo e
as autoridades para tirar a vida do Salvador. Foram enviados oficiais a fim
de conduzir Jesus at�� os l��deres. Contudo, ao chegarem perto de onde Ele
estava, ficaram perplexos. Viram Jesus, cheio de empatia e compaix��o,
enquanto aliviava a afli����o das pessoas. Ouviram Cristo falar com amor
e ternura aos fracos e aflitos, animando-os. Testemunharam Sua autori-
dade ao repreender o poder de Satan��s e libertar seus cativos. Ouviram
as palavras de sabedoria que sa��am de Sua boca e se deixaram cativar por
elas. Assim, n��o conseguiram captur��-Lo. Ent��o, voltaram aos sacerdotes
e anci��os, sem Jesus.
4 0
O libertador
Q u a n d o interrogados: "Por que voc��s n��o O trouxeram?", relataram o
que haviam testemunhado de Seus milagres e as santas palavras de sabe-
doria, amor e conhecimento que tinham ouvido, e disseram: "Ningu��m
jamais falou da maneira como esse Homem fala" (Jo��o 7:45, 46).
Os chefes dos sacerdotes os acusaram de ser tamb��m enganados, e alguns
dos oficiais ficaram envergonhados de n��o O haverem prendido. Os sacerdo-
tes questionaram, de maneira desdenhosa, se alguma das autoridades havia
crido nEle. Muitos dos ju��zes e anci��os creram em Jesus, mas o maligno os
impedia de confessar isso. Temiam a censura do povo mais do que a Deus.
Apesar disso, a ast��cia e o ��dio de Satan��s n��o tinham destru��do o plano
da salva����o. O tempo para o cumprimento do objetivo pelo qual Jesus veio
ao mundo estava se aproximando. Satan��s e seus anjos se reuniram e deci-
diram inspirar a pr��pria na����o de Cristo a clamar impetuosamente por Seu
sangue, acumulando sobre Ele crueldade e esc��rnio. Esperavam que Jesus
Se ressentisse desse tratamento e deixasse de manter humildade e mansid��o.
Enquanto o diabo formulava seus planos, Jesus revelava cuidadosa-
mente aos disc��pulos os sofrimentos pelos quais deveria passar, a saber, que
Ele seria crucificado e ressuscitaria no terceiro dia. No entanto, pareciam
estar cegos e n��o compreendiam o que Ele lhes dizia.
A C R U C I F I X �� O
Cristo, o precioso Filho de Deus, foi levado e entregue ao povo para ser
crucificado. Os disc��pulos e os crentes das regi��es vizinhas se uniram �� mul-
tid��o que seguia o Mestre ao Calv��rio. A m��e de Jesus tamb��m estava ali,
amparada por Jo��o, o disc��pulo amado. Seu cora����o estava partido por uma
ang��stia indescrit��vel. No entanto, juntamente com os disc��pulos, ela espe-
rava que a dolorosa cena mudasse, que Jesus declarasse Seu poder e aparecesse
diante de Seus inimigos como o Filho de Deus. Ent��o, seu cora����o materno se
afligiu novamente quando ela relembrou as palavras com as quais Ele fizera
uma breve refer��ncia ��s coisas que estavam acontecendo naquele dia.
Jesus mal tinha passado o port��o da casa de Pilatos quando a cruz pre-
parada para Barrab��s foi posta sobre Seus ombros feridos e ensanguenta-
dos. Foram colocadas tamb��m cruzes sobre os companheiros de Barrab��s,
que deviam sofrer a morte junto com Jesus. O Salvador havia conduzido
Seu fardo s�� por uns poucos passos quando, devido �� perda de sangue e
excessiva fraqueza e dor, caiu desmaiado ao ch��o.
41
Em busca de esperan��a
Quando Jesus voltou a Si, a cruz foi novamente colocada sobre Seus
ombros e Ele foi for��ado a avan��ar.
P r e g a d o na cruz - Chegando ao lugar da execu����o, os condena-
dos foram amarrados ao instrumento de tortura. Enquanto os dois ladr��es
lutaram com as m��os dos que os colocavam na cruz, Cristo n��o ofere-
ceu resist��ncia alguma. A m��e de Jesus olhava com ang��stia e incerteza,
esperando que Ele realizasse um milagre para Se salvar. Viu Suas m��os
estendidas sobre a cruz ��� aquelas bondosas m��os que sempre tinham
concedido b��n����os e se estendido muitas vezes para curar os sofredores.
Ent��o foram pegos o martelo e os pregos. Ao serem estes cravados em Sua
carne e fixados na cruz, os disc��pulos, com o cora����o quebrantado, leva-
ram da cena cruel o corpo desmaiado da m��e de Jesus.
Cristo n��o fez uma queixa sequer. Seu rosto permaneceu calmo e
sereno, mas grandes gotas de suor estavam em Sua fronte. N��o houve
uma piedosa m��o para enxugar o suor da morte de Sua face, n e m palavras
de compaix��o e fidelidade inabal��vel para confortar Seu cora����o humano.
Ele estava pisando sozinho o lagar. Entre todas as pessoas ali, n��o havia
n e n h u m a com Ele.
Enquanto os soldados executavam a terr��vel obra, na mais intensa agonia
Jesus orava por Seus inimigos: "Pai, perdoa-lhes, porque n��o sabem o que
fazem" (Lucas 23:34). Aquela ora����o de Cristo pelos inimigos abrangia o
mundo inteiro, envolvendo cada pecador que viveria, at�� o fim dos tempos.
Depois de Jesus ser pregado na cruz, esta foi erguida por v��rios homens
fortes e lan��ada com grande viol��ncia no lugar preparado para ela, cau-
sando a mais intensa dor ao Filho de Deus. Ent��o uma cena terr��vel ocor-
reu. Sacerdotes, autoridades e escribas esqueceram a dignidade de seu
sagrado of��cio e se uniram �� multid��o em zombar e ridicularizar o agoni-
zante Filho de Deus. dizendo: "Se Tu ��s o Rei dos Judeus, salva-Te a Ti
mesmo'' (Lucas 23:37). Alguns, em tom jocoso, repetiam entre si: "Salvou
os outros, e n��o pode salvar-Se a Si mesmo" (Marcos 15:31). Os dignit��-
rios do templo, os rudes soldados, o infeliz ladr��o na cruz e os cru��is entre
a multid��o - todos se uniram nos insultos a Cristo.
Os ladr��es crucificados com Jesus sofriam a mesma tortura f��sica.
Entretanto, um deles, por causa do sofrimento, tornou-se mais insens��-
vel e desesperado. Juntou-se �� zombaria dos sacerdotes e insultou Jesus,
dizendo: "Se Tu ��s o Cristo, salva-Te a Ti mesmo, e a n��s" (Lucas 23:39).
4 2
O libertador
O outro criminoso n��o ficou indiferente. Quando ouviu as palavras de seu
companheiro de crime, ele o repreendeu, dizendo: "Voc�� n��o teme a Deus,
nem estando sob a mesma senten��a? N��s estamos sendo punidos com justi��a,
porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem. Mas este Homem
n��o cometeu nenhum mal" (Lucas 23:40, 41). Ent��o, quando seu cora����o se
voltou para Cristo, uma luz celestial iluminou sua mente. Naquele Jesus, ferido,
zombado e pendurado na cruz, ele viu o Redentor, sua ��nica esperan��a, e a Ele
apelou com humildade e f��: "Senhor lembra-Te de mim, quando vieres no Teu
reino. E Jesus lhe disse: Na verdade te digo hoje, que estar��s comigo no Para��so"
(Lucas 23:42, 43, Vers��o Trinit��ria).
Com espanto, os anjos contemplavam o infinito amor de Cristo, que,
sofrendo a mais intensa agonia f��sica e mental, pensava somente nos
outros e encorajava o cora����o arrependido a crer. Enquanto derramava a
pr��pria vida na morte, Ele exerceu pelo ser humano um amor mais forte
do que a morte. Muitos dos que testemunharam essas cenas no Calv��rio
foram por elas, posteriormente, firmados na f�� em Cristo.
Os inimigos de Jesus aguardavam Sua morte com uma expectativa
impaciente. Imaginavam que esse acontecimento apagaria para sempre os
rumores de Seu poder divino e as maravilhas de Seus milagres. Gabavam-se
de que n��o teriam mais que tremer por causa de Sua influ��ncia. Os solda-
dos cru��is que haviam pregado o corpo de Jesus na cruz dividiram entre
eles Suas vestes, disputando uma pe��a, que era uma t��nica sem costura.
Finalmente, decidiram o assunto lan��ando sortes.
O autor inspirado descreveu essa cena com detalhes, centenas de anos
antes de ela ocorrer: "C��es Me rodearam! Um bando de homens maus Me
cercou! Perfuraram Minhas m��os e Meus p��s. [...] Dividiram as Minhas
roupas entre si, e lan��aram sortes pelas Minhas vestes" (Salmos 22:16, 18).
A miss��o da vida terrena de Cristo estava ent��o quase cumprida. Sua l��n-
gua estava ressecada, e Ele disse: "Tenho sede" (Jo��o 19:28). Encharcaram
uma esponja com vinagre e fel e ofereceram a Ele para beber. Mas, quando
a provou, recusou-a. O Senhor da vida e da gl��ria estava morrendo como
resgate pela ra��a humana. Foi o senso do pecado, trazendo a ira do Pai sobre
Si como substituto dos seres humanos, que tornou t��o amargo o c��lice que
Jesus bebeu, o qual quebrantou o cora����o do Filho de Deus.
Cristo foi feito s u b s t i t u t o e p e n h o r do pecador, e a iniquidade
h u m a n a foi posta sobre Ele. Foi contado c o m o transgressor a fim
de redimir os seres h u m a n o s da maldi����o da lei. A culpa de cada
4 3
Em busca de esperan��a
d e s c e n d e n t e de Ad��o em todos os s��culos pesava sobre Seu cora����o;
e a ira de D e u s e a terr��vel manifesta����o de Seu desagrado por causa
da iniquidade e n c h e r a m de c o n s t e r n a �� �� o a m e n t e de Seu Filho. Nessa
hora de intensa ang��stia, o afastamento do s e m b l a n t e divino feriu o
cora����o do Salvador, c a u s a n d o u m a dor que n u n c a poder�� ser bem
c o m p r e e n d i d a pelo ser h u m a n o .
Toda dor suportada pelo Filho de Deus sobre a cruz, as gotas de san-
gue que corriam de Sua fronte, das m��os e dos p��s, as convuls��es de
agonia que sacudiam Seu corpo e a indescrit��vel ang��stia que enchia Sua
alma quando o Pai ocultou dEle a face falam ao ser humano, dizendo: "Foi
por amor a voc�� que o Filho de Deus consentiu em levar sobre Si esses
odiosos crimes; por voc��, Ele rompeu o dom��nio da morte e abriu os por-
t��es do Para��so e da vida imortal."
Aquele que, por Sua Palavra, acalmou as ondas revoltas e andou sobre
as ��guas agitadas, que fez dem��nios tremerem e a doen��a fugir a Seu toque,
que chamou os mortos �� vida e abriu os olhos dos cegos ofereceu a Si mesmo
sobre a cruz como o ��ltimo sacrif��cio pelo ser humano. Ele, o portador dos
pecados, suportou uma puni����o judicial pela iniquidade e tornou-Se Ele
mesmo pecado, em favor do homem.
Satan��s, com suas tenta����es cru��is, torturava o cora����o de Jesus.
O pecado, t��o odioso �� Sua vista, foi acumulado sobre Jesus at�� que Ele
sucumbiu sob seu peso. N��o �� de admirar q u e Sua natureza h u m a n a
tenha vacilado nessa hora terr��vel. C o m espanto, os anjos presenciaram
a agonia desesperada do Filho de Deus, muito maior que a dor f��sica,
que quase n��o era sentida por Ele. Os anjos do C �� u cobriram o rosto
para n��o ver as cenas terr��veis.
A natureza inanimada parecia sofrer diante do que ocorria com seu
Criador, que morria de forma t��o ultrajante. O Sol recusou iluminar
a cena espantosa. Seus raios fortes e brilhantes clareavam a Terra ao
meio-dia, quando, de r e p e n t e , escureceram. Completa escurid��o, como
um manto de morte, envolveu a cruz e seus arredores. As trevas perma-
neceram por tr��s horas. Por volta das tr��s da tarde, a terr��vel escurid��o
se afastou de sobre o povo, mas como um manto continuou a envolver
o Salvador. Os rel��mpagos furiosos pareciam ser lan��ados sobre Ele,
e n q u a n t o estava suspenso na cruz. Ent��o "Jesus bradou em alta voz:
'Elo��, Elo��, lam�� sabact��ni?', que significa 'Meu Deus! M e u Deus! Por
que Me abandonaste?"' (Marcos 15:34).
4 4
O libertador
"Est�� c o n s u m a d o " - Em sil��ncio, o povo aguardava o fim da terr��vel
cena. Outra vez o Sol brilhou, mas a cruz continuava circundada de trevas.
De repente, a sombra ergueu-se de sobre a cruz; e, em tons claros, como
de trombeta, que pareciam ressoar por toda a cria����o, Jesus bradou: "Est��
consumado!" (Jo��o 19:30). "Pai, nas Tuas m��os entrego o Meu esp��rito"
(Lucas 23:46). Uma luz envolveu a cruz, e a face do Salvador brilhou com
uma gl��ria semelhante �� do Sol. Baixando ent��o a cabe��a sobre o peito,
deu o ��ltimo suspiro.
No momento em que Cristo morreu, havia sacerdotes ministrando
no templo diante do v��u que separava o lugar santo do sant��ssimo.
Subitamente eles sentiram a terra tremer sob seus p��s; e o v��u do templo,
uma forte e valiosa cortina renovada anualmente, foi rasgado em dois, de
cima a baixo pela mesma m��o misteriosa que escreveu as palavras de con-
dena����o nas paredes do pal��cio de Bels��zar.
Jesus n��o entregou a vida at�� ter cumprido a obra que viera realizar.
Ele exclamou em Seu ��ltimo suspiro: "Est�� consumado!" (Jo��o 19:30).
Os anjos se alegraram quando essas palavras foram proferidas, pois o
grande plano da reden����o estava sendo concretizado de maneira triun-
fante. Houve alegria no C �� u , pois os filhos de Ad��o, a partir daquele
momento, poderiam, mediante uma vida de obedi��ncia, por fim ser ele-
vados �� presen��a de Deus. Satan��s foi derrotado e sabia que seu reino
estava perdido.
O s e p u l t a m e n t o - Jo��o estava ansioso para saber que medidas tomar
em rela����o ao corpo de seu querido Mestre. Estremeceu ao pensar que
seria tocado por soldados brutos e insens��veis e colocado em uma sepul-
tura desonrosa. Sabia que n��o podia obter n e n h u m favor das autorida-
des judaicas e esperava pouco de Pilatos. No entanto, Jos�� e Nicodemos
tomaram a dianteira nessa emerg��ncia. Ambos eram membros do Sin��drio
e tinham liga����o com Pilatos. Sendo ricos e influentes, decidiram que o
corpo de Jesus teria um sepultamento digno.
Jos�� ousadamente foi a Pilatos e pediu-lhe o corpo do Senhor. Pilatos
ent��o deu uma ordem oficial para que fosse entregue a Jos��. Enquanto
o disc��pulo Jo��o estava aflito quanto ao corpo sagrado do amado Mestre,
Jos�� de Arimateia voltou com a ordem do governador. Nicodemos, ante-
cipando o resultado da conversa de Jos�� com Pilatos, chegou com uma
mistura muito cara de mirra e alo��s, de cerca de 35 quilos. A pessoa mais
4 5
Em busca de esperan��a
honrada em Jerusal��m, n��o se poderia demonstrar mais respeito na hora
da morte.
De forma delicada e reverente, eles removeram com as pr��prias m��os o
corpo de Jesus do instrumento de tortura. Derramavam l��grimas de com-
paix��o ao contemplarem Seu corpo ferido e desfigurado, que cuidadosa-
mente banharam e limparam das marcas de sangue. Jos�� tinha um sepulcro
novo, talhado em uma rocha, que estava reservado para si mesmo; ficava
pr��ximo ao Calv��rio, e ele preparou seu sepulcro para Jesus.
Com as especiarias levadas por Nicodemos, o precioso corpo foi cuidado-
samente envolto em um len��ol de linho, e os tr��s disc��pulos conduziram-no ao
sepulcro novo, onde homem algum jamais havia sido colocado. Eles endirei-
taram os membros lacerados e cruzaram as m��os feridas sobre o peito inerte.
As mulheres da Galileia foram ver se havia sido feito tudo o que se podia
pelo corpo sem vida do querido Mestre. Viram, ent��o, que a pedra pesada havia
sido rolada para a entrada do sepulcro, e o Salvador, deixado a repousar. As
mulheres foram as ��ltimas junto �� cruz e as ��ltimas tamb��m a deixar o sepulcro.
Embora as autoridades judaicas tivessem realizado o prop��sito diab��-
lico de matar o Filho de Deus, suas apreens��es n��o diminu��ram nem sua
inveja morreu. Misturado com a alegria da vingan��a satisfeita, havia um
temor sempre presente de que o corpo morto, repousando no sepulcro de
Jos��, pudesse voltar �� vida. Por isso, "os chefes dos sacerdotes e os fari-
seus dirigiram-se a Pilatos e disseram: Senhor, lembramos que, enquanto
ainda estava vivo, aquele impostor disse: Depois de tr��s dias ressuscitarei.'
Ordena, pois, que o sepulcro dEle seja guardado at�� o terceiro dia, para
que n��o venham os disc��pulos e, roubando o corpo, digam ao povo que
Ele ressuscitou dentre os mortos. Este ��ltimo engano ser�� pior do que o
primeiro" (Mateus 27:62-64).
Pilatos tamb��m n��o desejava que Jesus ressurgisse com poder para
punir a culpa daqueles que O haviam executado. Assim, colocou uma
escolta de soldados romanos sob o comando dos sacerdotes.
Os judeus compreendiam a vantagem de ter essa guarda nas proximi-
dades do t��mulo de Jesus. Foi colocado um selo sobre a pedra que fechava
o sepulcro para n��o ser violado sem ser percebido. Todas as precau����es
foram tomadas contra qualquer pr��tica fraudulenta dos disc��pulos em
rela����o ao corpo de Jesus. Entretanto, todos esses planos e precau����es
apenas serviram para tornar maior o ��xito da ressurrei����o e mais plena-
mente estabelecida a sua veracidade.
4 6
cap��tulo
A conquista 7
Os disc��pulos descansaram no s��bado, entristecidos pela morte do Senhor,
enquanto Jesus, o Rei da Gl��ria, jazia no t��mulo. Aproximando-se a
noite, soldados se posicionaram para guardar o lugar de repouso do
Salvador, enquanto anjos invis��veis pairavam sobre o local sagrado.
A noite passou lentamente e, enquanto ainda era escuro, os anjos vigi-
lantes sabiam que estava quase chegando a hora para o livramento do
amado Filho de Deus, seu querido Comandante.
Enquanto esperavam com a mais profunda emo����o a hora do triunfo de
Cristo, um poderoso anjo veio voando rapidamente do C��u. Seu rosto era
como o rel��mpago, e suas vestes brancas como neve. Sua luz dissipava as
trevas por onde passava e fez com que os anjos maus, que triunfantemente
reivindicavam o corpo de Jesus, fugissem com terror de seu brilho e gl��ria.
Um dos anjos do ex��rcito celestial, que havia testemunhado a cena da
humilha����o de Cristo e estivera vigiando Seu lugar de repouso, uniu-se
ao anjo vindo do C��u, e juntos desceram ao sepulcro. A terra tremeu e se
agitou quando se aproximaram, e houve um grande terremoto.
O terror se apoderou da guarda romana. Onde estava agora o seu poder
para guardar o corpo de Jesus? N��o pensaram em seu dever nem que os disc��-
pulos o pudessem roubar. Sob o resplendor da luz dos anjos, mais brilhante do
que o Sol, a guarda romana caiu como morta ao ch��o. Um dos anjos segurou
firmemente a grande pedra, rolou-a da porta do sepulcro e sentou-se sobre
ela. O outro entrou no t��mulo e desatou o pano da cabe��a de Jesus.
"Teu Pai Te chama'' - Ent��o o anjo que chegara do C �� u , com uma
voz que fez a terra tremer, bradou: "Filho de Deus, Teu Pai Te chama!
Sai!" A morte n��o mais poderia ter dom��nio sobre Ele. Jesus ressurgiu dos
mortos, como um vencedor triunfante. C o m solene temor, os anjos con-
templaram a cena. E, ao Jesus sair do sepulcro, aqueles anjos resplande-
centes se prostraram em terra, em adora����o, e O aclamaram com c��nticos
de vit��ria e triunfo.
4 7
Em busca de esperan��a
Os anjos de Satan��s foram obrigados a fugir diante da luz brilhante e
intensa dos anjos celestiais. Eles amargamente se queixaram a seu l��der de
que a presa lhes havia sido violentamente tomada e que Aquele que tanto
odiavam havia ressuscitado dos mortos.
Satan��s e seu ex��rcito tinham se alegrado com o fato de que o poder
deles sobre o homem deca��do houvesse feito com que o Senhor da vida
fosse posto no t��mulo. No entanto, esse triunfo infernal durou pouco.
Pois, ao sair Jesus de Sua pris��o, como um majestoso vencedor, Satan��s
soube que, depois de algum tempo, ele pr��prio deveria morrer, e seu reino
passaria Aquele a quem pertencia por direito. Ele lamentou e ficou irado,
pois, apesar de todos os esfor��os, Jesus n��o fora vencido. Ao contr��rio, Ele
tinha aberto um caminho de salva����o para o ser humano, e qualquer um
que quisesse entraria nele e seria salvo.
Os anjos maus e seu c o m a n d a n t e se reuniram em conselho para con-
siderar como continuariam o trabalho contra o governo de Deus. Ent��o
Satan��s mandou seus servos irem aos chefes dos sacerdotes e anci��os,
ele Disse: "Conseguimos engan��-los, cegando seus olhos e e n d u r e c e n d o
seu cora����o contra Jesus. Fizemos com que acreditassem que Ele era
um impostor. Agora, aquela guarda romana levar�� a not��cia odiosa de que
Cristo ressuscitou. N��s levamos os sacerdotes e anci��os a odiar Jesus e
a mat��-Lo. Ent��o mostrem a eles que, caso se torne conhecido o fato
de que Cristo ressuscitou, ser��o apedrejados pelo povo por matarem um
H o m e m inocente."
O relat��rio da guarda r o m a n a - Q u a n d o o ex��rcito de anjos celes-
tiais se afastou do sepulcro e se dissiparam a luz e a gl��ria, a guarda romana
se arriscou a erguer a cabe��a e olhar ao redor. Encheram-se de espanto ao
ver que a grande pedra tinha sido rolada da entrada do sepulcro e que o
corpo de Jesus havia desaparecido. Foram apressadamente �� cidade para
contar aos sacerdotes e anci��os o que tinham visto.
Ao ouvir a impressionante not��cia, aqueles assassinos ficaram p��lidos.
Foram tomados de horror ao pensar no que haviam feito. Se a not��cia era
verdadeira, eles estavam perdidos. Por algum tempo, ficaram sentados em
sil��ncio, olhando uns para os outros, n��o sabendo o que fazer ou dizer.
Aceitar a not��cia seria condenar-se. Eles se reuniram para decidir o que
deveria ser feito. Falaram que, se a not��cia dada pela guarda circulasse entre
o povo, aqueles que mataram Cristo seriam mortos como Seus assassinos.
4 8
A conquista
Resolveram, ent��o, subornar os soldados para manter o assunto em
segredo. Os sacerdotes e anci��os lhes ofereceram uma grande soma de
dinheiro para que dissessem: "Os disc��pulos dEle vieram durante a noite e
furtaram o corpo, enquanto est��vamos dormindo (Mateus 28:13). Quando
a guarda questionou o que seria feito com eles por dormirem em seu posto,
os oficiais judeus prometeram convencer o governador em benef��cio da
seguran��a deles. Por amor ao dinheiro, a guarda romana vendeu sua honra e
concordou em seguir a recomenda����o dos sacerdotes e anci��os.
As m u l h e r e s no s e p u l c r o - Cedo, na manh�� do primeiro dia da
semana, antes que clareasse, as mulheres chegaram ao sepulcro, levando
especiarias suaves para ungir o corpo de Jesus. Notaram que a pedra
pesada tinha sido rolada da entrada do sepulcro e que o corpo de Cristo
n��o estava ali. Ficaram abatidas e temeram que seus inimigos tivessem
levado o corpo. Subitamente, elas viram dois anjos com vestes brancas e
com rosto resplandecente.
Esses seres celestiais compreenderam a inten����o das mulheres e, ime-
diatamente, lhes disseram que Jesus n��o estava ali, que havia ressuscitado,
mas que podiam ver o lugar onde havia estado. Pediram que fossem dizer aos
disc��pulos que Ele iria �� frente deles para a Galileia. Com temor e grande
alegria, as mulheres foram apressadamente at�� os entristecidos disc��pulos
e contaram a eles as coisas que tinham visto e ouvido. Os ap��stolos n��o
acreditavam que Jesus tivesse ressuscitado. Mesmo assim, juntamente com
as mulheres que tinham levado a not��cia, eles correram apressadamente
ao sepulcro. Verihcaram que Jesus n��o
estava ali. Viram as roupas de linho,
Notaram que a pedra
mas n��o conseguiam acreditar nas boas-
-novas de que Ele havia ressuscitado
pesada tinha sido
dentre os mortos. Ent��o eles voltaram
rolada da entrada do
para casa admirados com o que tinham
sepulcro e que o corpo
visto e tamb��m com a not��cia dada pelas
de Cristo n��o estava ali.
mulheres.
Maria preferiu ficar ao lado do
sepulcro, pensando no que tinha visto e
angustiada com o pensamento de que pudesse ter sido enganada. Pressentia
que momentos dif��ceis a aguardavam. Sua dor se renovou, e ela come��ou
a chorar amargamente. Abaixou-se para olhar de novo dentro do sepulcro
4 9
Em busca de esperan��a
e viu dois anjos vestidos de branco. Um estava assentado no lugar em que
estivera a cabe��a de Jesus, e o outro onde estiveram os p��s. Eles falaram a
ela com ternura e perguntaram por que chorava. Ela respondeu: "Porque
levaram o meu Senhor, e n��o sei onde O puseram" (Jo��o 20:13).
"N��o Me d e t e n h a s " - Ao sair do sepulcro, Maria viu Jesus ali perto,
em p��, mas n��o O reconheceu. Ele falou-lhe com ternura, questionando
a causa de sua tristeza e perguntando q u e m ela procurava. Supondo que
fosse o jardineiro, suplicou-lhe que, se ele tinha levado o corpo do Senhor,
lhe dissesse onde O havia posto, para que ela pudesse lev��-Lo.
Jesus falou-lhe com Sua pr��pria voz celestial, dizendo: "Maria!" (Jo��o
20:16). Ela j�� conhecia a tonalidade daquela doce voz e prontamente res-
pondeu: "Mestre!" (Jo��o 20:16). Em sua alegria, apressou-se para abra����-Lo.
Por��m, Jesus disse: "N��o Me detenhas; porque ainda n��o subi para Meu
Pai, mas vai ter com os M e u s irm��os e dize-lhes: Subo para M e u Pai e
vosso Pai, para M e u Deus e vosso Deus" (Jo��o 20:17).
Com alegria, ela correu imediatamente aos disc��pulos com as boas-novas.
Jesus rapidamente subiu ao Pai a fim de ouvir de Seus l��bios que Ele acei-
tara o sacrif��cio e para receber todo o poder no C �� u e na Terra.
Anjos, assemelhando-se a uma nuvem, rodearam o Filho de Deus e
ordenaram que os portais eternos se levantassem, para que o Rei da Gl��ria
entrasse. Enquanto estava com aquele resplandecente ex��rcito celestial,
na presen��a de Deus e cercado de gl��ria, Jesus n��o Se esqueceu dos
disc��pulos na Terra. Ele recebeu poder do pr��prio Pai a fim de voltar e
transmiti-lo a Seus seguidores. No mesmo dia, voltou e mostrou-Se a eles.
Permitiu-lhes ent��o que Lhe tocassem, pois tinha ascendido ao Pai e havia
recebido poder.
Q u a r e n t a dias ainda na Terra ��� Jesus permaneceu com os disc��pu-
los quarenta dias, proporcionando satisfa����o e alegria ao lhes revelar mais
amplamente as realidades do reino de Deus.
Ele os comissionou a dar testemunho das coisas que tinham visto e ouvido,
com rela����o a Seus sofrimentos, Sua morte e ressurrei����o. Deveriam anunciar
que Ele fizera um sacrif��cio pelo pecado e que todos que quisessem poderiam
ir a Ele e encontrar vida. Com afei����o sincera, disse-lhes que seriam persegui-
dos e enfrentariam tribula����es, mas que encontrariam al��vio, recordando-se
de Sua experi��ncia e lembrando-se de Suas palavras.
5 0
A conquista
Jesus lhes contou que tinha vencido as tenta����es de Satan��s e obtido
vit��ria por meio de prova����es e sofrimentos. O diabo n��o mais teria poder
sobre Ele, mas faria suas tenta����es reca��rem mais diretamente sobre os
disc��pulos e todos os que cressem em Seu nome. Entretanto, eles pode-
riam vencer, assim como Ele venceu.
Cristo dotou Seus seguidores de poder para fazer milagres e disse-lhes
que, embora fossem perseguidos por pessoas ��mpias, Ele enviaria os anjos,
de tempos em tempos, para livr��-los. A vida deles n��o poderia ser tirada
antes que sua miss��o fosse cumprida. Poderia ent��o ser exigido deles selar
com sangue os testemunhos que dariam.
Os disc��pulos, ansiosos e alegremente, escutaram os ensinos, absor-
vendo com avidez cada palavra que sa��a de Sua boca. Sabiam ent��o com
certeza que Ele era o Salvador do mundo. Suas palavras lhes calavam
profundamente no cora����o, e entristeciam-se de que logo teriam que se
separar de seu Mestre e n��o mais ouviriam de Seus l��bios palavras con-
fortadoras e bondosas.
Novamente o cora����o deles se encheu de amor e imensa alegria, ao
ouvirem Jesus dizer que lhes prepararia moradas, que viria outra vez e
os receberia, para que pudessem estar sempre com Ele. Prometeu tam-
b��m enviar o Consolador, o Esp��rito Santo, para gui��-los em toda verdade.
"E, levantando as Suas m��os, os aben��oou'' (Lucas 24:50).
A A S C E N S �� O
Todo o C �� u estava �� espera da hora triunfante quando Jesus ascen-
deria ao Pai. Anjos sa��ram para receber o Rei da Gl��ria e acompanh��-
Lo triunfantemente ao C��u. Depois que Cristo aben��oou os disc��pulos,
separou-Se deles e foi conduzido ��s alturas. Ao subir, a multid��o de cativos
que havia ressuscitado por ocasi��o de Sua ressurrei����o, seguiu-O. Uma
multid��o do ex��rcito celestial estava no cortejo, enquanto, no C �� u , uma
incont��vel quantidade de anjos aguardava Sua chegada.
Subindo eles para a santa cidade, os anjos que acompanhavam Jesus
clamavam: "Levantai, �� portas, as vossas cabe��as; levantai-vos, �� portais
eternos, para que entre o Rei da Gl��ria" (Salmos 24:7). Os anjos na cidade
clamavam com entusiasmo: "Quem �� o Rei da Gl��ria?" (Salmos 24:8).
Ao que os anjos do s��quito respondiam em triunfo: "O Senhor, forte e
poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas. Levantai, �� portas, as vossas
51
Em busca de esperan��a
cabe��as; levantai-vos, �� portais eternos, para que entre o Rei da Gl��ria''
(Salmos 24:8, 9). Novamente, os anjos que estavam �� espera perguntavam:
"Quem �� o Rei da Gl��ria?', e os anjos do acompanhamento respondiam
em melodiosos acordes: "O Senhor dos Ex��rcitos, Ele �� o Rei da Gl��ria"
(Salmos 24:10). Assim, o s��quito celestial entrou na cidade de Deus.
Ent��o, todo o ex��rcito do C �� u rodeou seu majestoso C o m a n d a n t e e,
com a mais profunda adora����o, prostrou-se diante dEle, lan��ando suas
coroas brilhantes a Seus p��s. Em seguida, tocaram as harpas de ouro e,
com doces e melodiosos acordes, encheram o C �� u todo com admir��vel
m��sica e c��nticos ao Cordeiro que havia sido morto, mas vivia novamente
em gl��ria e majestade.
A p r o m e s s a de retorno - Ao olharem os disc��pulos tristemente para
o C��u, a fim de ver pela ��ltima vez o Senhor que subia, dois anjos vestidos
de branco se puseram ao lado deles. E disseram: "Galileus, por que voc��s
est��o olhando para o c��u? Este mesmo Jesus, que dentre voc��s foi elevado
aos C �� u s , voltar�� da mesma forma como O viram subir" (Atos 1:11). Os
disc��pulos e a m��e de Jesus, que testemunharam a ascens��o do Filho de
Deus, passaram a noite seguinte falando a respeito de Seus atos maravi-
lhosos e dos estranhos e gloriosos fatos ocorridos em um curto intervalo
de tempo.
A ira do i n i m i g o - O advers��rio de novo se reuniu com seus anjos
e, com ��dio violento contra o governo de Deus, disse-lhes que, enquanto
ele mantivesse seu poder e autoridade na Terra, seus esfor��os deveriam
ser dez vezes mais fortes contra os seguidores de Jesus. Em nada haviam
prevalecido contra Cristo, mas deveriam derrotar Seus seguidores, se pos-
s��vel. Em todas as gera����es deveriam procurar colocar armadilhas ��queles
que cressem em Jesus. Informou-lhes que o Mestre dera aos disc��pulos
poder para repreend��-los e expuls��-los, bem como para curar os que eles
afligissem. Ent��o, os anjos de Satan��s sa��ram como le��es rugindo, procu-
rando destruir os seguidores de Cristo.
52
cap��tulo
0 afastamento 8
Quando revelou aos disc��pulos o destino de Jerusal��m e as cenas do segundo
advento, Jesus predisse tamb��m a experi��ncia de Seu povo desde o tempo
em que Ele deveria deix��-los at�� a Sua volta em poder e gl��ria para a liber-
ta����o deles. Do Monte das Oliveiras, o Salvador contemplou as tempestades
prestes a desabar sobre a igreja apost��lica. E, avan��ando mais longe no tempo,
Seus olhos contemplaram as terr��veis e devastadoras tormentas que desabariam
sobre Seus seguidores nos futuros s��culos de trevas e persegui����o.
Em poucas e breves declara����es de tremendo significado, Cristo pre-
disse o que os governadores deste m u n d o haveriam de impor �� igreja de
Deus. Os disc��pulos de Cristo deveriam trilhar o mesmo caminho de
humilha����o, desprezo e sofrimento sobre o qual seu Mestre havia andado.
A inimizade que irrompera contra o Redentor do m u n d o se manifestaria
contra todos os que cressem em Seu nome.
A hist��ria da igreja apost��lica testificou o cumprimento das palavras do
Salvador. Os poderes da Terra e do inferno se arregimentaram contra Cristo na
pessoa de Seus seguidores. Os pag��os previam que, se o evangelho triunfasse,
seus templos e altares desapareceriam. Assim, convocaram suas for��as para
destruir o cristianismo. As chamas da persegui����o foram acesas. Os crist��os
eram destitu��dos de suas posses e expulsos de suas casas. Suportaram "grande
luta e sofrimentos'' (Hebreus 10:32). Eles "experimentaram esc��rnios e a��oi-
tes, e at�� cadeias e pris��es" (Hebreus 11:36). Grande n��mero deles selou seu
testemunho com o pr��prio sangue. Nobres e escravos, ricos e pobres, s��bios e
incultos foram de igual modo mortos sem miseric��rdia.
Os esfor��os de Satan��s para destruir violentamente a igreja de Cristo
foram em v��o. O grande conflito em que os disc��pulos de Jesus rendiam
a vida n��o cessava quando esses fi��is soldados tombavam em seus postos.
Com a derrota, eles venciam. Os obreiros de Deus eram mortos, mas a
Sua obra ia avante com firmeza. O evangelho continuava a se espalhar,
e o n��mero de seus adeptos s�� aumentava. Alcan��ou regi��es que eram
inacess��veis, mesmo ��s ��guias romanas.
53
Em busca de esperan��a
Um crist��o, discutindo com os governadores incr��dulos que fomentavam
a persegui����o, disse: Voc��s podem "nos matar, nos torturar; podem nos con-
denar. [...] Sua injusti��a �� prova de que somos inocentes. (...] Nem mesmo
sua crueldade [...] servir�� para alguma coisa". Isso foi apenas um convite mais
forte para atrair outros �� sua f��. "Quanto mais somos ceifados por voc��s, tanto
mais crescemos em n��mero. O sangue dos crist��os �� semente."1
Milhares eram aprisionados e mortos, mas outros surgiam para ocupar
seus lugares. Os que eram martirizados por sua f�� tornavam-se aquisi����o de
Cristo, por Ele considerados vencedores. Eles combateram o bom combate e
receber��o a coroa de gl��ria quando Cristo retornar. Os sofrimentos que supor-
tavam levavam os crist��os para mais perto uns dos outros e de Seu Redentor.
O exemplo deles em vida e seu testemunho ao morrer testificavam constante-
mente em favor da verdade; e, onde menos se esperava, os s��ditos de Satan��s
estavam deixando sua obra e alistando-se sob a bandeira de Cristo.
A grande decad��ncia ��� Ent��o, Satan��s formulou planos para guerrear
com mais ��xito contra o governo de Deus, hasteando sua bandeira na igreja
crist��. Se os seguidores de Cristo pudessem ser enganados e levados a desagra-
dar a Deus, sua for��a, seu poder e sua firmeza falhariam, e eles cairiam como
presa f��cil.
Ent��o o grande advers��rio se esfor��ou para obter pela ast��cia aquilo que
n��o havia conseguido pela for��a. Cessou a persegui����o e, em seu lugar, foi
posta a perigosa sedu����o da prosperidade temporal e da honra do mundo.
Id��latras eram levados a receber parte da f�� crist��, enquanto rejeitavam
outras verdades essenciais. Afirmavam aceitar Jesus como o Filho de Deus
e crer em Sua morte e ressurrei����o, mas n��o tinham a convic����o do pecado
nem sentiam necessidade de arrependimento ou de mudan��a de vida. Com
algumas concess��es de ambos os lados, pag��os e crist��os se uniam a fim de
que todos pudessem estar sobre a plataforma da cren��a em Cristo.
A igreja encontrava-se, ent��o, em terr��vel perigo. Pris��o, tortura, fogo
e espada eram b��n����os em compara����o com a nova realidade. Alguns dos
crist��os permaneceram firmes, declarando que n��o cederiam. Outros
argumentavam que, se cedessem ou mudassem algumas exig��ncias de sua
f�� e se unissem aos que aceitavam parcialmente o cristianismo, isso pode-
ria ser o meio para a convers��o completa deles. Foi um tempo de profunda
1 T e r t u l i a n o , Apologeticus, c a p . 5 0 .
5 4
O afastamento
ang��stia para os fi��is seguidores de Cristo. Sob a capa do suposto cristia-
nismo, Satan��s estava se introduzindo na igreja a fim de corromper a f�� e
desviar a mente da Palavra da verdade.
Por fim, a maioria dos crist��os consentiu em baixar a norma, formando-se
uma uni��o entre o cristianismo e o paganismo. Embora os adoradores de
��dolos dissessem estar convertidos e unidos �� igreja, apegavam-se ainda
�� idolatria, mudando apenas os objetos de culto pelas imagens de Jesus
e mesmo de Maria e dos santos. O fermento nocivo da idolatria, assim
levado para a igreja, continuou a obra mal��fica. Doutrinas erradas, ritos
supersticiosos e cerim��nias id��latras foram incorporados �� f�� crist��.
Unindo-se os seguidores de Cristo aos id��latras, a religi��o crist�� se
tornou corrupta, e a igreja perdeu sua pureza e seu poder. Entretanto,
houve pessoas que n��o foram desencaminhadas por esses enganos.
Mantinham-se ainda fi��is �� verdade b��blica e adoravam somente a Deus.
Sempre existiram duas classes entre os que dizem ser seguidores de
Cristo. Enquanto uma delas estuda a vida do Salvador e fervorosamente
procura corrigir seus defeitos e se adequar ao Modelo, a outra evita as
verdades claras e pr��ticas que exp��em seus erros. Mesmo em sua melhor
condi����o, a igreja n��o se comp��s unicamente dos verdadeiros, puros e
sinceros.
O Salvador ensinou que os que voluntariamente admitem o pecado
n��o devem ser recebidos na igreja. No entanto, Ele aceitou pessoas com
falhas de car��ter e lhes concedeu os benef��cios de Seu ensino e exemplo,
para que tivessem oportunidade de ver seus erros e corrigi-los.
Contudo, n��o h�� uni��o entre o Pr��ncipe da luz e o pr��ncipe das trevas,
e n e n h u m a uni��o poder�� haver entre seus seguidores. Q u a n d o consenti-
ram em se unir aos n��o convertidos, os crist��os entraram em um cami-
nho que os levou para mais longe da verdade. Satan��s se alegrou em ter
conseguido enganar t��o grande n��mero dos seguidores de Cristo. Ent��o
usou seu poder para atuar de modo mais intenso sobre eles e os inspirou a
perseguir aqueles que permaneceram fi��is a Deus.
Ningu��m compreendia t��o bem como se opor �� verdadeira f�� crist��
como os que haviam sido seus defensores. Esses crist��os ap��statas,
unindo-se aos companheiros pag��os, dirigiram seus ataques contra os
aspectos mais importantes das doutrinas de Cristo.
Foi necess��ria uma luta intensa por parte dos que desejavam ser fi��is
e permanecer firmes contra os enganos e abomina����es disfar��ados sob as
5 5
Em busca de esperan��a
vestes sacerdotais e que se introduziam na igreja. A B��blia n��o era aceita
como a norma de f��. A doutrina da liberdade religiosa era chamada de
heresia, sendo odiados e proscritos os seus mantenedores.
R o m p i m e n t o n e c e s s �� r i o - Depois de um conflito longo e dif��cil, os
poucos fi��is decidiram dissolver toda a uni��o com a igreja ap��stata, caso ela
ainda recusasse se libertar da falsidade e da idolatria. Eles viram que, uma
vez que desejavam obedecer �� Palavra de Deus, a separa����o era uma neces-
sidade imperativa. N��o podiam tolerar erros fatais �� sua pr��pria vida nem
dar um exemplo que pusesse em perigo a f�� por parte de seus filhos e netos.
Para assegurar a paz e a unidade, os fi��is estavam prontos a fazer qualquer
concess��o coerente com a fidelidade para com Deus; mas acreditavam que
mesmo a paz s�� seria obtida com o alto custo do sacrif��cio dos princ��pios. Se a
unidade pudesse ser assegurada somente por meio do abandono da verdade e
da justi��a, seria prefer��vel que prevalecessem as diferen��as e as consequentes
lutas. Como seria bom, para a igreja e para o mundo, se os princ��pios mantidos
por aquelas pessoas fi��is revivessem no cora����o dos que se dizem povo de Deus!
O ap��stolo Paulo declarou que "todos quantos querem viver piedosamente
em Cristo Jesus ser��o perseguidos" (2 Tim��teo 3:12). Ent��o, por que a perse-
gui����o, em grande parte, parece adormecida? A ��nica raz��o �� que a igreja se
conformou com a norma do mundo e, por isso, n��o desperta oposi����o.
A religi��o que prevalece em nosso tempo n��o �� do tipo puro e santo
que marcou a f�� crist�� nos dias de Cristo e dos ap��stolos. O cristianismo
�� visivelmente t��o popular no m u n d o por causa da disposi����o em transigir
com o pecado, por serem as grandes verdades da Palavra de Deus consi-
deradas com indiferen��a e por haver t��o pouca consagra����o na igreja. Se
ocorrer um reavivamento da f�� e do poder da igreja apost��lica, o esp��rito
de opress��o reviver��, reacendendo-se as chamas da persegui����o.
O M I S T �� R I O DA T R A N S G R E S S �� O
O ap��stolo Paulo, na segunda carta aos tessalonicenses, predisse a
grande apostasia resultante do estabelecimento do poder papal. Declarou
que o dia de Cristo n��o chegaria "sem que primeiro [viesse] a apostasia e
[fosse] revelado o homem da iniquidade, o filho da perdi����o, o qual se op��e
e se levanta contra tudo que se chama Deus ou �� objeto de culto, a ponto
de assentar-se no santu��rio de Deus, ostentando-se como se fosse o pr��prio
56
O afastamento
Deus" (2 Tessalonicenses 2:3, 4). Al��m disso, o ap��stolo advertiu os irm��os
de que o "mist��rio da iniquidade" j�� estava em a����o (2 Tessalonicenses 2:7).
Mesmo naquelas primeiras d��cadas, ele viu, infiltrando-se na igreja, erros
que preparariam o caminho para o desenvolvimento do papado.
Pouco a pouco, o mist��rio da iniquidade levou avante sua obra de
engano e blasf��mia, a princ��pio de forma secreta e silenciosa e, depois,
abertamente, �� medida que crescia em for��a e conquistava o dom��nio da
mente dos homens. De forma quase impercept��vel, os costumes do paga-
nismo entraram na igreja crist��.
O esp��rito de concess��o e conformidade havia sido restringido durante
algum tempo pelas terr��veis persegui����es que a igreja suportara sob o
paganismo. No entanto, ao cessar a persegui����o e entrar o cristianismo
nas cortes e nos pal��cios dos reis, a igreja deixou de lado a humildade e
simplicidade de Cristo e dos ap��stolos em troca da pompa e do orgulho
dos sacerdotes e governadores pag��os. Assim, em lugar dos mandamentos
de Deus, colocou teorias e tradi����es humanas.
A convers��o nominal do imperador Constantino, na primeira parte do
4o s��culo, causou grande euforia; e o mundo, sob o manto de aparente jus-
ti��a, introduziu-se na igreja. A obra de corrup����o progredia rapidamente.
O paganismo, embora parecesse suplantado, tornou-se vencedor. Seu
esp��rito dominava a igreja. As doutrinas, cerim��nias e supersti����es pag��s
foram incorporadas �� f�� e ao culto dos que se diziam seguidores de Cristo.
Esse ajuste m��tuo entre paganismo e cristianismo resultou no desenvol-
vimento do "homem do pecado" (2 Tessalonicenses 2:3), predito na profecia
como opondo-se a Deus e exaltando-se acima de Deus. Um gigantesco sis-
tema de religi��o tornou-se a obra-prima do inimigo de Deus, um monumento
de seus esfor��os para ocupar o trono e governar a Terra segundo a sua vontade.
Para conseguir proveitos e honras seculares, a igreja foi levada a buscar
o favor e apoio dos homens poderosos da Terra. Havendo assim rejeitado
a Cristo, ela foi induzida a prestar obedi��ncia ao representante do inimigo
de Deus - o bispo de Roma.
Uma das principais doutrinas do cristianismo medieval �� a de que o
papa �� o governante vis��vel da igreja universal de Cristo, investido de auto-
ridade suprema sobre os bispos e pastores em todas as partes do mundo.
Mais do que isso, o papa atribui a si mesmo os t��tulos da Divindade.
No entanto, Satan��s sabia que as Escrituras Sagradas habilitariam as
pessoas a discernir seus enganos e resistir a seu poder. Foi pela Palavra que
57
Em busca de esperan��a
o Salvador do mundo resistiu a seus ataques. Em cada tenta����o. Cristo apre-
sentou a defesa da verdade eterna, dizendo: "Est�� escrito" (Mateus 4:4). Cada
sugest��o do advers��rio era confrontada com a sabedoria e o poder da Palavra.
A fim de manter seu dom��nio sobre as pessoas e estabelecer a autoridade do
bispo usurpador, Satan��s deveria mant��-las ignorantes quanto ��s Escrituras.
A B��blia exaltaria a Deus e colocaria o homem finito em sua verdadeira posi-
����o. Assim, suas verdades sagradas deveriam ser ocultadas e suprimidas.
Essa l��gica foi adotada pela igreja de Roma. Durante s��culos, a circula-
����o da B��blia foi proibida. N��o era permitido ao povo ler ou ter em casa
as Escrituras. Sacerdotes e prelados sem escr��pulos interpretavam seus
ensinos a fim de favorecer suas pretens��es. Dessa forma, o l��der da igreja
veio a ser quase universalmente reconhecido como substituto de Deus na
Terra, munido de autoridade suprema sobre a igreja e o Estado.
M u d a d o s os t e m p o s e as leis - Sendo removido o indicador do erro,
Satan��s agiu conforme sua vontade. A profecia havia declarado que o
papado cuidaria "em mudar os tempos e a lei" (Daniel 7:25). N��o demo-
rou para que isso acontecesse.
A fim de proporcionar aos conversos do paganismo uma substitui����o
�� adora����o de ��dolos e promover sua aceita����o nominal do cristianismo,
foi gradualmente introduzida no culto crist��o a adora����o a imagens e rel��-
quias. O decreto de um conc��lio geral estabeleceu, por fim, esse sistema
de idolatria. Para completar a obra profana, Roma decidiu eliminar da lei de
Deus o segundo mandamento, que pro��be o culto ��s imagens, e dividir o
d��cimo mandamento, a fim de manter o n��mero dez.
Esse esp��rito de concess��o ao paganismo abriu caminho para um
desrespeito ainda maior �� autoridade divina. Satan��s mexeu tamb��m no
quarto mandamento e tentou p��r de lado o antigo s��bado, o dia que Deus
aben��oou e santificou, exaltando em seu lugar a festa observada pelos
pag��os como "o vener��vel dia do Sol".
A princ��pio, essa mudan��a n��o foi feita abertamente. Nos primeiros
s��culos, o verdadeiro s��bado foi guardado por todos os crist��os. Eles eram
cuidadosos em honrar a Deus. Crendo que a lei divina �� imut��vel, eles zelo-
samente preservavam a santidade de seus preceitos. Entretanto, com grande
sutileza, Satan��s atuava por meio de seus agentes a fim de alcan��ar seu obje-
tivo. Para que a aten����o do povo pudesse ser chamada para o domingo, foi
feito dele uma festividade em honra �� ressurrei����o de Cristo. Atos religiosos
5 8
O afastamento
eram realizados nesse dia. Contudo, era considerado como dia de entreteni-
mento, sendo o s��bado ainda observado como dia santificado.
Quando ainda era pag��o, Constantino promulgou um decreto fazendo do
domingo uma festividade p��blica em todo o Imp��rio Romano. Depois de sua
convers��o, ele continuou a ser um firme defensor do domingo, e seu decreto
pag��o foi ent��o posto em vigor no interesse de sua nova f��. No entanto, a honra
demonstrada a esse dia n��o foi o suficiente para impedir que os crist��os consi-
derassem o verdadeiro s��bado como o dia santo do Senhor. Outro passo devia
ser dado: o falso s��bado devia ser exaltado em igualdade com o verdadeiro.
Poucos anos depois da promulga����o do decreto de Constantino, o bispo
de Roma conferiu ao domingo o t��tulo de Dia do Senhor. Assim, o povo
foi gradualmente levado a considerar o domingo como tendo certo grau de
santidade. No entanto, o s��bado original ainda era observado. O inimigo
de Deus ainda n��o havia terminado sua obra. Estava decidido a congregar
o mundo crist��o sob sua bandeira e exercer o poder por interm��dio de seu
vig��rio, o orgulhoso pont��fice que dizia ser o representante de Cristo. Ele
realizou seu prop��sito por meio de pag��os parcialmente convertidos, ambi-
ciosos prelados e cl��rigos amantes do mundo.
Nessa ��poca, celebravam-se de tempos em tempos longos conc��lios
aos quais compareciam os dignit��rios da igreja do m u n d o inteiro. Em
quase todos os conc��lios, o s��bado que Deus havia institu��do era rebaixado
um pouco mais, enquanto o domingo era exaltado na mesma propor����o.
Assim, a festividade pag�� veio finalmente a ser honrada como uma insti-
tui����o divina, ao mesmo tempo que se declarava que o s��bado b��blico era
uma rel��quia do juda��smo, amaldi��oando-se seus observadores.
O grande ap��stata conseguira se exaltar "contra tudo que se chama
Deus ou �� objeto de culto" (2 Tessalonicenses 2:4). Ousou mudar o ��nico
preceito da lei divina que, de forma inconfund��vel, indica a toda a huma-
nidade o ��nico, verdadeiro e vivo Deus criador.
No quarto mandamento, Deus �� revelado como o criador do C��u e
da Terra, e por isso Se distingue de todos os falsos deuses. Foi para ser
um memorial da obra da cria����o que o s��timo dia foi santificado como
dia de repouso. Destinava-se a manter o Deus vivo sempre diante do ser
humano como o ��nico digno de rever��ncia e culto. Satan��s se esfor��a para
desviar as pessoas de sua alian��a com Deus e de prestar obedi��ncia �� Sua
lei. Assim, dirige seus esfor��os especialmente contra o mandamento que
aponta para Deus como o criador.
59
Em busca de esperan��a
Hoje, os protestantes insistem na ideia de que a ressurrei����o de Cristo
no domingo tornou esse dia o s��bado crist��o. Contudo, n��o h�� evid��ncia
b��blica para isso. N e n h u m a honra semelhante foi conferida a esse dia
por Jesus ou pelos ap��stolos. A observ��ncia do domingo como institui����o
crist�� teve origem no "mist��rio da iniquidade" (2 Tessalonicenses 2:7) que,
j�� no tempo de Paulo, come��ava sua obra. O n d e e quando o Senhor ado-
tou esse produto do papado? Q u e raz��o plaus��vel se poder�� dar para uma
mudan��a que as Escrituras n��o aprovam?
No 6o s��culo, o papado foi solidamente estabelecido. A sede de seu
poderio foi fixada na capital imperial, e o bispo de Roma foi declarado o
dirigente de toda a igreja. O paganismo cedera lugar ao papado. O drag��o
dera �� besta "o seu poder, o seu trono e grande autoridade" (Apocalipse
13:2). Come��aram ent��o os 1.260 anos de opress��o preditos nas profecias
de Daniel e Jo��o (Daniel 7:25; Apocalipse 13:5-7).
Os crist��os foram obrigados a optar entre renunciar �� sua integridade
e aceitar o culto e as cerim��nias papais ou passar a vida nas masmorras,
morrer por meio de instrumentos de tortura, fogueira ou pelo machado do
carrasco. Cumpriram-se as palavras de Jesus: "Voc��s ser��o tra��dos at�� por
pais, irm��os, parentes e amigos, e eles entregar��o alguns de voc��s �� morte.
Todos odiar��o voc��s por causa do Meu nome" (Lucas 21:16, 17).
Desencadeou-se a persegui����o aos crist��os fi��is com mais f��ria do que
nunca, e o m u n d o se tornou um vasto campo de batalha. Durante s��culos,
a igreja de Cristo encontrou ref��gio em lugares isolados e pouco conhe-
cidos. Assim disse o profeta: "A mulher [...] fugiu para o deserto, onde
lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil
duzentos e sessenta dias" (Apocalipse 12:6).
A ascens��o da igreja de Roma ao poder marcou o in��cio da Idade Escura. A
medida que o poder dela aumentava, as trevas se tornavam mais densas. A f��
foi transferida de Cristo, o verdadeiro fundamento, para o pont��fice de Roma.
Em vez de confiar no Filho de Deus para o perd��o dos pecados e para a
salva����o eterna, o povo olhava para o papa e para os sacerdotes e prelados
a quem o pont��fice delegava autoridade. Era ensinado ao povo que o papa
era seu mediador, e que ningu��m poderia se aproximar de Deus a n��o ser
por seu interm��dio. Al��m disso, dizia-se que ele ficava em lugar de Deus e
deveria, portanto, ser rigorosamente obedecido. Qualquer desvio de suas
exig��ncias era motivo suficiente para se infligir a mais severa puni����o ao
corpo e �� mente dos divergentes.
6 0
O afastamento
Assim, a aten����o do povo se desviava de Deus para homens fal��veis, os
quais cometiam erros e eram cru��is, e, mais ainda, para o pr��prio pr��ncipe
das trevas que, por meio desses homens, exercia seu poder. O pecado se
disfar��ava sob o manto da santidade. Quando as Escrituras s��o suprimidas
e o ser humano passa a se considerar supremo, s�� podemos esperar fraudes,
enganos e injusti��a. Com a eleva����o das leis e tradi����es humanas, ficou
evidente a corrup����o que sempre resulta de se deixar de lado a lei de Deus.
Esse foi um tempo de perigo para a igreja de Cristo. Os l��deres fi��is
eram realmente poucos. Embora a verdade n��o fosse deixada sem teste-
munhas, ��s vezes parecia que o erro e a supersti����o prevaleceriam total-
mente e que a verdadeira religi��o seria banida da Terra. Perdeu-se de vista
o evangelho, mas se multiplicaram as formalidades da religi��o, e o povo foi
sobrecarregado com pesadas exig��ncias.
Ensinava-se o povo n��o somente a considerar o papa como mediador,
mas a confiar em suas pr��prias obras para expia����o do pecado. Longas
peregrina����es, atos de penit��ncia, adora����o de rel��quias, constru����o de
igrejas, relic��rios e altares, bem como o pagamento de grandes somas ��
igreja, tudo isso e muitos atos semelhantes eram ordenados a fim de apla-
car a ira de Deus ou garantir Seu favor. Sugeria-se com isso que Deus
era id��ntico aos seres humanos, irritando-se por coisas insignificantes ou
acalmando-se com donativos ou atos de penit��ncia.
Os s��culos que se seguiram testemunharam um aumento constante
de erros nas doutrinas ensinadas por Roma. Mesmo antes do estabeleci-
mento do papado, os ensinos dos fil��sofos pag��os haviam recebido aten-
����o e exercido influ��ncia na igreja.
Muitos que se diziam conversos ainda se apegavam aos dogmas de
sua filosofia pag��. Continuavam a estud��-los e estimulavam outros a fazer
o mesmo, como meio de estender sua influ��ncia entre os pag��os. Erros
graves foram assim introduzidos na f�� crist��. Destaca-se, entre outros, a
cren��a na imortalidade natural do ser humano e sua consci��ncia durante
a morte. Essa doutrina lan��ou o fundamento sobre o qual Roma estabe-
leceu a invoca����o dos santos e a adora����o da virgem Maria. Dessa con-
cep����o tamb��m surgiu a heresia do tormento eterno para os que morrem
impenitentes, a qual logo de in��cio havia se incorporado �� f�� papal.
Achava-se ent��o preparado o caminho para a introdu����o de ainda
outra inven����o do paganismo, �� qual Roma deu o nome de "purgat��rio" e
usou para amedrontar as multid��es cr��dulas e supersticiosas. C o m essa
61
Em busca de esperan��a
heresia, afirma-se a exist��ncia de um lugar de tormento, onde as almas
dos que n��o mereceram condena����o eterna devem sofrer castigo por seus
pecados e de onde, quando libertas da impureza, s��o admitidas no C��u.
Ainda outra mentira era necess��ria para habilitar Roma a se aproveitar
dos temores e falhas de seus adeptos. Isso foi suprido pela doutrina das
indulg��ncias. Completa remiss��o dos pecados passados, atuais e futuros
e livramento de todas as dores e penalidades eram prometidos a todos os
que se alistassem nas guerras do pont��fice. O objetivo dessas guerras era
estender seu dom��nio terreno, castigar seus inimigos e exterminar os que
ousassem negar-lhe a supremacia espiritual.
Ensinava-se tamb��m ao povo que, ao dar dinheiro �� igreja, era poss��vel
livrar-se do pecado e tamb��m libertar as almas de seus queridos falecidos que
estivessem condenados ��s chamas atormentadoras. Por esses meios, Roma
abarrotou os cofres e sustentou a magnific��ncia, o luxo e os maus h��bitos dos
supostos representantes de Jesus, que n��o tinha onde reclinar a cabe��a.
A ordenan��a b��blica da Ceia do Senhor foi suplantada pelo id��latra
sacrif��cio da missa. Os sacerdotes papais pretendiam, por meio desse dis-
farce destitu��do de sentido, transformar os simples p��o e vinho literal-
m e n t e no corpo e sangue de Cristo. Com arrog��ncia, declaravam possuir
o poder de "criar o Criador". Era exigido dos crist��os, sob pena de morte,
confessar sua f�� nessa heresia, que insulta o C��u. Aqueles que a isso se
recusaram foram entregues ��s chamas.
O meio-dia do papado foi a meia-noite moral do mundo. As Sagradas
Escrituras eram quase desconhecidas, n��o somente pelo povo, mas tamb��m
pelos sacerdotes. Como os fariseus do passado, os dirigentes crist��os odia-
vam a luz que revelaria seus pecados. Uma vez removida a lei de Deus ��� a
norma de justi��a ���, eles exerciam poder sem limites e mantinham v��cios
sem restri����es. Prevaleciam a fraude, a avareza e a libertinagem. N��o havia
crimes que n��o fossem cometidos para se adquirir riqueza ou posi����o. Os
pal��cios dos sacerdotes e prelados eram cen��rios da mais vil devassid��o.
Alguns dos pont��fices eram culpados de crimes t��o revoltantes que os
governantes seculares se esfor��avam por depor esses dignit��rios da igreja,
como seres repulsivos demais para serem tolerados. Durante s��culos, n��o
houve progresso no saber, nas artes ou na civiliza����o. Uma paralisia moral
e intelectual havia atingido a cristandade.
6 2
cap��tulo
A purifica����o 9
Em suas pesquisas b��blicas, os primeiros crist��os adventistas apren-
deram que o santu��rio terrestre, constru��do por Mois��s de acordo
com o modelo a ele mostrado no monte, por ordem de Deus, era uma
"alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrif��cios"
(Hebreus 9:9). Eles entenderam que seus dois espa��os sagrados eram
"figuras das coisas que est��o no C��u" (Hebreus 9:23) e que Cristo, nosso
grande sumo sacerdote, �� "ministro do santu��rio e do verdadeiro taber-
n��culo que o Senhor erigiu, n��o o homem" (Hebreus 8:2). Al��m disso,
viram que "Cristo n��o entrou num santu��rio feito por m��os, figura do
verdadeiro, por��m no mesmo C��u, para agora comparecer por n��s diante
de Deus" (Hebreus 9:24).
O santu��rio do C��u, no qual Jesus ministra em nosso favor, �� o grande
original, do qual o santu��rio constru��do por Mois��s era uma c��pia. A exem-
plo do santu��rio terrestre que tinha dois compartimentos, o santo e o sant��s-
simo, existem dois lugares sagrados no santu��rio celestial. A arca contendo a
lei de Deus, o altar de incenso e outros utens��lios, que estavam no santu��rio
terrestre, tamb��m t��m sua parte correspondente no santu��rio celestial. Em
vis��o, foi permitido ao ap��stolo Jo��o entrar no C��u, e l�� ele contemplou o
casti��al e o altar de incenso e, quando "foi aberto o santu��rio de Deus nos
C��us", contemplou tamb��m "a arca da Sua alian��a" (Apocalipse 11:19).
Os que buscavam a verdade encontraram uma prova irrefut��vel da exis-
t��ncia de um santu��rio no C �� u . Mois��s fez o santu��rio terrestre, segundo
o modelo que lhe foi mostrado. Paulo declarou que aquele modelo era o
verdadeiro santu��rio que est�� no C �� u (Hebreus 8:2, 5), e Jo��o testificou
de que o viu l��.
Em 1844, com o fim dos 2.300 dias prof��ticos, j�� fazia s��culos que
o santu��rio terrestre n��o existia mais. Portanto, o santu��rio celestial era
o ��nico que poderia ter sido mencionado na declara����o "at�� duas mil e
trezentas tardes e manh��s; e o santu��rio ser�� purificado" (Daniel 8:14).
Entretanto, por que o santu��rio celestial precisava de purifica����o?
6 3
Em busca de esperan��a
Retornando ��s Escrituras, os estudiosos das profecias aprenderam
que a purifica����o n��o era uma remo����o de impurezas f��sicas, pois devia
ser realizada com sangue e, portanto, tinha que ser uma purifica����o do
pecado. Assim disse o ap��stolo: "Era necess��rio, portanto, que as figuras
das coisas que se acham nos c��us se purificassem com tais sacrif��cios
[o sangue de animais], mas as pr��prias coisas celestiais, com sacrif��cios a
eles superiores [o precioso sangue de Cristo]" (Hebreus 9:23).
A fim de obter mais conhecimento da purifica����o apontada pela profe-
cia, era necess��rio entender o minist��rio do santu��rio celestial. Isso pode-
ria ser aprendido somente pelo minist��rio do santu��rio terrestre, visto que
Paulo declarou que os sacerdotes que nele oficiavam serviam "em figura e
sombra das coisas celestes" (Hebreus 8:5).
A p u r i f i c a �� �� o do santu��rio - Assim como, na antiguidade, os peca-
dos do povo eram transferidos simbolicamente para o santu��rio terrestre
por meio do sangue da oferta pelo pecado, tamb��m nossos pecados s��o, de
fato, transferidos para o santu��rio celestial, mediante o sangue de Cristo.
A purifica����o tipol��gica do santu��rio terrestre era efetuada por meio da
remo����o dos pecados que o haviam contaminado. Da mesma forma, a
real purifica����o do santu��rio celestial deve ser realizada pela remo����o, ou
apagamento, dos pecados que ali est��o registrados.
Isso requer um exame dos livros de registro para determinar quem,
pelo arrependimento dos pecados e f�� em Cristo, tem direito aos bene-
f��cios de Sua expia����o. Portanto, a purifica����o do santu��rio envolve uma
obra de ju��zo investigativo. Essa obra �� efetuada antes da vinda de Cristo
para resgatar Seu povo, pois, quando vier, Sua recompensa estar�� com
Ele para dar a cada um segundo as suas obras (Apocalipse 22:12).
Assim, os que seguiram a luz da palavra prof��tica viram que, em vez de
Cristo vir �� Terra, ao terminarem os 2.300 dias/anos em 1844, Ele entrou
ent��o no lugar sant��ssimo do santu��rio celestial a fim de realizar a obra
final da expia����o, preparat��ria para Sua segunda vinda.
Q u a n d o Jesus entrou no lugar sant��ssimo do santu��rio celestial para
efetuar essa obra final da expia����o, entregou a Seus servos a ��ltima men-
sagem de miseric��rdia a ser dada ao mundo. Essa mensagem �� a adver-
t��ncia do terceiro anjo de Apocalipse 14. Imediatamente depois dessa
proclama����o, o profeta viu o Filho do Homem vindo em gl��ria para ceifar
a colheita da Terra (Apocalipse 14:14-20).
6 4
A purifica����o
U m a s o l e n e m e n s a g e m - A mais
A purifica����o do
terr��vel advert��ncia j�� feita aos seres
humanos mortais est�� contida na ter-
santu��rio envolve
ceira mensagem ang��lica. Deve ser
uma obra de ju��zo
um pecado terr��vel o que atrai a ira de
investigativo.
Deus, sem mistura de miseric��rdia. As
pessoas n��o dever��o ser deixadas na
escurid��o quanto a esse importante
assunto. O alerta contra esse pecado deve ser dado ao mundo antes da
visita����o dos ju��zos de Deus, para que todos possam saber por que esses
ju��zos s��o infligidos e tenham oportunidade de escapar.
No desfecho dessa grande controv��rsia, duas classes distintas e opos-
tas se desenvolver��o. Uma classe "adora a besta e a sua imagem e recebe
a sua marca", e assim atrai sobre si mesma os terr��veis ju��zos anunciados
pelo terceiro anjo. A outra classe, em evidente contraste com o mundo,
guarda "os mandamentos de Deus e a f�� de Jesus" (Apocalipse 14:9, 12).
6 5
cap��tulo
0 livramento 10
Chegar�� o tempo em que a mensagem do terceiro anjo ser�� conclu��da.
O poder de Deus estar�� com Seu povo; eles ter��o cumprido sua obra
e estar��o preparados para a hora de prova �� sua frente. Ter��o recebido
a chuva ser��dia, ou o refrig��rio pela presen��a do Senhor, e se disposto a
testemunhar ativamente. A ��ltima grande advert��ncia ter�� soado por toda
parte e haver�� instigado e enraivecido os habitantes da Terra que n��o qui-
serem receber a mensagem.
Anjos ir��o rapidamente de um lado para o outro no C �� u . Um anjo
com um tinteiro de escriv��o voltar�� da Terra e informar�� a Jesus que sua
obra est�� feita, e os santos estar��o numerados e selados. Ent��o Jesus, que
estivera ministrando diante da arca, a qual cont��m os Dez Mandamentos,
lan��ar�� o incens��rio fora. Levantar�� as m��os e, com grande voz, dir��: "Est��
feito" (Apocalipse 16:17). Todo o ex��rcito dos anjos tirar�� suas coroas
quando Jesus fizer a solene declara����o: "Continue o injusto fazendo injus-
ti��a, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na pr��tica
da justi��a, e o santo continue a santificar-se" (Apocalipse 22:11).
Cada caso ter�� sido decidido para a vida ou para a morte. Enquanto
Jesus ministra no santu��rio, o ju��zo est�� em andamento sobre os justos
mortos e logo passar�� para os vivos. Cristo receber�� Seu reino, tendo
feito expia����o por Seu povo e apagado seus pecados. Os s��ditos estar��o
prontos. As bodas do Cordeiro estar��o preparadas. O reino e sua grandeza
ser��o dados a Jesus e aos herdeiros da salva����o, e Cristo reinar�� como Rei
dos reis e Senhor dos senhores.
Retirando-Se Jesus do lugar sant��ssimo, o tilintar das campainhas de
Suas vestes ser�� ouvido. Ao sair, uma nuvem de trevas cobrir�� os habitan-
tes da Terra. Ent��o, n��o haver�� mediador entre o ser humano culpado e
Deus, que foi ofendido. Enquanto Jesus permanece entre Deus e a huma-
nidade, as pessoas est��o contidas. No entanto, quando Ele sair de entre o
ser humano e o Pai, essa restri����o ser�� removida, e Satan��s ter�� completo
dom��nio sobre os que n��o se arrependeram.
6 6
O livramento
Enquanto Jesus oficia no santu��rio, �� imposs��vel serem derramadas as
pragas. Entretanto, terminando ali Sua obra e encerrando-se a intercess��o,
nada haver�� para deter a ira de Deus. Ela irromper�� com f��ria sobre o peca-
dor desprotegido e culpado, que desprezou a salva����o e odiou a verdade.
Naquele tempo terr��vel, depois de finalizada a media����o de Jesus, os
fi��is passar��o a viver na presen��a de um Deus santo sem intercessor. Cada
caso estar�� decidido, cada joia contada. Jesus vai demorar um momento na
parte exterior do santu��rio celestial, e os pecados que tiverem sido confes-
sados enquanto Ele ainda estava no lugar sant��ssimo ser��o colocados sobre
Satan��s, o originador do pecado, que deve sofrer o castigo por eles.1
Tarde d e m a i s ! - Ent��o Jesus vai depor Suas vestes sacerdotais e ves-
tir�� Seus majestosos trajes. Sobre Sua cabe��a haver�� muitas coroas, uma
encaixada dentro da outra. Cercado pelo ex��rcito dos anjos, Ele deixar��
o C �� u . As pragas estar��o caindo sobre os habitantes da Terra. Alguns v��o
acusar a Deus e O amaldi��oar. Outros v��o correr para o povo de Deus e
pedir que lhes ensinem como escapar dos ju��zos divinos. No entanto, os
fi��is nada ter��o a lhes dizer. A ��ltima l��grima pelos pecadores j�� ter�� sido
derramada, a ��ltima ora����o aflita ter�� sido oferecida, suportado o ��ltimo
fardo e dada a ��ltima advert��ncia. A voz suave de miseric��rdia n��o mais
os convidar��.
Q u a n d o os santos e todo o C �� u estiveram interessados em sua salva-
����o, eles n��o tiveram o menor interesse por si mesmos. A vida e a morte
ter��o sido postas diante deles. Muitos desejaram a vida, mas n��o fizeram
esfor��os para obt��-la. N��o optaram pela vida, e ent��o n��o haver�� san-
gue expiat��rio que purifique o culpado, nem Salvador compassivo que
pleiteie a favor deles e clame: "Poupa, poupa o pecador por mais algum
tempo!" O C �� u todo se unir�� a Jesus, quando forem ouvidas as terr��veis
palavras: "Est�� feito. Est�� consumado." O plano da salva����o ter�� sido cum-
prido, mas poucos ter��o escolhido aceit��-lo. Silenciando-se a doce voz de
1 Ess e sofrimento de Satan��s n��o deve ser, de forma alguma, comparado ao sofrimento de
Cristo em favor da humanidade, como consta na p��gina 43: "Cristo foi feito substituto e penhor
do pecador, e a iniquidade humana foi posta sobre Ele". Mas, depois que os que aceitaram o
sacrif��cio de Cristo forem redimidos, �� perfeitamente justo que Satan��s, o originador do pecado,
sofra a puni����o final. De acordo com a escritora, "ao se completar a obra de expia����o no san-
tu��rio celestial, na presen��a de Deus, dos anjos do C��u e do ex��rcito dos remidos, ent��o ser��o
postos sobre Satan��s os pecados do povo de Deus; ele ser�� declarado culpado de todo o mal que
os fez cometer" (O Grande Conflito, p. 658).
67
Em busca de esperan��a
miseric��rdia, o medo e o horror v��o se apoderar dos ��mpios. C o m terr��vel
clareza ouvir��o as palavras: "Tarde demais! Tarde demais!"
O G R A N D E R E S G A T E
Sinais e maravilhas v��o seguir em r��pida sucess��o. Tudo vai parecer
fora de seu curso natural. Os rios deixar��o de correr. Nuvens negras e
pesadas v��o subir e bater umas com as outras. Por��m, haver�� um lugar
claro, de uma gl��ria fixa, de onde vir�� a voz de Deus, semelhante a muitas
��guas, abalando os c��us e a Terra.
O segundo advento - Logo aparecer�� a grande nuvem branca sobre
a qual estar�� sentado o Filho de Deus. A princ��pio, quando aparecer ao
longe, essa nuvem vai parecer bem pequena. Ser�� o sinal do Filho do
H o m e m . Ao se aproximar mais da Terra, ser��o vistas a suprema gl��ria
e majestade de Jesus, enquanto Ele sair�� vencendo e para vencer. Um
s��quito de santos anjos, com coroas brilhantes sobre a cabe��a, vai acom-
panh��-Lo em Seu trajeto.
Palavras n��o conseguem descrever a gl��ria daquela cena. A nuvem
majestosa e de gl��ria insuper��vel vai se aproximar ainda mais, e podere-
mos contemplar claramente a ador��vel pessoa de Jesus. Ele n��o trar�� uma
coroa de espinhos, mas uma coroa de gl��ria cobrir�� Sua fronte santa. Em
sua roupa estar�� escrito o t��tulo: "Rei dos reis e Senhor dos senhores."
Seu rosto brilhar�� como o Sol do meio-dia. Seus olhos ser��o como
c h a m a de fogo, e Seus p��s ter��o a apar��ncia do lat��o reluzente. Sua voz
soar�� c o m o muitos i n s t r u m e n t o s musicais. A Terra vai tremer diante
d E l e , os c �� u s se afastar��o c o m o um pergaminho q u a n d o se enrola e
toda m o n t a n h a e ilha se mover�� de seu lugar. E n t �� o "os reis da Terra, os
pr��ncipes, os generais, os ricos, os poderosos todos, escravos e livres"
v��o se e s c o n d e r em "cavernas e e n t r e as rochas das m o n t a n h a s " . Eles
v��o gritar ��s m o n t a n h a s e ��s rochas: "Caiam sobre n��s e e s c o n d a m - n o s
da face dAquele que est�� assentado no trono e da ira do Cordeiro! Pois
chegou o grande dia da ira dEles; e q u e m poder�� suportar?" (Apocalipse
6:15-17).
Aqueles que, pouco tempo antes, queriam exterminar da Terra os fi��is
filhos de Deus v��o testemunhar ent��o a gl��ria divina que se concentrar��
sobre eles. Em meio a todo o seu espanto, se ouvir��o as vozes dos santos
6 8
O livramento
em alegres acordes, dizendo: "Eis que Este �� o nosso Deus, a quem aguar-
d��vamos, e Ele nos salvar��" (Isa��as 25:9).
A primeira ressurrei����o - A Terra ficar�� extremamente agitada
quando a voz do Filho de Deus chamar os santos que dormem o sono da
morte. Eles responder��o ao chamado e sair��o revestidos de gloriosa imor-
talidade, clamando: "Tragada foi a morte pela vit��ria. O n d e est��, �� morte,
a t u a vit��ria? O n d e est��, �� morte, o teu aguilh��o?"(l Cor��ntios 15:54, 55).
Ent��o os santos vivos e os ressuscitados erguer��o a voz em uma acla-
ma����o de vit��ria, longa e arrebatadora. Corpos que desceram �� sepul-
tura levando os sinais da enfermidade e da morte ressurgir��o com sa��de
e vigor imortais. Os santos vivos ser��o transformados em um momento,
um abrir e fechar de olhos, e ser��o arrebatados com os ressuscitados; e
juntos encontrar��o o Senhor nos ares. Q u e encontro glorioso! Amigos que
a morte separou ser��o reunidos para nunca mais se separarem.
A R E C O M P E N S A D O S S A L V O S
Jesus conduzir�� a multid��o dos remidos at�� a entrada da cidade. Ele vai
segurar o port��o e girar suas dobradi��as brilhantes e mandar�� que entrem as
na����es que seguiram a verdade. Dentro da cidade, haver�� de tudo para satisfa-
zer os olhos. Contemplar��o por toda parte uma gl��ria maravilhosa.
Ent��o, Jesus levar�� Seu povo �� ��rvore da vida, e novamente ouvir��o Sua voz
ador��vel, mais preciosa do que qualquer m��sica que j�� tenha sido ouvida por
mortais, dizendo: "As folhas da ��rvore s��o para a sa��de das na����es' (Apocalipse
22:2). Comam todos dela." Na ��rvore da vida h�� um fruto bel��ssimo, do qual
os santos poder��o comer livremente. Na cidade h�� um trono muito glorioso,
do qual prov��m um rio puro da ��gua da vida, claro como cristal. De cada lado
desse rio estar�� a ��rvore da vida e, nas margens, haver�� outras belas ��rvores,
que produzir��o frutos bons para comer.
As palavras s��o limitadas demais para tentar descrever o C��u.
A medida que as cenas surgem diante de mim, fico completamente mara-
vilhada. Impressionada pelo insuper��vel esplendor e a excelente gl��ria,
solto a caneta e exclamo: "Que amor! Q u e amor maravilhoso!" As palavras
mais rebuscadas n��o conseguem descrever a gl��ria do C �� u nem a profun-
didade incompar��vel do amor do Salvador.
69
cap��tulo
A senten��a 11
Ap��s a segunda vinda de Cristo, os ��mpios ter��o sido destru��dos e
seus corpos estar��o na superf��cie da Terra. O planeta ter�� a apar��n-
cia de um deserto desolado. Cidades e povoados, devastados pelo
terremoto, estar��o em ru��nas. Montanhas ter��o sido removidas de seus
lugares, formando grandes crateras. Enormes pedras, lan��adas pelo mar
ou arrancadas da pr��pria terra estar��o espalhadas por toda parte. Grandes
��rvores ter��o sido arrancadas pela raiz e estar��o jogadas pelo ch��o. Essa
ser�� a morada de Satan��s com seus anjos maus durante mil anos. Ali ele
estar�� fadado a vagar sem rumo, pelo m u n d o devastado, para ver os efeitos
de sua rebeli��o contra a lei de Deus. Durante mil anos, ele poder�� experi-
mentar o fruto da maldi����o que causou.
Restrito apenas �� Terra, Satan��s n��o ter�� o privil��gio de percorrer
outros planetas para tentar e prejudicar os que n��o ca��ram. Durante esse
tempo, ele sofrer�� extremamente. Desde a rebeli��o, sua m�� ��ndole tem
estado em constante atividade. No entanto, ele deve ser destitu��do de
seu poder e deixado a refletir no papel que desempenhou. Aguardar�� com
horror o futuro terr��vel, em que dever�� sofrer por todo o mal que realizou e
ser castigado por todos os pecados que fez a humanidade cometer.
Ent��o, tronos no C��u ser��o ocupados, e Jesus e os santos remidos
v��o sentar-se sobre eles. Os fi��is reinar��o como reis e sacerdotes. Cristo,
unido a Seu povo, ter�� julgado os ��mpios mortos, comparando seus atos
com o c��digo divino: a Palavra de Deus. Ele ter�� decidido cada caso de
acordo com as obras praticadas (2 Cor��ntios 5:10). Ser�� designada aos
��mpios a parte que devem sofrer, segundo suas obras; e isso estar�� escrito
�� frente de seus nomes, no livro da morte. Satan��s e seus anjos tamb��m
ter��o sido julgados por Jesus e os santos.
Depois que se concluir o ju��zo dos ��mpios, no fim dos mil anos, Jesus
deixar�� a cidade; e os salvos, bem como um cortejo do ex��rcito angelical,
v��o acompanh��-Lo. Cristo descer�� sobre uma grande montanha, a qual se
partir�� no momento em que Seus p��s a tocarem, formando uma grande
70
A senten��a
plan��cie. Ent��o, olharemos para cima e veremos a grande e bela cidade,
com doze fundamentos e doze portas, tr��s de cada lado e um anjo em
cada porta. Exclamaremos: "A cidade! A grande cidade! Vem descendo
de Deus, do C��u!" Ela descer�� em todo o seu esplendor e deslumbrante
gl��ria e se fixar�� na grande plan��cie que Jesus ter�� preparado para ela.
A s e g u n d a r e s s u r r e i �� �� o - A seguir, Jesus sair�� da cidade, acompa-
nhado de todos os santos anjos e de todos os remidos. Os anjos rodear��o
seu Comandante e O acompanhar��o em Seu trajeto. Em seguida, vir�� o
cortejo dos remidos.
Com extraordin��ria e impressionante majestade. Cristo chamar��
ent��o, os ��mpios mortos; e eles ressurgir��o com o mesmo corpo fraco e
doente com que foram �� sepultura. Q u e imagem! Q u e cena! Na primeira
ressurrei����o, todos sair��o com exuber��ncia imortal, mas, na segunda, os
ind��cios da maldi����o ser��o vis��veis em todos.
Procurar��o se esconder nas rochas, para se proteger da gl��ria terr��vel
dAquele que uma vez desprezaram. Oprimidos e afligidos por Sua majes-
tade e magn��fica gl��ria, u n a n i m e m e n t e levantar��o a voz e, com clareza
impressionante, exclamar��o: "Bendito O que vem em nome do Senhor!"
(Mateus 23:39).
Ent��o, Jesus e os anjos celestiais, acompanhados por todos os santos,
entrar��o de novo na cidade, e as lamenta����es amarguradas e o choro dos
��mpios condenados encher��o os ares. Satan��s novamente come��ar�� sua
obra. Passar�� por entre seus s��ditos e fortalecer�� os fracos, dizendo-lhes que
ele e seus anjos s��o poderosos. Ele apontar�� para os incont��veis milh��es
que ter��o ressuscitado. Haver�� guerreiros poderosos e reis que foram
muito h��beis em batalhas e que conquistaram reinos. Haver�� gigantes e
homens valentes que nunca perderam uma batalha. Ali estar�� o orgulhoso
e ambicioso Napole��o, cuja aproxima����o fazia reinos tremerem. Ali esta-
r��o homens de elevada estatura e porte nobre, que morreram em batalha,
sedentos de conquista.
Ao surgirem de suas sepulturas, recuperar��o a linha de seu pensa-
mento no ponto em que havia sido interrompido por ocasi��o da morte.
Ter��o o mesmo desejo de conquista que os controlava quando morreram
no campo de batalha. Satan��s se reunir�� com seus anjos e, em seguida,
com aqueles reis, conquistadores e homens poderosos. Ele olhar�� ent��o
para o vasto ex��rcito e dir�� que a multid��o na cidade �� pequena e fraca,
71
Em busca de esperan��a
e que eles podem subir e tom��-la, expulsar seus habitantes e dominar suas
riquezas e sua gl��ria.
Satan��s ir�� engan��-los, e todos come��ar��o imediatamente a se pre-
parar para a batalha. Haver�� muitos homens h��beis naquele vasto ex��r-
cito, e preparar��o todos os tipos de instrumentos de guerra. Ent��o, com
Satan��s �� sua frente, a multid��o se colocar�� em movimento. Reis e guer-
reiros seguir��o imediatamente ap��s Satan��s, e as multid��es vir��o atr��s, em
companhias. Cada companhia ter�� seu l��der e marchar�� em ordem sobre a
superf��cie fragmentada da Terra em dire����o �� santa cidade. Jesus fechar��
as portas da cidade, e o vasto ex��rcito vai cerc��-la e se posicionar para a
batalha, esperando um conflito acirrado.
A C O R O A �� �� O F I N A L
Ent��o Cristo aparecer�� novamente diante de Seus inimigos. Muito
acima da cidade, sobre um fundamento de ouro polido, estar�� um
trono alto e sublime. Sobre esse trono Se assentar�� o Filho de Deus e,
ao redor dEle, estar��o os s��ditos de Seu reino. N e n h u m a l��ngua poder��
descrever nem caneta alguma retratar o poder e a majestade de Jesus.
A gl��ria do Pai eterno envolver�� Seu Filho. O resplendor de Sua presen��a
encher�� a cidade de Deus e se estender�� para al��m das portas, inundando
a Terra inteira com seu brilho.
Junto ao trono estar��o pessoas que foram zelosas na causa de Satan��s,
mas que, arrancadas como ti����es do fogo, seguiram o Salvador com devo-
����o profunda. Em seguida, estar��o os que aperfei��oaram um car��ter cris-
t��o em meio �� falsidade e �� incredulidade, os que honraram a lei de Deus
quando o m u n d o crist��o a declarava nula, e os milh��es de todos os s��culos
que se tornaram m��rtires por sua f��. Mais distante, estar�� a "multid��o que
ningu��m podia enumerar, de todas as na����es, tribos, povos e l��nguas, [...]
vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas m��os" (Apocalipse 7:9). Sua
luta ter�� terminado; a vit��ria estar�� ganha. Esses ter��o corrido e alcan-
��ado o pr��mio. O ramo de palmas em suas m��os ser�� um s��mbolo de seu
triunfo; as vestes brancas, um emblema da imaculada justi��a de Cristo.
Os redimidos entoar��o um c��ntico de louvor que ecoar�� repetidas vezes
na ab��bada celeste: "Salva����o ao nosso Deus, que est�� assentado no trono,
e ao Cordeiro" (Apocalipse 7:10). Anjos e serafins unir��o sua voz a eles
em adora����o. Tendo os redimidos contemplado o poder e a malignidade de
72
A senten��a
Satan��s, ver��o, como nunca antes, que poder algum, a n��o ser o de Cristo,
poderia t��-los feito vencedores. Em toda aquela resplendente multid��o,
n��o haver�� ningu��m que atribua a salva����o a si mesmo, como se tivesse
prevalecido pelo pr��prio poder e pela pr��pria bondade. Nada se dir�� do que
tiverem feito ou sofrido; antes, o tema de cada c��ntico, a nota t��nica de
todo hino, ser�� "salva����o ao nosso Deus [...] e ao Cordeiro" (Apocalipse
7:10).
Na presen��a dos habitantes da Terra e do C �� u reunidos, ser�� realizada
a coroa����o final do Filho de Deus. Nesse momento, investido de majes-
tade e poder supremos, o Rei dos reis pronunciar�� a senten��a sobre os
rebeldes contra Seu governo e executar�� justi��a sobre aqueles que trans-
grediram Sua lei e oprimiram Seu povo.
O profeta de Deus disse: "Vi um grande trono branco e Aquele que
nele Se assenta, de cuja presen��a fugiram a terra e o c��u, e n��o se achou
lugar para eles. Vi tamb��m os mortos, os grandes e os pequenos, postos
em p�� diante do trono. Ent��o, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro
da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras,
conforme o que se achava escrito nos livros. Deu o mar os mortos que nele
estavam. A morte e o al��m entregaram os mortos que neles havia. E foram
julgados, um por um, segundo as suas obras" (Apocalipse 2 0 : 1 1 , 12).
Logo que os livros de registro forem abertos, e o olhar de Jesus incidir
sobre os ��mpios, eles se recordar��o de todo pecado cometido. Ver��o exa-
tamente onde seus p��s se desviaram do caminho da pureza e santidade,
precisamente at�� onde o orgulho e a rebeli��o os levaram na viola����o da lei
de Deus. As tenta����es sedutoras ��s quais se entregaram na transig��ncia
com o pecado, as b��n����os deturpadas, as demonstra����es de miseric��rdia
recusadas pelo cora����o obstinado e impenitente - tudo aparecer�� como
que escrito em letras de fogo.
U m a vis��o do c o n f l i t o - Ent��o, por cima do trono se revelar�� a
cruz; e, semelhante a uma vista panor��mica, aparecer��o as cenas
da tenta����o e da queda de Ad��o e os passos sucessivos no grande plano da
reden����o: o humilde nascimento do Salvador; Sua inf��ncia de simplici-
dade e obedi��ncia; Seu batismo no Jord��o; o jejum e a tenta����o no deserto;
Seu minist��rio p��blico, desvendando aos homens as mais preciosas b��n-
����os do C��u; os dias repletos de atos de amor e miseric��rdia; Suas noites
de ora����o e vig��lia na solid��o das montanhas; as tramas de inveja, ��dio e
73
Em busca de esperan��a
maldade, com que eram retribu��dos os Seus benef��cios; a terr��vel e miste-
riosa agonia no Gets��mani, sob o peso esmagador dos pecados do mundo
inteiro; Sua trai����o nas m��os da multid��o assassina; os terr��veis aconteci-
mentos daquela noite de horror - o Prisioneiro que n��o oferecia resist��n-
cia, abandonado por Seus disc��pulos mais amados, rudemente conduzido
pelas ruas de Jerusal��m; o Filho de Deus exibido exultantemente diante
de An��s, acusado no pal��cio do sumo sacerdote, no tribunal de Pilatos,
diante do covarde e cruel Herodes, escarnecido, insultado, torturado e
condenado �� morte ��� tudo ser�� retratado nitidamente.
Em seguida, diante da multid��o agitada, ser��o reveladas as cenas finais:
o paciente Sofredor trilhando o caminho do Calv��rio; o Pr��ncipe do C��u
suspenso na cruz; os sacerdotes arrogantes e a multid��o zombadora escar-
necendo de Sua agonia mortal; as trevas sobrenaturais; a Terra a tremer,
as rochas despeda��adas e as sepulturas abertas, marcando o momento em
que o Redentor do mundo entregou a vida.
O terr��vel espet��culo mostrar�� exatamente o que aconteceu. Satan��s,
seus anjos e s��ditos n��o ter��o como se desviar da representa����o de sua
pr��pria obra e vida. Cada ator relembrar�� a parte que desempenhou:
Herodes, matando as crian��as inocentes de Bel��m, a fim de destruir o Rei
de Israel; a malvada Herodias, sobre cuja alma criminosa pesa o sangue de
Jo��o Batista; o fraco e oportunista Pilatos; os soldados zombadores; os
sacerdotes e pr��ncipes e a multid��o enfurecida que clamou: "Caia sobre
n��s o Seu sangue e sobre nossos filhos!" (Mateus 27:25) - todos contem-
plar��o a dimens��o de seu crime. Inutilmente tentar��o se ocultar da majes-
tade divina do rosto de Jesus, mais resplandecente que o Sol, enquanto os
remidos lan��am suas coroas aos p��s do Salvador, exclamando: "Ele morreu
por mim!"
Entre a multid��o resgatada, estar��o os ap��stolos de Cristo, o valente
Paulo, o fervoroso Pedro, o amado e afetuoso Jo��o, seus fi��is irm��os e,
com eles, o vasto ex��rcito dos m��rtires. Ao mesmo tempo, fora dos muros,
com tudo o que �� ruim e abomin��vel, estar��o aqueles pelos quais foram
perseguidos, presos e mortos.
Ali estar�� Nero, aquele monstro cruel e imoral, contemplando a ale-
gria e exalta����o daqueles que ele torturou e em cujas afli����es mais extre-
mas encontrou prazer sat��nico. Sua m��e estar�� ali para testemunhar o
resultado de sua pr��pria obra; para ver como os maus tra��os de car��ter
transmitidos a seu filho, os desejos cultivados e desenvolvidos por sua
74
A senten��a
influ��ncia e seu exemplo, produziram frutos nos crimes que fizeram o
mundo estremecer.
Ali estar��o sacerdotes e prelados romanistas, que alegaram ser embai-
xadores de Cristo e, no entanto, fizeram uso de instrumentos de tortura,
da masmorra e da fogueira para dominar a consci��ncia de Seu povo.
Ali estar��o os orgulhosos pont��fices que se exaltaram acima de Deus
e ousaram mudar a lei do Alt��ssimo. Aqueles pretensos pais da igreja t��m
uma conta a prestar a Deus, da qual desejariam muito se livrar. Eles ter-
minar��o vendo tarde demais que o Onisciente �� zeloso de Sua lei, e que,
de n e n h u m a forma, ter�� por inocente o culpado. Entender��o que, para
Cristo, os interesses de Seu povo sofredor tamb��m s��o Seus; e sentir��o a
for��a de Suas palavras: "Digo-lhes a verdade: O que voc��s fizeram a algum
dos M e u s menores irm��os, a Mim o fizeram" (Mateus 25:40).
D i a n t e do tribunal - Todo o mundo ��mpio estar�� em julgamento
perante o tribunal de Deus, acusado de alta trai����o contra o governo do
C��u. N��o haver�� ningu��m para pleitear sua causa. Estar��o sem desculpa,
e a senten��a de morte eterna ser�� pronunciada contra eles.
Ficar�� ent��o evidente a todos que o sal��rio do p e c a d o n��o �� nobre
i n d e p e n d �� n c i a e vida eterna, mas escravid��o, ru��na e morte. Os ��mpios
ver��o o que p e r d e r a m em c o n s e q u �� n c i a de sua vida de rebeldia.
O excelente e e t e r n o peso de gl��ria (2 Cor��ntios 4:17) foi desprezado
q u a n d o lhes era oferecido; mas qu��o desej��vel lhes parecer�� n a q u e l e
m o m e n t o ! "Tudo isso eu poderia ter ganhado", exclamar�� o perdido.
"Mas preferi m a n t e r essas coisas longe de mim. Q u e p r e s u n �� �� o
absurda! Troquei a paz, a felicidade e
Os ��mpios ver��o o
a honra pela mis��ria, inf��mia e deses-
pero." Todos ver��o q u e sua exclus��o
que perderam em
do C �� u �� justa. Por sua vida declara-
consequ��ncia de sua
ram: "N��o q u e r e m o s q u e Este reine
vida de rebeldia.
sobre n��s" (Lucas 19:14).
C o m o q u e extasiados, os ��mpios
c o n t e m p l a r �� o a coroa����o do Filho de
D e u s . Ver��o em Suas m��os as t��buas da lei divina, os estatutos q u e
desprezaram e transgrediram.
Eles testemunhar��o as express��es de admira����o, alegria e adora����o por
parte dos salvos. Ao se propagar a melodia pelas multid��es fora da cidade,
75
Em busca de esperan��a
todos unidos exclamar��o: "Grandes e admir��veis s��o as Tuas obras,
Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros s��o os Teus ca-
minhos, �� Rei das na����es!" (Apocalipse 15:3) e, prostrando-se, adorar��o o
Pr��ncipe da vida.
A segunda morte - Satan��s parecer�� paralisado ao contemplar a gl��ria
e majestade de Cristo. Aquele que foi um querubim cobridor se lembrar��
de onde caiu. Ele, um serafim resplandecente, "filho da alva" (Isa��as 14:12),
mudou tanto; como se rebaixou!
Ele ver�� que sua rebeli��o volunt��ria o inabilitou para o C �� u . Desen-
volveu suas habilidades para guerrear contra Deus. A pureza, paz e har-
monia do C��u lhe seriam uma tortura extrema. Suas acusa����es contra a
miseric��rdia e a justi��a de Deus silenciar��o naquele momento. A culpa
que se esfor��ou para lan��ar sobre o Criador recair�� totalmente sobre ele.
Ent��o Satan��s se curvar�� e confessar�� a justi��a de sua senten��a.
Todas as quest��es sobre a verdade e o erro no prolongado conflito ser��o
esclarecidas. A justi��a de Deus estar�� plenamente vindicada. Perante o
universo ser�� apresentado, de maneira clara, o grande sacrif��cio feito pelo
Pai e o Filho em favor do ser humano. Chegar�� o momento em que Cristo
ocupar�� Sua devida posi����o, sendo glorificado acima dos principados e
potestades e sobre todo nome.
Apesar de Satan��s ser compelido a reconhecer a justi��a de Deus e a
curvar-se �� supremacia de Cristo, seu car��ter permanecer�� sem mudan��a.
O esp��rito de rebeli��o, como uma forte corrente, se manifestar�� de novo.
Transtornado, ele decidir�� n��o se render no grande conflito. Chegar�� o
tempo para a ��ltima e desesperada luta contra o Rei do C��u. Ele sair�� em
dire����o a seus aliados e se esfor��ar�� para inspir��-los com sua f��ria, inci-
tando-os a uma batalha imediata. Mas, entre todos os incont��veis milh��es
que seduziu �� rebeli��o, n��o haver�� ningu��m que reconhe��a sua suprema-
cia. Seu poder ter�� chegado ao fim.
Os ��mpios estar��o cheios do mesmo ��dio a Deus, o qual inspira
Satan��s; por��m, eles ver��o que seu caso �� sem esperan��a, que n��o podem
prevalecer contra Deus. Ent��o, a ira deles se acender�� contra Satan��s e
contra os que foram seus instrumentos de engano. C o m f��ria demon��aca,
se voltar��o contra eles. Haver��, assim, uma cena de conflito universal.
Ent��o se cumprir�� a palavra prof��tica: "Porque a indigna����o do Senhor
est�� contra todas as na����es, e o Seu furor, contra todo o ex��rcito delas;
76
A senten��a
Ele as destinou para a destrui����o e as entregou �� matan��a" (Isa��as 34:2).
"Far�� chover sobre os perversos brasas de fogo e enxofre, e vento abrasador
ser�� a parte do seu c��lice" (Salmos 11:6). Da parte de Deus, descer�� fogo
do c��u. A terra se fender��. Ser��o expostas as armas escondidas em suas
profundezas. C h a m a s devoradoras irromper��o de cada abismo aberto. As
pr��prias rochas arder��o.
O dia "ardente como uma fornalha" (Malaquias 4:1) ter�� chegado. Os
elementos se fundir��o pelo intenso calor, e toda a Terra e as obras que nela
houver ser��o queimadas (2 Pedro 3:10). O fogo mais intenso est�� preparado
para o rei, o l��der da rebeli��o. A fogueira ser�� profunda e ampla, e "o sopro do
Senhor, como uma torrente de enxofre ardente, a [incendiar��]" (Isa��as 30:33).
A superf��cie da Terra parecer�� uma massa fundida, um vasto e fervente lago
de fogo. Ser�� o tempo do ju��zo e da ru��na dos homens maus, "o dia da vingan��a
do Senhor, ano de retribui����es pela causa de Si��o" (Isa��as 34:8).
Os ��mpios receber��o sua recompensa na Terra (Prov��rbios 11:31). Eles
"ser��o como palha; e o dia que est�� para vir os abrasar��, diz o Senhor dos
Ex��rcitos" (Malaquias 4:1). Alguns ser��o destru��dos em um momento,
enquanto outros sofrer��o muitos dias. Todos ser��o punidos segundo suas
a����es. Tendo sido os pecados dos justos transferidos para Satan��s, o ori-
ginador do mal, ele dever�� suportar seu castigo." Assim, ele ter�� de sofrer
n��o somente pela pr��pria rebeli��o, mas por todos os pecados que fez o
povo de Deus cometer. O castigo dele dever�� ser muito maior do que o
daqueles a quem enganou. Depois que perecerem todos os que ca��ram por
seus enganos, ele ainda dever�� sofrer mais. Nas chamas purificadoras, os
��mpios ser��o finalmente destru��dos, raiz e ramos - Satan��s, a raiz, e seus
seguidores, os ramos. A justi��a de Deus ser�� executada, e os santos e toda
a multid��o de anjos dir��o em alta voz: "Am��m!"
Enquanto a Terra estiver envolta nas chamas da vingan��a de Deus,
os justos permanecer��o em seguran��a na cidade santa. Sobre os que
tiverem parte na primeira ressurrei����o, a segunda morte n��o ter�� poder
(Apocalipse 20:6). Ao mesmo tempo que �� um fogo consumidor para os
��mpios, Deus �� tanto sol quanto escudo para Seu povo (Salmos 84:11).'
1 Ve r n o t a d a p . 6 7 .
77
cap��tulo
0 recome��o 12
i novo c��u e nova Terra, pois o primeiro c��u e a primeira Terra
passaram" (Apocalipse 21:1). O fogo que consome os ��mpios puri-
ficar�� a Terra. Todo vest��gio de maldi����o ser�� removido. N e n h u m
inferno a arder eternamente conservar�� as terr��veis consequ��ncias do pecado
perante os redimidos. Apenas uma lembran��a permanecer��: o Redentor
levar�� para sempre os sinais de Sua crucifix��o. Em Sua fronte ferida, em
Seu lado, em Suas m��os e p��s estar��o os ��nicos vest��gios da obra cruel que
o pecado efetuou.
"O torre do rebanho, �� fortaleza da cidade de Si��o, o antigo dom��nio
lhe ser�� restaurado" (Miqueias 4:8). Cristo resgatou o reino perdido pelo
pecado, e os redimidos o possuir��o com Ele. "Os justos herdar��o a Terra e
nela habitar��o para sempre" (Salmos 37:29).
Ao considerar a maneira como a Palavra de Deus descreve a nova Terra
prometida, muitos t��m receio de fazer com que a heran��a futura pare��a
muito material e tang��vel. Isso tem levado as pessoas a espiritualizar as
verdades que afirmam que a nova Terra ser�� o nosso lar. Cristo garantiu
aos disc��pulos que foi preparar moradas para eles na casa de Seu Pai. Os
que aceitam os ensinos da Palavra de Deus n��o devem ser ignorantes com
respeito �� morada celestial.
Entretanto, o ap��stolo Paulo declarou: "Nem olhos viram, n e m ouvi-
dos ouviram, nem jamais penetrou em cora����o h u m a n o o que Deus tem
preparado para aqueles que O amam" (1 Cor��ntios 2:9). A linguagem
humana n��o consegue descrever a recompensa dos justos. Ser�� conhecida
apenas por aqueles que a contemplarem. Nenhuma mente finita consegue
compreender a gl��ria do para��so de Deus.
Na B��blia, a heran��a dos salvos �� chamada de p��tria (Hebreus 11:14-16).
Ali o Pastor celestial conduz Seu rebanho ��s fontes de ��gua viva. A ��rvore
da vida produz seu fruto de m��s em m��s, e as folhas s��o para a sa��de
das na����es. Existem torrentes sempre a fluir, claras como cristal, e, ao
lado delas, ��rvores agitando-se suavemente projetam sua sombra sobre os
78
O recome��o
caminhos preparados para os resgatados do Senhor. Ali as extensas plan��-
cies se expandem na dire����o de lindas colinas, e as montanhas de Deus
se erguem at�� os pontos mais altos. Nessas pac��ficas plan��cies, ao lado
daquelas correntes cristalinas, o povo de Deus, durante tanto tempo pere-
grino e errante, encontrar�� seu lar permanente.
A Eterna J e r u s a l �� m ��� Na nova Terra estar�� a Nova Jerusal��m. Tendo
"a gl��ria de Deus", sua luz �� "semelhante a uma pedra precios��ssima, como
a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente" (Apocalipse 21:11). O
Senhor declara: "Exultarei por causa de Jerusal��m e Me alegrarei no Meu
povo" (Isa��as 65:19). "Eis o tabern��culo de Deus com os homens. Deus
habitar�� com eles. Eles ser��o povos de Deus, e Deus mesmo estar�� com
eles. E lhes enxugar�� dos olhos toda l��grima, e a morte j�� n��o existir��, j��
n��o haver�� luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passa-
ram" (Apocalipse 21:3, 4).
Na cidade de Deus "n��o haver�� noite" (Apocalipse 21:25). Ningu��m
necessitar�� ou desejar�� repouso. N��o haver�� cansa��o em viver segundo a
vontade de Deus e em oferecer louvor a Seu nome. Sempre sentiremos
o frescor da manh��, que nunca ter�� fim. "Nem precisam eles de luz de
candeia, n e m da luz do Sol, porque o Senhor Deus brilhar�� sobre eles"
(Apocalipse 22:5).
A luz do Sol ser�� substitu��da por um brilho n��o ofuscante, embora
supere grandemente o esplendor do Sol ao meio-dia. A gl��ria de Deus e
do Cordeiro inundar�� a cidade santa, com uma luz que nunca se apagar��.
Os redimidos andar��o na gl��ria de um dia perp��tuo, independente do Sol.
"Nela, n��o vi santu��rio, porque o seu santu��rio �� o Senhor" (Apocalipse
21:22). Os fi��is ter��o o privil��gio de manter comunh��o direta com a
Divindade. "Agora, vemos como em espelho, obscuramente" (1 Cor��ntios
13:12). Contemplamos a imagem de Deus refletida como em um espelho,
nas obras da natureza e em Seu relacionamento com os seres humanos.
Mas, ent��o, n��s O conheceremos face a face, sem uma cortina de separa-
����o. Estaremos em Sua presen��a e contemplaremos a gl��ria de Sua face.
Ali, a mente dos redimidos imortais contemplar��, com prazer infinito,
as maravilhas do poder criador e os mist��rios do amor que redime. Ali
n��o haver�� advers��rio ou enganador, para nos tentar ao esquecimento de
Deus. Todas as habilidades se desenvolver��o, e ser��o ampliadas todas as
capacidades. A aquisi����o de conhecimentos n��o cansar�� a mente nem
79
Em busca de esperan��a
esgotar�� as energias. Ali os mais grandiosos empreendimentos poder��o
ser levados avante, alcan��adas as mais elevadas aspira����es e realizadas as
mais altas ambi����es. Na nova Terra, surgir��o ainda novas alturas a atingir,
novas maravilhas a admirar, novas verdades a compreender, novos objeti-
vos a agu��ar as aptid��es da mente, da alma e do corpo.
Ao transcorrerem os anos da eternidade, haver�� mais e mais abundan-
tes e gloriosas revela����es de Deus e de Cristo. Assim como o conhecimento
�� progressivo, tamb��m o amor, a rever��ncia e a felicidade aumentar��o.
Quanto mais as pessoas aprenderem a respeito de Deus, mais v��o admirar
Seu car��ter. Na medida em que Jesus revelar aos salvos as riquezas da
reden����o e os fatos surpreendentes do grande conflito com Satan��s, o
cora����o deles vai pulsar com mais forte devo����o, e com mais arrebatadora
alegria v��o dedilhar as harpas de ouro. Cada vez mais, milhares de milha-
res e milh��es de milh��es de vozes se unir��o para ampliar o potente c��ntico
de louvor ao Deus eterno.
"Ent��o, ouvi que toda criatura que h�� no C �� u e sobre a Terra, debaixo
da Terra e sobre o mar, e tudo o que neles h��, estava dizendo: ��quele que
est�� sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a gl��ria, e
o dom��nio pelos s��culos dos s��culos" (Apocalipse 5:13).
Pecado e pecadores n��o mais existem. O Universo inteiro est�� purifi-
cado, e o grande conflito terminou para sempre.
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De: Bons Amigos lançamentos
De: Bons Amigos lançamentos
O Grupo Bons Amigos e o Grupo Só Livros com sinopses tem o prazer de lançar hoje mais uma obra digital para atender aos deficientes visuais.
Em Busca de Esperança - Livro da Igreja Adventista do 7º dia
Livro doado por Luziana e digitalizado por Fernando Santos
Sinopse:
Como lar dos seres humanos, A Terra tem sido o palco de um conflito milenar, em que o mal parece muitas vezes prevalecer. Guerras, terremotos, devastações, doenças... Até quando tudo isso vai durar ?
Lançamento:
Só Livros com sinopses :
1 )https://groups.google.com/forum/#!forum/solivroscomsinopses
Grupo parceiro
2)https://groups.google.com/forum/#!forum/bons_amigos
Blog parceiro:
https://bezerralivroseoutros.blogspot.com/
Este e-book representa uma contribuição do grupo Bons Amigos e Só livros com sinopses para aqueles que necessitam de obras digitais como é o caso dos deficientes visuais e como forma de acesso e divulgação para todos.
É vedado o uso deste arquivo para auferir direta ou indiretamente benefícios financeiros.
Lembre-se de valorizar e reconhecer o trabalho do autor adquirindo suas obras.
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