MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Copyright C. E. Dr. Bezerra de Menezes
Editor: Miguel de Jesus Sardano
Supervisor editorial: Tiago Minoru Kamei
Capa: D��cio Lopes
Projeto gr��fico: Gerson Reis - Est��dio Japiassu Reis
Revis��o: Rosemarie Giudilli Cordioli
Ia
Edi����o - 2010
3a
Impress��o - novembro de 2011 - 3.000 exemplares
Impress��o: Assahi Gr��fica e Editora Ltda.
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
editora
EBM EDITORA
Rua Silveiras, 23 - Vila Guiomar
CEP 09071-100 - Santo Andr�� - SP
Tel. 11 3186-9766
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Dados Internacionais de Cataloga����o na Publica����o (CIP)
(C��mara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Schubert, Suely Caldas
Mentes interconectadas e a Lei de Atra����o /
Suely Caldas Schubert. ��� 1. ed. ��� Santo Andr��,
SP : EBM Editora, 2010.
ISBN 978-85-87011-32-9
1. Atra����es 2. Controle da mente 3. Espiritismo
4. Espiritualidade 5. Mediunidade 6. Mente e corpo
7. Pensamento 8. Vida espiritual I. T��tulo.
10-05403 CDD-133.901
��ndices para cat��logo sistem��tico:
1. Mentes interconectadas e a Lei de Atra����o :
Doutrina esp��rita 133.901
Sum��rio
9 Frases...
11 Apresenta����o
15 Agradecimentos
19 Introdu����o A intelig��ncia suprema
27 Ia PARTE Al��m da mat��ria
29 Pr��logo Ci��ncia e espiritualidade
31 Cap��tulo 1 O mundo em que vivemos
43 Cap��tulo 2 Uma nova maneira de pensar
55 Cap��tulo 3 As pedras falar��o
61 Cap��tulo 4 O poder do pensamento
69 Cap��tulo 5 Estamos conectados com o Universo
81 Cap��tulo 6 - Tudo est�� em tudo
87 Cap��tulo 7 Lei de Atra����o: uma das Leis Divinas
93 Cap��tulo 8 Afinidade e sintonia
101 Cap��tulo 9 A verdade que n��o quer calar
111 Cap��tulo 10 .0 que fazemos aqui?
119 2a PARTE Vis��o espiritual das conex��es mentais
121Cap��tulo - Mem��ria c��smica
129v Capitulo Psicometria: conex��o com a mem��ria c��smica
153 Cap��tulo Telepatia: conex��o com outra mente
169 Cap��tulo Clarivid��ncia: vendo o que est�� distante
177 Cap��tulo Atividade ps��quica nos sonhos
189 Cap��tulo Al��m dos campos m��rficos
199 Cap��tulo Algo novo no reino da consci��ncia
215 Cap��tulo O que trazemos do ontem
233 Cap��tulo Prece: conex��o com a Mente Divina
249 Cap��tulo Amor: interconex��o universal
267 Refer��ncia bibliogr��fica
Frases..
�� verdadeiro, completo, claro e certo.
O que est�� embaixo �� como o que est�� em cima e
o que est�� em cima �� como o que est�� embaixo."
Hermes Trismegisto T��bua
de Esmeralda
Por um poder imortal, todas as coisas, perto ou
distantes, ocultamente est��o ligadas entre si.
E t��o ligadas est��o, que n��o se pode tocar uma
flor sem incomodar as estrelas."
Francis Thompson
O homem semeia um pensamento e colhe uma a����o,
semeia um ato e colhe um h��bito.
Semeia um h��bito e colhe um car��ter.
Semeia um car��ter e colhe um destino."
Swami Sivananda O
Poder do Pensamento pelo Yoga
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
E assim que tudo serve, que tudo se encadeia na
Natureza, desde o ��tomo primitivo at�� o arcanjo,
que tamb��m come��ou por ser ��tomo."
Allan Kardec -O Livro dos Esp��ritos q. 540
II
Tudo o que est�� em n��s est�� no Universo e tudo o
que est�� no Universo encontra-se em n��s."
L��on Denis -O Problema do Ser, do Destino e da Dor
Apresenta����o
Nada mais necess��rio nos dias atuais.
Escrevo no m��s de janeiro de 2010. H�� poucas semanas
aconteceu o tr��gico terremoto no Haiti, quando morreram
mais de cem mil pessoas.
Na Europa, nos Estados Unidos, na China, nevascas
como h�� muito n��o se via.
No Brasil, chuvas torrenciais h�� meses e, neste m��s de
janeiro, ainda mais intensas, alagando, produzindo enchentes;
s��o rios que sobem mais de 9 metros, e barrancos que
desmoronam em cima de casas, matando pessoas de todas
as idades. Cidades inteiras debaixo das ��guas.
Enquanto isso a viol��ncia prossegue grassando, fazendo
um n��mero cada vez maior de v��timas fatais, levando
fam��lias ao desespero; desespero esse, tanto quanto o dos
haitianos, que choram seus entes queridos soterrados e a
cidade devastada. Concordo.
Mas, h�� uma enorme diferen��a entre os que foram
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
v��timas dos flagelos da Natureza e aquelas pessoas que tombaram
por a����es criminosas; pela selvageria de outros seres
humanos.
A lista dos descalabros e dos sofrimentos �� imensa, e
eu poderia relacionar aqui um vasto panorama acerca de
tudo o que o mundo vive na atualidade.
Mas, voc�� que est�� lendo, sabe.
N��o se pode deixar de mencionar, por��m, a ajuda humanit��ria
que muitas na����es est��o prestando ao Haiti, incluindo
o Brasil. De todos os lados chegam recursos visando
minimizar os efeitos do terremoto; gestos de solidariedade
procuram suavizar, de algum modo, os sofrimentos que o
povo haitiano est�� enfrentando.
Ser solid��rio com o pr��ximo denota mudan��a expressiva
na compreens��o da vida. N��o importa a religi��o -a
a����o altru��stica e a solidariedade n��o t��m fronteiras e nem
t��o pouco fei����o religiosa.
De repente estamos conscientes de que a dor dos outros,
de alguma forma, repercute em n��s. A constata����o dessa
realidade enseja o despertar espiritual. Mentes interconectadas
em um Universo entrela��ado vibratoriamente.
A f��sica qu��ntica alargou os horizontes mentais de
quantos se interessam por uma nova era, evidenciando que
n��o h�� limites para a evolu����o humana. A busca, hoje, envereda
pelos campos da Espiritualidade.
Este o prop��sito deste livro.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Em sua primeira parte apresento uma linha de racioc��nio
que encaminhe o leitor para os assuntos da segunda
parte.
Apresento, em cada cap��tulo, v��rias opini��es dos mais
renomados autores que se empenham em alargar a nossa
vis��o de mundo.
F��sicos, cientistas, escritores apresentam importantes
contribui����es, com vistas a uma mudan��a de paradigma. H��
mais de dois s��culos impera o paradigma que contempla o
materialismo, engessando o pensamento humano e o afastando
da sua condi����o espiritual.
Esclare��o, todavia, que ao evidenciar que os postulados
do Espiritismo est��o acordes com essa nova consci��ncia,
deixo impl��cito o entendimento de que todas as religi��es
caminham na mesma dire����o, que ��, ali��s, a vis��o esp��rita.
Procuro com muita aten����o e respeito ressaltar esse aspecto,
pois a mim �� extremamente grata a ideia de que todos
somos irm��os, filhos do mesmo Pai, integrantes da fam��lia
universal.
Ressalto que, em determinados momentos esta obra
encontra-se fundamentada no conhecimento multimilenar
da cultura oriental, com a men����o de alguns de seus grandes
vultos e respectivas obras.
Espero ter alcan��ado o objetivo principal, que �� o de
ressaltar a nossa condi����o espiritual e, como via de consequ��ncia,
a nossa interconex��o com o Universo.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
De uma forma ou de outra caminhamos na incessante
busca pela verdade.
Conhecereis a verdade e a verdade vos libertar��, disse
Jesus. (J��, 8:32).
Aqui come��a a nossa viagem.
Seja feliz! 1
1 A palavra "psi" usada neste livro foi criada em 1942, pelo psic��logo brit��nico
Robert Thouless, como um termo neutro para designar fen��menos
a
ps��quicos. Refere-se �� 23 letra do alfabeto grego. "Psi" tamb��m �� a primeira
letra da palavra grega psich��, com significado de "mente" ou "alma". As experi��ncias
ps��quicas comuns incluem conex��es de mente para mente (telepatia),
percep����o de objetos ou eventos a dist��ncia (clarivid��ncia), percep����o
da ocorr��ncia de eventos futuros (precogni����o) e intera����es entre a mente e
a mat��ria (psicocinese).
Agradecimentos
��RIAS IDEIAS CONTIDAS NESTE LIVRO foram temas
de excelentes conversas entre amigos, no aconchego da casa
da querida amiga Consola����o Muanis. Reunidos ali, naquela
afetuosa troca de conhecimentos, tive a satisfa����o de receber
do amigo Cleber Mauricio Gon��alves, importantes contribui����es
para alguns dos aspectos que estava abordando. Junto
a n��s estavam outros amigos tais como: Lenise Gon��alves,
Maria Trindade do Nascimento, Abigail Magalh��es, Fernando
Mendes, Vitor Ferraz Santos, cada um contribuindo com
seus coment��rios e incentivo. Minha gratid��o a voc��s!
Especial agradecimento �� Consola����o Muanis, a quem
devo a revis��o cuidadosa de cada cap��tulo deste livro e por
sua abalizada opini��o em muitos momentos. Lembrando
tamb��m do querido casal Odete e Luiz Carlos Ferraz, da
cidade de Resende (RJ), pelo incentivo e, especialmente pela
colabora����o de Ferraz para este livro.
Sou grata a Luiz Antonio Saegusa, pois foi gra��as a
uma proveitosa conversa que tivemos, em uma tarde, na
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Editora e Distribuidora Bezerra de Menezes, em Santo Andr��,
que surgiu a ideia deste livro. Ao nosso lado, nesse momento,
Miguel Sardano, dando-me o incentivo necess��rio
para levar adiante o projeto e propiciando meios para isso,
o meu agradecimento.
Aos queridos amigos L��cia Flores Moehlecke e Jorge
Henrique Moehlecke, de Novo Hamburgo (RS), pela amizade
e carinho, a minha gratid��o.
Agrade��o aos amigos da FEB, nas pessoas de seu presidente,
Nestor Jo��o Masotti e Ilcio Bianchi, gerente da revista
Reformador, pelo apoio constante e afetuoso.
Minha gratid��o aos queridos amigos de S��o Bernardo
do Campo (SP), Gloria Guimar��es Carib��, Edson Lorenzini,
D��cio Norberto Gomes, Alfredo Sert��rio e ao casal Leila e
Civaldo Velar. Nossas reuni��es de estudos e conversas s��o
fontes de est��mulo e alegria.
Agradecendo tamb��m ao querido amigo Jos�� Maria
de Medeiros Souza, parceiro do nosso programa na Rede
Boa Nova, "Mediunidade, caminho para ser feliz", sempre
disposto a ajudar, em momentos em que recorremos �� sua
bondade.
A voc��, Fernando de S�� Leit��o, querido amigo da
cidade de Assu (RN) um agradecimento especial, por me
acompanhar nessa jornada com seu apoio e gentilezas.
Sem esquecer dos queridos amigos de Natal (RN) o
casal Francisco de Assis Pereira e Sandra Borba Pereira,
SUELY CALDAS SCHUBERT
porque caminhamos juntos nesse exerc��cio de viver a Doutrina
Esp��rita, o meu agradecimento.
Ressalto a generosa contribui����o do querido casal Rosenite
Alves Abillama e Farid Philippe Abillama, de Natal (RN).
Farid, mesmo em meio ao trabalho profissional, disp��s-se a
finalizar a formata����o deste livro, a quem agrade��o muito.
Ao querido amigo Divaldo Franco, cuja amizade, nesses
cinquenta anos de conv��vio, tem sido uma fonte de enriquecimento
espiritual e ilumina����o em minha vida - com
gratid��o e carinho.
�� minha fam��lia, que preenche os meus dias terrenos
de amor e aprendizado - agrade��o a Deus o privil��gio de
t��-los ao meu lado.
Agrade��o, efusivamente, ao meu neto fil��sofo, Humberto
Schubert Coelho, que em minhas d��vidas filos��ficas
aclara o meu pensamento.
Aos Benfeitores Espirituais que me fortalecem e orientam,
nos cuidados amorosos de cada dia, o preito da minha
gratid��o e do meu amor.
Introdu����o
A intelig��ncia suprema
Pai Nosso...
Jesus (Mateus, 6:9)
Tudo quanto na Natureza e na Humanidade canta e
celebra o amor, a beleza, a perfei����o, tudo que vive e
respira �� mensagem de Deus.
Leon Denis 2
ENTRE AS QUEST��ES QUE ME S��O PROPOSTAS du
rante os semin��rios que apresento, uma se destaca em minha
lembran��a, pela forma como a pessoa se expressou. A
pergunta veio por escrito e falava acerca do ate��smo, ressaltando
que o ateu, pelo fato de n��o acreditar em Deus, �� quase
sempre apontado como uma pessoa fria, indiferente ao
sofrimento alheio ou at�� mesmo de conduta pior; entretanto,
ele pode ser uma pessoa muito digna, caridosa, honesta e
2 Leon DENIS, 0 Grande Enigma, 1983.
19
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
que pensa no bem-estar do pr��ximo. E arrematava dizendo
que o ateu sofre de uma sensa����o terr��vel_de abandono, uma
dor de ser algu��m solit��rio no Universo, em meio a todos os
demais solit��rios e, que essa solid��o �� a mais pungente que
se possa imaginar, acrescida pela sensa����o de que o Nada
�� o resultado dessa vida_ terrena. A pessoa perguntava se
haveria algum argumento para auxiliar o ateu a admitir a
exist��ncia de Deus.
Essa dor era para mim, at�� ent��o, inconceb��vel, nunca
me havia ocorrido algo a respeito. Ao responder citei que
esse estado ��ntimo deve ser muito sofrido e aduzi que essa
busca, por certo, poderia chegar ao t��rmino se o indiv��duo
refletisse na magistral resposta que os esp��ritos superiores
trouxeram para a Humanidade, quando interrogados por
Allan Kardec, em O Livro dos Esp��ritos: Que �� Deus? Os
esp��ritos responderam: Deus �� a intelig��ncia suprema, causa
prim��ria de todas as coisas.3
Esclareci que o primeiro cap��tulo dessa obra fornece as
demais explica����es para que nos seja poss��vel compreender
algo mais acerca Daquele que nos criou e a todo o Universo.
Essa �� a resposta plena e total a todas as criaturas: Deus
�� o Criador do Universo, e este �� a concretiza����o do pensamento
divino. N��s somos esp��ritos criados pela Intelig��ncia
Suprema, ou que nome tenha. Jesus o chamou de Pai - como
3
Allan KARDEC, 0 Livro dos Esp��ritos, q. 1.
20
Suely CALDAS 'SCHUBERT
evidenciou aos disc��pulos, quando esses Lhe pediram que
lhes ensinasse a orar, proferindo, ent��o, a prece o Pai Nosso.
A descren��a adv��m, n��o raramente, em decorr��ncia
do que �� pregado, comumente, nos diversos segmentos do
Cristianismo em rela����o a Deus, pois Ele �� visto como um
ser cruel, injusto, que n��o perdoa e, o que �� ainda mais grave,
�� dotado de todas as paix��es humanas. �� uma vis��o antropom��rfica,
que projeta no Criador todas as nossas imperfei����es.
Mudar essa vis��o distorcida �� fundamental para que
a criatura se religue ao Criador, a fim de que possa sentir a
presen��a divina em toda parte mas, acima de tudo, dentro
de si mesmo, como Pai amoroso e justo.
0 eminente bi��logo americano Francis S. Collins, diretor
do Projeto Genoma, argumentando acerca da exist��ncia
de Deus, expressa, em seu livro A Linguagem de Deus:
Se Deus existe �� sobrenatural.
Se Ele �� sobrenatural, n��o �� limitado pelas leis naturais.
Se n��o �� limitado pelas leis naturais, n��o h�� motivo
para que seja limitado pelo tempo.
Se n��o �� limitado pelo tempo, ele est�� no passado, no
presente e no futuro.
Menciona ainda, Francis Collins, a consequ��ncia dessas
conclus��es, quais sejam:
Ele poderia existir antes do Big Bang e depois que o
universo sumisse, caso isso viesse a acontecer.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Ele poderia saber o resultado exato da forma����o do
universo mesmo antes de este ter come��ado.
Ele saberia de antem��o se um planeta pr��ximo das
margens externas de uma gal��xia espiral comum poderia
ter as caracter��sticas certas para permitir a vida.
Ele saberia por antecipa����o que tal planeta levaria ao
desenvolvimento de criaturas conscientes, por meio do
mecanismo de evolu����o pela sele����o natural.
Ele poderia tamb��m saber, antecipadamente, os pensamentos
e as a����es dessas criaturas, mesmo se estas
tivessem livre-arb��trio.4
Essas considera����es respondem parte dos argumentos
contr��rios �� ideia da exist��ncia de Deus, mas, sobretudo,
respondem diretamente aos que cr��em que Ele existe, por��m
mant��m-se atrelados ��s concep����es criacionistas, conforme
registradas na B��blia.
Leon Denis, cujo pensamento de sabedoria incomum
resplandece em todos os seus escritos, em sua magistral obra
O Grande Enigma, descortina uma vis��o ao mesmo tempo
l��gica e luminosa acerca de Deus.
Caminhemos com ele, nos dom��nios do pensamento
transcendental:
A eterna cria����o, a eterna renova����o dos seres e das
4
Francis COLLINS, A Linguagem de Deus: Um cientista apresenta evid��ncias
de que Ele existe, p. 87-88.
SUELY CALDAS SCHUBERT
coisas �� t��o-somente a proje����o constante do pen
samento divino no Universo. [...]. N��o procures Deus
nos templos de pedra e de m��rmore, �� homem que o
queres conhecer, e sim no templo eterno da Natureza,
no espet��culo dos mundos a percorrer o infinito, nos
esplendores da vida que se expande em sua superf��
cie, na vista dos horizontes variados: plan��cies, vales,
montanhas e mares que a tua morada terrestre te ofe
rece. Por toda parte, �� luz brilhante do dia ou sob o
manto constelado das noites, �� margem dos oceanos
tumultuosos, e assim na solid��o das florestas, se te sa
bes recolher, ouvir��s as vozes da Natureza e os sutis
ensinamentos que murmura ao ouvido daqueles que
frequentam suas solid��es e estudam seus mist��rios.
A Terra voga sem ru��do na extens��o. Nada denuncia sua
marcha imponente. Silenciosa, ela passa, rola entre suas
irm��s do c��u. [...]. Se a Terra evolucionasse com estrondo;
se o mecanismo do mundo se regulasse com fracasso,
os homens, aterrorizados, curvar-se-iam e creriam. [...].
A vontade que dirige o Universo se disfar��a a todos
os olhares. As coisas est��o dispostas de maneira que
ningu��m �� obrigado a lhes dar cr��dito. Se a ordem e
a harmonia do Cosmos n��o bastam para convencer o
homem, este �� livre no conjeturar. Nada constrange o
c��tico para ir a Deus.
O mesmo acontece ��s coisas morais. Nossas exist��ncias
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
se desenrolam e os acontecimentos se sucedem sem
liga����o aparente; mas, a imanente justi��a domina ao
alto, e regula nossos destinos segundo um princ��pio
imut��vel, pelo qual tudo se encadeia em uma s��rie de
causas e efeitos. Seu conjunto constitui uma harmonia
que o esp��rito emancipado de preconceitos, iluminado
por um raio da Sabedoria descobre e admira.
Que sabemos n��s do Universo?
Nossa vista s�� percebe um conjunto restrito do imp��rio
das coisas.
A s��bia Natureza limitou nossas percep����es e nossas
sensa����es. �� degrau a degrau que ela nos conduz ao
caminho do saber. �� lentamente, trecho por trecho, vidas
depois de vidas, que ela nos leva ao conhecimento
do Universo, seja vis��vel, seja oculto. 0 ser sobe, um a
um, os degraus da escadaria gigantesca que conduz a
Deus [...].
E Deus est��, assim, em cada um de n��s, no templo vivo
da consci��ncia. �� aquele o lugar sagrado, o santu��rio
em que se encontra a divina centelha.5
0 Universo ��, pois, a consubstancia����o do pensamento
de Deus. 0 esp��rito Andr�� Luiz refere-se ao plasma divino,
hausto do Criador e diz que nesse elemento primordial,
vibram e vivem constela����es e s��is, mundos e seres, como
5
L��on DENIS, 0 Grande Enigma.
SUELY CALDAS SCHUBERT
peixes no oceano.6
Joanna de Angelis, esp��rito, expressa o amor divino
de forma muito bela e elevada, em magn��fico poema, que
transcrevemos:
Deus Te Ama
Deus te ama
E tu percebes.
Sua ternura
te rocia a face
e Suas m��os
te sustentam.
Seu h��lito te vitaliza
e sua voz silenciosa
chega aos teus ouvidos,
com b��n����os,
com esperan��as
e com orienta����es.
Deus te busca
e te encontra.
Agora que O sentes,
deixa-te penetrar
e conduzir
ao destino feliz
que te reserva.
Francisco C��ndido XAVIER, Evolu����o em dois Mundos.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Deus vive, manifesta
e dilata o Seu amor
atrav��s de ti.
Tu o sabes...
E onde tu estiveres
Ele estar�� sempre contigo.
7 Divaldo FRANCO, Filhos de Deus, p. 107.
26
Pr��logo
Ci��ncia e espiritualidade
SEU LIVRO A Linquaqem de Deus: Um cientista
apresenta evidencias de que Ele existe, ao expor a possibilidade
da harmonia entre a perspectiva cient��fica e a espiritual,
Francis S. Collins pergunta em sua argumenta����o
a respeito:
Nesta era moderna de cosmologia, evolu����o e genoma
humano, ser�� que ainda existe a possibilidade de uma
harmonia satisfat��ria entre as vis��es de mundo cient��fica
e espiritual?
Eu respondo com um sonoro sim!
Em minha opini��o, n��o h�� conflitos entre ser um cientista
que age com severidade e uma pessoa que cr�� num
Deus que tem interesse pessoal em cada um de n��s.
O dom��nio da ci��ncia est�� em explorar a natureza.
O dom��nio de Deus encontra-se no mundo espiritual,
um campo que n��o �� poss��vel esquadrinhar com os
instrumentos e a linguagem da ci��ncia; deve ser examinado
com o cora����o, com a mente e com a alma - e
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
a mente deve encontrar uma forma de abarcar ambos
os campos.
Meu argumento �� que tais perspectivas podem coexis
tir em qualquer indiv��duo, e de modo que enrique��a e
ilumine a experi��ncia humana.
A ci��ncia �� a ��nica forma confi��vel para entender o
mundo da natureza e as ferramentas cient��ficas, quando
utilizadas de maneira adequada, podem gerar profundos
discernimentos na exist��ncia material. A c��ncia,
entretanto, �� incapaz de responder a quest��es como:
'Por que o universo existe?';
Qual o sentido da exist��ncia humana?';
0 que acontece ap��s a morte?'.
Uma das necessidades mais fortes da humanidade ��
encontrar respostas para as quest��es mais profundas, e
temos de apanhar todo o poder de ambas as perspectivas,
a cient��fica e a religiosa, para buscar a compreens��o
tanto daquilo que vemos como do que n��o vemos.8
8 Francis COLLINS, A Linguagem de Deus: Um cientista apresenta evid��ncias
de que Ele existe.
Francis S. Collins, brilhante cientista americano, bi��logo, l��der do Projeto Genoma
Humano Internacional, trabalha no que h�� de mais moderno em torno
do estudo do DNA, o c��digo da vida.
30
Cap��tulo
0 mundo em que vivemos
Na sociedade moderna, os valores espirituais t��m sido,
em geral, substitu��dos por considera����es materialistas e
amplamente ignorados. Est�� se tornando cada vez mais
evidente que a ��nsia pela transcend��ncia e a necessidade
de desenvolvimento interior s��o aspectos b��sicos e
normais da natureza humana. Estados m��sticos podem
curar profundamente e ter um impacto positivo na vida
da pessoa envolvida.
Stanislav Grof9
iVEMOS EM UM MUNDO MATERIALISTA, (refiro-me a
toda a Humanidade).
A mat��ria rege a vida da maioria dos seres humanos,
principalmente aqui no Ocidente.
Mas, afinal, o que �� o materialismo?
Inicialmente �� interessante pensar um pouco a respeito
Stanislav GROF, Christina GROF, A Tempestuosa Busca do Ser.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
do materialismo no sentido filos��fico. Para isso recorremos
ao fil��sofo Humberto Schubert Coelho:
O materialismo �� fruto de um pensamento cientificista
ocidental, digo, cientificista antiquado, que toma a F��sica
e a Matem��tica por base, invertendo a ordem de prioridades
natural. 0 materialismo se sustenta em id��ias
organizacionais humanas, linguagem mesmo, como a
Ci��ncia, acreditando que estas linguagens explicam o
homem, quando, ao contr��rio, enquadram-no em limites
muito simplistas de compreens��o.
A cren��a ing��nua no conhecimento humano, no crit��rio
da infalibilidade da Ci��ncia, conduz �� conclus��o de
que este conhecimento precede seu criador, condicionando-
o.
Aquelas id��ias, produtos humanos, que se agrupam
sob o nome de 'Ci��ncia Natural', passaram ao primeiro
degrau da hierarquia, acima do pr��prio homem, dos
valores da vida, pois o homem anseia por certezas absolutas,
e estes modelos te��ricos lhe deram a c��moda
impress��o de que podia produzir respostas absolutas,
de que estas respostas deveriam ser melhores do que
as da Arte, da Religi��o, da Filosofia, embora nenhuma
delas falasse sobre as mesmas coisas.
As 'certezas e o grau de precis��o destes campos do conhecimento
fascinam por demais os homens, a ponto
de os fazer acreditar que todos os demais campos do
SUELY CALDAS SCHUBERT
saber humano devem ser-lhes adaptados �� for��a. Contra
essa corrente est�� o pensamento genial do f��sico e;
ativista Fritjof Capra, pensamento que justifica a F��sica
atrav��s de uma vis��o org��nica, natural ao pr��prio homem,
sem, no entanto, desconsiderar o aspecto l��gico
formal desta ci��ncia.
S��o as ci��ncias que devem se adaptar �� ess��ncia do
homem e n��o o oposto, como tem sido pregado pelas
ideologias de nossos tempos. 10
Nesse mundo imperam as necessidades materiais
como se fossem o ��nico objetivo e felicidade da vida f��sica.
Essa vis��o ��, hoje, t��o distorcida que pessoas cometem
crimes no prop��sito de conseguir tudo o que imaginam ser
objeto de prazer, de satisfa����o do ego, pouco se importando
com os outros, se os est��o prejudicando, maltratando,
ferindo, matando. O consumismo voraz contagia, da crian��a
aos idosos, e todos passam a fazer parte de uma vida t��o
descart��vel quanto um copinho de pl��stico.
�� o que comenta o Dr. Jorge Andr��a, m��dico psiquiatra
esp��rita:
O homem ficou embriagado e drogado pelo materialismo.
Tudo que vive, l�� e realiza visa, exclusivamente, os
seus pr��prios interesses ego��sticos dentro de um apa
10 Humberto, COELHO, Genealogia do Esp��rito.
33
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
rente estado de conforto. Mas, tudo isso lhe est�� proporcionando
dores e afli����es. Praticamente, n��o compreende
o que se passa ao seu redor. O homem, cada
vez mais se empenha em realiza����es materiais como
meta para a sua felicidade; cada vez mais possui novos
objetos, mas, o que realmente acontece �� que est�� sendo
possu��do pelos mesmos. Est�� cercado e afogando-
se em suas pr��prias abundancias materiais. Arma-se
para defenderse e acabar�� destruindo-se. 11
O prop��sito fundamental �� ter. Ter coisas, cada vez mais
e melhores, a qualquer custo. Casas, carros, roupas de grife,
enfeites, objetos disputados por todos porque s��o o "��ltimo
grito da moda", consumidos vorazmente - entretanto, pouco
depois se tornam ultrapassados, substitu��dos rapidamente por
outra avalanche de novidades, que afinal ter��o o mesmo destino
das coisas descart��veis e imprest��veis.
H�� uma corrida constante e desenfreada contra o tempo,
para que haja tempo de se usufruir desse consumismo e
atender ��s necessidades f��sicas e materiais.
A ordem �� aproveitar a juventude, o corpo, os bens, a
vida, embora (e por isso mesmo) impermanente e fugaz.
0 f��sico indiano, Amit Goswami, discorrendo a respeito
das caracter��sticas do mundo ocidental, no seu livro
O Universo Autoconsciente, afirma:
11 Jorge Andr��a SANTOS, Lastro Espiritual nos Fatos Cient��ficos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Em um mundo assim, necessidades espirituais passam
frequentemente despercebidas, ou s��o sublimadas, se
afloram �� superf��cie. Se s�� a mat��ria �� real, como o
materialismo nos ensinou a acreditar, ent��o posses materiais
constituem o ��nico alicerce razo��vel para a feli
cidade e a boa vida.
Claro que as religi��es, os mestres espirituais e as tra
di����es art��sticas e liter��rias nos ensinam que isto n��o
�� verdade. Pelo contr��rio, pregam que o materialismo
leva, na melhor das hip��teses, a uma sociedade doen
tia e, na pior, ao crime, �� doen��a e a outros males.
A maioria dos ocidentais aceita essas cren��as conflitan
tes e vive em um estado de ambival��ncia, participando
da cultura consumista vorazmente materialista, mas,
ainda assim, desprezando secretamente a si mesmos
por tal atitude. Aqueles entre n��s que ainda se consideram
religiosos n��o conseguem ignorar inteiramente
ofato de que, embora em palavras e pensamentos ainda
cultuemos a religi��o, com uma frequ��ncia grande
demais, o que fazemos desmente nossos prop��sitos:
n��o conseguimos internalizar realmente at�� os ensinamentos
b��sicos das religi��es, tal como o amor ao
pr��ximo. Outros resolvem sua disson��ncia adotando
o fundamentalismo religioso ou um cientificismo igualmente
fundamentalista.
Em resumo, vivemos uma crise - n��o tanto uma crise de
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
f��, mas uma crise de confus��o. Como foi que chegamos
a esse deplor��vel estado? Quando aceitamos o materialismo
como a denominada vis��o cient��fica do mundo. 12
O rumo, portanto, n��o tem sido o melhor para n��s.
Essa concep����o de mundo levou-nos, realmente, a um estado
perigoso de viol��ncia, de criminalidade, de corrup����o, de
medo, de incerteza e inseguran��a, de desamor.
N��o se pode, por��m, deixar de admitir que o mundo
em que vivemos �� resultado do nosso mundo interior. O come��o
de tudo est�� no ��ntimo do ser humano, que projeta o
que pensa, e o que �� ao construir a vida ao seu redor. H��bitos
geram os costumes, que por sua vez geram as leis. 0 que
a�� est�� �� fruto de n��s mesmos. Civiliza����es que nos antecederam
trazem nossa marca quando ali estivemos. Herdamos
o que plantamos, o que criamos, o que constru��mos. Somos
herdeiros de n��s mesmos.
Hoje, abominamos os resultados de nossas a����es pret��ritas,
queremos mudan��as. Isto proporciona reflex��es profundas
visto que agora estamos melhores. De alguma forma,
no ir e vir das vidas sucessivas tornamo-nos mais conscientes,
aprimoramos nossa vis��o da exist��ncia terrena. H�� uma
insatisfa����o ��ntima que alavancar�� o progresso para rumos
mais equilibrados.
12
Amit, GOSWAMI, 0 Universo Autoconsciente: Como a consci��ncia cria o
mundo mat��ria.
SUELY CALDAS SCHUBERT
J�� existe um sentimento comum de que o panorama
mundial �� desalentador. Este, com certeza, n��o �� o mundo
que a grande maioria da popula����o terrena desejaria para si
e para as gera����es futuras.
Inevitavelmente, constatamos que muitas barreiras nos
separam uns dos outros, algumas quase intranspon��veis.
Preconceitos os mais diversos est��o sendo mantidos a longo
tempo, que v��o desde o idioma, passando pela ra��a, pelas
culturas e costumes e, at�� onde n��o deveria - pelas religi��es,
o que �� um paradoxo terrificante.
Em alguns momentos, vendo na TV ou na internet cenas
terrivelmente dolorosas, vivenciadas por pais e m��es,
com seus filhos nos bra��os, mutilados por bombas e ataques
terroristas, a dor estampada no rosto de cada um, a crian��a
morta ou ferida gravemente e em gritos que n��o se ouve
(foram retirados previamente), mas imaginamos, isto tudo
nos leva ��s l��grimas e um pouco daquela dor nos alcan��a
como em um impacto - ent��o sentimos, sabemos que somos
irm��os em humanidade, simplesmente buscando ter o
primeiro de todos os direitos: o de viver. Nesses momentos
decisivos dessa conscientiza����o vencemos as barreiras e nos
irmanamos na mesma dor.
E surpresos perguntamos intimamente: ��� Onde foi
que erramos? Por que chegamos a esse ponto? N��o �� esta a
hora de mudar?
A prop��sito, vale citar aqui uma experi��ncia extrema
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
mente rica vivenciada por Jung, quando de sua visita aos
��ndios pueblos, no Novo M��xico. Foi em uma dessas aldeias
que ele teve, pela primeira vez, a oportunidade de falar com.
um n��o europeu, que era chefe dos pueblos Taos, chamava-
se Ochwiay Biano - Lago das Montanhas, homem inteligente,
tinha entre quarenta a cinquenta anos. Vamos dar a
palavra ao pr��prio Jung:
Evidentemente, estava fechado em seu mundo da
mesma forma que um europeu est�� fechado no dele.
Mas que esp��cie de mundo! [...]. ��� Veja, dizia Biano,
como os brancos t��m um ar cruel. Tem l��bios finos,
nariz em ponta, os rostos sulcados de rugas e deformados.
Os olhos t��m uma express��o fixa, est��o sempre
buscando algo.
O que procuram? Os brancos sempre desejam alguma
coisa, est��o sempre inquietos e n��o conhecem o repouso.
N��s n��o sabemos o que eles querem.
N��o os compreendemos e achamos que s��o loucos!
Perguntei-lhe ent��o por que pensava que todos os
brancos eram loucos. Respondeu-me: 'Eles dizem que
pensam com suas cabe��as'.
��� Mas naturalmente! Com o que pensa voc��? -perguntei
admirado.
��� N��s pensamos aqui - disse ele, indicando o cora����o.
Ca�� numa profunda reflex��o. Pela primeira vez na minha
vida algu��m me dera uma imagem do verdadeiro
SUELY CALDAS SCHUBERT
homem branco. Era como se, at�� ent��o, s�� tivesse visto
reprodu����es coloridas, sentimentalmente embelezadas.
Esse ��ndio encontrara nosso ponto vulner��vel e
pusera o dedo naquilo em que somos cegos. [...]. Era
o bastante. Aquilo a que damos o nome de civiliza����o,
miss��o junto aos pag��os, expans��o da civiliza����o, etc.
tem uma outra face, a de uma ave de rapina cruelmente
tensa, espreitando a pr��xima v��tima, face digna de uma
ra��a de lar��pios e de piratas. Todas as ��guias e outros
animais rapaces que ornam nossos escudos her��ldicos
me parecem os representantes psicol��gicos apropriados
de nossa verdadeira natureza. 13
Como consertar o mundo? H�� jeito? H�� tempo? Que
resposta a vida nos d��?
Imprescind��vel fazer aqui algumas reflex��es a fim de
termos as respostas de que necessitamos e que sejam coerentes,
e que n��o entrem pelo campo do misterioso, nem de
simbolismos ou met��foras, porque agora, hoje, necessitamos
conhecer nossa realidade terrestre.
Para entender melhor o que �� o nosso planeta e a Humanidade
que o habita, n��o podemos deixar de recorrer ��s
explica����es que o Espiritismo nos transmite, por serem absolutamente
l��gicas; entretanto cada um �� livre de aceit��-las
ou n��o. �� assim que nada �� imposto e, sim, raciocinado, nos
13 Aniela, JAFFE, (Compila����o), Mem��rias, Sonhos, Reflex��es, p. 219.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
ensinamentos esp��ritas. �� a f�� raciocinada, conforme enfatiza
Allan Kardec. Primeiramente, importa considerar que n��o ��
em decorr��ncia de pesquisas muito avan��adas, possibilitadas
pelo progresso das ci��ncias que as criaturas se tornam materialistas,
mas sim em raz��o do orgulho e da vaidade. As conquistas
nos diversos campos do conhecimento levam o homem
a supor que �� maior que tudo, detendo nas m��os, cada
vez mais, a melhoria das condi����es da vida terrena, embora
n��o tenha poder para criar a vida humana no laborat��rio.
Em 0 Livro dos Esp��ritos o materialismo �� abordado por
Kardec, nas quest��es 147 e 148, colocando ele pr��prio extenso
coment��rio a respeito das consequ��ncias do materialismo.14
O tema tamb��m �� abordado no livro Di��logo dos Vivos,
psicografado por Chico Xavier, e traz uma mensagem
de Emmanuel, intitulada "Materialismo e atualidade", analisada
pelo fil��sofo e escritor Herculano Pires que se apresenta
com o pseud��nimo de Irm��o Saulo. Em seu coment��rio,
que tem o t��tulo de "Hora de f��", Herculano Pires enfoca o
materialismo de maneira clara e oportuna, que muito nos
interessa:
�� tolice dizer que o desenvolvimento atual das ci��ncias
favorece o materialismo. 0 pr��prio Einstein afirmou,
bem antes desses avan��os mais recentes: 'O materialismo
morreu por falta de mat��ria. Quem opta pelo
14 Allan, KARDEC, 0 Livro dos Esp��ritos.
40
Su ELY CALDAS SCHUBERT
materialismo, nesta altura da evolu����o cient��fica, revela
falta de senso ou dist��rbio do racioc��nio. Seria o mesmo
que Tom�� dizer a Jesus ressuscitado: 'Se toco as
tuas chagas �� porque n��o morreste'. 15
Devemos partir da no����o de que nossa morada terrestre
�� um mundo atrasado, um mundo inferior na escala do
progresso. Isto porque a Humanidade que o habita est�� nesse
patamar; somos esp��ritos ainda longe da perfei����o, embora
esta seja a meta que um dia alcan��aremos; por enquanto,
�� ineg��vel - porque est�� diante de n��s (e em n��s) essa realidade
- estamos em processo de provas e expia����es.
Mas, nada �� mais esclarecedor do que o fragmento textual
que a seguir transcrevo, e que se encontra em O Evangelho
Segundo o Espiritismo (este termo "segundo" significa
"interpretado pelo Espiritismo").
O progresso �� lei da Natureza. A essa lei todos os seres
da Cria����o, animados e inanimados, foram submetidos
pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrande��a
e prospere. A pr��pria destrui����o, que aos homens
parece o termo final de todas as coisas, �� apenas um
meio de se chegar, pela transforma����o, a um estado
mais perfeito, visto que tudo morre para renascer e
nada sofre o aniquilamento.
15 Francisco C��ndido XAVIER, Di��logo dos Vivos.
41
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Ao mesmo tempo que todos os seres vivos progridem
moralmente, progridem materialmente os mundos em
que eles habitam. Quem pudesse acompanhar um
mundo em suas diferentes fases, desde o instante em
que se aglomeraram os primeiros ��tomos destinados a
constitu��-lo, v��-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente
progressiva, mas de degraus impercept��veis para
cada gera����o, e a oferecer aos seus habitantes uma morada
cada vez mais agrad��vel, �� medida que eles pr��prios
avan��am na senda do progresso. Marcham assim,
paralelamente, o progresso do homem, o dos animais,
seus auxiliares, o dos vegetais e o da habita����o, porquanto
nada em a Natureza permanece estacion��rio.
Qu��o grandiosa �� essa ideia e digna da majestade do
Criador! Quanto, ao contr��rio, �� mesquinha e indigna
do seu poder a que concentra a sua solicitude e a
sua provid��ncia no impercept��vel gr��o de areia, que ��
a Terra, e restringe a Humanidade aos poucos homens
que a habitam!16
16 Allan KARDEC, 0 Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III. Trecho de mensagem
do esp��rito Santo Agostinho, psicografada em Paris, no ano de 1862,
por uma das m��diuns que colaboraram com Allan Kardec. Essas m��diuns eram
muito jovens e as reuni��es, em sua maioria, eram realizadas nos primeiros tempos
nos lares, posteriormente na Sociedade Parisiense de Estudos Esp��ritas.
Cap��tulo
Uma nova maneira de pensar
A explora����o dos limites mais distantes da natureza humana
e de suas mais elevadas possibilidades [...] exigiu,
no meu caso, a cont��nua destrui����o dos mais caros
axiomas, a labuta constante com aparentes paradoxos,
contradi����es e incertezas e o colapso ocasional das leis
da psicologia h�� muito estabelecidas, amplamente acreditadas
e aparentemente inatac��veis bem �� frente de
meus olhos.
Abraham Masiow , 7
MUNDO EST�� MUDANDO continuadamente. O
determinismo do progresso empurra as civiliza����es para
conquistas sempre maiores, embora nem sempre sejam
melhores.
17 Abraham MASLOW apud Roger WALSH; Frances VAUGHAN, Caminhos
Al��m do Ego, II Parte, se����o cinco.
Abraham Masiow, Ph.D., considerado o pai filos��fico da psicologia humanista
e transpessoal.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Se observarmos a linha do tempo, nela sobressaindo se
as conquistas humanas positivas, ben��ficas, vamos encontrar
um processo cont��nuo em que cada uma dessas
pessoas impulsionadoras do progresso abrem caminho para
outras que v��o chegando, e estas retomam as conquistas
alcan��adas e acrescentam, e avan��am, desdobram, prosseguem,
surgem novas ideias e resultados decorrentes das
ideias iniciais, que propiciam novas descobertas, e assim sucessivamente,
sem que haja interrup����es e paradas. Isto me
lembrou a corrida da tocha ol��mpica, quando h�� alguns anos
assisti a uma "aula" de um amigo, o m��dico Cleber Mauricio
Gon��alves, profundo estudioso do Espiritismo.
Ele explanava sobre o tema vitalismo e energia vital,
ou fluido vital, para um grupo de amigos, remontando as
primeiras ideias a respeito da quest��o enfocada e os vultos
que se sobressa��ram nas pesquisas, com as respectivas datas.
Nesse momento precioso tive a n��tida impress��o de
presenciar uma verdadeira corrida da tocha ol��mpica em
que cada atleta passa para outro a tocha acesa para que
n��o se apague e, ali, diante de n��s, observ��vamos a tocha
do conhecimento, passando de gera����o a gera����o, atrav��s
de mentes capacitadas a abrirem caminho para o enriquecimento
da Humanidade em todos os campos poss��veis. A
tocha da verdade permanece acesa, em todas as ��pocas,
pois sempre est��o em seus devidos lugares os "atletas" do
conhecimento, levando-a para frente, "ad eternum".
SU ELY CALDAS SCHUBERT
In��meras s��o as conquistas humanas no que tange ��s
realiza����es materiais, cient��ficas, tecnol��gicas, astron��micas;
anuncia-se tamb��m diversificadas pesquisas, bem sucedidas,
no campo da mente, denotando o interesse dos estudiosos
empenhados em melhorar nossa qualidade de vida.
Oportuno assinalar, por exemplo, as mais recentes
pesquisas realizadas por neurocientistas, trazendo valiosas
informa����es a respeito dos neur��nios. Durante um s��culo
a cren��a predominante era a de que, perante uma les��o cerebral
ou no processo de envelhecimento, os neur��nios n��o
tinham condi����es de se regenerar, o que levaria �� deterioriza����o
das fun����es normais da mente. Felizmente outra �� a
informa����o atual, pois foram descobertos casos que derrubaram
a convic����o at�� ent��o mantida.
Assinala o Dr. Dean Radin em seu livro Mentes Interligadas:
Evid��ncias cient��ficas de telepatia, de clarivid��ncia e
de outros fen��menos ps��quicos, que:
[...] os neur��nios, de fato se regeneram.
A plasticidade do c��rebro �� muito maior do que era
estimado, lan��ando uma nova luz sobre observa����es
anteriores que haviam sido ignoradas porque n��o pareciam
fazer sentido. Em um estudo de caso, relatado
em 1980 pela revista Science, durante um exame de
rotina para diagnosticar uma pequena condi����o m��dica,
descobriu-se que um estudante da Universidade
de Sheffield, na Gr��-Bretanha, virtualmente n��o tinha
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
c��rebro, mas isso n��o o impediu de manifestar um quociente
de intelig��ncia de 126 e de se graduar com louvores
em matem��tica. 18
Em nota explicativa Radin esclarece que o c��rtex do
estudante havia sido comprimido at�� uma espessura de menos
de um mil��metro em raz��o da hidrocefalia.
0 que ocorre �� que todos n��s perdemos cerca de 18 milh��es
de neur��nios a cada ano, entretanto, essa perda �� compensada
por outra estrutura, as dendrites, que s��o filamentos
cerebrais, que ligam as c��lulas nervosas umas ��s outras, cuja
forma lembra ramos, (da�� sua denomina����o, pois dendrites ��
um voc��bulo que prov��m do grego e significa ��rvore).
Essas liga����es s��o denominadas ax��nios e servem de
pontos de contato para que um neur��nio se comunique com
seus vizinhos.
Por sua vez, o Dr. Deepak Chopra, em sua obra A Cura
Qu��ntica, explicando a respeito do assunto, faz uma interessante
compara����o ao dizer que com o crescimento de novas dendrites
um neur��nio pode abrir mais canais de comunica����es
em todas as dire����es, como um painel telef��nico distribuindo
novas linhas. Passemos a palavra a ele para maiores detalhes:
N��o sabemos como um pensamento �� realmente formado
entre as c��lulas cerebrais ou como se inter-relaciona
18 Dean RADIN, Mentes Interligadas: Evid��ncias cient��ficas da telepatia, da clarivid��ncia
e de outros fen��menos ps��quicos.
46
SUELY CALDAS SCHUBERT
esse vast��ssimo n��mero de liga����es com milh��es de dendrites
se unindo em certos pontos principais do corpo,
como o plexo solar, sem falar dos bilh��es e bilh��es do
pr��prio c��rebro. Contudo, experi��ncias demonstraram
que novas dendrites podem se formar durante a vida
toda, at�� a idade avan��ada. A opini��o geral �� de que
esse novo crescimento nos proporciona a estrutura f��sica
para que a fun����o cerebral n��o diminua. A senilidade
n��o �� fisicamente normal em um c��rebro saud��vel.
Uma rica multiplica����o de dendrites pode at�� ser a causa
oculta da sabedoria crescente na velhice, uma ��poca
em que a vida �� cada vez mais encarada em sua totalidade,
em outras palavras, fica mais interligada, assim
como as c��lulas nervosas se interligam atrav��s de novas
dendrites. 19
Descobertas not��veis no campo da F��sica se sobressaem
na atualidade. Paradigmas obsoletos est��o ruindo e, lentamente,
instala-se uma nova concep����o de mundo e da vida.
A F��sica, at�� ent��o submetida ao paradigma cartesiano,
que postula que tudo �� mat��ria, sendo o Universo um
gigantesco mecanismo regido por leis igualmente mec��nicas
e, neste contexto, inserem-se os seres humanos que, embora
inteligentes e pensantes, possuidores de sentimentos e
emo����es t��m no c��rebro f��sico - portanto, material -a sede
19 Deepak CHOPRA, A Cura Qu��ntica.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
de todos os seus atributos, a F��sica, repito, v��-se for��ada a
admitir que todas as certezas que t��o convictamente eram
aceitas e mantidas como irrevog��veis est��o se desmoronando,
a partir de press��es exercidas por outras evid��ncias e
conquistas, como por exemplo, a psicologia transpessoal e.
mais recentemente, a descoberta da f��sica qu��ntica.
H�� um inconformismo subjacente na aparente tranquilidade
das criaturas. �� como um clamor surdo, vindo das entranhas,
que extravasa a imprescind��vel necessidade de encontrar
respostas, de mudar o rumo da vida de forma global
para garantia de um futuro de paz, que afinal, todos anseiam.
Vozes in��meras s��o arautos da proposta de mudan��a:
Jung �� um deles.
Relendo Mem��rias, Sonhos, Reflex��es, de Carl Gustav
Jung, compila����o de Aniela Jaff��, fica muito clara essa busca
de algo maior, melhor, mais profundo, a que ele se dedicou
durante toda sua vida.
Decorrente dessa leitura tratei de reler tamb��m uma outra
obra, esta de Anthony Stevens -Jung, Vida e Pensamento.
Stevens menciona em v��rios segmentos de sua obra
essa cont��nua procura que norteou a vida de Jung. A certa
altura ele afirma:
Foi com o intuito de n��o se tornar 'vitima da rigidez doutrin��ria'
que ele (Jung) conservou a mente aberta a todas
as coisas, de modo especial ��s que escandalizavam
os psic��logos cient��ficos. Ele sabia que havia mais coisas
48
SUELY CALDAS SCHUBERT
no c��u e sobre a terra do que os fil��sofos sonhavam.
Se ele abandonou o teste de associa����o de palavras e se
voltou para a mitologia, a alquimia e a religi��o, foi porque
as mesmas continham verdades psicol��gicas ignoradas
pelos cientistas. Para Jung, a psicologia representava
um campo fascinante de fronteiras sem limites, entre a
biologia e o esp��rito, o corpo e a mente, o consciente
e o inconsciente, o individual e o coletivo. A psicologia
abrangia a vida no seu todo -o racional e o irracional,
o explic��vel e o inexplic��vel: da�� a sua disposi����o de dar
uma aten����o especial aos fen��menos da parapsicologia,
do espiritismo, da pr��-cogni����o, da astrologia, da vida
ap��s a morte, da sincronicidade, dos OVNIS, da fragmenta����o
espont��nea de mesas e talheres, e assim por
diante. O fato de ele ser ridicularizado por causa dessas
suas prefer��ncias n��o o perturbava muito. Para ele, a
solid��o e a incompreens��o dos cr��ticos eram coisas normais
da vida. De qualquer forma, muitos o criticavam
sem se darem ao trabalho de ler o que escrevia.20
Outra importante contribui����o nesse sentido, que n��o
posso deixar de mencionar �� a do f��sico Fritjof Capra, a partir
do lan��amento de seu primeiro livro O Tao da F��sica - Um
paralelo entre a f��sica moderna e o misticismo oriental, no
ano de 1975, hoje com mais de um milh��o de exemplares
20 Anthony STEVENS, Jung, Vida e Pensamento.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
vendidos em todo o mundo. Segundo o autor, o livro apresenta
"aspectos filos��ficos da F��sica" e os pontos de contato
com as filosofias religiosas do Oriente. Refere que [...] o
misticismo oriental fornece uma bela e consistente moldura
filos��fica capaz de abranger nossas mais avan��adas teorias
acerca do mundo f��sico.
Analisando o sucesso dessa obra, quinze anos depois,
Capra afirma que:
[...] o reconhecimento das semelhan��as entre a f��sica
moderna e o misticismo oriental, faz parte de um movimento
muito maior, de uma mudan��a fundamental
de vis��es de mundo ou paradigma, na ci��ncia e na sociedade,
que agora est��o se manifestando por toda a
Europa e a Am��rica do Norte, e que implicam uma
profunda transforma����o cultural. Esta transforma����o,
esta mudan��a de consci��ncia, �� o que tantas pessoas
sentiram intuitivamente nas duas ��ltimas duas ou tr��s
d��cadas, e �� por isso que o Tao da F��sica tangeu uma
corda t��o sens��vel.21
Nos ��ltimos tempos, o misticismo que permeia a Civiliza����o
Oriental, cuja sabedoria univ��rsica tem atra��do a aten����o
do Ocidente, motivou muitos pesquisadores, abertos a
novos paradigmas e a propostas de mudan��a realmente a
21
Fritjof CAPRA, 0 Tao da F��sica: Um paralelo entre a f��sica moderna e o misticismo
oriental.
50
SUELY CALDAS SCHUBERT
se interessassem em estabelecer uma ponte interligando as
duas culturas, sobressaindo-se o f��sico Fritjof Capra e que a
ele se uniram v��rios autores de sucesso.
Explanando a respeito da contribui����o dos m��sticos,
em seu livro Mentes Interligadas, o Dr. Dean Radin, por
exemplo, observa que estes, embora apresentando fatos
corretos tendem a se manifestar na forma de met��foras n��o
test��veis. Por enquanto, prossegue Dr. Radin, os "cient��ficos"
n��o tiveram resultados muito melhores, mas ele acredita que
isso ir�� mudar em pouco tempo, (destaque do autor).
Mais adiante, na mesma obra citada, o autor transcreve
a met��fora da consci��ncia c��smica idealizada por William
James, renomado psic��logo da Universidade de Harvard,
em 1909, e a expressa de maneira muito interessante, sendo
oportuno registr��-la:
N��s e nossas vidas somos como ilhas no mar ou como
��rvores em uma floresta. Os bordos e pinheiros podem
sussurrar um para o outro com suas folhas, enquanto
Conenicut e Newport (ilhas pr��ximas �� linha costeira da
Nova Inglaterra) podem escutar as sirenes uma da outra
quando tocam. Mas as ��rvores tamb��m entrela��am
suas ra��zes na escurid��o do subsolo e todas as ilhas
est��o interligadas pelo fundo do oceano, de modo que
existe um cont��nuo de consci��ncia c��smica, contra o
qual nossa individualidade constr��i apenas cercas ocidentais
e no qual nossas diversas mentes mergulham
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
como se fosse um reservat��rio comum ou um mar que
�� m��e de todos n��s.
Nossa consci��ncia 'normal' se acha circunscrita por sua
adapta����o ao nosso ambiente terrestre externo, mas a
cerca tem pontos mais fracos e influ��ncias ocasionais do
al��m se derramam para dentro, demonstrando conex��es
comuns que, de outro modo, n��o s��o verific��veis. N��o
apenas as pesquisas ps��quicas, mas a filosofia metaf��si
ca e a biologia especulativa s��o conduzidas, cada uma
�� sua maneira, para observar com favor algum ponto
de vista 'pan-ps��quico' do Universo semelhante a este.
Presumindo-se a exist��ncia deste reservat��rio de cons
ci��ncia comum, este banco de que todos podemos
sacar, [...] as quest��es que nos aparecem s��o: Qual ��
sua pr��pria estrutura? Qual �� a sua topografia interna?
Existem formas mais sutis de mat��ria que, ocasional
mente, podem entrar em conex��o funcional com as in
dividua����es do mar ps��quico e ent��o e somente ent��o
se revelar?
Desse modo, nossa experi��ncia humana, tanto em seu
aspecto material como mental, pareceria ser apenas
um extrato de um mundo psicof��sico bem maior?22
Segundo Radin, a met��fora da consci��ncia c��smica de
22 Dean RADIN, Mentes Interligadas: Evid��ncias cient��ficas da telepatia, da clarivid��ncia
e de outros fen��menos ps��quicos.
52
SUELY CALDAS SCHUBERT
James [...] ecoou atrav��s das eras, desde conceitos ancestrais
como os registros da 'Biblioteca Ak��shica' do misticismo hindu,
do 'inconsciente coletivo' do psiquiatra Carl Jung at�� os
'campos morfogen��ticos' do bi��logo Rupert Sheldrake.
Capra, em seu segundo livro, O Ponto de Muta����o,
apresenta as implica����es sociais da atual mudan��a de paradigmas.
Reportando aos principais problemas da atualidade
relaciona-os e conclui:
A crescente amea��a de guerra nuclear, a devasta����o de
nosso meio ambiente natural, nossa incapacidade de
lidar com a pobreza e a fome no mundo, para citar apenas
os mais urgentes -s��o todos eles facetas diferentes
de uma ��nica crise, que �� essencialmente uma crise
de percep����o. Esta resulta do fato de que a maioria de
n��s - especialmente as nossas grandes institui����es sociais
- adere aos conceitos e aos valores de uma vis��o
de mundo obsoleta, a um paradigma que �� inadequado
para lidar com os problemas de nosso mundo superpovoado
e globalmente interconectado. Ao mesmo
tempo, pesquisadores que se encontram na linha de
frente da ci��ncia, v��rios movimentos sociais e numerosas
redes alternativas est��o desenvolvendo uma nova
vis��o da realidade que formar�� a base das tecnologias,
sistemas econ��micos e institui����es sociais do futuro.23
23 Fritjof CAPRA, apud Dean RADIN no posf��cio da terceira edi����o do Tao da
F��sica, quando aborda a quest��o "0 Futuro da Nova F��sica".
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Prezados leitores, tudo o que acabamos de expor evidencia
essa nova maneira de pensar, os novos anseios da
maioria da Humanidade, que busca ansiosamente por essa
mudan��a, que �� fundamental para a abertura de um novo
tempo, de uma mentalidade alicer��ada na Espiritualidade
do ser humano, condi����o primordial e imprescind��vel para
sedimentar o futuro que todos almejamos, de paz e solidariedade
entre todos os povos.
Inferimos, pois, que essa mudan��a evidencia um movimento
superior, que vem dos prop��sitos maiores da alta Espiritualidade,
presidida por Jesus, a fim de que a Humanidade
descarte, de uma vez por todas, a ideia de que o Universo
�� uma gigantesca m��quina (compreendendo-se igualmente
os seres humanos), regida por leis mec��nicas. Os paradoxos
e inumer��veis pontos duvidosos de estarem inseridos os seres
pensantes neste contexto de um mecanismo primordial,
destitu��do de intelig��ncia e de qualquer sentimento e emo����o,
desacredita cada vez mais esse paradigma.
Um novo tempo est�� se descortinando para todos n��s,
um horizonte infinito de possibilidades al��m da mat��ria,
para o campo feliz da imortalidade, que existe e que �� nossa.
Somos imortais e prosseguiremos na escalada evolutiva,
determinismo divino para a felicidade.
Essa �� a lei maior, de justi��a, de amor e de caridade.
Cap��tulo
As pedras falar��o
Digo-vos se estes (os disc��pulos) calarem, as pr��prias
pedras clamar��o.
Jesus, Lc 19:40
PEDRAS EST��O FALANDO POR TODA PARTE. Contam
sua hist��ria e comprovam a cria����o divina. Suas entranhas,
agora desveladas, evidenciam as eras do nosso planeta.
Um fragmento de meteorito relata sua proced��ncia e
sua constitui����o. Min��sculo peda��o retirado de uma rocha
da lua, por astronautas que ali estiveram ou capturado por
sondas espaciais, traz "impresso" o seu c��digo existencial.
Mas, n��o somente as pedras. Tamb��m os estilha��os de
uma aeronave que explodiu no ar ou mergulhou no oceano
revelam como se deu a trag��dia. Sabe-se at�� mesmo, no
rescaldo de um inc��ndio que a tudo destruiu as causas que o
motivaram por meio de evid��ncias em meio ��s cinzas. E por
extraordin��rio que pare��a, falam igualmente os esqueletos,
55
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
os ossos que h�� mil��nios constitu��ram e sustentaram um
corpo humano ou um animal que existiu em um per��odo
remoto, fossilizados �� espera de um futuro arque��logo, para
descobrir que existiram e como viviam.
Interessante pensar em como deixaram a sua marca
cada um desses esp��cimes, cada um dos fragmentos encontrados.
Esqueletos inteiros ou ossadas esparsas relatam hist��rias
das civiliza����es. Falam, por exemplo, esses ossos, dos
esplendores da civiliza����o dos fara��s, silenciosos apenas na
apar��ncia, sepultados em pir��mides colossais. Igualmente falam
essas constru����es not��veis, que at�� hoje desafiam os engenheiros
e arquitetos modernos a entenderem suas palavras.
Prevendo que isto aconteceria, Hermes Trismegisto
profetizou: �� Egito! �� Egito! N��o se conservar��o de ti sen��o
f��bulas, incr��veis para as gera����es futuras, e de ti unicamente
perdurar��o as palavras talhadas em pedras. 24
Tudo fala ao ser humano, que aprendeu por meio de
fant��stica tecnologia, "a ouvir e a ler" o que dizem os menores
fragmentos que a natureza, ou a pr��pria criatura colocam
ao seu alcance.
24
Edouard SHUR��, Os Grandes Iniciados: Hermes.
Hermes - �� o primeiro e grande iniciador do Egito. Hermes �� considerado a
divindade eg��pcia Thot, s��mbolo da Sabedoria. 0 fil��sofo Plat��o diz que Thot
foi o criador dos n��meros, da geometria, da astronomia e das letras. Na Gr��cia
�� conhecido como Hermes Trismegisto, que significa tr��s vezes grande.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Hoje se sabe que determinada rocha, ou uma pedra de
qualquer tamanho, em certa regi��o, a ela n��o pertence, mas
sim que veio do mar ou que se desprendeu de uma montanha
quando de forte abalo s��smico, empurrada no turbilh��o
de um maremoto ou erup����o vulc��nica, h�� dezenas ou milhares
de quil��metros de dist��ncia.
�� poss��vel, igualmente, conhecer a idade de um terreno
pela colora����o de suas diversas camadas, ou de uma
��rvore pelo seu tronco.
Essas s��o conquistas que pareciam inconceb��veis.
Mas, depois de tantos avan��os, por que demora o ser
humano a reconhecer os sinais que existem em todo o Universo
e que nos falam da exist��ncia do Criador?
Vaidade? Presun����o? O que prende e impede o homem
e a mulher de nosso tempo a admitir a maior verdade
que a Humanidade necessita tomar conhecimento?
Por que fechar os olhos e os ouvidos ao que fala e ao
que mostra a todos n��s, o Universo?
Sinais e evid��ncias est��o esparsas no micro e no macrocosmo
e estampam a assinatura do Criador.
Se as rochas e os f��sseis narram as eras da Terra, por que
negar que tudo o mais, desde os ��tomos, as bact��rias ou as
c��lulas, o nosso planeta, at�� as gal��xias e as estrelas de maior
magnitude demonstram e evidenciam a exist��ncia de Deus?
Leon Denis apresenta uma vis��o magn��fica da linguagem
de Deus:
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Deus nos fala por todas as vozes do Infinito. E fala n��o
em uma B��blia escrita h�� s��culos, mas em uma b��blia
que se escreve todos os dias, com esses caracter��sticos
majestosos, que se chamam oceanos, montanhas e astros
do c��u; por todas as harmonias, doces e graves,
que sobem do imo da Terra ou descem dos espa��os
et��reos. Fala ainda no santu��rio do ser; nas horas de sil��ncio
e de medita����o. Quando os ru��dos discordantes
da vida material se calam, ent��o a voz interior, a grande
voz desperta e se faz ouvir. Essa voz sai da profundeza
da consci��ncia e nos fala dos deveres, do progresso, da
ascens��o da criatura. H�� em n��s uma esp��cie de retiro
��ntimo, uma fonte profunda de onde podem jorrar ondas
de vida, de amor, de virtude, de luz. Ali se manifesta
esse reflexo, esse germe divino, escondido em toda
alma humana. 25
N��o seria esta a holografia 26 divina em que partes re
25 Leon DENIS. 0 Grande Enigma.
26 Holografia - Segundo o Dicion��rio Aur��lio: forma de se registrar ou apre
sentar imagens em tr��s dimens��es. Do grego Hobs: todo, inteiro; e Graphos:
sinal, escrita, pois �� um m��todo de registro 'integral' com profundidade. 0
holograma possui uma caracter��stica ��nica: em apenas um peda��o existem
informa����es sobre toda a imagem registrada a partir de um determinado
��ngulo. Esse conceito de registro 'total' foi utilizado em outras ��reas, como
na neurologia, neurofisiologia e neuropsicologia para explicar como o c��re
bro armazena as informa����es ou como nossa mem��ria funciona. Esses da
dos est��o grafados em: Herm��nio C. Miranda, Mem��ria C��smica, p. 81.
58
SUELY CALDAS SCHUBERT
velam o todo universal e, acima de tudo, de certa maneira,
"revelam" o Criador?
Nesse ponto n��o posso deixar de registrar uma ideia
de Herm��nio Miranda, em minha opini��o, bel��ssima e profunda;
ele fala a respeito da holografia:
Vale acrescentar ainda que essa descoberta revolucion��ria
(da holografia) foi preconizada h�� mil��nios pela filosofia
orientalista, ao ensinar que o infinitamente grande
est�� presente no infinitamente pequeno. Ou seja, o
universo todo, n��s inclusive, somos hologramas. Todas
as nossas c��lulas cont��m a programa����o do que somos
fisicamente. E talvez at�� espiritualmente, no dia em que
a ci��ncia quiser e puder revelar-nos que a contraparte
espiritual do ser humano tamb��m �� um holograma.
Em outras palavras, ainda que se considere absurda tal
realidade, estamos todos inclu��dos no universo; tanto
quanto o universo como um todo est�� representado na
mais diminuta part��cula que nos constitua. [...] ser��amos
n��s hologramas de Deus?27
27 Herm��nio C. MIRANDA, Mem��ria C��smica, p. 110.
Cap��tulo
0 poder do pensamento
Sendo energia, a mente pode ser concentrada do mesmo
modo como um raio laser pode concentrar energia
luminosa.
Jade Kornfield 28
PENSAMENTO �� FOR��A CRIADORA.
Tudo o que o ser humano construiu e realizou, desde
o princ��pio de sua jornada terrena, existiu primeiro no pensamento.
Esse potencial criador impulsionou e impulsiona
o progresso. Nasce da necessidade de transformar o pensamento
em algo concreto que influencie e melhore a qualidade
de vida e traga bem-estar.
N��o h�� muito tempo pesquisadores desse campo fabuloso
que �� a mente, passaram a se dedicar ao estudo do pen
28 Roger WALSH; Frances VAUGHAN, Al��m do Ego: Dimens��es transpessoais
em psicologia, cap. Ia parte, se����o II de Jack Kornfield : "Os sete fatores
da ilumina����o".
61
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
samento, e quanto mais se aprofundam mais reconhecem a
complexidade do tema.
Somos seres pensantes.
A antiga frase: "Homem, ��s p�� e ao p�� retornar��s",
confronta-se com a vis��o bela e edificante da quest��o 76 de
O Livro dos Esp��ritos, que ensina: Os Esp��ritos s��o os seres
inteligentes da Cria����o. Povoam o Universo, fora do mundo
material. 29
A l��gica desse ensinamento alarga os horizontes da
nossa mente. N��o mais paredes, nem fronteiras estreitas e
delimitadas. Ru��ram as ideias bolorentas e ultrapassadas.
Ningu��m mais aceita sem questionar as no����es de uma vida
limitada, estreita, sem um prop��sito maior e mais elevado.
Aceitar essa acanhada vis��o de mundo �� fechar a mente ao
entendimento da justi��a divina e ao amor de Deus em rela����o
aos Seus filhos.
Pensar �� um dos maiores atributos do ser humano.
Contudo, foram necess��rios mil��nios para que despert��ssemos
e nos torn��ssemos conscientes da import��ncia vital do
pensamento em nossas vidas.
Isto abre um panorama ilimitado ��s cogita����es humanas.
Sendo produto da mente, o ato de pensar n��o ��, todavia,
uma secre����o do c��rebro, originado dos implementos
29 Allan KARDEC, 0 Livro dos Esp��ritos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
cerebrais, mas sim uma "emana����o do Esp��rito" - conforme
expressa a mentora Joanna de Angelis30, lan��ando luz sobre
a vis��o reducionista que tudo atribui �� mat��ria - ensejando
assim sofisticados processos mentais, como a raz��o, o discernimento,
o racioc��nio l��gico, a capacidade de apreens��o,
a mem��ria e todo esse avan��ad��ssimo potencial que nos ��
pr��prio, que culmina na consci��ncia.
Todo esse cabedal pertence, pois, ao esp��rito imortal.
Cessada a vida f��sica a alma permanece com todas as potencialidades
que lhe s��o inerentes. 0 c��rebro material se desfaz,
na lei natural que a morte enseja. Em pouco tempo nada mais
resta da veste corporal, por��m, pairando acima dessa prossegue
o esp��rito a sua trajet��ria evolutiva atrav��s das eras.
Esta sim �� uma ideia riqu��ssima, que preenche de esperan��a
e, mais que isto, de certeza, a alma humana.
H�� uma Ci��ncia do Infinito aguardando nosso interesse
e entendimento e nos convidando a pensar de forma majestosa,
profundamente bela. Voc�� que me l��, pense nisto.
D�� uma chance �� sua mente de se projetar ao infinito.
A esse respeito observemos o que elucida Lama Anagarika
Govinda, muito sabiamente:
A mente humana n��o pode se deter em nenhum ponto
de seu caminho na dire����o do conhecimento. Imobili
30 Divaldo FRANCO, Em Busca da Verdade.
Citado pela autora espiritual, Emana����o: Segundo o Dicion��rio Aur��lio - proveni��ncia,
origem. Emana����o de energia.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
dade significa morte, rigidez e decad��ncia. Essa �� a lei
de toda vida e de toda consci��ncia. �� a lei do esp��rito,
da qual a vida e a consci��ncia fluem.
Assim como no pensamento matem��tico cada dimens��o
necessariamente exige uma outra dimens��o, superior
�� primeira, at�� chegarmos �� conclus��o inevit��vel
de que deve haver uma s��rie infinita de dimens��es assim
tamb��m cada nova expans��o de nosso horizonte
espiritual sugere novas e insuspeitadas dimens��es de
consci��ncia.
A verdade �� que cada experi��ncia aponta para al��m de
si mesma e n��o pode, portanto, ser definida ou limitada
como algo que existe em si mesmo, mas apenas em
rela����o a outras experi��ncias... 31
O pensamento chega, assim, aos confins do Universo.
Os confins do pensamento... N��o �� como um painel
imenso que se abre para descortinarmos a Ci��ncia do Infinito?
Embora essa alega����o desperte em n��s uma sensa����o
algo po��tica, ela sintetiza o que de mais moderno h�� nos
avan��os da f��sica. A lei de vibra����o e a ideia de que todo o
cosmo est�� conectado remontam jis tradi����es mais antigas,
31 Anagarika Govinda Lama nasceu na Alemanha em 1898. Seu interesse pelo
budismo o levou �� ��ndia onde se tornou Membro da Ordem Budista Tibetana.
Viveu nos contrafortes das montanhas do Himalaia. Cap��tulo de sua autoria:
"O ��xtase da ruptura na experi��ncia da medita����o", extra��do do livro O Mais
Elevado Estado da Consci��ncia. Org. por John White.
SUELY CALDAS SCHUBERT
tais quais: o hermetismo eg��pcio, o hindu��smo e a filosofia
chinesa. Tamb��m as tradi����es ocidentais, incluindo a crist��,
foram prol��ficas em modelos te��ricos e conceituais que atestassem
a interliga����o absoluta de tudo, dividindo-se os seres
somente pelo seu grau vibrat��rio, com sua proporcional capacidade
de a����o.
Na teologia crist��, por exemplo, surgiram conclus��es de
que, tudo sendo obra de Deus, cada criatura seria uma part��cula
divina, espelhando todo o Universo. E mais recentemente,
com a descoberta de que a mat��ria n��o existe, constituindo
meramente padr��o de frequ��ncia energ��tica, justificaram-se
ainda mais as teorias de que tudo est�� em tudo.
�� oportuno ressaltar aqui, que antes da literatura terrena
alardear a "grande descoberta" da associa����o entre a
f��sica qu��ntica e a Espiritualidade, o esp��rito Andr�� Luiz j��
havia exposto em seu livro, Mecanismos da Mediunidade32,
toda essa correla����o. Inclusive, enfocando nessa obra (psicografada
em 1959 e lan��ada em 1960) os mais recentes avan��os
da f��sica qu��ntica, a partir das pesquisas de Einstein, de
Planck e Bohr, evidenciando a import��ncia dessas pesquisas
que ultrapassavam o panorama das quest��es ligadas �� mat��ria
e adentravam aos dom��nios da esfera espiritual.
�� incontest��vel que Andr�� Luiz, atento "rep��rter do
mundo espiritual", se apresta a ressaltar a nova vis��o propi
3 2 Francisco C��ndido XAVIER, Mecanismos da Mediunidade.
65
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
ciada pela f��sica qu��ntica correlacionando-a com o mundo
espiritual vivo e pulsante, at�� ent��o, tido pela ci��ncia e pela
maioria dos cientistas como mera fantasia.
Essa �� a nova consci��ncia que, aos poucos, emerge e
enseja vida nova e estuante, favorecendo estados mentais
cada vez melhores e saud��veis.
Somos o que pensamos. Nossos pensamentos expressam
nossa consci��ncia e tudo o que cultivamos como prefer��ncias,
tend��ncias, aptid��es e, em decorr��ncia, a leitura
que fazemos da vida, o sentido que damos, conforme nosso
livre-arb��trio.
O poder do pensamento �� de tal ordem que sua velocidade
supera a da luz. Recordemos que a velocidade da luz
�� de trezentos mil quil��metros por segundo! E o pensamento
�� mais veloz que a luz! Por isso �� que se diz: Quando voc��
pensa em algu��m j�� est�� l��; voc�� se transporta em pensamento
e quanto mais firme e constante ele for pode chegar
a ser captado pela outra pessoa. Isso nada tem de incr��vel,
�� apenas um processo natural, que faz parte das leis que
regem o Universo.
Acrescenta Joanna de Angelis, ampliando o nosso entendimento:
�� semelhan��a da luz que se propaga, ora como onda,
ora como corp��sculo, o pensamento, com a sua velocidade
e constitui����o equivalente, irradia-se da usina
mental, e, por identifica����o vibrat��ria, alcan��a os cas
66
SUELY CALDAS SCHUBERT
telos celulares, que se preservam ou se desestruturam,
de acordo com a pot��ncia da energia que conduz.33
Swami Sivananda nos traz a sabedoria oriental a esse
respeito:
Cada mudan��a de pensamento �� acompanhada pela
vibra����o da mat��ria mental, necess��ria para o pensamento
funcionar como for��a. Todo pensamento possui
peso, forma, tamanho, estrutura, qualidade e poder. 0
poder do pensamento �� maior do que a eletricidade. A
todo pensamento corresponde uma imagem mental.34
A nossa capacidade mental �� fant��stica, expressando
o esp��rito a comandar, por meio do c��rebro, todas as a����es
que o corpo f��sico realiza.
0 pensamento �� energia, cujo potencial �� ainda pouco
conhecido e utilizado. No momento em que a mente elabora
o pensamento esse �� neutro, o que o tipifica s��o as emo����es.
O teor dos nossos pensamentos expressa nossos desejos.
O poder criador e aglutinante do pensamento �� extraordin��rio
e importa compreender, conforme explica o
mentor espiritual, Andr�� Luiz, que emitido por n��s volta
inevitavelmente a n��s mesmos, compelindo-nos a viver, de
33 Divaldo P. FRANCO, Jesus e Vida.
34 Swami SIVANANDA, Concentra����o e Medita����o.
O autor nasceu em 08 de setembro de 1887, em Pattamadai, Sul da ��ndia.
Morreu em 14 de julho de 1963. M��dico.
67
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
maneira espont��nea, em sua onda de formas criadoras, que
naturalmente se nos fixam no esp��rito quando alimentadas
pelo combust��vel de nosso desejo ou de nossa aten����o.35
35 Francisco C��ndido XAVIER, A����o e Rea����o.
Cap��tulo 5
Estamos conectados com o Universo
Do ponto de vista cultural, vivemos num oceano de
mensagens filos��ficas. Toda sociedade cont��m uma
rede de valores, cren��as e suposi����es, das quais nem
todas s��o denominadas explicitamente, mas que, n��o
obstante, fazem parte do ambiente humano - 'o mar'
em que nadamos.
Natanael Branden 36
TRAV��S DAS ERAS AS EXPERI��NCIAS M��STICAS, ps��
quicas e religiosas sugerem que existe uma liga����o mental
entre os seres humanos, vivos ou mortos, consideradas,
como sabemos, pela ci��ncia cl��ssica como algo fantasioso,
advindo da ignor��ncia ou, at�� mesmo, de patologias mentais.
Essa ideia ainda persiste na atualidade, em alguns segmentos
cient��ficos, muito embora o grande progresso alcan��ado.
Contudo, como citamos, o mundo est�� mudando.
36 Natanael BRANDEN, Autoestima, Liberdade e Responsabilidade.
69
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Os fatos demonstram, evidenciam isso. In��meras perguntas
acorrem �� mente diante desses fatos antes considerados
ins��litos e hoje tidos como normais, fazendo parte da
Hist��ria da Humanidade como tamb��m da vida das criaturas.
Parece a muitos, extremamente, reconfortante saber
que estamos interligados com todos os seres e a outros, muito
bizarro...
Como �� poss��vel a comunica����o com o Universo?
Como saber se estamos mesmo captando pensamentos de
outras pessoas? �� correto dizer que certas ocorr��ncias nesse
vast��ssimo campo s��o milagrosas? Nisto se incluem os fatos
medi��nicos?
Cientistas, pesquisadores da mente humana, como psiquiatras,
psic��logos e os f��sicos da consci��ncia est��o se debru��ando
sobre os incont��veis relatos acerca desses momentosos
assuntos, ao tempo que pesquisam os mecanismos do nosso
c��rebro na tentativa de encontrar respostas ali, na intimidade
dos neur��nios e demais implementos cerebrais. Em v��o
procuram explicar por meio da mat��ria aquilo que escapa a
esse campo, e ingressa na interface mat��ria-mente-esp��rito.
Joanna de Angelis elucida:
O materialismo continua campeando nas academias e
nos laborat��rios de pesquisa, procurando negar o Esp��rito
e a sua Causalidade, reduzindo o ser humano ao
capricho das mol��culas e o pensamento aos fatalismos
neuronais, que a an��xia cerebral reduz ao nada...
SUELY CALDAS SCHUBERT
A Vida, no entanto, surpreende-nos a todos pelos seus
potenciais inesgot��veis, que a mente ainda n��o p��de
penetrar em toda sua realidade, convidando-nos a reflex��es
muito profundas em torno dos limites em que
nos movimentamos e ante a imponderabilidade das
ocorr��ncias que a todos surpreende a cada dia.
Afinal, a ci��ncia n��o tem sido propriamente criadora de
nada porquanto tudo aquilo que apresenta de alguma
forma �� c��pia imperfeita do que observam os cientistas
nos pain��is grandiosos da Cria����o.
Lentamente, mas com seguran��a, os fatos que antes
eram presun��osamente ignorados come��aram a chamar
a aten����o de tal forma, que alternativa n��o tem
havido sen��o a de examin��-los, estud��-los e concluir
pela realidade do fen��meno imortalista, pela preexist��ncia
e sobreviv��ncia do Esp��rito �� morte, pela ordem
universal criada por Deus e pelo sentido ��tico-moral de
fundamental import��ncia para a exist��ncia feliz.37
Os fen��menos ps��quicos sempre existiram e sempre
despertou o interesse das pessoas que se ocupam em coment��-
los, acreditando ou n��o. Durante mil��nios aqueles
que os produziam eram considerados indiv��duos privilegiados,
que realizavam 'milagres' e curas| posteriormente passaram
a ser perseguidos e, na Idade M��dia, condenados ��s
37 Divaldo P. FRANCO, Dias Gloriosos.
71
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
fogueiras. 0 tempo passou e tudo mudou. Hoje se estuda a
autenticidade desses fen��menos e suas causas, bem como as
aptid��es mentais e espirituais dos sujeitos que os produzem.
O que n��o se pode negar �� que a cren��a na continuidade
da vida, ap��s a morte do corpo f��sico, na sobreviv��ncia
da alma, liberta dos grilh��es da mat��ria, �� uma realidade
universal. S��o incalcul��veis as evid��ncias, como tamb��m
s��o incalcul��veis as obras que relatam casos e mais casos
de experi��ncias de pessoas, em todos os tempos e em todas
as partes do mundo, em um registro formid��vel e aut��ntico
dessa universalidade.
Todavia, tamb��m s��o in��meras as obras que rejeitam
essa ideia.
0 foco da maioria dos cientistas e pesquisadores, entretanto,
�� o c��rebro, pois ainda predomina, embora em c��rculo
mais restrito, o paradigma que postula ser o Universo
um gigantesco mecanismo, regido por leis igualmente mec��nicas.
Durante um bom tempo predominou a convic����o,
no ��mbito da ci��ncia, de que tudo o que existe poderia ser
comparado a um rel��gio e funcionaria como os mecanismos
semelhantes ao deste. Resultando da�� a concep����o de que
o c��rebro humano �� em ponto menor tamb��m um mecanismo,
por��m extremamente sofisticado e respons��vel por tudo
o que somos, desde a intelig��ncia, os pensamentos, a mente,
a vontade at�� as emo����es e os sentimentos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
A pressuposi����o cient��fica, relacionada aos mecanismos
do rel��gio, todavia, estava incorreta, pois se examinando
atentamente a realidade, n��o se encontra nada que a ele
se assemelhe -�� o que explica Dean Radin. (Mentes Interligadas).
O escritor menciona, com muita propriedade que
[...] ao contr��rio, a realidade �� tecida de estranhos filamentos
'hol��sticos' que n��o se acham localizados em qualquer ponto
determinado do espa��o e nem do tempo.
Observe o atencioso leitor ou leitora, que estes pensamentos
de diversos autores, em diferentes ��pocas, est��o
muito bem encadeados, encaminhando o nosso racioc��nio
para os novos paradigmas que, gradualmente, substituem
os antigos, pela for��a das recentes conquistas do conhecimento.
D��cadas antes de o psic��logo Natanael Branden escrever
a frase que apresento como ep��grafe neste cap��tulo,
encontramos o esp��rito Emmanuel, por meio de Chico Xavier,
expressando o mesmo pensamento da seguinte forma:
O homem permanece envolto em largo oceano_de
pensamentos, nutrindo-se de subst��ncia mental, em
grande propor����o.
Toda criatura absorve, sem perceber, a influ��ncia
alheia nos recursos imponder��veis que lhe equilibram
a exist��ncia. Estamos assimilando correntes mentais,
de maneira permanente. De modo impercept��vel 'ingerimos
pensamentos', a cada instante, projetando,
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
em torno de nossa individualidade, as for��as que acalentamos
em n��s mesmos. 38
Somos seres pensantes, repetimos, o que vale dizer
que cada um de n��s emite pensamentos cont��nuos durante
toda a sua vida e que ir��o alcan��ar aqueles que est��o na
mesma faixa mental; por outro lado, captamos pensamentos
alheios. Na verdade somos a soma de muitos que pensam
como pensamos; em outras palavras, estamos interligados
��queles que pensam como n��s. N��o h�� nenhum segredo
nisso e sim uma lei natural existente no Universo. Lei esta
que come��a a ser mais conhecida e difundida.
Do alto de sua sabedoria, a Mentora Espiritual Joanna
de Angelis ensina:
Porque �� uma fonte de energia, o Esp��rito possui recursos
valiosos que se expressam atrav��s do seu psiquismo,
podendo irradiar o pensamento, produzindo fen��menos
de telepatia -consciente ou inconscientemente,
de pr�� e retrocogni����o -captando ondas espec��ficas
dos acontecimentos, clarivid��ncia e clariaudi��ncia registrando
faixas vibrat��rias especiais, nas quais se
assinalam acontecimentos transpessoais -bem como
entrando em sintonia com o mundo espiritual de onde
se origina e para onde retorna.39
3 8 Francisco C��ndido XAVIER, Roteiro.
39 Divaldo P. FRANCO, Dias Gloriosos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
As religi��es crist��s s��o espiritualistas, ou seja, cr��em
na sobreviv��ncia da alma, que essa n��o se extingue ap��s a
morte do corpo. Acreditam que ��s almas est�� destinado um
lugar determinado conforme sua condi����o espiritual, condi����o
esta que pode ser mencionada como boa ou m��; assim
s�� existem dois locais poss��veis no outro lado da vida, o c��u
para os bons e o inferno para onde v��o os maus.
Cabem aqui v��rias perguntas l��gicas: essas almas ou
esp��ritos t��m sentimentos? Amam? Odeiam? Os que amam
ficam para sempre privados de seus afetos? Jamais se encontrar��o?
Os que odeiam algu��m ou alguns ficar��o assim
para sempre? E os que mant��m amor pelos seus entes queridos
que permanecem na Terra, est��o impedidos de rev��-los?
Ou podem se aproximar daqueles que amam?
A lista de perguntas n��o cessa. Muitas e muitas outras
acorrem �� nossa mente.
Pensando nesses termos, Allan Kardec, o Codificador
do Espiritismo, prop��s aos que combatem a ideia da comunica����o
entre os chamados vivos e os chamados mortos, as
seguintes reflex��es, aqui resumidas:
Io) que o ser pensante durante a vida terrena n��o mais
pensa depois da morte;
2o) que se ele pensa n��o deve mais pensar nos que
amou;
3o) que se pensa nos seus entes queridos n��o deve
querer comunicar-se com eles;
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
4��) que se pode estar em toda parte n��o pode estar ao
nosso lado;
5o) que podendo estar ao nosso lado n��o pode comunicar-
se conosco;
6o) que por meio do seu corpo flu��dico n��o pode agir
sobre a mat��ria inerte;
7o) que podendo agir sobre a mat��ria inerte n��o pode
agir sobre um ser vivo;
8o) que se pode agir sobre um ser vivo n��o pode impulsionar-
lhe a m��o para faz��-lo escrever;
9o) que se podendo faz��-lo escrever n��o pode responder-
lhe as perguntas nem transmitir-lhe pensamentos.40
A conex��o mental, portanto, �� uma realidade no nosso
plano terreno, entre os seres humanos, quanto entre n��s e o
mundo espiritual.
H�� uma premissa maior que a f��sica qu��ntica veio
comprovar: que o Universo �� uma fant��stica teia c��smica,
na qual tudo est�� entrela��ado.
�� o que ensina Fritjof Capra, em seu not��vel livro
O Tao da F��sica:
A teoria qu��ntica revela um estado de interconex��o es-,
sencial do Universo. Mostra que n��o podemos decompor
o mundo em suas menores unidades capazes de
existir independentemente e, sim, sob a forma de uma
40 Allan KARDEC, 0 Livro dos M��diuns.
SUELY CALDAS SCHUBERT
complexa rede de rela����es entre as diferentes partes de
um todo unificado. V�� o Universo como uma teia interligada
de rela����es f��sicas e mentais cujas partes
s�� podem ser definidas atrav��s de suas vincula����es
com o todo. 41
Esse ��, tamb��m, o pensamento de Erwin Schr��dinger,
um dos fundadores da teoria qu��ntica, que denominou
de entrela��amento ou emaranhamento a essa nova compreens��o
acerca do Universo, afirmando: Eu n��o diria que
este �� 'um', por��m o 'tra��o' mais caracter��stico da mec��nica
qu��ntica.42
Importante citar a proposta de Dean Radin, ou seja,
[...] proponho que a psi seja a maneira como os seres humanos
experimentam o Universo entrela��ado. 43
Esse �� o novo olhar com que muitos dos cientistas
modernos enxergam o mundo, atualmente, embora as dificuldades
que ainda persistem por parte daqueles que ainda
est��o presos �� teoria mecanicista, por considerarem essa
abertura de pensamento muito ligada ao misticismo e, por
essa raz��o, imposs��vel de ser admitida.
41 Fritjof CAPRA, O Tao da F��sica: Um paralelo entre a f��sica moderna e o misticismo
oriental.
42 Dean RADIN, Mentes Interligadas: Evid��ncias cient��ficas da telepatia, da clarivid��ncia
e outros fen��menos ps��quicos.
4 3 Idem.
77
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Os versos do poeta William Blake expressam linda
mente como uma mente entrela��ada percebe o mundo:
Ver o mundo em um gr��o de areia
e o c��u numa flor selvagem,
Segurar o infinito na palma da m��o
e a eternidade em uma hora.44
Os versos de Blake, segundo Radin, apontam para
uma dire����o mais ampla para o entendimento da psi, sugerindo
que em um n��vel de realidade mais profunda que os
sentidos podem captar, nossos c��rebros e mentes se acham
em comunh��o ��ntima com o Universo.
Percebe-se, pois, que Dean Radin, no seu livro j�� citado,
adota argumentos em profus��o, evidenciando que os fen��menos
ps��quicos se coadunam perfeitamente com as modernas
teorias da f��sica qu��ntica, embora o autor permane��a
na convic����o plena de que os mesmos s��o propriedades do
c��rebro f��sico e da mente, esta tamb��m como oriunda do
campo cerebral.
Apraz-nos ressaltar que o Espiritismo tem muito a dizer
a esse respeito, estando mesmo �� frente das mais recentes
descobertas, conforme elucida Allan Kardec:
44 William BLAKE apud Dean RADIN, p. 257.
Blake nasceu em Londres em 1757. Morreu em 1827. Foi um dos grandes
poetas rom��nticos ingleses, assim tamb��m pintor, impressor e um dos maiores
gravadores do seu pa��s.
http://virtualbooks.terra.com.br/livros_online/willian_blake/wb_bio.htm
SUELY CALDAS SCHUBERT
O Espiritismo dilata o pensamento e lhe rasga horizontes
novos. Em vez dessa vis��o, acanhada e mesquinha,
que o concentra na vida atual, que faz do instante em
que vivemos na Terra, ��nico e fr��gil eixo do porvir eterno,
ele, o Espiritismo, mostra que essa vida n��o passa
de um elo no harmonioso e magn��fico conjunto da obra
do Criador. Mostra a solidariedade que conjuga todas
as exist��ncias de um mesmo ser, todos os seres de um
mesmo mundo e os seres de todos os mundos. Faculta
assim uma base e uma raz��o de ser �� fraternidade
universal, enquanto a doutrina da cria����o da alma por
ocasi��o do nascimento de cada corpo torna estranhos
uns aos outros todos os seres. Essa solidariedade entre
as partes de um mesmo todo explica o que inexplic��vel
se apresenta desde que se considere apenas um ponto.
Esse conjunto, ao tempo do Cristo, os homens n��o o
teriam podido compreender, motivo porque ele o reservou
para outros tempos o faze-lo conhecido.45
E realmente confortadora essa nova compreens��o
acerca da Cria����o Divina. Ao constatarmos que existe uma
causa e um prop��sito transcendentais que orientam e sustentam
o Universo, que expressam Beleza e Perfei����o em pleni
tude, que mant��m a Harmonia da Vida estuante, que pulsa
45 Allan KARDEC, O Evangelho Segundo o Espiritismo, c. II it. 07.
79
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
nas mais long��nquas e esplendorosas gal��xias e, nos seres
infinitesimais, n��s, filhos de Deus, pequeninos ainda, espiritualmente
falando, come��amos a perceber a nossa pr��pria
imortalidade e o infinito porvir adiante de nossos passos.
80
Cap��tulo
6
Tudo est�� em tudo
Cada esp��cie de seres, do cristal at�� o homem, e do homem
at�� o anjo, abrange inumer��veis fam��lias de criaturas,
operando em determinada frequ��ncia do Universo.
E o amor divino alcan��a-nos a todos, �� maneira do Sol
que abra��a os s��bios e os vermes.
Andr�� Luiz 46
ESPIRITISMO TEM MUITO A CONTRIBUIR, pois
fala para o futuro, abrindo perspectivas muito avan��adas
para os saberes humanos. A cada dia isto �� confirmado
por esp��ritas estudiosos das obras b��sicas, que fazem as
respectivas pontes entre os postulados esp��ritas e as descobertas
e avan��os mais modernos em v��rios ramos do
conhecimento.
Vale lembrar, neste momento, os esclarecedores artigos
que t��m sido apresentados na revista Reformador, da
4 6 Francisco C��ndido XAVIER, Liberta����o.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Federa����o Esp��rita Brasileira, FEB, de autoria de Marta Antunes
Moura.
Comento a seguir o seu excelente artigo intitulado
Teoria de Tudo", de setembro de 2008, n��mero 2154, p��ginas
25 a 27.
Marta A. Moura esclarece inicialmente que essa teoria
[...] visa resumir em um ��nico conjunto de equa����es a origem
e a natureza do cosmo, assim como as for��as contidas nele,
conforme menciona o ingl��s Robert Matthews, f��sico, matem��tico,
pesquisador e rep��rter cient��fico.47
A teoria prop��e unir o micro e o macrocosmo, sendo
tamb��m denominada Teoria da Grande Unifica����o, a fim de
provar, na pr��tica, a exist��ncia de uma mat��ria primordial
encontrada tanto no Universo quanto no ��tomo.
Revela Marta Antunes que:
[...] h�� muito investimento cient��fico na Teoria de
Tudo', acreditando-se que no futuro, n��o t��o remoto,
ser�� poss��vel identificar, de forma concreta, esse elemento
fundamental, tendo em vista que o macro e o
microcosmo apresentam profundas semelhan��as entre
si e que um reage sobre o outro. Isto est�� comprovado
pela Ci��ncia.
Conv��m ressaltar que no livro A G��nese, de Allan Kar
47 Robert MATTHEWS, apud Marta A. MOURA, 25 Grandes Id��ias: como a
ci��ncia est�� transformando o mundo.
82
SUELY CALDAS SCHUBERT
dec, encontramos preciosas informa����es a respeito desse
elemento fundamental que deu origem aos mundos, a todo
o Universo e, consequentemente, aos seres -a mat��ria c��smica
primitiva.
Observemos o trecho a seguir:
H�� um fluido et��reo que enche o espa��o e penetra os
corpos. Esse fluido �� o ��ter ou mat��ria c��smica primitiva.
geradora do mundo e dos seres. S��o-lhes inerentes
as for��as que presidiram ��s metamorfoses da mat��ria,
as leis imut��veis e necess��rias que regem o mundo.
Essas m��ltiplas for��as, indefinidamente variadas segundo
as combina����es da mat��ria, localizadas segundo
as massas, diversificadas em seus modos de a����o,
segundo as circunst��ncias e os meios, s��o conhecidas
na Terra sob os nomes de gravidade, coes��o, afinidade,
atra����o, magnetismo, eletricidade ativa. Os movimentos
vibrat��rios do agente s��o conhecidos sob os nomes
de som, calor, luz, etc. [...].
Ora, assim como s�� h�� uma subst��ncia simples primitiva
geradora de todos os corpos, mas diversificada em
suas combina����es, tamb��m todas essas for��as dependem
de uma lei universal diversificada em seus efeitos
e que, pelos des��gnios eternos, foi soberanamente imposta
�� cria����o [...].48
48 Allan KARDEC, A G��nese: Os milagres e as predi����es segundo o Espiritismo.
83
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Marta Antunes comenta que se pode considerar como
marco inicial das pesquisas cient��ficas, em rela����o �� Teoria
da Grande Unifica����o, as dedu����es do astr��nomo italiano
Galileu Galilei (1564-1642) que, ao observar imperfei����es
nas montanhas e crateras da Lua, as fases do planeta V��nus e
os sat��lites de J��piter, concluiu que 'os c��us'(espa��o sideral)
e a Terra possuem natureza similar, 0 que foi comprovado
pelo f��sico e matem��tico ingl��s, Isaac Newton (1643-1727).
Importante contribui����o �� Teoria da Unifica����o deve-
se ao f��sico escoc��s James C. Maxwell (1831-1879) que comprovou,
na pr��tica, a uni��o de duas for��as o magnetismo e
a eletricidade. Por meio de quatro equa����es, Maxwell desenvolveu
o eletromagnetismo - cujos benef��cios tecnol��gicos
s��o inumer��veis - de forma not��vel, simples e elegante.
Nos ��ltimos 200 anos surgiram outras contribui����es,
como a Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein
(1879-1955), e a Teoria Qu��ntica, do f��sico alem��o Max
Planck (1858-1947).
O Espiritismo, mais uma vez se adianta ao apresentar
em O Livro dos Esp��ritos informa����es relativas �� mat��ria,
registrando que esta �� formada [...] de um s�� elemento pr��n��tivo.
Os corpos que considerais simples n��o s��o verdadeiros
elementos, s��o transforma����es da mat��ria primitiva, (quest��o
n�� 30).
Na quest��o seguinte, 31 de O Livro dos Esp��ritos, informa
que as diversas propriedades s��o modifica����es que as
/? ^ SUELY CALDAS SCHUBERT
mol��culas elementares sofrem, por efeito da sua uni��o, em
certas circunst��ncias.
Prosseguindo, Marta Antunes cita a quest��o 33, proposta
por Kardec:
A mesma mat��ria elementar �� suscet��vel de experimentar
todas as modifica����es e de adquirir todas as propriedades?
A resposta dos Esp��ritos Superiores �� extraordin��ria:
Sim e �� isso o que se deve entender, quando dizemos
que tudo est�� em tudo.4 9
N��o �� dif��cil concluirmos que a teoria qu��ntica, no que
se refere ao entrela��amento, �� teia c��smica, tamb��m �� conex��o
que mantemos com o Universo e, por via de consequ��ncia
com os demais seres humanos, em s��ntese, se possa
dizer, como no livro acima citado, que tudo est�� em tudo.
O que nos leva, igualmente, a inferir que a obra ditada
pelos Esp��ritos Superiores e que Allan Kardec compilou, j��
trazia no����es que a f��sica qu��ntica apresentaria mais tarde.
Bom lembrar que, muito antes, a f��sica qu��ntica j�� era citada
pelas grandes religi��es orientais.
Por exemplo, vejamos este texto de Fritjof Capra:
A caracter��stica mais importante da vis��o oriental do
mundo -poder-se-ia mesmo dizer, a ess��ncia dessa
vis��o -�� a consci��ncia da unidade e da inter-rela����o
49 Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos, quest��es 31, 32 e 33.
85
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
de todas as coisas e eventos, a experi��ncia de todos
os fen��menos do mundo como manifesta����es de uma
unidade b��sica. Todas as coisas s��o encaradas como
partes interdependentes e insepar��veis do todo c��smico;
em outras palavras, como manifesta����es diversas
da mesma realidade ��ltima [...].
Na vis��o oriental, como na f��sica moderna tudo no Uni
verso est�� conectado a tudo o mais e nenhuma parte
dele �� fundamental. As propriedades de qualquer parte
s��o determinadas n��o por alguma lei fundamental, mas
pelas propriedades de todas as demais partes.50
50 Fritjof CAPRA, 0 Tao da F��sica: Um paralelo entre a f��sica moderna e o misticismo
oriental.
Cap��tulo 7
Lei de Atra����o: uma das Leis Divinas
O amor �� a lei de atra����o para os seres vivos e orqanizados.
A atra����o �� a lei de amor para a mat��ria inorq��nica.51
S. Vicente de Paulo (Esp��rito) ��n O Livro dos Esp��ritos
A, , LEI DE ATRA����O �� UMA DAS LEIS DIVINAS e todas
as coisas e todos os seres vivos a ela est��o submetidos.
Essa Lei j�� era reconhecida pelas antigas civiliza����es,
como a dos babil��nios, dos eg��pcios e as tradi����es herm��ticas.
Religi��es como o hindu��sm, o budismo, o juda��smo,
o_ cristianismo evidenciam-na; mais recentemente, as experi��ncias
dos alquimistas, as pr��ticas exot��ricas, a teosofia como
se pode perceber, a Lei de Atra����o n��o era segredo
desde os tempos imemoriais.
Por sua vez, O Espiritismo, h�� um s��culo e meio, ressalta
e explica sua atua����o em todo o Universo.
Leon Denis proporciona a vis��o espiritual sobre essa lei.
51 Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos, q. 888-a.
87
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
A vida �� uma vibra����o imensa que enche o Universo e
cujo foco est�� em Deus. Cada alma, centelha destacada
do Foco Divino, torna-se, por sua vez, um foco de
vibra����es que h��o de variar, aumentar de amplitude e
intensidade, consoante o grau de eleva����o do ser.
Toda alma tem, pois, a sua vibra����o particular e diferente.
0 seu movimento pr��prio, o seu ritmo, �� a representa����o
exata do seu poder din��mico, do seu valor
intelectual, da sua eleva����o moral.
Toda a beleza, toda a grandeza do Universo vivo se
resume na lei das vibra����es harm��nicas. As almas que
vibram un��ssonas re��onhecem-se e chamam-se atrav��s
do espa��o. Da�� as atra����es, as simpatias, a amizade, o
amor! Os artistas, os sensitivos, os seres delicadamente
harmonizados conhecem essa lei e sentem-lhe os efeitos.
A alma superior �� uma vibra����o na posse de todas
as suas harmonias.52
Temos in��meros exemplos de que a atra����o impera
em nossa vida. Desde cedo somos atra��dos por pessoas,
cujos pendores e capacidades nos atraem; tamb��m coisas
e lugares nos podem parecer muito atrativos, e, com base
nisso, �� que fazemos nossas escolhas.
H�� certa esp��cie de fasc��nio que atrai pessoas para
esse ou aquele local, para essa ou aquela ��poca e situa����o.
52 Leon DENIS, 0 Problema do Ser, do Destino e da Dor.
SUELY CALDAS SCHUBERT
A Lei de Atra����o impera entre os astros e abrange todo
o universo. Igualmente prevalece no restrito universo de nossas
for��as mentais. Ao emitir pensamentos cada um de n��s
exterioriza o que cultiva em seu mundo interior, que encontrar��
resson��ncia entre os que est��o na mesma faixa vibrat��ria,
H�� uma intera����o eletromagn��tica das for��as universais
propiciando a Harmonia, expressando a cont��nua Cria����o
Divina. Mesmo no aparente caos dos magnos eventos
que ocorrem no espa��o sideral, ainda a�� est��o presentes a
Vontade e o Poder do_Criador. Assim, no macro como no
microcosmo tudo tem finalidade t��o grandiosa que em nossa
acanhada percep����o n��o temos condi����es de avaliar.
O Mentor Espiritual Emmanuel enfatiza:
Estamos invariavelmente atraindo ou repelindo recursos
mentais que se agregam aos nossos, fortificandonos
para o bem ou para o mal, segundo a dire����o que
escolhemos.
Em qualquer provid��ncia e em qualquer opini��o, so
mos sempre a soma de muitos. Expressamos milhares
de criaturas e milhares de criaturas nos expressam.53
0 grande segredo que todos n��s precisamos entender
em rela����o a essa Lei Divina, �� a conscientiza����o do que
estamos atraindo com nossos pensamentos. Fa��amos uma
an��lise do que pensamos habitualmente, se nossos pensa
53 Francisco C��ndido XAVIER, Pensamento e Vida.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
mentos nos s��o ben��ficos ou n��o, se s��o de revolta reclama����o,
m��goas, ressentimentos, depressivos,_ou ao contr��rio,
se cultivamos os de alegria, compreens��o, paci��ncia; se
espelham nossa f�� em Deus e em n��s pr��prios, em nossas
capacidades, aumentando assim o poder da nossa for��a de
vontade em melhorar e progredir.
Isso nos remete �� quest��o do livre-arb��trio, que �� a liberdade
que temos de fazer escolhas, de resolvermos o que
achamos ser melhor para nossa vida. Para ajudar o ser humano
Deus dotou-nos de racioc��nio e de discernimento, que podemos
entender como resultantes da consci��ncia de cada um.
�� importante melhorar a qualidade dos nossos pensamentos
visando a uma vida mais saud��vel e feliz.
Existem pessoas de tal maneira negativas que passam
a vida a se lamentar porque n��o t��m isto ou aquilo, deixando
de usufruir os momentos de bem-estar e alegria que a
vida lhes proporciona.
Essas pessoas, ��s vezes, dizem que lhes faltam recur
sos, sa��de, tranquilidade e se imaginam como as maiores
sofredoras do mundo.
Todavia, temos exemplos dignificantes de pessoas que
conseguem superar suas limita����es, sofrimentos e dificuldades
com for��a de vontade e pensamento t��o firme e determinado
que a n��s serve de preciosa li����o de vida.
Uma grande amiga minha, que se chamava Giselda,
ficou cega aos 14 anos e depois parapl��gica, v��tima de uma
90
SUELY CALDAS SCHUBERT
enfermidade desconhecida ��quela ��poca, hoje conhecida
como esclerose m��ltipla. Presa ao leito Giselda movimentava
apenas o bra��o esquerdo. Seus pais, dedicad��ssimos,
colocaram ao alcance de sua m��o um telefone, para que ela
pudesse conversar com os amigos. Mas, Giselda fazia mais
do que isso: pelo telefone transmitia conselhos aos que narravam
seus problemas e dificuldades; para cada um tinha
uma palavra de bom ��nimo, de incentivo, sem mencionar
seu pr��prio drama. Sempre alegre atendia aos que a visitavam,
e muitas vezes, cantava, acompanhada ao viol��o por
um amigo. Seu exemplo infundia coragem e esperan��a aos
que se sentiam tristes por v��-la passando por tal prova����o.
Mas, a enfermidade era progressiva. Aos 32 anos seu
estado agravou-se e Giselda abandonou o corpo f��sico, com
serenidade. Estive com ela 24 horas antes de sua partida.
Recordo-me, at�� hoje, daquele momento em que juntamente
com seus pais oramos, antes tomando o livro Fonte Viva,
de Emmanuel54, abrindo-o ao "acaso", que nos apresentou
significativa p��gina, cap��tulo 169, intitulado "Busquemos a
Eternidade". Ao ler o t��tulo Giselda foi logo dizendo, com um
fio de voz, que era para ela e comentou que j�� sentia o in��cio
de seu desligamento do corpo f��sico. Foi com emo����o superior
que lhe apliquei o passe. Ela e n��s sab��amos que aquela
seria sua despedida. At�� o fim deu-nos li����es de coragem, de
5 4 Francisco C��ndido XAVIER, Fonte Viva.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
f�� em Deus e no Espiritismo, que lhe transmitia o conforto do
conhecimento na continuidade da vida imortal.
A for��a mental dessa querida amiga, aliada ��s suas
convic����es profundas e sinceras, ensejou-lhe condi����es para
superar todas as limita����es at�� o instante final de sua prova
terrena.
Mas, n��o s�� ela. In��meros s��o os casos de pessoas que
superam suas dificuldades e limita����es f��sicas ou mentais
com a for��a da vontade, e com a confian��a em si pr��prias,
tendo a certeza de que a mente humana �� poderosa usina
que acionada emite energias suficientes para uma vida rica
e produtiva.
0 pensamento e a vontade s��o ferramentas preciosas,
cujas potencialidades ainda n��o conhecemos e, muito menos,
utilizamos a nosso favor.
E Andr�� Luiz arremata, dizendo: Da��, a necessidade
imperiosa de nos situarmos nos ideais mais nobres e nos prop��sitos
mais puros da vida, porque energias atraem energias
da mesma natureza.55
5 5 Francisco C��ndido XAVIER, A����o e Rea����o, cap. 4.
Cap��tulo 8
Afinidade e sintonia
A ci��ncia do invis��vel h�� de sempre ultrapassar os m��todos
humanos.
L��on Den��s 5 6
AAFINIDADE, SEGUNDO o DICION��RIO AUR��LIO, significa:
rela����o, semelhan��a. Semelhan��a entre duas esp��cies;
conformidade, identidade, igualdade. Afinidade de
gostos. Coincid��ncia de gostos ou de sentimentos. Afinidade
espiritual.
Sabemos que tudo no Universo �� for��a, �� luz, �� atra����o.
Tudo vibra e �� vida na infinitude c��smica. Vibra����es
atraem vibra����es similares, aproximando as almas por meio
do pensamento e dos sentimentos que irradiam.
Nossos desejos, nossos ideais exteriorizam-se em nossas
vibra����es atraindo, naturalmente, os que cultivam os
mesmos valores.
56 L��on DENIS, No Invis��vel.
93
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Para entendermos mais claramente essa quest��o de vibra����es,
lembremos com Leon Denis que:
[...] exatamente como os sons e a luz, os sentimentos
e os pensamentos se exprimem por vibra����es que se
propagam pelo espa��o com intensidades diferentes. As
vibra����es de c��rebros pensantes, de homens ou de Esp��ritos
se cruzam e entrecruzam ao infinito, sem jamais
s confundirem. Em torno de n��s, por toda a parte, na
atmosfera, rolam e passam como torrentes incessantes,
fluxos de id��ias, ondas de pensamentos.57
Afinidade �� tudo isso e est�� sempre presente em nossa
vida. Quanta afinidade somos capazes de encontrar? N��o se
trata, por��m, de quantidades, mas de qualidade. Qualquer
um de n��s pode compreender, bem profundamente, o que
significa essa coincid��ncia de gostos ou de sentimentos.
Afinidade pode ser algo muito prazeroso, pois ao encontrarmos
pessoas que pensam de acordo como pensamos,
que apreciam as mesmas coisas que n��s apreciamos
naturalmente nos sentimos pr��ximos e, por consequ��ncia,
procuramos manter essa conviv��ncia. Essa identifica����o nos
fortalece, traz-nos a sensa����o de que n��o estamos s��s em
nossas prefer��ncias e pontos de vista.
A afinidade, em ��mbito geral, amplia-se infinitamente,
5 7 L��on DENIS, No invis��vel.
SUELY CALDAS SCHUBERT
quando se trata de uma condi����o ou estado ��ntimo, de uma
busca espiritual que transcende a forma e expressa uma vontade,
um ideal de conex��o com o Amor presente em cada
ser e em todo o Universo. �� assim que passamos a cultivar
uma interliga����o de afinidade com aqueles que igualmente
t��m o mesmo desejo. N��o importa, pois, quaisquer diferen��as
de ra��a, de dist��ncia geogr��fica ou de cultura, o que importa
�� que n��s buscamos o mesmo objetivo, que anelamos
a mesma coisa.
Isto nos remete agora �� quest��o da sintonia.
Sintonizar, segundo o Dicion��rio Aur��lio, �� ajustar um
aparelho de r��dio ao comprimento da onda transmitida pela
esta����o emissora. Harmonizar-se, afinar-se.
Nossa mente - j�� mencionamos linhas atr��s - �� como
se fosse uma esta����o de r��dio, transmissora e receptora. Diz-
se que h�� sintonia quando uma onda encontra resson��ncia
em um campo vibrat��rio equivalente, sendo captada por um
receptor na mesma frequ��ncia (faixa) vibrat��ria.
Havendo sintonia ocorre a resson��ncia, ou seja, as vibra����es
que decorrem dessa identifica����o de natureza vibrat��ria.
5 8
H�� sintonia quando h�� afinidade. Isto vale tanto para
as coisas positivas quanto para as negativas, superiores e
inferiores, moralmente falando. Prefer��ncias geram sintonia.
58 Divaldo P. FRANCO, Diretrizes de Seguran��a.
95
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Os que desejam a mesma coisa, os que cultivam emo����es
semelhantes entram em sintonia mental, porque se afinam.
Pessoas promovem reuni��es, fundam agremia����es,
clubes, e at�� religi��es para favorecer a aproxima����o daqueles
que cultivam as mesmas ideias, prefer��ncias e cren��as;
interesses comuns nos aproximam.
A Mentora Espiritual Joanna de Angelis leciona muito
profundamente a respeito do tema. Vamos conferir:
As leis de afinidade ou de sintonia, que vigem em toda parte,
respondem pela ordem e pelo equil��brio universal [...].
Transferidas para a ordem moral, as leis de afinidade
promovem os acontecimentos vinculando os indiv��duos,
uns aos outros, de forma que o interc��mbio seja
autom��tico, natural.
Mentes especializadas mais facilmente se buscam em
raz��o do entendimento e interesse que as dominam na
mesma faixa de necessidade. H�� uma inevit��vel atra����o
entre personalidades de gostos e objetivos semelhantes,
como repulsa em meio ��queles que transitam
em faixas de valores que se op��em.
Na ��rea ps��quica o fen��meno �� id��ntico. Cada mente se
irradia em campo pr��prio, identificando-se com aquelas
que a�� se expandem.59
Uma pergunta, a essa altura, �� perfeitamente cab��vel.
59 Divaldo P. FRANCO, Momentos de Medita����o.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Em termos pr��ticos, como funciona essa quest��o de
sintonia e das rela����es mentais em nossa vida?
Quem vai responder e explicar �� o escritor Jos�� Mar
ques Mesquita:
A energia que flui da mente de uma pessoa transporta
consigo as suas disposi����o_��ntimas e as imagens emitidas
por sua mente. Por meio desse fluxo de energia
�� que ela estabelece com outras mentes, encarnadas
ou desencarnadas, com as quais se afine, uma liga����o
atrav��s da qual as mentes refletem entre si sua m��tua
influ��ncia, nisso consiste as rela����es mentais da pessoa
com outras mentes [...].
0 nosso modo de ser e de sentir exprime as caracter��sticas
da nossa personalidade, as quais se refletem
nas ondas mentais que nos s��o peculiares, ondas essas
por meio das quais atuamos sobre outras pessoas que,
mentalmente dotadas das mesmas condi����es vibrat��rias
(sintonia), tamb��m atuam sobre n��s, segundo o grau de
receptividade estabelecido na permuta de influ��ncias.
Essa receptividade guarda rela����o com o grau de afinidade
mental entre as pessoas. 60
Em nossos dias observamos que h�� procura intensa,
e frequente de um contingente cada vez maior de pessoas,
60 Jos�� Marques MESQUITA, A Din��mica da Mente na Vis��o Esp��rita.
97
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
que anseiam por um mundo melhor e, logicamente, por mudan��as
significativas na compreens��o do sentido da vida.
Respira-se uma atmosfera de mudan��a para algo mais transcendente,
uma forma de espiritualiza����o que sobrepuje a
predomin��ncia, essa esp��cie de jugo das coisas materiais, de
tudo o que pertence ao dom��nio do corpo e do campo f��sico.
0 ser humano sente que �� maior do que isto.
A ilus��o do corpo aos poucos se desvanece, �� medida
que o indiv��duo reflete na sua pr��pria condi����o de imortalidade.
O poder de Atra����o, essa Lei que impera em todo o
Universo, interliga todos os que anseiam pela liberdade de
pensamento, todos os que desejam empreender o voo de
liberta����o das formas transit��rias e impermanentes para a
decisiva sintonia com a Espiritualidade, com os Esp��ritos de
Luz, com Deus, afinal.
Para isso n��o �� necess��rio uma santifica����o e que a
criatura se afaste do mundo. Importa viver no mundo sem
se deixar aprisionar pelas coisas do mundo, sabendo-as provis��rias
e passageiras.
Trata-se de uma outra vis��o de mundo, de nova perspectiva,
que proporciona um crescimento interior inigual��vel.
Essa mudan��a estrutural de pensamento ir�� se refletir
no corpo f��sico, gerando estados saud��veis, porque evidencia
a preval��ncia de pensamentos positivos atraindo ondas
de energia saud��vel e ben��fica.
98
SUELY CALDAS SCHUBERT
Muito sabiamente, escreve Gabriel Delanne:
A Ci��ncia ensina-nos que os nossos sentidos apenas nos
fazem conhecer ��nfima parte da natureza, por��m que,
al��m e aqu��m dos limites impostos ��s nossas sensa����es,
existem vibra����es sutis, em n��mero infinito, que
constituem modos de exist��ncia de que n��o podemos
formar id��ia, por falta de palavras para exprimi-la. 61
61 Gabriel DELANNE, O Fen��meno Esp��rita.
Cap��tulo
9
A verdade que n��o quer calar
Um Einstein n��o se faz apenas pelo aprendizado infantil
de uma vida; muitas vidas anteriores contribu��ram para
suas habilidades. O inventor Thomas Edison intuiu corre
tamente a situa����o, ao afirmar:
O g��nio �� experi��ncia. Alguns parecem pensar que ��
um dom ou talento, mas �� o fruto de longa experi��ncia
em muitas vidas. Algumas pessoas s��o almas mais anti
gas do que outras, e por isso sabem mais.
Amit Goswam��6 2
OC�� �� UM ESP��RITO. Ou ALMA.
Voc�� n��o �� esse corpo, bonito ou n��o, elegante ou de
sajeitado, saud��vel ou enfermo, jovem ou idoso, enfim, voc��
n��o �� esta veste perec��vel, sujeita ��s esta����es da vida.
Voc�� �� um ser imortal. N��s, voc�� que est�� lendo e
eu, sua fam��lia, seus amigos e conhecidos, todos os seres
Amit GOSWAMI, A F��sica da Alma.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
humanos, somos esp��ritos, provisoriamente habitando um
corpo material, f��sico.
Essa intelig��ncia de que voc�� �� dotado, seus sentimentos
e emo����es, todas as suas capacidades e desejos, prefer��ncias
e vontade n��o terminam em um caix��o, no t��mulo
para onde vai o corpo, nosso corpo material.
Cessada a vida f��sica, em poucos minutos a decomposi����o
acelerada se processa inapelavelmente. Mas, voc��
n��o est�� mais ali. Voc�� n��o est�� deitado no caix��o. Nem eu,
nem ningu��m. Acima da vida fugaz e perec��vel vibra uma
realidade imperec��vel, imortal.
A certeza e a conscientiza����o da imortalidade nos invadem,
pela l��gica maravilhosa de que n��o desapareceremos
no Nada. Como tamb��m a certeza, pelo mesmo racioc��nio
l��gico, de que nossos entes queridos que j�� se foram
nos esperam.
Pense nisso. Admita essa possibilidade. Encare a certeza
de sua espiritualidade.
Sendo esp��ritos, despojados da veste que se tornou
imprest��vel, todos iremos para nossa p��tria de origem: o
Mundo Espiritual. Verdadeiro, eterno, criado por Deus como
nossa morada pelos tempos infinitos afora.
Pensar, pensar �� preciso.
Deus �� o Criador do Universo. Tudo tem uma raz��o de
ser. Ele criou as Leis Divinas que regem o Cosmos. Nada,
portanto, �� apenas para ser contemplado, nenhuma raz��o
SUELY CALDAS SCHUBERT
haveria da exist��ncia das estrelas, dos astros que povoam
o espa��o sideral, de bilh��es de gal��xias, apenas para que o
olhar humano os admirasse deslumbrados.
O mundo n��o foi feito em sete dias. Eva n��o nasceu
da costela de Ad��o - ideia puramente machista, visto que,
se Deus criou Ad��o, por que n��o criaria Eva pelo mesmo
processo? Por que necessitaria proceder da forma como
est�� escrito? N��o houve para��so com serpente amea��adora,
como n��o houve pecado entre o casal, supostamente os dois
primeiros habitantes do planeta. Tudo isto �� uma linguagem
simb��lica, uma met��fora. A lenda de Ad��o e Eva tem sua
beleza, mas n��o expressa a realidade. Inconceb��vel que assim
fosse. A Ci��ncia demonstra, aclara, evidencia, comprova
a realidade da vida terrena. Veja quem tem olhos de ver.
Tudo vem ao seu tempo. Na condi����o de esp��ritos temos
a possibilidade de evoluir e alcan��ar a felicidade que
adv��m da perfei����o. Trocamos de vestes quando necess��rio.
Que tem isso de improv��vel? Por que o ser imortal n��o
poderia ter outra vestimenta provis��ria na busca do seu pr��prio
progresso? Por que uma s�� vida terrena n��o nos basta?
Voc�� pode pensar assim: Voltar! Que ideia horr��vel!
Por que voltaria?
Pense no conjunto dessas respostas:
Para continuar o que come��ou;
Para retomar sua busca da felicidade;
Para desenvolver outras potencialidades;
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Para consertar o que destruiu;
Para melhorar seus sentimentos;
Para transformar o ��dio em amor;
Para amar e ser amado, verdadeiramente;
Para ter outra vis��o da vida com nova oportunidade
diferente da anterior;
Para devolver �� vida e a outros o que tomou e tirou
injustamente;
Para aprender o que n��o aprendeu;
Para valorizar o que desperdi��ou;
Para aprimorar sentimentos;
Para se redimir dos erros cometidos;
enfim, para evoluir.
Para ser feliz!
A escada do progresso espiritual �� infinita. Estamos no
segundo degrau. Nosso planeta �� atrasado. Mas um dia, que
se perde nos evos, habitaremos as moradas felizes que nos
aguardam.
Fazemos parte de uma grandiosa fam��lia.
O ser humano cruel, violento ter�� a oportunidade de se
redimir. O chamado dem��nio de hoje ser�� o anjo no amanh��
- que pode ser long��nquo, mas que chegar�� para ele.
Deus �� nosso Pai. Jesus ensinou isto muitas vezes. Na
ora����o do PAI NOSSO evidencia essa condi����o de que todos
n��s somos filhos de Deus.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Por que ent��o criaria filhos para serem perpetuamente
dem��nios? Coitados destes, por que merecem isto? Por
que privilegiaria alguns e castigaria outros? Deus �� injusto?
Ou �� justo?
Deus possui nossas imperfei����es ou �� a suprema perfei����o?
Deus criou a dor para nos castigar? Jesus enfatizou
que, "a cada um segundo as suas obras". A dor pode ser entendida
como um processo educativo, j�� que optamos pelas
a����es danosas, j�� que nos tornamos devedores da economia
divina. Muitos de n��s reincidimo-nos nos mesmos erros, a
cada nova etapa e nova veste. Vem at�� n��s o aguilh��o da
dor e nos propele para o reto caminho.
�� inevit��vel que abordemos as quest��es metaf��sicas, as
quest��es de ��mbito espiritual, porque falam da sua hist��ria
pessoal, da hist��ria de todos n��s.
Recentemente, o f��sico indiano Amit Goswami escreveu
uma importante obra, A F��sica da Alma, em que aborda
a quest��o da reencarna����o, na vis��o da f��sica qu��ntica. A
repercuss��o do livro �� extraordin��ria, sendo que not��veis
pensadores, f��sicos qu��nticos, cientistas t��m-se pronunciado
de maneira positiva, favor��vel quanto ��s infer��ncias e compara����es,
dados e informa����es relacionadas �� realidade da
reencarna����o, apresentadas pelo autor.
Goswami prefere usar a express��o "m��nada qu��ntica"
ao inv��s da palavra alma, de acordo com a sua vis��o
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
oriental, o que embeleza o racioc��nio e as argumenta����es
que desenvolve.
Antes de prosseguirmos nessa refer��ncia ao livro de
Goswami, �� preciso esclarecer a respeito do que �� a manada.
Para tanto, valemo-nos da explica����o de Humberto
Schubert, no livro Genealogia do Esp��rito, que apresenta a
teoria de Leibniz, fil��sofo e matem��tico alem��o.
Leibniz define em sua monadologia alguns dos postulados
que o Espiritismo viria a adotar quase dois s��culos
depois.
Para Leibniz, a palavra m��nada representa uma subst��ncia
una, sem partes. N��o �� o ��tomo, nem as part��culas
subat��micas que conhecemos, mas algo menor e
mais elementar que constitui a todos estes. Tal elemento
n��o pode ser formado nem destru��do, pois n��o tem
partes que foram ou possam ser separadas. Todas s��o
iguais em termos de estrutura e forma.
Como tudo no Universo, a m��nada est�� sujeita a mudan��as;
como sua forma n��o pode mudar, este processo s��
pode ser interno, em sua ess��ncia. Cada m��nada �� um
princ��pio de vida, pois Deus n��o cria nada morto [...].
Se pode mudar e se cont��m em si o princ��pio da vida,
esta part��cula est�� sujeita �� evolu����o. Desde o ��tomo,
cada coisa do Universo que seja individual pode evoluir.
Quanto mais evolu��do o ser, mais se utiliza de outros
seres. A bact��ria �� um ser incomensuravelmente
SUELY CALDAS SCHUBERT
superior a uma m��nada, por isso pode servir de trilh��es
delas para sustentar suas atividades energ��ticas
e sua estrutura.
O homem �� incomensuravelmente superior �� bact��ria
e �� c��lula, por isso se serve de ambas aos trilh��es,
coordenando este ��nfimos seres que, por sua vez, se
refinam e talvez um dia evoluir��o para outras formas
de agrega����o org��nica e energ��tica. Os homens, seres
inteligentes e conscientes, produzem altas quantidades
de energias imponder��veis e for��as-pensamento que
s��o de grande utilidade aos seres superiores; eles, por
sua vez, nos sustentam e organizam de forma ben��fica
para si e para n��s, analogamente �� forma que organizamos
nossas c��lulas, e assim tamb��m o Esp��rito superior
respons��vel pelo planeta nos ampara e orienta.
Por fim, do ��tomo ao arcanjo, todos os seres da cria����o
desfrutam do amparo de Deus. 63
Vejamos, ent��o, um pequeno trecho do livro de Goswa
mi, A F��sica da Alma, quando, na parte final, o autor trans
creve perguntas que lhe s��o feitas em palestras e entrevistas.
P: A vida j�� �� bem complicada sem que tenhamos
de nos preocupar com vidas passadas e
futuras. Por que devemos nos incomodar com
63 Humberto S. COELHO, Genealogia do Esp��rito, p. 130.
107
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
elas? O pensamento reencarnat��rio �� ��til para
as pessoas em geral, pessoas que n��o t��m, por
exemplo, qualquer necessidade terap��utica
para conhec��-lo?
R:Definitivamente. Primeiro, o pensamento reencarnat��rio
pode ser de grande valia para que as pessoas comuns
vejam o valor da ��tica em suas vidas. Nas sociedades
materialistas, a ��tica �� considerada relativa; isso
corr��i a moralidade, a legalidade n��o consegue ocupar
o papel da moralidade com a velocidade desejada, e
as sociedades degeneram como vemos hoje com frequ��ncia.
Por��m, se as pessoas sabem que a transgress��o
��tica desta vida conduz a repercuss��es c��rmicas na
pr��xima, a ��tica se torna importante.
Segundo, a ideia da reencarna����o nos permite ver que
a morte faz parte de uma jornada criativa; essa percep����o
pode alterar nossa atitude para com a morte e
minimizar nosso medo dela, al��m de mudar, por implica����o,
nossa atitude perante a vida.
Por ��ltimo, mas n��o menos importante, a teoria da
reencarna����o nos diz que voltamos �� Terra em cada
encarna����o para realizar algum trabalho significativo,
para aprender alguns contextos e remover algum karma
negativo.
Em outras palavras, temos um destino a cumprir. Pessoas
que est��o conscientes de seu destino n��o s��o ator
SUELY CALDAS SCHUBERT
mentadas por questionamentos acerca do sentido da
vida; elas 'sabem'. 64
Para melhor compreendermos a nossa interliga����o
com todos os seres, com o Universo, afinal, necess��rio �� a
conscientiza����o de nossa espiritualidade.
Portanto, eu n��o sou este corpo, eu sou o esp��rito que
habita este corpo.
De esp��rito a esp��rito nos comunicamos. Porque �� uma
liga����o mental e vibrat��ria. Mente a mente, vibra����es em
afinidade e sintonia. N��o �� preciso ser m��dium, na acep����o
que o Espiritismo alude, para que haja essa intera����o, pois
ela acontece naturalmente. Como tamb��m n��o importa a
religi��o que a pessoa professe, nem se �� ateu, nem condi����o
alguma. �� algo que nos �� inerente, aptid��es que nos s��o pr��prias,
que alguns t��m mais desenvolvidas que outros.
A compreens��o de nossa condi����o espiritual foi objeto
de profundas pesquisas e reflex��es do eminente psiquiatra
Carl Gustav Jung, que elaborou suas teorias fundamentadas,
a maioria delas, em suas pr��prias experi��ncias. Ele mesmo
revela isso, de forma muito sincera e bela, em depoimento a
Aniela Jaff��, no livro Mem��rias, Sonhos, Reflex��es:
Minhas obras podem ser consideradas como esta����es
de minha vida; constituem a express��o mesma do meu
64 Amit, GOSWAMI, A F��sica da Alma.
109
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
desenvolvimento interior, pois consagrarse aos conte
��dos do inconsciente forma o homem e determina sua
evolu����o, sua metamorfose. Minha vida �� minha a����o,
meu trabalho consagrado ao esp��rito �� minha vida; se
ria imposs��vel separar um do outro.
Todos os meus escritos s��o, de certa forma, tarefas que
me foram impostas de dentro. Nasceram sob a press��o
de um destino.
O que escrevi transbordou de minha interioridade.
Cedi a palavra ao esp��rito que me agitava. Nunca espe
rei que minha obra tivesse uma forte resson��ncia. Ela
representa uma compensa����o frente ao mundo con
tempor��neo em que vivo e eu precisava dizer o que
ningu��m quer ouvir. �� por isso que tantas vezes, princi
palmente no come��o, sentia-me t��o isolado. Sabia que
os homens reagiriam pela recusa, pois �� dif��cil aceitar
a compensa����o e seu mundo consciente. Hoje posso
dizer: �� maravilhoso que tenha tido tanto sucesso, mais
do que jamais esperei. Para mim, o essencial sempre foi
dizer o que tinha a dizer. 65
65
Aniela JAFF��, Mem��rias, Sonhos e Reflex��es.
110
Cap��tulo
10
O que fazemos aqui?
Tenho vivido como uma criancinha brincando na praia,
que encontra aqui e ali um pedregulho mais brilhante,
enquanto ao meu redor o grande oceano da verdade
permanecia oculto.
Sir Isaac Newton
EM TODAS AS ERAS DA HUMANIDADE O homem sempre
se questionou quanto �� vida terrena e a si mesmo. Por
que estou aqui? O que �� a vida? De onde vim? Para onde
vou depois da morte? O que h�� depois da morte? O Nada? O
c��u ou o inferno? Por que n��o sou feliz? Por que nascemos?
Por qu��? Por que...
A maioria das perguntas fica sem respostas e, assim
o indiv��duo termina os seus dias, talvez conformado, talvez
revoltado, ou quem sabe crendo no destino, na sorte ou no
azar de ter nascido.
H��, todavia, um prop��sito maior, que extrapola os limites
da vida f��sica, t��o impermanente e fugaz e nos situa
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
em uma condi����o em que n��o h�� limites ou fronteiras, nem
tempo ou espa��o.
Amit Goswami tem a resposta. Por outros caminhos, o
c��lebre f��sico indiano, por meio de elocubra����es verdadeiramente
geniais, traduz o significado da vida f��sica tal como o
Espiritismo o considera. Transcrevemos um dos segmentos
de seu livro Deus N��o Est�� Morto:
Tanto no Oriente como no Ocidente, quer acreditemos
em reencarna����o ou em uma ��nica vida, a ��nfase da
espiritualidade tem sido a uni��o com um Deus transcendente.
Fil��sofos espirituais, naturalmente, est��o
bem conscientes de que Deus tamb��m �� imanente no
mundo, mas, de algum modo, conseguiram minar nossos
prop��sitos no mundo imanente. At�� determinado
ponto, isso contribuiu para tornar materialista a cultura
mundial. Recentemente, as tradi����es espirituais permitiram
que os assuntos do mundo fossem dominados
pela ci��ncia materialista, a qual propagou o materialismo
pelo mundo sem qualquer obst��culo. Foi apenas
nas ��ltimas d��cadas que aflorou um desafio ao materialismo
de dentro da pr��pria tradi����o da ci��ncia.
Nas culturas dualistas, os fil��sofos espirituais t��m se
perguntado porque um Deus perfeito criaria um mundo
imperfeito. Nas culturas n��o-dualistas, os fil��sofos
espirituais ocasionalmente se perguntam porque Deus
�� imanente em um mundo imperfeito se Ele podia ter
SUELY CALDAS SCHUBERT
ficado para sempre na perfei����o celestial. A resposta a
essas perguntas, naturalmente, ��: evolu����o. Nas duas
culturas, os pensadores espirituais deixaram de lado a
evolu����o. Deus se torna manifestado no mundo imanente
para manifestar suas possibilidades n��o-manifestadas.
O mundo come��a a jornada da evolu����o com a
imperfei����o, sem d��vida, mas isso �� apenas um come��o.
A consci��ncia evolui em dire����o �� perfei����o, em dire����o
�� vis��o de sua perfeita natureza em manifesta����o.66
Vejamos como o Espiritismo explica alguns dos passos
do processo evolutivo na palavra de Leon Denis:
Deus colocou o homem no centro de um oceano de vida,
de um reservat��rio inesgot��vel de for��as e pot��ncia. E
deu-lhe a intelig��ncia, a raz��o, a consci��ncia, para aprender
a conhecer essas for��as, a assenhorear-se delas e as
utilizar. Por esse exerc��cio constante �� que a n��s mesmos
nos desenvolveremos e chegaremos a afirmar o nosso
imp��rio sobre a Natureza, o dom��nio do pensamento
sobre a mat��ria, o reino do Esp��rito sobre o mundo.
E esse o mais elevado objetivo a que possamos consagrar
a nossa vida. 67
O prop��sito maior da vida ��, pois, a evolu����o.
Todos os esp��ritos foram criados em absoluta igualda
66 Amit GOSWAMI, Deus N��o Est�� Morto.
6 7 Leon DENIS, Aio Invis��vel, p. 340.
113
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
de de condi����es. N��o h�� privil��gios e nem qualquer tipo de
castigo nas Leis de Deus.
A raz��o rejeita a menor possibilidade de que alguns
de n��s tenhamos sido mais favorecidos ou prejudicados de
alguma forma, ao sermos criados por Deus.
O Criador dotou-nos, a todos, sem exce����o, dos mesmos
atributos, potencialidades latentes, em germe, se assim
podemos nos expressar, e caberia a cada um desenvolv��-las,
mediante o uso do livre-arb��trio e do esfor��o pessoal.
Cada ser humano escreve, pois a sua pr��pria hist��ria.
0 que �� not��vel �� que todos somos diferentes, n��o h��
ningu��m que seja semelhante a outro ser humano.
No meu livro Os Poderes da Mente apresento uma reflex��o
acerca dessas potencialidades, esclarecendo que:
S��o surpreendentes os poderes da mente. Entretanto,
na maioria de n��s, tais poderes jazem adormecidos ou,
quando exercitados, o fazemos n��o de modo pleno,
mas ainda com muitas limita����es e dificuldades.
Esses poderes emanam do Esp��rito, com os quais o
Criador dotou a todos os seus filhos.
Assim, o ser humano estreando em sua caminhada,
n��o a iniciou destitu��do de condi����es, de qualidades,
de potencialidades. Ao contr��rio, embora com a inexperi��ncia
de um nascituro em termos evolutivos, trazia
em si os atributos imprescind��veis para vencer as adversidades
inerentes a um planeta primitivo.
SUELY CALDAS SCHUBERT
�� medida em que seu pensamento se dilatou, em que suas
id��ias tornaram-se mais criadoras, a ��nsia por melhorar
a qualidade de vida preponderou e, proporcionalmente
ao seu constante progresso intelectual, foi modificando
o mundo ao seu redor, que tornou-se assim, a concretiza����o
do seu pensamento e de sua incr��vel criatividade.
O homem pensou o mundo e o criou. 68
O fato de entendermos a vida como um cont��nuo processo
evolutivo, no qual todos n��s estamos submetidos, remete-
nos a uma certeza maior, a das vidas sucessivas, visto
que somente por meio do ir e vir o esp��rito alcan��ar�� est��gios
superiores que o qualificam para voos mais altos nesse
ilimitado futuro que a todos nos aguarda.
H�� em cada esp��rito uma impuls��o irrefre��vel que �� a
busca do melhor; temos imperiosa necessidade de melhorar
a exist��ncia terrena, seja no sentido material, isto ��, aprimorando
a qualidade de vida em todos os seus aspectos, seja
nessa ��nsia de ser feliz que reside em cada um de n��s.
Mas, o que �� a felicidade?
Voltamos aos mesmos questionamentos de sempre.
Entretanto, j�� se pode dizer que temos agora novas perspectivas,
pois se abre para n��s um horizonte muito belo e
que se perde de vista, e se infinita at�� onde nosso pensamento
consegue alcan��ar.
68 Suely C. SCHUBERT, Os Poderes da Mente.
115
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Com beleza e profundidade fala-nos Rubens Romanelli
acerca do significado da vida:
�� imposs��vel conceituar a vida dentro do esquema de
nossas categorias mentais, por isso que eia transborda
dos limites logicamente impostos por qualquer defini����o.
Em sua ess��ncia, ela �� intraduz��vel na linguagem
etiol��gica e teleol��gica; ela n��o conhece nem tempo,
nem espa��o, nem princ��pio, nem fim [...].
Evolu����o significa, em ��ltima an��lise, integra����o do ser
no pr��prio ser, da vida na pr��pria vida. �� progressiva
libera����o da ilus��o e da dor, da limita����o e da morte.
Ela se realiza em virtude da constante intera����o entre o
ser que plasma a forma e a forma que enriquece o ser.
E cont��nua interioriza����o, mediante a qual o ser, despoj��ndose
sucessivamente de todas as incrusta����es,
se dilata infinitamente e volve a encontrar-se consigo
mesmo, para reintegrar-se, consciente, na unidade em
que verdadeiramente se consubstancia a vida.
O amor �� o mais elevado atributo da vida, ou melhor, ��
a vida mesma. Viver plenamente significa amar dentro
desse amor que nos comunica o sentimento de nossa
identidade com o infinito e nos faz solid��rios com todos
os seres da Cria����o. 69
69 Rubens ROMANELLI, O Primado do Esp��rito.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Essa �� a nova consci��ncia que emerge das profundezas
abissais da nossa ignor��ncia multimilenar, vencidas agora as
etapas progressivas do nosso despertar �� custa de suor e l��grimas
- pre��o inexor��vel dessa abertura mental, espiritual,
que gera amadurecimento.
�� pergunta que assinala este cap��tulo, quest��o indiscutivelmente
instigante, de imediato cada um de n��s inicia
um processo de busca interior para verificar o que pensamos
sobre isto, ou seja, o que afinal fazemos aqui? Muitos
de n��s jamais tentamos pensar acerca disso, distra��dos com
aquilo que julgamos ser priorit��rio e, que de repente, parece
nada valer, seja porque constatamos o t��dio que avassala a
nossa exist��ncia, seja porque come��amos a pensar que deve
existir um significado qualquer na vida humana.
Eis porque v��m at�� n��s esp��ritos de alta sabedoria,
com a finalidade de despertar a Humanidade para a sua
destina����o superior, evidenciando a cada ser humano a sua
condi����o de esp��rito imortal que necessita, por essa raz��o,
atender �� sua ess��ncia espiritual, o que vale dizer, �� sua espiritualiza����o.
Um destes �� o esp��rito Carlos Torres Pastorino. Nome
sobejamente conhecido, pois quando ainda no plano f��sico
legou-nos o precioso livro Momentos de Sabedoria. Ele retorna
��s letras com a mesma sabedoria, atrav��s da mediunidade
de Divaldo Pereira Franco, em um livro rico de ensinamentos,
Imperman��ncia e Imortalidade.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Vejamos o que ele diz, referindo-se ao processo evolutivo:
Eis definida a necessidade da reencarna����o, atrav��s de
cuja roda de samsara, o ser emerge das formas pesadas
e ala-se em d��lcidas vibra����es de luz no rumo
do Infinito. Enquanto persevera nas amarras do passado,
que se transformam em cadeias de sofrimentos
e de ang��stias no presente, necessita de deslindar-se
caminhando para o futuro. Todos esses tempos por��m,
encontram-se num s�� per��odo de tempo denominado
hoje, que lhe constitui a oportunidade incompar��vel de
sair das repeti����es dos comportamentos afugentes.
Fadado �� plenitude, o Esp��rito al��a-se ao infinito, etapa
a etapa, mediante as conquistas de amor e de sacrif��cio
que o dominar��o ao largo das viv��ncias de sublima����o.
Esse empenho libertador auxilia-o na busca do Nirvana,
do Reino dos C��us, da Espiritualidade Superior,
onde o tempo e o espa��o se encontram no infinito
da realidade por enquanto desconhecida. Somente
atrav��s desse processo �� que se desenvolver�� o Cristo
Interno, a Divina Chispa, a Semente Sublime, o
Deus Interior que predomina em germe no cerne de
todos os seres humanos. 70
70 Divaldo P. FRANCO. Impermanencia e Imortalidade.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
somente hist��rias, o caso pode ser real.
Entretanto, pode acontecer que n��o haja nenhuma
alma do outro mundo ligada a antiguidades, �� bom esclarecermos
logo, pois isso raramente ocorre. Mas, existem outras
situa����es incrivelmente not��veis, referente a uma esp��cie de
alma das coisas.
Vamos partir da premissa b��sica de que estamos interconectados
com o Universo; que a Lei de Atra����o impera
em toda parte e que atra��mos pensamentos e vibra����es que
est��o em nossa frequ��ncia vibrat��ria; que nossas mentes,
portanto, est��o interligadas com aquelas mentes que se afinam
e sintonizam com nossos pensamentos.
J�� sabemos que o esp��rito �� imortal e que, ap��s a morte
do corpo f��sico, prossegue a sua trajet��ria no plano espiritual,
como ser espiritual que ��. Assim, todas as capacidades
ou potencialidades do indiv��duo n��o se perdem porque pertencem
ao esp��rito.
A mente n��o est�� no c��rebro f��sico, embora esse lhe
seja a sede material de sua manifesta����o na carne. Deduz-
se, pois, que a intelig��ncia, a mem��ria, a raz��o, os sentimentos
e tudo o mais s��o atributos do esp��rito que, a cada
exist��ncia na Terra, ou seja, a cada reencarna����o, reveste
um novo corpo, como uma nova veste, trazendo consigo o
imenso acervo moral, intelectual e espiritual, adquirido ao
longo de sua caminhada evolutiva.
Aqueles que apresentam dificuldades e limita����es inte
SUELY CALDAS SCHUBERT
lectuais est��o, momentaneamente, bloqueados nesse campo,
por necessidade do pr��prio esp��rito de se desenvolver
em outra ��rea, mas de maneira alguma diminu��dos em seus
atributos, dotados por Deus a todos os seus filhos.
�� bom saber, a essa altura, que todos n��s fomos criados
iguais, consoante informa 0 Livro dos Esp��ritos, na resposta
�� quest��o apresentada por Allan Kardec que ��, por
excel��ncia, aquela pergunta que n��o quer calar:
P: Os Esp��ritos, uns ter��o sido criados bons e
outros maus?
R: Deus criou todos os Esp��ritos simples e ignorantes,
isto ��, sem saber. A cada um deu determinada miss��o,
com o fim de esclarec��-los e de os fazer chegar progressivamente
�� perfei����o, pelo conhecimento da verdade,
para aproxim��-los de si. Nesta perfei����o �� que eles encontram
a pura e eterna felicidade, (quest��o 115). 72
Nesta s��bia e esclarecedora resposta dos Esp��ritos Superiores
est�� impl��cito um vast��ssimo conjunto de ensinamentos:
a justi��a divina, que �� equ��nime para todos os seres
humanos; a Lei de Evolu����o e progresso; a destina����o para
a felicidade e o amor de Deus, que n��o privilegia a nenhum
de seus filhos.
A trajet��ria evolutiva da Humanidade, toda a saga do
72 Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
ser humano, desde os tempos primitivos, n��o est�� perdida.
Muito acima e �� frente dos livros de hist��ria e geografia est��
o grandioso comp��ndio da mem��ria c��smica. Esse acervo
prescinde de nossos mais sofisticados aparelhos de grava����o,
os que existem hoje e, talvez, os que existir��o no futuro.
Abre-se para n��s, portanto, a certeza de que existe um fant��stico
acervo mnem��nico registrado nos anais espirituais
do nosso planeta.
Nosso querido amigo, o ilustre escritor esp��rita, Herm��nio
Miranda, em um dos cap��tulos de seu excelente livro
Reencarna����o e Imortalidade, referindo-se a esse acervo espiritual,
menciona:
H��, por��m, registros indel��veis e muito vivos de acontecimentos
do passado mais remoto, na mem��ria dos
seres que os presenciaram. Essa fonte inesgot��vel de
consulta acha-se praticamente inexplorada, a n��o ser
por alguns autores desencarnados. Podemos admitir,
e esperar, no entanto, que um dia a Hist��ria da Humanidade
ser�� toda reescrita dentro dessa concep����o
historiol��gica, colhendo-se nas fontes aut��nticas o testemunho
sereno daqueles que se incumbiram de tarefas
memor��veis. Espero merecer a honra e a alegria
de trabalhar nessa equipe de levantamento da cr��nica
humana, porque sou daqueles que v��em na Hist��ria
a presen��a inequ��voca de Deus e, por isso, tamb��m a
import��ncia das li����es que elas encerram, para me
SUELY CALDAS SCHUBERT
lhor entendimento do presente e mais l��cida proje����o
do futuro.
Se tir��ssemos melhor proveito dos ensinamentos contidos
no passado, mais breve seria nossa reden����o espiritual,
que �� o objetivo supremo da Hist��ria, ponto
onde convergem as metas individuais e as coletivas. 73
A fim de melhor compreendermos essa not��vel peculiaridade
do Universo, transcrevemos a seguir a palavra
de um Esp��rito Superior e de grande sabedoria, Stafford
que se comunicava atrav��s da m��dium inglesa Elisabeth
d'Esp��rance, tal como narra Ernesto Bozzano, em seu livro
Os Enigmas da Psicometria:
No decurso de uma sess��o, ele (Stafford) dirige a palavra
a um cientista presente, uma chusma de perguntas,
no intuito de lhe impossibilitar a r��plica, e, de repente,
saiu-lhe com esta:
��� Que �� o ��ter?
��� Ignoro-o, disse-lhe o s��bio, mas, conforme as indu����es
cient��ficas ele �� quase o Nada...
Um nada, por��m, que, quando analisado de perto, assemelha-
se ao Todo.
Ent��o, Stafford prosseguiu:
Se tent��ssemos remontar ��s origens do Universo, nada
encontrar��amos que escapasse �� aplica����o da vossa
H Herm��nio C. MIRANDA, Reencarna����o e Imortalidade.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
conclus��o: n��o mais a mat��ria, mas o que lhe constitui
o elemento origin��rio: o Nada da mat��ria, um Nada
infinitamente mais maravilhoso, mais poderoso, grandioso
e sublime do que o Universo material que ele
produziu.
Efetivamente est�� nesse Nada a pot��ncia criadora do
C��u e da Terra, de tudo enfim; uma pot��ncia que o
mais elevado intelecto humano �� incapaz de compreender
e ao qual j�� se conferiram muitos nomes [...].
O ��ltimo, inventado pelos s��bios, chama-se 'Vontade
C��smica'. Outros, menos eruditos, contentam-se em
chamar-lhe familiarmente -DEUS. 74
Imprescind��vel esclarecer que, de acordo com o texto
acima, o ��ter se confunde com Deus, a fim de ser evidenciado
a presen��a em tudo, do pensamento divino. H��, por��m,
uma ideia que sugere ser o chamado ��ter, nada mais nada
menos, do que a mat��ria c��smica universal, denominada pela
ci��ncia de mat��ria escura do universo. Pelo sim, pelo n��o, sabemos
que todas as coisas, todos os seres, todo o Universo,
enfim, est�� "mergulhado nesse majestoso oceano divino".
Essa realidade possibilita a interconex��o entre tudo e
todos, levando-nos a entender que possa haver um dossi��
particular de todas as criaturas, como igualmente de toda a
Natureza em seus incalcul��veis aspectos.
74 Ernesto BOZZANO, Os Enigmas da Psicometria, p. 109.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Isso n��o causaria estranheza, pois a cada dia se desvenda,
com mais amplitude e profundidade, os arcanos at��
ent��o insond��veis, da mente humana, isto ��, do esp��rito.
Os Poderes da Mente 75 - tal como escrevi no meu
livro com este t��tulo - s��o incalcul��veis, apenas come��amos
a levantar a ponta do v��u que encobre a realidade maior do
que somos.
Vamos entrar agora em um mundo surpreendente: o
mundo da psicometria. Um territ��rio onde a mente tem um
desempenho superinteressante.
Voc��, amigo leitor, amiga leitora, j�� ouviu a palavra
psicometria? E tem mais, quem exerce a psicometria s��o os
psic��metras; temos tamb��m a express��o objetos psicometrados
e outros termos derivados, que aos poucos surgir��o no
decorrer dessas p��ginas.
Tudo o que voc�� vai ler, como tudo o que escrevo s��o
realidades comprovadas. Para alcan��armos essas novas ideias
importa ampliar nossa vis��o de mundo e buscarmos a transcend��ncia
que existe al��m da mat��ria e dos sentidos f��sicos.
Vamos adentrar, ainda que por pouco, �� realidade espiritual.
Afinal, nada ser�� causa de espanto, pois a Espiritualidade
�� a nossa verdadeira p��tria. De l�� viemos e para l��
retornaremos. Por que negar isto?
75 Suely C. SCHUBERT, Os Poderes da Mente.
12
Cap��tulo
Psicometria: conex��o com a
mem��ria c��smica
Penetrai a alma das coisas.
Wordsworth 76
Por mais dura que seja a rocha sobre a qual estamparemos
os passos, a ��ltima leva da multid��o ler�� nela
tra��os dos vanguardeiros.
Carlyle 77
EM��RIA C��SMICA 7 8 �� o t��tulo do livro de Her
m��nio Miranda, lan��ado no final do ano de 2008. Obra interessante,
prof��cua em explica����es, de agrad��vel leitura - caracter��sticas
do estilo desse renomado escritor, apresentando
v��rias comprova����es acerca da psicometria.
76 William Wordsworth (1770 -1854) - Poeta ingles.
77 Thomas Carlyle (1795-1881) - Ensa��sta e historiador.
78 Herminio C. MIRANDA, Memoria C��smica.
129
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Miranda comenta, em sua obra, a respeito de um livro
escrito em meados do s��culo XIX. Pode-se dizer um livro
antigo, conforme o catalogariam os leitores modernos. Mas
�� uma dessas obras adiante do tempo, dessas que tratam de
temas universais, bastante enigm��ticos ainda, por��m extremamente
interessantes que despertam a aten����o.
Afinal, que livro �� esse? A alma das coisas (The soul of
things), de William Denton, que teve sua reedi����o em 1988,
pela The Aquarium Press, Northhamptonshire, Inglaterra,
agora com um subt��tulo - "psychometric experiments for
re-living history". Inicialmente Miranda pensou traduzi-lo,
contudo, decidiu coment��-lo em certas passagens e, especialmente,
explic��-las por meio da contribui����o espiritual e
esp��rita do tema.
Denton nasceu em Darlington, na Inglaterra, em 1823.
Emigrou para os Estados Unidos aos 25 anos de idade e
permaneceu em Cincinatti, Ohio. Ali se casou com Elizabeth
Foote e se mudou para Dayton, Ohio, onde se tornou diretor
de um col��gio. Sua paix��o intelectual era a geologia. Por
essa ��poca tomou conhecimento de um artigo de um jovem
doutor, Joseph Rhodes Buchanan, que em Cincinatti realizava
experi��ncias acerca de psicometria, com seus alunos, no
Eclectic Medicai Institute.
Ele embrulhava amostras de v��rias subst��ncias qu��micas
e metais em papel opaco e pedia aos alunos que tentassem
identificar o material contido nos embrulhos, tocan
SUELY CALDAS SCHUBERT
do-os apenas com a ponta dos dedos. Muitos deles foram,
extaordinariamente, bem-sucedidos nessas experi��ncias.
Buchanan procurava explicar o fen��meno em termos
ditos 'cient��ficos', dizendo que ocorriam porque nossos nervos
emitiam uma vibra����o el��trica, que deu o nome de "aura
nervosa".
Informa Herm��nio Miranda, no livro sob nosso enfoque,
que foi Buchanan quem 'batizou' a nova ci��ncia de
psicometria, termo que considera inadequado, pois n��o
h�� como medir o psiquismo ou alma; contudo, o termo foi
aceito pelo meio cient��fico e �� usado at�� hoje.
Muito bem, voltemos ao livro de Denton, que registra
em suas 370 p��ginas, casos de psicometria, ocorridos em
in��meras experi��ncias por meio de sua pr��pria esposa e de
sua irm��, ambas not��veis psicometras. N��o nos esque��amos,
por��m, de que esta obra A alma das coisas �� a comentada
por Herm��nio Miranda em Mem��ria C��smica, que por
minha vez, estou comentando neste cap��tulo.
Mas, afinal, o que �� a psicometria? �� uma faculdade
an��mica que possibilita ��queles que a possui a condi����o de,
ao contato com certos objetos, fazer uma "leitura" ou percep����o
da hist��ria desse objeto. Assim, o psic��metra, mesmo
n��o vendo o objeto, apenas colocando as pontas dos dedos
no inv��lucro que o envolve, �� capaz de identific��-lo e dizer
com absoluta seguran��a, de onde veio tal objeto, a quem
pertencia, ou em outros casos, se for uma pedra qualquer,
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
relatar em que regi��o estava antes de chegar ��s suas m��os.
Se o objeto pertencia a uma pessoa, �� capaz de descrev��-la,
perceber os seus sentimentos, descrever o local onde reside
e muitos outros detalhes.
Importante aduzir, com Ernesto Bozzano, autor do livro
Enigmas da Psicometria,79 que a psicometria �� uma das modalidades
da clarivid��ncia, 80 embora ele mesmo considere
que as caracter��sticas pr��prias da psicometria lhe conferem
um car��ter t��o especial que permite seja considerada �� parte.
Em alguns pa��ses, como a Inglaterra, psic��metras colaboram
com a pol��cia para encontrar pessoas desaparecidas
e esclarecer se est��o vivas ou mortas, e em que local est��o.
No caso de cad��veres, os psic��metras conseguem ver o lugar
onde est�� o corpo e at�� a sua posi����o.
Para que isso ocorra �� necess��rio que um objeto de
uso particular daquele que est�� sendo procurado seja apresentado
ao psic��metra e este o tenha nas m��os.
O leitor e a leitora j�� deduziram que os objetos guardam
as vibra����es daqueles que os manusearam e, em outras
condi����es, vibra����es da pr��pria natureza, da regi��o de que
s��o origin��rios.
�� uma bela e rara faculdade essa.
Quando menciono ser a psicometria uma faculdade
an��mica, proveniente da pr��pria alma do psic��metra, desejo
79 Ernesto BOZZANO, Enigmas da Psicometria, p. 65 a 66.
80 Clarivid��ncia: vis��o a dist��ncia. A clarivid��ncia ser�� abordada no cap. 14.
SUELY CALDAS SCHUBERT
ressaltar que este n��o precisa necessariamente ser m��dium
ostensivo81, contudo, a psicometria pode ser, em determinadas
circunst��ncias, uma faculdade tamb��m medi
��nica. 8 2
De qualquer forma, em uma ou em outra express��o em
que se apresente, a psicometria requer ainda maior aprofundamento
nessas explica����es que estou endere��ando ao leitor,
que talvez esteja se questionando, por exemplo: Como o indiv��duo
que tem essa aptid��o v�� a hist��ria dos objetos? Como
v�� um cad��ver e relata at�� a posi����o em que se encontra?
Vamos por partes.
Duas s��o as premissas que nortear��o esta resposta.
Primeiramente, �� incontest��vel que existe uma mem��ria
c��smica, conforme vimos falando ao longo desses cap��tulos.
A segunda premissa ainda n��o foi mencionada. �� o
que vamos abordar agora.
O perisp��rito
Dentre as capacidades daqueles que s��o psicometras,
uma �� fundamental. �� a capacidade que t��m algumas pes
81 M��dium ostensivo: aquele em que a faculdade medi��nica se mostra bem
caracterizada.
82 Isto ocorre quando h�� a presen��a de um esp��rito desencarnado junto ao
psic��metra.
133
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
soas de se deslocarem n��o somente no espa��o, mas tamb��m
no tempo, rumo ao passado, ou seja, a uma ��poca que,
teoricamente, n��o mais existe.
Para que isso seja poss��vel �� necess��rio entender o esp��rito
que somos, cada um de n��s possui um corpo espiritual
que sobrevive ao corpo carnal.
Imaginemos o seguinte: uma pessoa que �� m��dium vidente
- e talvez nem tenha no����o de que o seja - um dia
leva um susto porque come��a a ter vis��es de seu pai que j��
morreu h�� tempos. Ela o v�� nitidamente e �� capaz de descrever
como est�� vestido, at�� mesmo captar sensa����es que ele
exterioriza, isto ��, seu estado de ��nimo, se est�� triste, aflito,
sereno, alegre, etc.
�� um esp��rito desencarnado, mas que se apresenta
com toda a apar��ncia de quando estava encarnado. O rosto,
as m��os, a fisionomia, as roupas, enfim, o corpo �� o mesmo.
Como isto �� poss��vel? Ele tem ent��o um outro corpo? Como
se explica isto?
Sim, ele tem outro corpo. �� o corpo espiritual, ou perisp��rito,
em linguagem esp��rita. �� um corpo flu��dico que reveste
o esp��rito.
Perisp��rito (do gr. pcri, em torno e do lat. spiritus,
alma,esp��rito) �� o envolt��rio sutil e perene da alma, que possibilita
sua intera����o com os meios espiritual e f��sico.
Vejamos como Allan Kardec trata dessa importante
quest��o, em O Livro dos Esp��ritos:
SUELY CALDAS SCHUBERT
P: O Esp��rito propriamente dito tem alguma cobertura,
ou, como pretendem alguns, est�� envolvido
numa subst��ncia qualquer?
R: O Esp��rito est�� envolvido por uma subst��ncia que ��
vaporosa para ti, mas ainda bastante grosseira para n��s;
suficientemente vaporosa, entretanto para poder elevar-
se na atmosfera e transportar-se aonde queira.83
A exist��ncia do perisp��rito n��o �� nenhuma novidade,
pois j�� era conhecido desde a Antiguidade, sob diversas denomina����es,
ao longo do tempo.
Mano, maya, kosha, na ��ndia v��dica; kha ou bai, entre
os sacerdotes egipcios; rouach, na Cabala; kama-rupa, no
Budismo; eidolon, okhema, entre os gregos; khi, na tradi����o
chinesa; corpo astral, entre os hermetistas, alquimistas, esoteristas
e teosofistas; Paracelso o chamou de corpo siderio;
Leibniz por corpo flu��dico.
Em Paulo, o ap��stolo dos gentios, encontramos refer��ncias
claras e precisas, conforme escreve em sua primeira
ep��stola aos Cor��ntios, 15:40 e 44, a saber: E h�� corpos celestes
e corpos terrestres, mas uma �� a gl��ria dos celestes e
outra a dos terrestres.
Semeia-se corpo animal, ressuscitar�� corpo espiritual.
Se h�� corpo animal, h�� tamb��m corpo espiritual.
83 Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos.
135
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
0 esp��rito Andr�� Luiz, atrav��s da psicografia de Francisco
C��ndido Xavier, denomina-o de corpo espiritual ou_
psicossoma.
As pesquisas a respeito desse corpo flu��dico prosseguem.
Na parapsicologia �� nomeado por campo estruturador
da forma, ou corpo energ��tico. O cientista esp��rita, j�� desencarnado,
Dr. Hern��ni Guimar��es Andrade criou o termo
modelo organizador biol��gico (MOB).
Leon Denis, esclarecendo o assunto informa:
A alma est��, durante a vida material, assim como depois
da morte, revestida constantemente de um envolt��rio
flu��dico, mais ou menos sutil e et��reo, que Allan Kardec
denominou perisp��rito ou corpo espiritual.
Como participa simultaneamente da alma e do corpo
material, o perisp��rito serve de intermedi��rio entre ambos:
transmite �� alma as impress��es dos sentidos e comunica
ao corpo as vontades do Esp��rito.
No momento da morte, destaca-se da mat��ria tang��vel,
abandona o corpo ��s decomposi����es do t��mulo;
por��m, insepar��vel da alma, conserva a forma exterior
da personalidade desta.
O perisp��rito ��, pois, um organismo flu��dico; �� a forma
preexistente e sobrevivente do ser humano, sobre a
qual se modela o envolt��rio carnal, como uma veste
dupla e invis��vel, constitu��da de mat��ria quintenssenciada,
que atravessa todos os corpos por mais impe
SUELY CALDAS SCHUBERT
netr��veis nos pare��am.
A mat��ria grosseira, incessantemente renovada pela
circula����o vital, n��o �� a parte est��vel e permanente
do homem. �� o perisp��rito que garante a manuten����o
da estrutura humana e dos tra��os fision��micos, e isto
em todas as ��pocas da vida, desde o nascimento at�� a
morte [...].
Esse corpo flu��dico n��o ��, entretanto, imut��vel; depura-
se e enobrece-se com a alma; segue-a atrav��s das suas
inumer��veis encarna����es; com ela sobe os degraus da
escada hier��rquica, torna-se cada vez mais di��fano e brilhante
para, em algum dia, resplandecer com essa luz radiante
de que falam as B��blias (antigas) e os testemunhos
da Hist��ria a respeito de certas apari����es.84
Relembro aos leitores que os coment��rios discorridos,
neste cap��tulo, a respeito de psicometria referem-se ��s pesquisas
feitas por Herm��nio Miranda, que relata em sua obra
Mem��ria c��smica as not��veis experi��ncias de psicometria realizadas
por William Denton, conforme este as registra, por
sua vez, no seu livro A alma das coisas.
Retornemos, portanto, ao livro de Herm��nio Miranda.
Oportuno enfatizar que Denton, a esposa Elizabeth e a
irm�� Anne Denton Cridge n��o admitiam a possibilidade de
8 4 Leon DENIS, Depois da Morte, p. 174 e 175.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
alguma presen��a espiritual nas in��meras experi��ncias por
eles vivenciadas.
Herm��nio Miranda menciona o entusiasmo de Denton.
decorrente das descobertas que fizera, sem, entretanto, alcan��ar
a amplitude, a profundidade e as implica����es espirituais
que a psicometria desdobrava diante dele.
Para eles, a nova ci��ncia, como a preferem identificar, ��
mais do que visitar locais primitivos e tempos remotos. H��
um ponto crucial subjacente em tudo aquilo que sequer ��
mencionado, ou seja, a sempre temida e suspeita doutrina
da reencarna����o. Por outro lado, a sensitiva (Elizabeth)
percebe, nos experimentos, a presen��a de entidades
espirituais, mas n��o lhe ocorre investigar mais detidamente
quem s��o e o porqu�� da presen��a delas. Como
parece n��o ocorrer a Denton question��-la a respeito.
Ainda bem que descobrem ser a psicometria um valioso
instrumento de busca nos segredos do tempo, em
sua intera����o com o conceito de espa��o. Tanto �� assim
que Denton destaca, no pr��prio t��tulo, que o livro trata
de re-viver a hist��ria, mesmo em epis��dios esquecidos,
controvertidos ou totalmente ignorados.
A prioridade do professor est�� em projetar o potencial
da psicometria em termos geol��gicos, econ��micos e
hist��ricos. 85
85 Herm��nio C. MIRANDA. Mem��ria C��smica.
SUELY CALDAS SCHUBERT
O professor William Denton apresenta em seu livro,
110 experi��ncias de psicometria, muito bem sucedidas. Herm��nio
Miranda, por sua vez, escolhe dentre elas, apenas
nove, que lhe pareceram significativas, embora n��o tenha
sido f��cil fazer a sele����o, visto que os relatos s��o extremamente
interessantes.
Cabe a mim, agora fazer tamb��m uma escolha dentre
as tais nove que Herm��nio Miranda exp��e. Para n��o me estender
demais, selecionei dois relatos, para ilustrar perante
os que me honram com sua leitura, casos de psicometria,
que aqui est��o bastante sintetizados.
Vamos ao primeiro.
"A velha mina de cobre"
Um fragmento de min��rio de cobre da mina Acton,
Canad�� Oriental, �� apresentado �� Sr a Denton, que, todavia,
n��o vira o citado fragmento e nem tivera a menor ideia do
que se tratava.
Ela come��a a descrever o local de onde veio o objeto,
como se ali estivesse. A certa altura diz:
N��o sei, mas acho que me encontro em uma mina. Vi
uma escada de relance. Estou no subsolo. H�� uma luz
artificial, creio que de vela. Ainda n��o sei dizer que tipo
de mina �� esta. O material n��o tem a pureza do ouro.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Parece haver dois tipos de metal aqui. N��o vejo ambos,
apenas um deles e sinto a influ��ncia do outro, ainda
que me pare��a a menor dist��ncia.
H�� um vapor azulado, meio purpurado que sobe e me
causa uma sensa����o de sufoca����o. Acho que isto pode
ser cobre, mas h�� algo mais. O vapor parece venenoso.
�� o que me faz pensar no cobre. Isto aqui �� uma jazida
de cobre, mas diferente das minas do lago Superior.
[...] Eu n��o aceitaria trabalhar nesta mina. Parece venenosa.
Esta mina deve ter produzido muito cobre. Parece haver
um po��o cavado em algum lugar aqui. Parece que
eles n��o retiraram todo o min��rio, mesmo de onde est��
aberto o acesso a ele [...]
O bloco de min��rio �� muito pontudo e tem de um metro
e meio a um metro e oitenta de espessura. Parece
localizado a nordeste do local onde trabalharam. Parte
desse material �� azul, a outra parte �� de cor p��rpura e
ainda outras de colora����o esverdeada. N��o acho que
eu esteja muito profundamente no subsolo. A escava����o
parece muito grande.86
Comentando o resultado da experi��ncia, Denton a relatou
para dois engenheiros de mina, familiarizados com as
8 6 Herm��nio C. MIRANDA, Mem��ria C��smica.
SUELY CALDAS SCHUBERT
jazidas de Acton, e ambos concordaram que se tratava de
descri����o muito precisa.
Herm��nio Miranda, por sua vez, considerou a descri����o
da Sr�� Denton muito correta, levando-se em conta que
ela n��o sabia nem que a amostra era um min��rio, e muito
menos min��rio de cobre.
Alguns aspectos, especialmente, s��o muito interessantes
e vale a pena ressaltar, como, por exemplo, a psic��metra
sentir-se na pr��pria mina, aspirando ao vapor que lhe d�� a
impress��o de sufoca����o e, tamb��m, a descri����o pormenorizada
das cores do min��rio, al��m do fato de perceber o teor
venenoso da mina.
Vejamos uma outra experi��ncia do Professor Denton,
verdadeiramente interessante, tal a riqueza de dados e percep����es
extra��das de um pequeno peda��o da bandeira dos
Estados Unidos.
O caso �� t��o instigante que Herm��nio Miranda, ao
transcrev��-lo o denominou de:
"Indiscreto testemunho da bandeira"
Observemos as explica����es de Denton, aqui resumidas.
Tratava-se de um peda��o de damasco vermelho,
que pendia acima da cadeira do presidente da C��mara de
Deputados, em Washington, quando a cidade foi tomada
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
pelos brit��nicos em 1814. A bandeira foi levada para a
Inglaterra, posteriormente um recorte do pano foi trazido de
volta aos Estados Unidos. E ali estava ele sendo examinado
pela Sr a Denton que n��o tinha a menor ideia do que se tratava.
Come��a essa, logo em seguida, a dizer que via um
sal��o comprido e o descreve em pormenores. V�� a bandeira
colocada em um ponto um pouco mais alto e menciona que
aquele recorte fora tirado dela. Depois, com mais clareza,
percebe que o local era uma c��mara ou assembleia.
Passemos a palavra �� sensitiva.
A pessoa que vejo agora deposita uma folha de papel
sobre a mesa. Levanta algo e o coloca em cima do papel
[...]. H�� algo muito divertido agora em discuss��o.
H�� pouco tempo estavam todos com ar s��rio. Parece
que eles mudam como o tempo em abril. Alguns deles
demonstram interesse muito grande pelo assunto, mas
percebo que a sinceridade deles �� mero fingimento. Falam
com muita loquacidade, mas �� pura conversa da
boca para fora. �� uma coisa repugnante contempl��-los.
Parece haver uma galeria e as pessoas que l�� est��o n��o
tomam parte ativa no que se passa l�� embaixo. Mas ouvem
com aten����o. Outros se divertem, enquanto ainda
outros olham tudo com admira����o.
Grande multid��o est�� l�� fora. Deve ser alguma manifesta����o
pol��tica, comemora����o ou coisa parecida. Vejo
mestres de cerim��nia. H�� uma plataforma e nela v��rios
SUELY CALDAS SCHUBERT
oradores e uma grande bandeira ao lado. Vejo que tem
listas brancas e vermelhas [...]. Penso tratar-se do edif��cio
de um congresso estadual ou, talvez federal.87
Coment��rios de Denton diante desse relato:
Nem imaginavam os membros daquela casa que o estandarte
pendente acima da cadeira do presidente
era observador t��o atento do que ali se passava.
Que ele registra o ocorrido com maior precis��o do que
o escritur��rio e l�� seus cora����es com um olho que tudo
v��. N��o imaginavam os presentes estar sendo documentada
para o futuro sua maliciosa hipocrisia. A despeito
de enganar os demais companheiros e de receber
os aplausos da multid��o, por sua mercen��ria eloqu��ncia,
o oscilante estandarte lia na mais profunda intimidade
de todos, preparando-se para transmitir ao futuro
um fiel testemunho de suas verdadeiras condi����es.
Quantas nuvens de testemunhas nos cercam por todos
os lados por todo o tempo!
(Todos esses dados extra��dos do livro Mem��ria C��smica).
E n��o s��o estes dois casos acima citados exemplos
decisivos de mem��ria c��smica? E tamb��m que estamos, de
alguma forma, interconectados no tempo e no espa��o? Que
87 Herm��nio C. MIRANDA, Mem��ria C��smica.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
tudo est�� em tudo? Que s��o enigm��ticas essas ocorr��ncias
e que h�� muito a desvendar? N��o �� o que nos diz o pr��prio
Universo?
Mas, ainda tem mais, estimado(a) leitor(a).
Psicometria de ambientes
Na literatura esp��rita cl��ssica encontramos uma obra
not��vel, de autoria do renomado cientista e pesquisador Ernesto
Bozzano, Os enigmas da psicometria,88 que ser�� objeto
de nossa aten����o, a partir desse instante.
Bozzano analisa o fen��meno da psicometria incluindo-
o como um dos tipos de mediunidade, entendendo que
grande parte dos que possui essa faculdade s��o m��diuns.
Na parte final deste cap��tulo apresento os coment��rios
sobre o tema.
Um dos aspectos extremamente interessante dessa
rara faculdade refere-se �� psicometria de ambientes.
Dentre outros casos, Bozzano registra o ocorrido em
1904, tendo como sensitiva a Sr a Katerine Bates, esclarecendo
ser ela autora bem conhecida de v��rias obras apreciadas
nos meios espiritualistas.
Com a palavra Katerine Bates, cujo relato est�� abaixo
sintetizado em alguns pontos:
8 8 Ernesto BOZZANO, Enigmas da Psicometria, p. 65.
SUELY CALDAS SCHUBERT
H�� alguns anos j�� que comecei a ser penosamente in
fluenciada pela atmosfera ps��quica das alcovas, o que
constitui, para mim, que viajo constantemente, pernoitando
aqui e acol��, um grave inconveniente.
Aconteceu-me, mais de uma vez, ter de deixar um
quarto de hotel, belo e confort��vel, por outro pequeno
e escuro, isto por se me tornar insuport��vel a atmosfera
mental ou moral gravada no ambiente por qualquer
dos seus ocupantes anteriores.
No meu caso, penso que, em regra, a "aura" por mim
percebida n��o �� a do ��ltimo h��spede e ainda n��o me
foi poss��vel formular uma teoria satisfat��ria, relativamente
ao princ��pio seletivo pelo qual s��o determinadas
essas percep����es [...].
Estou, assim, inclinada, a crer que algumas faculda
des do car��ter s��o, mais que outras, registr��veis, e que
se liga a exist��ncias, nas mesmas qualidades, de um
quantitativo maior de "magnetismo pessoal", termo
que emprego �� falta de melhor express��o [...].
Quanto a mim, tenho notado que a impress��o mais n��
tida e mais profunda, recebida em semelhantes circuns
t��ncias, prov��m dos casos de ativa sensualidade.
Mas, ainda bem que os sensitivos s��o tamb��m aptos a
perceber as impress��es puras e elevadas, depositadas
nos ambientes, notando-se, por��m, que estas s��o de
natureza muito mais gen��ricas.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Ap��s estas considera����es, Katerine comenta o que vivenciou
quando se hospedou em casa de uma amiga, a
S
S
ra
M..., e ocupando um espa��oso e belo quarto. Passemos
novamente, a palavra a ela.
Desde a primeira noite, percebi que aquele c��modo
estava misteriosamente saturado da influ��ncia de um
homem.
O que me revelava essa influ��ncia era uma forte sensualidade,
de criatura n��o m��, mas apenas fraca e inteiramente
entregue ��s circunst��ncias e aos seus pendores
heredit��rios, �� falta de poderes inibit��rios.
O conjunto de impress��es foi, contudo, t��o pronunciado,
que me dispus a iniciar um inqu��rito a respeito.
Revela a sensitiva, a seguir, que sua amiga tinha dois filhos
no Ex��rcito; um deles ela j�� o conhecia e n��o tinha nada
em comum com o ocupante do quarto; outro, o mais velho,
jamais o vira. Pediu, ent��o, �� amiga uma foto deste, para
conhec��-lo, pois ele se encontrava nas ��ndias. Analisando o
retrato sentiu-se liberta da ansiedade moral que a dominava,
supondo que o enigma prosseguiria sem solu����o.
Katerine prossegue com a palavra.
Minha amiga tinha ideias preconcebidas quanto ��s
faculdades humanas supranormais, julgando-as puramente
imagin��rias. Eis porque me atirava indiretas ir��nicas,
referentes ao inqu��rito que qualificava de 'uma
SUELY CALDAS SCHUBERT
das minhas habituais fantasias'.
Ent��o, disse-lhe: ��� 'Agora que tive a prova de que n��o
se trata do seu filho, vou descrever minuciosamente o
car��ter do indiv��duo que ocupou esse quarto'.
Quando terminei minha exposi����o, a Sra M... fitou-me
grandemente admirada, e, retirando-se para o quarto
cont��guo, de l�� regressou com o retrato de um cavalheiro
para mim estranho, e mo entregou, dizendo: '��� Confesso
que voc�� acabou de descrever exatamente este
meu cunhado, que, de fato, muitas vezes ocupou esse
quarto, se bem que meus filhos o fizessem depois dele'.
Analisei, ent��o o retrato e reconheci nele o 'tipo' de
homem que se havia revelado de modo t��o evidente
pela psicometria.89
Analisando o caso acima e outros semelhantes, em
que as percep����es dos sensitivos s��o de natureza gen��rica
quanto ao h��spede de um quarto, Bozzano conclui n��o se
tratar de comunica����es estabelecidas entre o sensitivo e a
pessoa referida. Admite, ent��o, que o sensitivo capta diretamente
impress��es da "influ��ncia" deixada no local pela
pessoa que ali esteve.
Neste caso, assinala o autor, que preciso fora admitir
que, mobili��rio, paredes, assoalho, teto, todo o quarto, enfim,
89 Ernesto BOZZANO, Enigmas da Psicometria.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
possuem a virtude de receber e conservar os efl��vios vitais
dos seres, ou as vibra����es ps��quicas correspondentes �� atividade
funcional de seus respectivos sistemas cerebrais.
A conclus��o de Ernesto Bozzano a respeito da possibilidade
de os objetos conservarem as influencias vibrat��rias
daqueles que os manuseavam �� tamb��m a conclus��o a que
chegou o Professor Denton, decorrente das experiencias por
ele realizadas, gra��as �� faculdade de psicometria de sua esposa
e de sua irm��. No que concorda nosso amigo Herminio
Miranda quanto a essas influ��ncias vibrat��rias dos objetos
e lugares.
Acerca da psicometria de ambientes n��o se pode deixar
de citar a m��dium Yvonne A. Pereira, j�� desencarnada. Ela
viveu interessantes experi��ncias de psicometria, espont��neas,
sem que fossem propriamente pesquisas direcionadas.
Uma fazenda de escravos
Narra Yvonne A. Pereira, em seu livro Devassando o
Invis��vel, muitas de suas preciosas experi��ncias medi��nicas,
revelando-nos em suas p��ginas aspectos surpreendentes das
pr��prias dimens��es da mediunidade.
Yvonne A. Pereira, m��dium querida e respeitada no
meio esp��rita, em nosso pa��s e no exterior deixou v��rias
obras por ela psicografadas, ressaltando o magistral livro
SUELY CALDAS SCHUBERT
Mem��rias de um suicida, que tantos benef��cios t��m propiciado
��queles que o l��em, pelas li����es inigual��veis que apresenta
no tocante aos sofrimentos decorrentes do suic��dio e
suas repercuss��es no mundo espiritual. Trata-se, pois, de
uma obra de cunho profil��tico - se �� que assim podemos
denomin��-la, e que consiste em verdadeiro clamor da vida.
Dentre os casos registrados nessa obra, selecionei um
que retrata uma de suas experi��ncias de psicometria de ambientes,
aqui sintetizado.
Certa ocasi��o, Yvonne A. Pereira foi visitar uma amiga
da fam��lia, cuja resid��ncia muito antiga datava do Segundo
Imp��rio. Localizada no sub��rbio do Rio de Janeiro, apresentava-
se como uma ch��cara j�� arruinada. Ali a m��dium
hospedou-se por seis dias, tendo vivido uma experi��ncia
inusitada.
Logo na primeira noite n��o conseguia dormir, visto
que o local se apresentava �� sua percep����o, totalmente
transformado.
Ali, anteriormente, fora uma fazenda de escravos.
Yvonne Pereira passou a ver as cenas t��picas da escravatura:
a fazenda antiga, as senzalas, os milharais, o canavial,
a movimenta����o cotidiana, tudo acompanhado do c��ntico
dolente dos escravos, que ela via carregando pesados
cestos, feixes de lenha, trabalhando nas enxadas, etc. Dentro
da casa via a grande cozinha onde uma escrava, trajando
saia preta, camisa de algod��o cru e len��o na cabe��a, mexia,
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
com enorme colher de pau, um grande tacho de cobre, sobre
um fog��o de pedras e tijolos.
Deixemos, agora, com Yvonne Pereira a narra����o:
E vimos um velho escravo atado ao pelourinho pelos
pulsos, para o suplicio do chicote, o qual chorava e gemia
angustiadamente, invocando o socorro divino: '
Meu Deus do C��u! Meu Anjo da Guarda! Tenham d��
de mim' - enquanto se repetiam os estalidos do chicote,
acionado pelo capataz.
E surpreendemos ainda, eremos que perfeitamente
materializada, e n��o retratada nas ondas et��ricas,
uma dama de aspecto senhorial: esbelta e bonita, com
longos e ampios vestidos em tafet�� azul-forte, cabelos
muito negros e luzidios, penteados com esmero, brincos
de pingentes de ouro, t��o compridos que lhe iam
quase aos ombros, colar amarelo reluzente, como de
ouro, um la��o de veludo negro ornando o topete dos
cabelos.
E at�� mesmo o ruge-ruge do tafet�� e das saias engomadas
ouvimos, quando de suas idas e vindas pela casa,
passando por n��s como se tratasse de uma pessoa.
Tais cenas e movimenta����o, no entanto eram confusas,
como incrustadas umas nas outras, sem sequ��ncia l��gica
ou enredo previsto.90
9 0 Yvonne A. PEREIRA, Devassando o Invis��vel, p. 191.
SUELY CALDAS SCHUBERT
A amiga, que compartilhava as ideias esp��ritas, ao ouvir
o relato de Yvonne Pereira, esclareceu: -Esta ch��cara foi uma
fazenda de escravos, ao tempo do Imp��rio. Ainda existem nos
fundos do quintal, as ru��nas de um pelourinho. Em seguida
levou a m��dium a uma pequena eleva����o situada nos fundos
do extenso terreno, onde ela constatou os restos da coluna
onde eram amarrados os escravos para serem a��oitados.
As experi��ncias de Yvonne Pereira, nesse maravilhoso
campo da psicometria, que est��o registradas em alguns de
seus livros, deixam-nos a impress��o de que ela n��o expressava
ocorr��ncias medi��nicas e, sim, seu potencial an��mico.
Entretanto, n��o me atrevo a afirmar que seja isso ou aquilo,
pois, a pr��pria Yvonne Pereira afirma: Oh! Que estranhos
poderes existem latentes nos arcanos da nossa personalidade
espiritual, para que os segredos que os s��culos guardaram
nos sejam assim revelados?
Tinha raz��o o Prof. Bozzano, ao afirmar que o mist��rio
que envolve a psicometria �� desorientador... (grifo
no original)
Cap��tulo
13
Telepatia: conex��o com outra mente
Na nova vis��o de mundo, o universo �� concebido como
uma teia din��mica de eventos inter-relacionados.
Fritjof Capra 91
V. O���� J�� OUVIU FALAR EM TELEPATIA, pens o eu. N��o
�� assim um assunto habitual, mas acredito que voc�� j�� tenha
lido algo a respeito, ou visto em algum filme, etc.
Em grupos de pessoas em que s��o tratados assuntos
ligados �� mente, �� psi, o tema pode at�� ser recorrente.
Hoje se estuda muito mais as fun����es da mente humana,
suas not��veis potencialidades que aos poucos v��o sendo
descobertas. Pesquisas incont��veis est��o sendo realizadas
em diversos pa��ses.
Quando se fala em telepatia logo vem �� lembran��a a
quest��o da capacidade de algumas pessoas de, com a for��a
91 Fritjof CAPRA, 0 Tao da F��sica: Um paralelo entre a f��sica moderna e o misticismo
oriental.
153
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
mental, movimentar objetos, entortar talheres, parar o funcionamento
de um rel��gio, embora estes sejam fen��menos
denominados de psicocinesia e n��o de telepatia.
Telepatia refere-se �� comunica����o mental entre pessoas,
que pode ocorrer espontaneamente, com naturalidade; ��
aquele momento em que uma pessoa diz �� outra: ��� "Voc��
captou o meu pensamento, era isso que eu ia dizer".
A telepatia tem sido objeto de pesquisas. Experi��ncias
s��o feitas nesse sentido, com a finalidade de se alcan��ar um
melhor conhecimento do nosso potencial mental. Essas experi��ncias
obedecem a crit��rios cient��ficos modernos, como
por exemplo, colocando-se dois indiv��duos em locais distantes,
e em uma hora determinada, um deles emite uma
mensagem, um pensamento qualquer que os pesquisadores
escolhem previamente, sendo captado pelo outro -o que ��
registrado por aparelhos sens��veis e adaptados para o tipo
de experimento, obtendo-se resultados plenamente satisfat��rios,
conforme in��meras estat��sticas publicadas.
Nos ��ltimos tempos tais pesquisas intensificaram-se.
Obras t��m sido publicadas enfocando os poderes da mente
e despertando o interesse do p��blico em geral.
Abordaremos a seguir algumas opini��es de cientistas e
pesquisadores para depois entrarmos no vast��ssimo campo
da espiritualidade.
Atualmente, um dos livros que trouxe maior contribui����o
a respeito dos fen��menos ps��quicos �� o de autoria do
SUELY CALDAS SCHUBERT
ilustre cientista Dr. Dean Radin, Mentes Interligadas -Evid��ncias
cient��ficas da telepatia, da clarivid��ncia e de outros
fen��menos ps��quicos, que a seguir comentaremos.
O Dr. Radin ressalta nessa obra a opini��o, hoje predominante
no paradigma da f��sica qu��ntica, de que tudo no
Universo est�� entrela��ado. Alguns cientistas chegam a propor
que todo o Universo seja um ��nico objeto totalmente
entrela��ado consigo mesmo.
Observemos o que o Dr. Radin diz a respeito:
Se essas especula����es forem corretas, como seria a experi��ncia
humana dentro de um Universo assim interligado?
Sentir��amos, de vez em quando, experi��ncias
m��sticas concretas de liga����o emocional com pessoas
amadas, mesmo a dist��ncia? Essas experi��ncias evocariam
uma sensa����o de assombro diante da percep����o
de que, na realidade, existe muito mais do que nosso
racioc��nio e o senso comum implicam? Poderiam 'mentes
entrela��adas' estarem envolvidas quando se escuta
tocar o telefone e de algum modo j�� se sabe -instantaneamente
-quem est�� chamando? Se, de fato, passamos
por tais experi��ncias, essas poderiam ser devidas
a informa����es reais que, de algum modo, passam despercebidas
por nossos costumeiros canais sensoriais
ou esses relat��rios inexplicados s��o melhor entendidos
como meras coincid��ncias ou ilus��es? [...]
A ci��ncia ainda se encontra nos est��gios mais iniciais da
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
compreens��o do entrela��amento e existe muito para se
aprender. No entanto, o que vimos at�� hoje nos confere
uma nova maneira de pensar a respeito dos fen��menos
ps��quicos. As experi��ncias ps��quicas n��o s��o mais consideradas
como o resultado de talentos humanos raros,
dotes divinos ou 'poderes' que, como num passe de
m��gica, transcendem os limites f��sicos. Em vez disso,
os fen��menos ps��quicos demonstram ser consequ��ncia
inevit��vel da exist��ncia de uma realidade f��sica interconectada
e entrela��ada.
O ps��quico �� reemoldurado do arcabou��o de uma anomalia
bizarra que n��o se encaixa no mundo normal
-motivo pelo qual �� rotulado paranormal -para o
contexto de um fen��meno natural a ser estudado pela
f��sica. 92
Uma pergunta absolutamente pertinente, nesse ins
tante ��: Mas, afinal, por que essa ideia de entrela��amento
surgiu?
A resposta tamb��m foi extra��da do livro do Dr. Radin. Ele
cita que o primeiro a fazer essa descoberta foi o cientista Erwin
Schr��dinger, um dos fundadores da teoria qu��ntica, que usou
a palavra "entrela��amento" como refer��ncia ��s conex��es entre
part��culas separadas, mas que persistiam apesar da dist��ncia.
92 Dean RADIN, Mentes Interligadas: Evid��ncias cient��ficas da telepatia, da clarividencia
e de outros fen��menos ps��quicos.
156
SUELY CALDAS SCHUBERT
Esclarece o Dr. Dean Radin que:
Essas conex��es s��o instant��neas [...] e implicam, em
n��veis muito profundos, separa����es que vemos entre
os objetos isolados que s��o, em certo sentido, ilus��es
criadas pelos limites de nossas percep����es. 0 resultado
final �� que a realidade f��sica se encontra interconectada
de maneiras que apenas come��amos a entender. 93
O livro do Dr. Dean Radin nos interessa, particularmente,
por tratar dessa nova vis��o de mundo, essa nova
maneira de entender a vida como algo que transcende os
limites da concep����o mecanicista e, mais do que isso, pois
abre uma perspectiva de infinitas possibilidades para o ser
humano.
Esse o caminho natural e mais pr��ximo j�� conquistado
at�� o presente para se chegar �� conclus��o de que todos somos
esp��ritos imortais, filhos do mesmo Pai, que �� Deus ou
que nome tenha, formando, portanto, a fam��lia universal e,
em decorr��ncia, interconectados em uma dimens��o c��smica
para todo o sempre.
A obra exp��e a ideia da psique como "mentes entrela��adas",
trazendo exemplos de experi��ncias ps��quicas na
vida real e em ambientes de laborat��rios. Faz, tamb��m, um
levantamento dos resultados de milhares de testes labora
?3 Dean RADIN, Mentes Interligadas: Evid��ncias cient��ficas da telepatia, da
clarivid��ncia e de outros fen��menos ps��quicos.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
toriais controlados, al��m de derrubar alguns mitos criados
pelo ceticismo.
Como podemos ver as conclus��es do Dr. Radin nos
interessam muito e v��m ao encontro de nossos prop��sitos,
neste livro que voc�� est�� lendo, que �� o de demonstrar a
presen��a da espiritualidade e dos esp��ritos na vida de todos
os seres humanos.
Dr. Radin registra tamb��m as pesquisas e conclus��es
do renomado psic��logo William James, da Universidade de
Harvard, que se dedicava h�� mais de 20 anos aos estudos
dos fatos ps��quicos, tendo, portanto, uma vis��o bastante
avan��ada acerca da telepatia.
William James, em 1909, escreveu:
H�� 25 anos tenho estado em contato com a literatura
sobre as pesquisas ps��quicas e conhe��o pessoalmente
numerosos pesquisadores'. Tamb��m gastei um n��mero
consider��vel de horas [...] testemunhando (ou tentando
testemunhar) esses fen��menos. Todavia, teoricamente,
n��o me encontro 'mais al��m' do que me achava no
come��o; e confesso que, em certos momentos, estive
tentado a acreditar que o Criador pretendeu que este
departamento da Natureza permane��a incompreens��
vel para espica��ar nossas curiosidades e esperan��as e
suspeitas, todas em igual medida, afim de que, embora
fantasmas e clarividencias e batidinhas e mensagens de
esp��ritos sempre pare��am existir e nunca possam ser
SUELY CALDAS SCHUBERT
totalmente descartados, tamb��m nunca sejam suscept��veis
de corrobora����o completa.
Continuando em sua explana����o acerca desses fen��menos,
o Dr. Radin cita que, quase um s��culo depois das
observa����es de William James e ap��s um quarto de s��culo
de estudos intensivos, dois pesquisadores da Universidade
de Princeton, Robert Jahn e Brenda Dunne apresentaram
uma conclus��o semelhante �� de William James: No fim do
dia, somos confrontados com um arquivo de dados irregulares
e irracionais, por��m incontest��veis, que testifica quase
diabolicamente a nossa permanente falta de compreens��o da
natureza b��sica desses fen��menos. 94
Embora o Dr. Radin admita e proponha explica����es
dos fen��menos ps��quicos ele reconhece, ao mesmo tempo,
a dificuldade de um aprofundamento maior acerca deles.
Toda a sua teoria est�� fundamentada nas fun����es do c��rebro
e da mente em correla����o com o entrela��amento universal,
postulado pela f��sica qu��ntica.
A prop��sito, ele ressalta a ideia do fil��sofo franc��s e
laureado Nobel, Henri B��rgson, que em discurso proferido
perante a Sociedade para Pesquisa Ps��quica de Londres, em
maio de 1913, assim se expressou:
Se a telepatia for um fato real, �� poss��vel que esteja
94 Dean, RADIN, Mentes Interligadas: Evid��ncias cient��ficas da telepatia, da
clarivid��ncia e de outros fen��menos ps��quicos.
159
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
operando a cada momento e em toda parte, mas com
intensidade fraca demais para ser percebida, ou ent��o,
que esteja operando na presen��a de obst��culos que
lhe neutralizam os efeitos no mesmo instante em que
se manifesta. Produzimos eletricidade a todos os momentos,
a atmosfera est�� continuamente carregada de
eletricidade, movimentamo-nos por meio de correntes
magn��ticas, milh��es de seres humanos viveram durante
milhares de anos sem suspeitar da exist��ncia da
eletricidade. Pode ser a mesma coisa com refer��ncia ��
telepatia.95
Encerrando neste cap��tulo, os meus coment��rios a respeito
do livro do Dr. Dean Radin, passo a ele a palavra:
Minha percep����o sobre esse impasse �� que a psi ainda
�� um fen��meno �� frente de seu tempo e que a ci��ncia
o est�� alcan��ando de forma muito lenta [...]. Em algum
momento, no futuro, evoluir�� uma nova disciplina para
estud��-la. Dentro dessa disciplina surgir��o modelos
que fornecer��o explica����es cada vez mais plaus��veis
para as experi��ncias ps��quicas. 96
Esta obra �� de grande import��ncia, caros leitores,
95 Henri Louis Bergson (1859-1941) - Fil��sofo e diplomata franc��s. Pr��mio
Nobel de Literatura em 1927.
96 Dean RADIN, Mentes Interligadas: Evid��ncias cient��ficas da telepatia, da
clarivid��ncia e de outros fen��menos ps��quicos.
160
SUELY CALDAS SCHUBERT
possibilitando-nos conhecer o que h�� de mais moderno no
pensamento cient��fico atual em rela����o aos fen��menos ps��quicos
e, apresentando tamb��m valioso relato hist��rico acerca
desses fen��menos, atrav��s dos tempos e de como est�� se
processando uma nova maneira de pens��-los.
Tudo se tornaria muito mais f��cil se fosse admitida a
exist��ncia do esp��rito.
Entrando agora na dimens��o infinita da espiritualidade,
o primeiro a quem vamos dar a palavra �� Leon Denis,
conforme sua magn��fica abordagem no seu livro O problema
do ser, do destino e da dor.
Denis esclarece que a telepatia �� a proje����o �� dist��ncia
do pensamento ou mesmo da imagem de uma pessoa. Ele
afirma que as proje����es telep��ticas n��o comportam limites,
visto que o poder e a independ��ncia da alma nelas se revelam
soberanamente, porque o corpo nenhum papel representa
no fen��meno.
Registra tamb��m v��rias pesquisas cient��ficas realizadas
durante anos por ilustres cientistas que confirmaram a realidade
da telepatia. A partir da��, Denis faz uma ila����o importante,
transcrita a seguir:
Assim, a objetividade da alma, com a sua forma flu��dica
97 manifestando-se em pontos afastados daquele
onde o corpo se acha em descanso, est�� demonstrada
9 7 Alus��o ao Espiritismo.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
de maneira positiva e n��o pode ser contestada seriamente
[...].
Com efeito, a comunica����o e a manifesta����o a dist��ncia
entre Esp��ritos encarnados conduzem, l��gica e necessariamente,
�� comunica����o poss��vel entre Esp��ritos
encarnados e desencarnados.98
Como exemplo da afirmativa acima, Leon Denis reporta-
se �� experi��ncia realizada pela Sociedade de Pesquisas de
Londres, em que se estabeleceu um sistema de permutas de
pensamentos entre os Estados Unidos e a Inglaterra, com o
aux��lio de dois m��diuns em transe, que possibilitaram a transmiss��o
de uma mensagem de um Esp��rito a outro Esp��rito.
A mensagem, todavia, apresentava um grau de complexidade,
pois consistia de quatro palavras latinas e o latim
era l��ngua que os m��diuns n��o conheciam. Tal experi��ncia
foi feita sob a fiscaliza����o do Prof. Hyslop, da Universidade
de Col��mbia, em Nova Iorque, com todas as precau����es necess��rias
para serem evitadas as fraudes.
Denis conclui:
A a����o telep��tica n��o conhece limites: suprime todos
os obst��culos e liga os vivos da terra aos vivos do Espa��o,
o mundo vis��vel aos mundos invis��veis, o homem
a Deus; une-os da maneira mais estreita, mais ��ntima.
' L��on DENIS, 0 Problema do Ser, do Destino e da Dor.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Os meios de transmiss��o que ela nos revela constituem
a base das rela����es sociais entre os Esp��ritos, o seu
modo usual de permutarem ideias e as sensa����es.99
A esse respeito conv��m verificarmos o que ensina O
Livro dos Esp��ritos, na quest��o 282, na qual Allan Kardec
indaga:
Como se comunicam entre si os Esp��ritos?
Eles se v��em e se compreendem. A palavra �� material:
�� o reflexo do Esp��rito. O fluido universal estabelece
entre eles uma comunica����o constante; �� o ve��culo da
transmiss��o do pensamento, como, para v��s, o ar o ��
do som; uma esp��cie de tel��grafo universal que liga
todos os mundos e permite que os Esp��ritos se corres
outro, 100
pondam de um mundo a
N��o �� dif��cil inferir que o que denominamos telepatia
�� exatamente o processo de comunica����o entre todos os seres
humanos, estejam estes no plano terreno ou no plano
espiritual. Ampliando o racioc��nio, lembramos que a ora����o
�� tamb��m uma mensagem telep��tica que endere��amos aos
santos, aos guias, aos esp��ritos superiores, a Jesus e a Deus.
A telepatia ��, assim uma Lei Universal
Com toda raz��o afirma Leon Denis:
99 Leon DENIS, 0 Problema do Ser, do Destino e da Dor.
10 0 Allan KARDEC, 0 Livro dos Esp��ritos.
163
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Todos os seres, todos os corpos permutam vibra����es.
Os astros exercem influ��ncia atrav��s das imensidades
siderais; do mesmo modo, as almas, que s��o sistemas
de for��as e focos de pensamentos, impressionam-se reciprocamente
e podem comunicar-se a todas as dist��ncias.
A atra����o estende-se ��s almas como aos astros;
atrai-os para um centro comum, Centro Eterno e Divino.
Uma dupla rela����o se estabelece. Suas aspira����es
sobem para ele na forma de apelos e ora����es. Sob a
forma de gra��as e inspira����es descem socorros. 101
A mediunidade �� um processo telep��tico
Diante de tantas aptid��es e condi����es que tornam poss��vel
a capta����o de pensamentos, n��o �� dif��cil concluir que a
comunica����o com os chamados mortos, os desencarnados,
�� tamb��m pura telepatia. Mesmo porque o dito "morto" n��o
est�� morto, est�� vivo - eis o diferencial para que se consiga
entender a gama de infinitas possibilidades que isto significa.
A conclus��o da f��sica qu��ntica quanto ao entrela��amento,
�� no����o de mentes interconectadas, �� certeza de que
somos esp��ritos imortais, leva-nos �� compreens��o de que o
interc��mbio com os que deixaram o corpo f��sico faz parte
das leis naturais e universais.
10 1 L��on DENIS, O Problema do Ser, do Destino e da Dor.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Contribuindo para esclarecer ainda mais esse tema,
passamos a palavra ao nosso amigo e ilustre escritor, Herm��nio
Miranda:
Na verdade o espa��o c��smico �� um imenso campo
onde circulam correntes de for��a e energias desconhecidas,
invis��veis, mas n��o menos atuantes e reais. O
exemplo usualmente invocado �� o das ondas de r��dio
ou televis��o, que a�� est��o por toda parte, �� nossa volta,
com sons, cores, movimentos e emo����es que representam,
mas que somente captamos munidos de aparelhagem
especial, capaz de sintonizar-se com a onda certa
e desejada.
Podemos por analogia, inferir que h�� uma liga����o e,
consequentemente, uma comunica����o subliminar entre
seres e entre estes e as coisas, atrav��s do que os instrutores
da Codifica����o102 designaram pela express��o 'fluido
universal', que serviria de ve��culo a todo esse sistema
de comunica����o c��smica.
Nesse contexto, o pensamento n��o est��, obviamente,
aprisionado nos limites da caixa craniana, mas circula
livremente por toda parte, projeta-se a dist��ncias inconceb��veis,
com velocidade infinitamente superior �� da luz,
at�� agora tida como velocidade-limite de deslocamento.
10 2 Instrutores da Codifica����o: refer��ncia aos Esp��ritos Superiores que respon
deram ��s perguntas de Allan Kardec em 0 Livro dos Esp��ritos e contribu��ram
com as demais obras.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE/ATRA��AO
Est�� hoje demonstrado que o pensamento, ou melhor, a
energia que o pensamento movimenta �� capaz de deslocar
objetos materiais, influir sobre plantas, animais, seres
vivos em geral e, certamente, transmitir de ser a ser
imagens, sensa����es, emo����es e conceitos abstratos. 103
Todas as civiliza����es, as mais remotas, conviveram
continuamente e de forma natural com os antepassados que
se comunicavam com os or��culos, profetizas, paj��s, feiticeiros,
enfim, aqueles que tinham a aptid��o necess��ria para tal
cometimento. E estes eram procurados, respeitados, ouvidos,
embora na Idade M��dia tivessem sido perseguidos e condenados
��s fogueiras, os que falavam com as almas.
Esse interc��mbio atravessa a Hist��ria de todos os povos
e chega aos nossos dias.Nada mudou. As almas que se
foram da Terra, teimosamente, continuam se comunicando
com os que ficaram. Mesmo em meio a tanta modernidade,
a fant��sticas aquisi����es tecnol��gicas, mesmo diante de
todas as conquistas avan��adas do conhecimento humano,
mesmo assim, eles a�� est��o: os esp��ritos, bons ou maus,
sempre presentes.
Que "teimosia" esta!
�� o caso de se perguntar: Por que isso?
Como explicar essa unanimidade, se dizem que os es
p��ritos n��o existem?
10 3 Herm��nio C. MIRANDA, Diversidade dos Carismas, cap. IV.
166
SUELY CALDAS SCHUBERT
O que significa, afinal, essa constante comunica����o
com os invis��veis?
Por que negar essa realidade que �� t��o bonita, consoladora
e estimulante?
Sim, estimulante, pois ao sabermos que a morte n��o
existe, e que somos uma s�� Humanidade no mesmo entrela��amento,
temos maior motiva����o para a vida terrena, cujo
sentido torna-se muito mais importante e profundo, ao tempo
em que vislumbramos com outra compreens��o a magnanimidade
de Deus.
Admitir a realidade da comunica����o entre os vivos no
corpo f��sico - e os vivos - que deixaram o corpo f��sico,
mas continuam vivos, porque afinal de contas, nunca ningu��m
morreu, no sentido de extin����o total, �� um avan��o
significativo, intelectual, moral e espiritual, que trar�� para a
humanidade incalcul��veis benef��cios.
Transcrevo aqui o pensamento de Gabriel Delanne,
enfeixando este cap��tulo:
Sim, temos uma alma imortal. Sim, as vidas sucessivas
na Terra e no espa��o s��o simples trechos do intermin��vel
caminho do progresso e todos nos achamos em marcha
para altos destinos. O sentimento da imortalidade, que
sempre se manifestou em todas as idades do g��nero
humano, que se atestou, de modo tang��vel, em todas
as ��pocas, por manifesta����es semelhantes ��s que
hoje observamos, est�� prestes, enfim, a receber sua
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
explica����o cient��fica. Esplender�� ent��o a moral sublime
a
da solidariedade da fraternidade e do amor, for��osa
consequ��ncias das vidas sucessivas e da identidade de
origem e de destino 104
10 4 Gabriel DELANNE, A Alma �� Imortal.
14
Cap��tulo
Clarivid��ncia: vendo o que est��
distante
N��o tenho nenhuma d��vida de que a maioria das pessoas
vivem, seja f��sica, intelectual ou moralmente, num
c��rculo deveras restrito do seu ser potencial. Elas usam
uma parcela ��nfima da sua consci��ncia poss��vel [...] mais
ou menos como o homem que adquire o h��bito de usar
e mover, de todo o seu organismo f��sico, apenas o dedo
m��nimo [...]. Todos n��s temos reservat��rios de vida a
serem aproveitados, com que sequer sonhamos.
William James 105
FACULDADE DE CLARIVID��NCIA POSSIBILITA a uma
pessoa, estando de olhos fechados, a percep����o do que se
passa ao longe, quer no tempo quer no espa��o, no passado
como no futuro. A clarivid��ncia pode ocorrer sem que o
sensitivo tenha qualquer prepara����o, at�� mesmo n��o tendo
10 5 William James (1842-1910) - Fil��sofo e psic��logo, da Universidade de
Harvard.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
consci��ncia de que a exerce t��o natural pode ser a maneira
em que se apresente.
Essa faculdade �� resultante da emancipa����o da alma
e da expans��o do perisp��rito do clarividente. �� mais uma
comprova����o da conex��o mental entre os seres humanos,
quer no plano terrestre quer no plano espiritual.
A percep����o de fatos acontecidos ao longe poder��
ser muito n��tida, com detalhes precisos e posteriormente
confirmados, ou, uma percep����o mais superficial, apenas
com alguns pontos mais significativos do fato que a pessoa
descreve.
Inumer��veis s��o os casos comprovados realizados por
pesquisadores, incluindo experi��ncias em laborat��rios, ou
aqueles outros milhares relatados por pessoas id��neas em
suas experi��ncias pessoais.
Um dos casos mais c��lebres �� o que ocorreu com o
famoso vidente sueco, Emanuel Swedenborg, que viveu
no s��culo XVIII, constatado por um grupo consider��vel de
pessoas.
S�� para que voc��s, caros leitores, tenham uma ideia
de quem era esse homem diremos que Swedenborg, dotado
de intelig��ncia invulgar, um verdadeiro g��nio, era engenheiro
de minas e uma autoridade em metalurgia, f��sica, astronomia,
autor de importantes trabalhos a respeito de mar��s,
zoologia e anatomia. Duzentos anos antes das neuroci��ncias,
ele descreveu as sensa����es, os movimentos corporais e
SUELY CALDAS SCHUBERT
a cogni����o como fun����es do c��rtex cerebral, al��m das fun����es
do corpo caloso, do c��rtex motor, do lobo frontal do
cerebro, bem como da circula����o do fluido cerebro-espinal
e das intera����es da gl��ndula pituit��ria entre o cerebro e o
sangue, etc.
Na noite de 19 de junho de 1759 Swederborg participava
em G��teborg, na Su��cia, de um banquete, quando em
meio a esse, anunciou subitamente aos amigos que estava
tendo uma vis��o de um grande inc��ndio em Estocolmo, a
capital do pa��s, a 480 quil��metros de dist��ncia de G��teborg.
Mais tarde, nessa mesma noite, anunciou que o fogo havia
sido controlado. No dia seguinte, o prefeito de G��teborg, sabendo
da vis��o de Swedenborg, foi procur��-lo para se informar
melhor. Quarenta e oito horas depois chegava �� cidade
um mensageiro vindo da capital, trazendo not��cias do inc��ndio,
confirmando assim a vis��o de Swedenborg.
�� imposs��vel supor que Swedenborg pudesse ver, de
G��teborg, com seus olhos materiais, o inc��ndio que ocorria
em Estocolmo. 10 6
Fica no ar a pergunta: Como isso foi poss��vel?
Quem discorre com muita propriedade acerca de cla
10 6 Emanuel Von Swedenborg nasceu em Estocolmo, Su��cia em 1688 e morreu
em Londres em 1772. Verdadeiro g��nio, ele tinha avan��ados conhecimentos de
matem��tica, astronomia, geologia, mineralogia, medicina e fisiologia. Latim,
grego, ingl��s eram idiomas que dominava, al��m de ter estudado hebraico para
se aprofundar mais no estudo da B��blia, http://autoresespiritasclassicos.com/
Swedenborg
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
rivid��ncia �� Herm��nio Miranda, inclusive citando que a palavra
clarivid��ncia �� usada para explicar v��rios fen��menos,
contudo, o emprego da palavra n��o �� o mais acertado, como
se pode observar a seguir:
Ela (a palavra clarivid��ncia) foi proposta para caracterizar
um s�� fen��meno -o da vis��o �� dist��ncia sem recorrer
ao aparelho visual do ser humano encarnado. Nada
mais que isso, o que a caracteriza como fen��meno
an��mico, ou seja, atividade da alma encarnada, basicamente
sem interfer��ncia de esp��ritos desencarnados. 107
No livro do Dr. Dean Radin, Mentes Interligadas. Evid��ncias
cient��ficas de telepatia, de clarivid��ncia e de outros
fen��menos ps��quicos encontramos uma not��vel experi��ncia
de clarivid��ncia �� longa dist��ncia, realizada por Sir Hubert
Wilkins e Harold Sherman.
Wilkins era um fot��grafo australiano que se tornou famoso
explorando e fotografando avi��es e submarinos, al��m
de ser tamb��m piloto de avi��o. Sherman era dramaturgo, e
tamb��m autor de romances populares e apresentava interesse
antigo por fen��menos ps��quicos.
A experi��ncia foi motivada pelo desaparecimento de
um avi��o russo, em algum lugar do ��rtico, perto da costa
do Canad��. Devido ao seu conhecimento a respeito do
��rtico Wilkins foi solicitado pelo governo russo para tentar
10 7 Herm��nio C. MIRANDA, Diversidade dos Carismas, vol. I.
SUELY CALDAS SCHUBERT
localizar o avi��o perdido. Ele concordou e, em parceria com
Sherman, decidiram usar essa oportunidade para ver se
Sherman conseguiria se "sintonizar" com Wilkins a dist��ncia.
Uma vez por dia, em hor��rios determinados, Sherman
utilizava a clarivid��ncia para "ver" o que estava acontecendo
com Wilkins e sua equipe. Este, por sua vez, mantinha um
registro di��rio dos eventos, que mais tarde foi comparado
com as percep����es de Sherman.
Corria o ano de 1938, e ainda n��o havia sido deflagrada
a Segunda Guerra Mundial. As comunica����es intercontinentais
eram muito espor��dicas por essa ��poca. Comunicar-
se com Wilkins era tamb��m muito dif��cil, pois ele, em geral,
estava pilotando um pequeno monomotor sobre o mar,
percorrendo toda a costa do Alasca. Passavam-se semanas
entre os dias em que Wilkins escrevia seus relat��rios di��rios
e aqueles em que eram finalmente recebidos por Sherman.
Para garantir a seriedade das experi��ncias Sherman depositava
c��pias de suas impress��es nas m��os de terceiros, a fim
de que depois atestassem que os registros estavam em suas
m��os antes que as novas remessas dos trechos de registros
de Wilkins chegassem.
Como exemplo da similaridade de seus relat��rios duplos,
o Dr. Radin relata que, a 30 de novembro de 1938,
Wilkins e sua equipe estavam em Aklavik, uma povoa����o
isolada, acima do c��rculo ��rtico, no territ��rio canadense em
meados do inverno setentrional. Participavam de uma festa
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
no hospital local. Nessa mesma noite, dois de seus homens
desceram at�� o por��o e ficaram surpresos ao ver que ali se
encontravam mesas de pingue-pongue. Eles jogaram com
algumas enfermeiras e se divertiram muito.
Nessa mesma noite, em Nova York, quase a cinco mil
quil��metros ao sudoeste, Sherman registrou sua vis��o clarividente,
com fazia habitualmente. Ele escreveu o seguinte:
Recebi uma forte impress��o de 'bolas de pingue-pongue'
por alguma raz��o inexplic��vel e me flagrei escrevendo:
S��bita vis��o de pingue-pongue -ser�� que existe alguma
mesa nessa cidade em que as pessoas possam jogar?
N��o sei como explicar uma impress��o t��o fora do
comum [...].
Mais tarde, Wilkins notou, ap��s ler as impress��es de
Sherman para aquele dia e noite que, dificilmente Sherman
poderia imaginar que estar��amos jogando pingue-pongue no
108
��rtico.
Menciona Radin que d��zias dessas correspond��ncias
s��o descritas no livro que Wilkins e Sherman publicaram em
parceria.
O Espiritismo, ao evidenciar a quest��o da emancipa����o
da alma, possibilita-nos a compreens��o desses fen��menos
ps��quicos, que mais n��o s��o do que essa capacidade no
10 8 Dean RADIN, Mentes Interligadas: Evid��ncias cient��ficas da telepatia, da
clarivid��ncia e de outros fen��menos ps��quicos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
t��vel de que todos os seres humanos s��o dotados de usufruir
de certa liberdade espiritual, conquanto esteja encarnado.
Isso acontece de modo natural, no dia a dia, e sem que
a maioria de n��s se d�� conta.
A psicometria, a telepatia, a clarivid��ncia e os sonhos
s��o decorrentes dessa emancipa����o da alma.
O c��rebro f��sico �� uma fant��stica e poderosa usina, digamos
assim, mas sua capacidade �� restrita quando se trata
de quest��es transcendentes, visto que essas s��o propriedades
da alma ou esp��rito. Morto o corpo nada mais resta da
capacidade do c��rebro f��sico, entretanto, o esp��rito, desprendido
da mat��ria f��sica permanece com todos os seus atributos
e apto a viver a vida espiritual que lhe �� inerente.
Falando nisso �� sempre bom refletirmos a respeito das
claras e l��gicas explica����es de O Livro dos Esp��ritos, conforme
veremos na pergunta 413, formulada por Allan Kardec:
Do princ��pio da emancipa����o da alma parece decorrer
que temos duas exist��ncias simult��neas: a do corpo,
que nos permite a vida de rela����o ostensiva eada alma
que nos proporciona a vida de rela����o oculta. �� assim?
No estado de emancipa����o a vida do corpo cede lugar
�� vida da alma. Contudo n��o h��, verdadeiramente,
duas exist��ncias. S��o antes duas fases de uma s�� exist��ncia,
porquanto o homem n��o vive duplamente. 109
109 Allan KARDEC, 0 Livro dos Esp��ritos.
Cap��tulo
15
Atividade ps��quica nos sonhos
O inconsciente nos d�� uma oportunidade, pelas comu
nica����es e alus��es metaf��ricas que oferece. �� tamb��m
capaz de comunicar-nos aquilo que, pela l��gica, n��o
podemos saber. Pensemos nos fen��menos de sincronici
dade, nos sonhos premonit��rios e nos pressentimentos!
Carl GJung 1, 0
OS SONHOS SEMPRE INTERESSARAM AOS Seres humanos
e atrav��s dos tempos in��meras e constantes interpreta����es
procuram explicar os seus significados. Ao lado disso,
estudos e pesquisas s��o realizados com a finalidade de uma
compreens��o mais profunda acerca dos mecanismos mentais
que envolvem as atividades on��ricas.
Come��arei assinalando o que ensina Sri Aurobindo11 1
a respeito:
110
Aniela JAFF��, Mem��rias, Sonhos, Reflex��es, p. 262.
11 1 Sri Aurobindo, um dos mais conceituados l��deres espirituais da ��ndia. Nasceu
em Calcut�� em 1872. Morreu em 1950. Educador e militante pol��tico. A partir
do ano de 1909 retirou-se do campo pol��tico e foi para o sul da ��ndia, para
devotar-se �� sua miss��o espiritual. http://pt.wikipedia.org./wiki/sri_aurobindo
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
O que acontece no sono �� que a nossa consci��ncia se
evade do campo de experi��ncias da vig��lia; sup��e-se
que ela esteja em repouso, em suspens��o ou inatividade
tempor��ria, mas essa �� uma vis��o superficial do
assunto. O que est�� em suspens��o s��o as atividades da
vig��lia; o que est�� em repouso �� a mente superficial e
a����o consciente normal da nossa parte corporal. Mas
a consci��ncia interior n��o est�� suspensa; ela passa a
se dedicar a novas atividades interiores, das quais nos
lembramos apenas em parte -uma parte que acontece
ou se agrava em algo dentro de n��s, algo que est�� pr��ximo
da superf��cie.
Na verdade, quando entramos naquilo que chamamos
de sono sem sonhos, entramos numa camada
mais densa e profunda do subconsciente, um estado
demasiado intrincado, imerso ou obscuro, pesado demais
para trazer suas estruturas �� superf��cie. Nele n��s
sonhamos, mas n��o conseguimos apreender ou reter
na camada de grava����o da subconsci��ncia as obscuras
figuras dos sonhos. 112
Esse tema �� tamb��m enfocado pelo Dr. Dean Radin,
no livro retrocitado, Mentes interligadas. Evid��ncias cient��fi
cas de telepatia, de clarivid��ncia e de outros fen��menos ps��
11 2 Roger WALSH, Roger; Frances VAUGHAN, Caminhos Al��m do Ego, p. 89.
SUELY CALDAS SCHUBERT
quicos. Ele menciona que pesquisas entre diversas culturas
demonstram que cerca da metade das experiencias espont��neas
de psi ocorrem em sonhos e que muitos envolvem acidentes
ou morte de um membro da fam��lia em algum ponto
mais ou menos distante.
A esse respeito registra a carta da Sr a Anne Ring, relatando
uma experi��ncia ps��quica ocorrida durante um sonho.
Trata-se de um tipo de sonho com min��cias, conforme se
pode constatar:
H�� muitos anos tive um sonho muito estranho referente
a meu pai. Sonhei que ele estava decorando a casa
da maneira que fazemos na Inglaterra -ou costum��vamos
fazer -, com guirlandas de papel tran��ado, coroas
de azevinho etc. A diferen��a �� que as decora����es
que ele estava colocando n��o eram do tipo que se usa
para o Natal. De repente, ele se sentou em uma cadeira,
afrouxou-se todo e morreu. Acordei chorando
t��o alto que acordei meu marido. Olhei para o rel��gio
e eram exatamente duas da madrugada, pelo hor��rio
da Calif��rnia. Contei o sonho a meu marido e ele me
disse: 'Ora, querida, n��o se preocupe, n��o foi nada,
voc�� sempre tem sonhos estranhos, vamos dormir de
novo'. Mas o sonho me havia perturbado muito e custei
a adormecer de novo.
A manh�� seguinte era o Dia de A����o de Gra��as, enquanto
estava preparando a refei����o o telefone tocou
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
e era meu irm��o, de Londres, me contando que nosso
pai tinha morrido. Foi um choque terr��vel, porque tinha
me encontrado com meu pai no dia Primeiro de Maio
desse mesmo ano e ele estava robusto e saud��vel [...].
Perguntei a meu irm��o quando tinha acontecido e ele
replicou [...] que acontecera ��s dez da manh��, segundo
o hor��rio de Londres. Tinha sido no momento exato
em que eu tivera o sonho (duas da manh��, pelo fuso
hor��rio da Calif��rnia, diferen��a de seis horas). A prop��sito,
ele estava decorando a casa, porque era seu
anivers��rio de casamento com nossa madrasta e eles
tinham planejado uma festa para aquela noite. 113
Como podemos interpretar essa experi��ncia? - pergunta
Radin.
Como, uma coincid��ncia pungente ou um caso de ge
ra
nu��na clarivid��ncia? Esta foi a ��nica vez que a S King
teve um sonho desse tipo e continha detalhes e hor��rios
exatamente correspondentes aos do mundo real.
Professores de universidades famosas j�� me contaram
experi��ncias similares, do mesmo modo que diretores
da Funda����o Nacional de Ci��ncia e at�� generais do
ex��rcito norte-americano. Essas pessoas n��o s��o ing��nuas
e predispostas a fantasias. Elas sabem estabelecer
11 3 Dean RADIN, Mentes Interligadas: Evid��ncias cient��ficas da telepatia,
clarivid��ncia e de outros fen��menos ps��quicos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
as diferen��as entre coincid��ncias sem sentido e eventos
excepcionais.
Os sonhos sempre despertaram o interesse e a curiosidade
de Jung e, foram constantemente, objeto de suas pesquisas.
Ele mesmo relata v��rios de seus sonhos. Escolhemos
um deles para a nossa aprecia����o, esclarecendo que se trata
de um epis��dio que evidencia uma premoni����o da morte de
um familiar:
Sonhei, ent��o, que o leito de minha esposa era um fosso
profundo com paredes mal cimentadas. Era um t��mulo
que despertava lembran��as da antiguidade. Ouvi nesse
momento um profundo suspiro, como de um agonizante.
Uma forma que se assemelhava �� de minha mulher
ergueu-se da tumba e elevou-se nos ares. Trazia uma
veste branca tecida de curiosos signos negros. Despertei,
acordei tamb��m minha mulher e olhei o rel��gio. Eram tr��s
horas da manh��. 0 sonho era t��o estranho que pensei
imediatamente que podia anunciar um falecimento. As
sete horas chegou-nos a not��cia de que uma prima de
minha mulher falecera ��s tr��s horas. 114
Em seus coment��rios acerca das not��veis potencialidades
da psique, Jung diz:
[...] H�� tamb��m ind��cios que mostram que uma parte
���
���
114
Aniela JAFFE, Mem��rias, Sonhos, Reflex��es, p. 263.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
da psique, pelo menos, escapa ��s leis do espa��o e do
tempo. A prova cient��fica foi estabelecida pelas experi��ncias
bastante conhecidas de Rhine. 115 Ao lado de
inumer��veis casos de premoni����es espont��neas, de
percep����es n��o espaciais e outros fatos an��logos, dos
quais busquei exemplos em minha vida, essas experi��ncias
provam que, por vezes, a psique extrapola a lei
da causalidade espa��o-temporal.
Disso resulta que as representa����es do espa��o, do tempo
e tamb��m da causalidade s��o incompletas. Uma imagem
total reclama, por assim dizer, uma nova dimens��o;
s�� ent��o poderia ser poss��vel dar uma explica����o homog��nea
�� totalidade dos fen��menos. (JAFF��, p. 264).
Completando seu pensamento, Jung acrescenta que
esse �� o motivo pelo o qual os racionalistas negam com persist��ncia
as experi��ncias parapsicol��gicas, preferindo dizer
que elas n��o existem, pois seriam fatais �� sua vis��o do mundo.
Admitir que tais fen��menos sejam produzidos implica ��
imagem racionalista do universo perder o seu valor por ser
incompleta. Assim, a possibilidade da exist��ncia de outra
realidade, atr��s das apar��ncias, com outras caracter��sticas,
torna-se um problema intranspon��vel. N��o vejo - afirma Jung
- qualquer possibilidade de contestar que ao menos uma par11
5 J. B. Rhine, Duke University de Durham, U.S.A.
SUELY CALDAS SCHUBERT
te de nossa exist��ncia ps��quica se caracteriza por uma relatividade
de espa��o e de tempo. A medida que nos afastamos
da consci��ncia, esta relatividade parece elevarse at�� o n��o-
espacial e a uma intemporalidade absolutas. (JAFF��, p. 264).
Outro aspecto de grande interesse, quanto ��s pesquisas
de Jung a respeito dos sonhos, refere-se ��queles que ele
considera como telep��ticos. Vale conferir o que ele diz:
Uma outra determinante do sonho que devemos reconhecer
�� o fen��meno telep��tico. Hoje n��o se pode
mais duvidar da realidade universal deste fen��meno.
Naturalmente �� muito f��cil negar a sua exist��ncia, sem
examinar os materiais que dele d��o prova, mas isto ser��a
uma atitude bem pouco cient��fica, que n��o merece
a m��nima considera����o. Tive ocasi��o de verificar que
os fen��menos telep��ticos exercem tamb��m influ��ncia
sobre os sonhos, o que, de resto, tem sido afirmado
por nossos antepassados desde tempos imemoriais.
Certas pessoas s��o, neste particular, muito sens��veis e
frequentemente t��m sonhos de car��ter fortemente telep��ticos
[...].
Em geral, a literatura dos sonhos telep��ticos cita apenas
aqueles durante os quais um acontecimento particular
afetivo �� antecipado 'telep��ticamente' no tempo e no
espa��o; aqueles, portanto, em que a import��ncia humana
do acontecimento (por exemplo, de um falecimento),
por assim dizer, ajuda a explicar ou pelo menos
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
a compreender o seu pressentimento ou percep����o ��
dist��ncia. Os sonhos telep��ticos que tenho observado
correspondem, na maioria, a este tipo. Um pequeno
n��mero, por��m, se distingue pela singularidade de que
o conte��do manifesto do sonho encerra uma verifica����o
telep��tica que se refere a algo inteiramente banal e
sem interesse, como, por exemplo, o rosto de uma pessoa
desconhecida e indiferente, ou a um conjunto de
m��veis em um lugar e em condi����es indiferentes, ou ��
chegada de uma carta banal e desprovida de interesse,
etc. Naturalmente, constatando a aus��ncia de interesse
em tais sonhos, quero apenas dizer que, nem pelos
interrogat��rios habituais nem pela an��lise, descobri algum
conte��do on��rico cuja import��ncia justificasse' o
fen��meno telep��tico. 116
Muitos de n��s j�� tivemos experi��ncias telep��ticas em
nossos sonhos.
Certamente voc��, caro leitor e cara leitora, nesse momento,
tamb��m se lembrar�� dos pr��prios sonhos e constata
que muitos (talvez a maioria) apresentavam processos telep��ticos
de comunica����o, por��m, t��o naturais que s�� agora
se d��o conta.
Particularmente, recordo-me de os meus v��rios sonhos
11 6 Citado por Jos�� Marques Mesquita em Din��mica da Mente na Vis��o Esp��rita,
p. 80, do livro de Carl JUNG, A Natureza da Psique.
SUELY CALDAS SCHUBERT
em que esse fato ocorrera. Em muitos, em meio aos acontecimentos,
ou��o uma voz a me dizer algo; em outros eu mesma
falo com as pessoas que encontro no sonho e sei que,
tanto as respostas delas quanto o que eu falo s��o processos
mentais, �� a linguagem do pensamento.
Linguagem do pensamento. Abordamos esse assunto
no cap��tulo 13 deste livro. Esta no����o, por certo, enriqueceria
ainda mais a j�� valiosa e adiantada obra de Jung.
0 Espiritismo elucida as d��vidas acerca desse tema.
Para os esp��ritas os sonhos revelam a condi����o natural
da emancipa����o da alma. Assim, quando o corpo f��sico est��
adormecido o esp��rito adquire maior independ��ncia e pode
se afastar da veste carnal e ir at�� mesmo a grandes dist��ncias,
ficando, entretanto, ligado a essa, por la��os flu��dicos, o
que possibilita que volte ao corpo instantaneamente, caso
seja necess��rio.
Os sonhos, na vis��o esp��rita, sob esse aspecto, s��o
encontros espirituais que cada um pode ter ao adormecer.
Esses sonhos, sob certas condi����es, exprimem viv��ncias do
passado ou prev��em o futuro.
Conv��m citar que existem outras classifica����es acerca
da atividade on��rica. Temos, por exemplo, os sonhos fisiol��gicos,
que abordamos em Mediunidade, Caminho Para Ser
Feliz, da seguinte forma:
Existem tamb��m os sonhos fisiol��gicos, que retratam a
viv��ncia do dia-a-dia. S��o produzidos pelo c��rebro f��sico,
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
devido a imagens arquivadas de ocorr��ncias de toda a
exist��ncia da pessoa. Muitos desses sonhos s��o verdadeiras
catarses necess��rias ao equil��brio do indiv��duo.117
Em 0 Livro dos Esp��ritos o tema �� abordado em 55
quest��es, o que denota a sua import��ncia e interesse. 11 8
Observem o leitor e a leitora que a psicometria, a clarivid��ncia
e os sonhos t��m muitos aspectos semelhantes,
especialmente com a telepatia. Todos esses fen��menos, por��m,
somente ocorrem pela caracter��stica que lhes �� comum,
que �� a emancipa����o da alma, conforme j�� citamos.
Assinala Leon Denis, com muita propriedade:
O homem �� para si mesmo um mist��rio vivo.
De seu ser n��o conhece nem utiliza sen��o a superf��cie.
H�� em sua personalidade profundezas ignoradas em
que dormitam for��as, conhecimentos, recorda����es
acumuladas no curso das anteriores exist��ncias, um
mundo completo de id��ias, de faculdades, de energias,
que o envolt��rio carnal oculta e apaga, mas que despertam
e entram em a����o no sono normal e no sono
magn��tico.
Esse �� o mist��rio da Psique, isto ��, da alma encerrada
com seus tesouros na cris��lida da carne, e que dela se
evade em certas horas, se liberta das leis f��sicas, das
11 7 Suely C. SCHUBERT, Mediunidade: Caminho para ser feliz.
11 8 Allan KARDEC, 0 Livro dos Esp��ritos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
condi����es de tempo e de espa��o, e se afirma em seu
poder espiritual.
Tudo na Natureza �� alternativa e ritmo. Do mesmo
modo que o dia sucede �� noite e o ver��o ao inverno, a
vida livre da alma sucede �� estancia na pris��o corp��rea.
Mas a alma se desprende tamb��m durante o sono;
reintegrase em sua consci��ncia amplificada, nessa
consci��ncia por ela edificada lentamente atrav��s da
sucess��o dos tempos; entra na posse de si mesma,
examina-a, tornase objeto de admira����o para ela
pr��pria. Seu olhar mergulha nos recessos obscuros de
seu passado, e a�� vai surpreender todas as aquisi����es
mentais, todas as riquezas acumuladas no curso de
sua evolu����o, e que a reencarna����o havia amortalha
do. E o que o c��rebro concreto era impotente para
exprimir, seu c��rebro flu��dico o patenteia, o irradia,
com tanto mais intensidade quanto mais completo �� o
seu desprendimento.
O sono, em verdade, outra coisa n��o �� que a evas��o
da alma da pris��o do corpo. 119
11 9 Leon, DENIS, No invis��vel, p. 131,132.
Cap��tulo
16
Al��m dos campos m��rficos
A ideia �� de que existe uma esp��cie de mem��ria na natureza.
Cada esp��cie de coisa tem uma mem��ria coletiva.
Rupert Sheldrake 120
1981, o BI��LOGO INGL��S Rupert Sheldrake
lan��ou seu primeiro livro, Uma Nova Ci��ncia da Vida, apresentando
uma teoria que viria a revolucionar o universo da
biologia, a de campos m��rficos ou morfogen��ticos e a de
resson��ncia m��rfica.
A vis��o apresentada por Sheldrake abriu novas perspectivas
para um conhecimento mais aprofundado em rela����o
aos seres vivos e �� Natureza.
Assim, o campo morfogen��tico seria uma regi��o de
influ��ncia que atua dentro e em torno de todo organismo
vivo. Para melhor entendimento, recordemos o campo ele
12 0 Rupert Sheldrake, bi��logo ingl��s. Autor de varias obras, entre elas 0 Renascimento
da Natureza.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
tromagn��tico em volta de um ��m��; o campo morfogen��tico
seria algo semelhante.
Explica o bi��logo que cada grupo de animais, plantas,
p��ssaros, etc, s��o cercados por uma esp��cie de campo invis��vel
que cont��m uma mem��ria, e que cada animal usa a
mem��ria de todos os outros animais da sua esp��cie. Esses
campos s��o o meio pelo qual os h��bitos de cada esp��cie se
formam, se mant��m e se repetem.
Consideremos o seguinte: havia um arquip��lago no
Pac��fico povoado apenas por macacos. Eles se alimentavam
de batatas, que tiravam da terra. Um dia, n��o se sabe porqu��,
um desses macacos lavou a batata antes de comer, o
que melhorou o sabor do alimento. Os outros o observaram,
intrigados, e aos poucos come��aram a imit��-lo. Quando o
cent��simo macaco lavou a sua batata, todos os macacos das
outras ilhas come��aram a lavar suas batatas antes de comer.
E entre as ilhas n��o havia nenhuma comunica����o aparente.
Essa hist��ria (fict��cia) exemplifica a teoria dos campos
morfogen��ticos. Segundo o cientista, os campos morfogen��ticos
seriam estruturas energ��ticas invis��veis que se estendem
no espa��o-tempo e estabelecem a forma e o comportamento
de todos os sistemas do mundo material. Isso significa que
todo ��tomo, mol��cula, c��lula ou organismo gera um campo
organizador ainda n��o detect��vel por qualquer instrumento,
que afeta todas as unidades desse tipo. Portanto, sempre que
um membro de uma esp��cie aprende um comportamento, e
SUELY CALDAS SCHUBERT
esse comportamento �� repetido vezes suficientes, o campo
(molde) at�� ent��o existente, �� modificado e a modifica����o
alcan��a e repercute na esp��cie por inteiro. Isso explica por
que, no exemplo, todos os macacos do arquip��lago de repente
come��aram a lavar suas batatas sem que houvesse
comunica����o entre as ilhas.
Para Sheldrake, existe uma peculiaridade muito espec��fica
de campos, que ele denomina de campos m��rficos.
Esses cont��m informa����es de h��bitos e comportamentos
de cada esp��cie. Cada membro de uma esp��cie teria seu
pr��prio campo m��rfico, resultando que a soma dos campos
m��rficos dos indiv��duos formaria o campo das esp��cies.
Outro ponto importante, segundo o bi��logo, �� que esses
campos teriam condi����es n��o s�� de estocar, mas ainda
a possibilidade de trocar informa����es com outros campos
m��rficos, o que se daria por um processo de resson��ncia,
que ele chamou de resson��ncia m��rfica
Em suas pesquisas, durante anos, desses campos e dos
processos de interc��mbio de informa����es, contidas em campos
m��rficos de indiv��duos de uma esp��cie, e que poderiam
ser transmitidas para indiv��duos de outra esp��cie, levaram
Rupert Sheldrake a uma conclus��o ainda mais revolucion��ria,
a de que existe algo como uma mem��ria na Natureza.
Observemos como ele pr��prio esclarece:
A ideia �� de que existe uma esp��cie demem��ria na natureza.
Cada esp��cie de coisa tem uma mem��ria coletiva.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Assim, tome como exemplo um esquilo vivendo hoje
em Nova York. Esse esquilo est�� sendo influenciado por
todos os esquilos passados. Eu dei o nome de resson��ncia
m��rfica ao processo como essa influ��ncia se move
ao longo do tempo, transportando tanto a forma quanto
os instintos da mem��ria coletiva dos esquilos. �� uma teoria
de mem��ria coletiva na natureza. Essa mem��ria ��
expressa pelos campos m��rficos, os campos existentes
dentro e em volta de cada organismo. Os processos de
mem��ria devem-se �� resson��ncia m��rfica. 121
(Rupert Sheldrake, Rivista di Biologia - Biology F��rum,
1992).
Ampliando essa linha de racioc��nio, Sheldrake aduz
que tamb��m os seres humanos t��m uma mem��ria comum.
Essa ideia adequa-se perfeitamente ao inconsciente coletivo
adotado por Jung, que seria compreendido facilmente a partir
dos campos m��rficos coletivos.
�� bom dizer logo que o materialismo cient��fico admite
a exist��ncia de campos, entretanto, esses campos n��o comportariam
qualquer esp��cie de consci��ncia, o que vale dizer
que n��o transmitiriam informa����es a dist��ncia e, como ��
��bvio, eles desapareceriam com a morte.
0 que decorre disso �� explicado por Eduardo Castor
12 1 Rupert SHELDRAKE apud Eduardo C. BORGONOV, 0 Livro das Revela����es.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Borgonov, em O Livro das Revela����es, visto que se os campos
m��rficos realmente armazenam informa����es de nossa
mem��ria e, se essas informa����es podem ser transmitidas a
dist��ncia, sem contato f��sico, pode-se concluir que n��o existe
separa����es entre as mentes individuais e as coletivas.
E, assim, ter��amos de admitir que estamos conectados
a tudo - �� nossa esp��cie, a outras esp��cies, a todas as
formas de vida. Mais ainda: especulando sobre a possibilidade
de nos conectarmos tamb��m com formas n��o-
vivas, como admite Sheldrake, chega-se �� conclus��o
de que nossa consci��ncia est�� conectada com toda a
cria����o. Estamos ligados ��s estrelas e aos planetas, a
todo o Universo, n��o somente por elementos qu��micos
em nossos corpos, mas tamb��m por interm��dio de
nossa mente. 122
Outras pesquisas foram realizadas pelo bi��logo brit��nico
no prop��sito de provar que o corpo possui um campo
m��rfico e, quando uma parte desse corpo se perde, o
campo permanece. Observemos uma de suas experi��ncias:
Uma pessoa que n��o tem parte do bra��o age como se estivesse
empurrando o membro fantasma atrav��s de uma tela
fina. Uma outra pessoa, do outro lado da tela, tenta tocar o
bra��o fantasma. De acordo com Sheldrake, as duas pessoas
envolvidas na experi��ncia s��o capazes de sentir o toque.
12 2 Eduardo C. BORGONOV, 0 Livro das Revela����es.
MENTE INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
�� uma prova (subjetiva) de que alguma coisa do bra��o ainda
existe concretamente, e n��o apenas no c��rebro da pessoa
que o perdeu.
Ent��o, o campo morfogen��tico �� algo que est�� dentro
de n��s, e fora de n��s. 0 campo morfogen��tico nos envolve
e nos define, est�� presente em nossos pensamentos, e em
nossas atitudes.
A Dra
. Marlene Nobre discorrendo a respeito da obra
de Sheldrake, afirma:
Os esp��ritas entendem perfeitamente bem que esses
campos m��rficos ou morfogen��ticos e a resson��ncia
m��rfica correspondem �� estrutura do perisp��rito, corpo
espiritual ou modelo organizador biol��gico -corpo
sutil que envolve o Esp��rito, que est�� presente tamb��m
na obra do engenheiro Andrade. (Hern��ni Guimar��esAndrade).
Outro aspecto deve ser considerado nessa altura de
nossas reflex��es, �� o que se refere �� aura humana. Para tanto,
passamos a palavra ao escritor e pesquisador Zalmino
Zimermann:
A aura (do lat. Aura - brisa, sopro) �� conhecida desde
os tempos imemoriais, passando a ser, modernamente,
gra��as ao pr��prio desenvolvimento cient��fico, objeto de
importantes estudos e frutuosas pesquisas.
12 3 Marlene NOBRE, A Alma da Mat��ria.
SUELY CALDAS SCHUBERT
A aura humana, [...] �� um campo resultante de emana����es
de natureza eletromagn��tica, a envolver todo o
ser humano encarnado ou desencarnado. Reflete, n��o
s�� sua realidade evolutiva, seu padr��o ps��quico, como
sua situa����o emocional e o estado f��sico (se encarnado)
do momento. Espelha, pois, o ser integral: alma perisp��rito
- duplo et��rico - corpo.
(No desencarnado, obviamente, �� apenas o reflexo da
alma e do seu perisp��rito). [...].
E comum considerar a aura como se fosse patrim��nio
exclusivo do ser vivo. Todavia, sabe-se que todo ser, animado
ou inanimado, tem a sua proje����o energ��tica.124
Ainda explicando acerca da obra de Sheldrake, a Dr a
Marlene Nobre, em seu excelente livro 0 Clamor da Vida,
acrescenta:
Para Sheldrake, com os campos m��rficos, muitos fen��menos
n��o compreendidos teriam explica����o l��gica,
como o da comunica����o entre pessoas e seus animais
de estima����o, o v��o ordenado de bandos de aves, etc.
Poderiam explicar, por exemplo, o fato de que muitos
c��es sabem, mesmo a centenas de quil��metros, quando
seus donos resolvem voltar para casa e tamb��m o fato
de pessoas saberem que est��o sendo observadas [...].
Segundo, ainda, sua teoria, a telepatia seria explicada
12 4 Zalmino ZIMERMANN, Perisp��rito, p. 189,190, 219.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
pela existencia deles, uma vez que 'o campo m��rfico
pode distenderse, mantendo um contato que permite
a comunica����o'. 125
Tendo em vista que o campo m��rfico pode distender-se
propiciando um contato que permite a comunica����o, �� imprescind��vel
considerar que o mesmo acontece com a aura,
que tamb��m tem a propriedade de se expandir, entrando em
comunica����o com outras, com as quais se afine, e sintonize.
Necess��rio aprofundarmos um pouco mais a respeito
da aura, facilitando assim o nosso entendimento. Recorramos,
novamente, ao estimado m��dico psiquiatra Dr. Jorge Andr��a:
A aura, na esp��cie humana, reflete os diversos estados
de consci��ncia que o ser pode apresentar, desde
os graus instintivos mais primitivos at�� os v��os mais
expressivos do altru��smo. No belo multicolorido de determinadas
auras, pr��prias dos seres mais evolu��dos,
percebidas pelos videntes, nasceu a id��ia de exist��ncia
de espec��ficas personalidades que deram margem
�� cria����o dos santos de muitas religi��es; como, tamb��m,
pelo aspecto emba��ado e de cores esmaecidas
e escuras, estariam aqueles que carregam condi����es
bem prim��rias e instintivas, os que participaram de
atos delet��rios e negativos. Assim, diante ��s atitudes
psicol��gicas e evolu����o dos seres, ter��amos auras opa
12 5 Marlene NOBRE, O Clamor da Vida.
SUELY CALDAS SCHUBERT
cas ou luminescentes, onde os mais evolu��dos podem
apresentar-se com tal intensidade de luminosidade que
deixam at��nitos os videntes.
Nos nossos dias existem muitos trabalhos de registro
dessas irradia����es ��uricas, em fotografia e cinematografia
coloridas, efetuadas em campo de alta frequ��ncia,
calcados na descoberta do casal Kirlian, de origem russa,
e que, por isso, foram denominados de kirliangrafias.
Este campo ��urico de registro �� conhecido na R��ssia,
como sendo campo bioplasm��tico. 126
H��, evidentemente, diferen��as b��sicas entre o campo
m��rfico e o campo da aura. O primeiro cont��m verdadeiro
acervo de informa����es que podem ser trocadas com outros
campos m��rficos; a aura reflete os estados conscienciais do
ser humano. Pode-se inferir, portanto, que as auras se identificam
por processo de atra����o vibrat��ria, por meio da afinidade
e da sintonia.
A cada passo na escalada do conhecimento novos horizontes
se abrem, ensejando perspectivas ilimitadas, que
por sua vez v��o sendo desvendadas e, consequentemente,
dando lugar a infinitas possibilidades, dantes inimagin��veis.
�� a inexor��vel Lei do Progresso que propele o ser a conquistas
constantes, levando-o a entender que cada um de n��s faz
pane de um fant��stico plano evolutivo, no qual todos podem
���126-Jorge Andr��a SANTOS, Correla����es Esp��rito-Mat��ria.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
contribuir para que a vida terrena e a nossa vida de esp��rito
imortal, por decorr��ncia, sejam ricas em realiza����es que se
traduzem em felicidade, a partir do nosso querer. Completando
este cap��tulo, vejamos a palavra sempre s��bia do autor
espiritual Andr�� Luiz, referindo-se ao campo da aura:
Articulando, ao redor de si mesma, as radia����es das
sinergias funcionais das agrega����es celulares do campo
f��sico ou do psicossom��tico, a alma encarnada ou desencarnada
est�� envolvida na pr��pria aura ou t��nica de
for��as eletromagn��ticas, em cuja tessitura circulam as
irradia����es que lhe s��o peculiares.
Evidenciam-se essas irradia����es, de maneira condensada,
at�� um ponto determinado de satura����o, contendo
as ess��ncias e imagens que lhe configuram os desejos
no mundo ��ntimo, em processo espont��neo de autoexterioriza����o,
ponto esse do qual a sua onda mental se
alonga adiante, atuando sobre todos os que com ela se
afinem e recolhendo naturalmente a atua����o de todos
os que se lhe revelem simp��ticos.
E, desse modo, estende a pr��pria influ��ncia que, afei����o
do campo proposto por Einstein, diminui com a dist��ncia
do fulcro consciencial emissor, tornando-se cada
vez menor, mas a espraiar-se ao Universo infinito.127
12 7 Francisco C��ndido XAVIER, Mecanismos da Mediunidade.
Cap��tulo
17
Algo novo no reino da consci��ncia
Onde est�� escrita a lei de Deus? (pergunta Allan Kardec
Na consci��ncia, (responderam os Esp��ritos Superiores)
O Livro dos Esp��ritos q. 621
'
'
28
RESPOSTA DAS ENTIDADES SUPERIORES a Allan
Kardec evidencia a suprema import��ncia da consci��ncia.
Sempre considerei essa quest��o, a de onde estaria escrita
a lei de Deus como uma das mais importantes em toda
a obra de Kardec e, ao longo dos anos, pude observar que
��, tamb��m, para os estudiosos do assunto, fora do ��mbito
esp��rita, o maior enigma a ser desvendado, decorrente de
sua suprema import��ncia.
In��meras s��o as hip��teses a respeito da consci��ncia.
Em Os Poderes da Mente 129, abordo esse fant��stico potencial,
a consci��ncia, de que o ser humano �� dotado. Registro
12 8 Allan KARDEC, 0 Livro dos Esp��ritos.
12 9 Suely C. SCHUBERT, Os Poderes da Mente.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
ali, algumas das diversas tentativas dos que a pesquisam, de
elucidar o seu significado, como defini-la, quais s��o as suas
caracter��sticas, o processo mental que a expressa - enfim,
para se chegar a tal cometimento, pode-se dizer que seria a
consci��ncia definindo a si pr��pria. Ou seria como o pensamento
pensando o ato de pensar.
Imprescind��vel trazer para nossa reflex��o o que explana
o neurologista Ant��nio Dam��sio, chefe do Departamento
de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade
de Iowa, em seu livro, O Mist��rio da Consci��ncia, j�� na introdu����o:
Nenhum aspecto da mente humana �� f��cil de investigar
e, para quem deseja compreender os alicerces
biol��gicos da mente, a consci��ncia �� unanimamente
considerada o problema supremo, ainda que a defini����o
desse problema possa variar notavelmente entre
os estudiosos. Se elucidar a mente �� a ��ltima fronteira
das ci��ncias da vida, a consci��ncia muitas vezes se
afigura como o mist��rio final na elucida����o da mente.
H�� quem o considere insol��vel [...]. O que poderia ser
mais dif��cil de conhecer do que conhecer o modo como
conhecemos? O que poderia ser mais deslumbrante do
que perceber que �� o fato de termos consci��ncia que
torna poss��veis e mesmo inevit��veis nossas quest��es
sobre a consci��ncia?
Embora eu n��o veja a consci��ncia como o ��pice da
200
SUELY CALDAS SCHUBERT
evolu����o biol��gica, penso que �� um momento decisivo
na longa hist��ria da vida. Mesmo quando recorremos ��
simples e cl��ssica defini����o de consci��ncia encontrada
nos dicion��rios -que a apresenta como a percep����o
que um organismo tem de si mesmo e do que o cerca -,
�� f��cil imaginar como a consci��ncia provavelmente
abriu caminho na evolu����o humana, para um novo g��nero
de cria����es, imposs��vel sem ela: a consci��ncia moral,
religi��o, organiza����o social e pol��tica, artes, ci��ncias
e tecnologia. De um modo ainda mais imperioso, talvez
a consci��ncia seja a fun����o biol��gica cr��tica que nos
permite saber que estamos sentindo tristeza ou alegria,
sofrimento ou prazer, vergonha ou orgulho, pesar por
um amor que se foi ou por uma vida que se perdeu. 130
Podemos observar que, para o Dr. Dam��sio, a consci��ncia
e a mente s��o processos biol��gicos, decorrentes dos
implementos cerebrais. Ele pesquisa as m��ltiplas fun����es
do c��rebro e, em sua obra, afirma que �� o c��rebro que d��
origem a todas elas, assim como ��s potencialidades do ser
humano, inclusive os processos abstratos, como o ato de
pensar, a mem��ria, as emo����es e sentimentos - s�� para citar
alguns. Claro que o c��lebre neurofisiologista n��o admite a
exist��ncia de Deus, do Esp��rito e tudo o mais que se relaciona
com a espiritualidade.
130
Ant��nio DAM��SIO, 0 Mist��rio da Consci��ncia.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Perguntas e mais perguntas ocorrem quando cientistas
investigam esse assunto. Principalmente quando a consci��ncia
�� explicada como fun����o do c��rebro. Vejamos algumas
dessas perguntas: Como explicar de que modo a a����o eletroqu��mica
torna-se pensamento ou sensa����o? Como definir
a consci��ncia em si mesma? Como explicar o trabalho mental
dos sistemas cognitivos da mente?
Na realidade somos conscientes de que somos conscientes.
Isso possibilita outras ila����es deveras interessantes,
como vem acontecendo ultimamente, como por exemplo, na
vis��o qu��ntica. Para isso nos valemos das afirmativas do bi��logo
ingl��s Rupert Sheldrake, conforme relata Wallace Lima:
No seu artigo, A mente ampliada', que faz parte do
livro A revolu����o da Consci��ncia, atrav��s de v��rios
experimentos, Rupert sugere ser a consci��ncia muito
mais ampla que o c��rebro, assim como a mente.
A mente estaria interconectada atrav��s do espa��o-tempo
e seu alcance certamente supera os limites f��sicos
do c��rebro. Observa Rupert que a ideia que a alma ou
a psique transcende o c��rebro �� antiga e era a vis��o
predominante na Europa Medieval. Arist��teles, na Gr��cia
Antiga, considerava que todos os seres vivos tinham
uma alma ou psique. 131
13 1 Wallace LIMA, Princ��pios Qu��nticos no Cotidiano.
202
SUELY CALDAS SCHUBERT
Amit Goswami, em sua obra O Universo Autoconsciente,
apresenta importante contribui����o ao assunto e vale
a pena atentarmos ao que ele explana. Como os demais
cientistas e pesquisadores, ele enfatiza a dificuldade de definir
a consci��ncia. O f��sico indiano inicia, ent��o, o cap��tulo
com as seis defini����es da palavra consci��ncia conforme o
Oxford English Dictionary:
1. Conhecimento conjunto ou m��tuo.
2. Conhecimento ou convic����o internos, especialmente
de nossa pr��pria ignor��ncia, culpa defici��ncias, etc.
3. O ato ou estado de estarmos conscientes ou cientes
de alguma coisa.
4. O estado ou faculdade de estarmos conscientes
como condi����o ou concomitante de todo pensamento,
sentimento e vontade.
5. A totalidade das impress��es, pensamentos e sentimentos
que constituem nosso ser consciente.
6. O estado de estarmos conscientes, considerando
isso como a condi����o normal de uma vida sadia de
vig��lia. 132
Goswami comenta que nenhuma dessas defini����es satisfaz
inteiramente, por��m, se tomadas em conjunto propiciar��o
uma ideia aproximada do que �� a consci��ncia.
13 2 Amit GOSWAMI, O Universo Autoconsciente.
203
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Para Goswami, a consci��ncia �� a realidade ��nica e final,
criadora de tudo, inclusive do mundo material.
Inevit��vel retornarmos agora a Rupert Sheldrake, pois
suas pesquisas acerca dos campos m��rficos e os surpreendentes
(para os cientistas) resultados, levaram-no igualmente
aos dom��nios da consci��ncia.
Ao analisar a obra de Sheldrake, Eduardo Borgonov
salienta que:
No imenso universo de conclus��es decorrentes das
id��ias de Sheldrake, �� muito importante dar uma aten����o
especial ��quelas que dizem respeito �� consci��ncia,
pois uma nova vis��o da natureza da consci��ncia ser�� o
ponto de partida para uma verdadeira revolu����o nos
valores, ideais e comportamento da humanidade.
A ideia, por exemplo, de que a consci��ncia individual
est�� em constante intera����o com as consci��ncias de todos
os seres vivos, e do pr��prio Universo, j�� foi fartamente
apregoada pelas filosofias orientais. Faltava, entretanto,
um caminho te��rico e pr��tico que permitisse
demonstrar essas verdades dentro da l��gica e metodologia
das ci��ncias ocidentais.
Os campos m��rficos e a resson��ncia m��rfica apontam
nessa dire����o. 133
13 3 Eduardo C. BORGONOV, O Livro das Revela����es.
204
SUELY CALDAS SCHUBERT
Nessa dire����o aponta, igualmente, a Doutrina Esp��rita.
Estando apoiado no trip�� de ci��ncia, filosofia e religi��o
o Espiritismo traz uma revela����o nova para a Humanidade,
sendo, ao mesmo tempo, uma ponte, um elo entre a religi��o
e a ci��ncia. Sendo a religi��o compreendida como a revivesc��ncia
do Cristianismo inicial, ou seja, o Evangelho de Jesus
na sua ess��ncia, escoimado das adultera����es que tem sofrido
ao longo dos tempos, ao sabor do poder temporal e sua
conveni��ncia, o Espiritismo traz de volta o ensino moral de
Jesus, visto ser este o que sofreu menos adultera����o (conforme
O Evangelho Segundo o Espiritismo).
Ao mesmo tempo, trazendo no seu bojo a Lei da Reencarna����o,
o Espiritismo evidencia a possibilidade de o ser
humano alcan��ar a felicidade plena, o que n��o �� poss��vel em
uma ��nica exist��ncia.
Outro ponto importante, e o maior deles, �� a nova concep����o
acerca do Criador. Deus, na vis��o esp��rita �� o Pai
de Amor e Miseric��rdia, a perfeita Justi��a, tal como Jesus
ensinou. O que remete �� quest��o do sofrimento humano,
evidenciando que cada um escolhe seu pr��prio destino, de
acordo com seu livre-arb��trio.
Nessa compreens��o da justi��a divina, equ��nime, isto
��, igual para todos, agrega-se ainda a explica����o de que n��o
existe o inferno eterno, nem dem��nios perpetuamente destinados
ao mal, mas sim, filhos de Deus, ainda imperfeitos,
que um dia ter��o sua consci��ncia despertada para a realida
205
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
de suprema da Vida imortal e, pelo remorso e arrependimento,
expiar��o os seus crimes e retomar��o �� escalada evolutiva.
O Espiritismo abre um horizonte infinito, d�� uma destina����o
a cada ser humano, demonstra que fazemos parte
da grande fam��lia universal; que somos solid��rios, ou seja,
nossa exist��ncia est�� interconectada a todos os demais filhos
de Deus, em todo o Universo, nas diversas moradas da
Casa do Pai.
Cada um desses postulados est�� fundamentado na palavra
do Cristo, n��o �� letra, mas ao esp��rito da letra, o ensinamento
profundo que esplende de forma primorosa do que
Ele disse. S��o palavras eternas e que repercutem ainda para
aqueles que t��m ouvidos para ouvi-las e compreend��-las.
Muitos outros pontos b��sicos ressaltam do Espiritismo.
Podemos depreender que a revela����o esp��rita resulta
em uma revolu����o de ideias, que aprimoradas propiciar��o
a evolu����o de cada ser humano.
A Humanidade assim transformada rumar�� para uma
era de paz, de solidariedade e fraternidade - caminhos que
nos levam ao Amor.
A essa altura �� oportuno enfocarmos o pensamento
de Joanna de Angelis, que traz a vis��o espiritual acerca da
consci��ncia:
O desabrochar da consci��ncia �� um trabalho lento e
cont��nuo, que constitui o desafio do processo da evolu����o.
Inscrevendo no seu ��mago a lei de Deus, de
206
SUELY CALDAS SCHUBERT
senvolve-se de dentro para fora a esfor��o da vontade
concentrada, como meta essencial da vida.
Da mesma forma que, para atingir a finalidade, a se
mente deve morrer para liberar o vegetal que lhe dorme
em lat��ncia, a consci��ncia rompe a obscuridade na qual
se encontra (a inconsci��ncia), para conseguir a plenitu
de, a potencialidade do Si espiritual a que se destina.
Nesse desenvolvimento inevit��vel -que se d�� durante a
exist��ncia f��sica nas v��rias etapas reencarnacionistas - o
sofrimento apresenta-se como o meio natural da ocor
r��ncia evolutiva, constituindo o processo de matura����o
e de liberta����o do Esp��rito, o ser imortal. [...].
O despertar da consci��ncia, saindo da obscuridade, do
am��lgama do coletivo, para a individua����o, �� acompa
nhado pelo sofrimento, qual parto que proporciona o
desabrochar da vida, por��m, sob o guante ainda inevi
t��vel da dor. [...].
Entretanto, �� medida que o ser desperta para a sua rea
lidade interior, o sofrimento muda de express��o e pode
tornar-se um instrumento do pr��prio amor, ao inv��s de
manter o car��ter reparador, qual ocorreu com Jesus,
Francisco de Assis e outros que, sem quaisquer d��bitos
a ressarcir, aceitaram-no, a fim de ensinarem coragem,
resigna����o e valor moral. 134
13 4 Divaldo P. FRANCO, Autodescobrimento: tima busca interior.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
0 campo infinito da espiritualidade est�� diante de n��s,
envolve-nos e nele estamos mergulhados qual peixes no
oceano: �� o Pensamento Divino, Hausto Sublime do Criador,
no dizer de Andr�� Luiz, um dos autores espirituais que
assinalamos neste livro.
Novos tempos se delineiam no horizonte da Humanidade.
H�� uma ��nsia de alguma coisa que sacie a sede interior
de encontrar respostas para o verdadeiro sentido da vida.
Prossigamos com as nossas reflex��es em torno da
consci��ncia. Voc�� que l�� estas linhas j�� compreendeu a complexidade
do que estamos enfocando: o enigma da consci��ncia.
William James refere-se �� consci��ncia, nestes termos:
O 'eu' consciente faz um s�� com um 'eu' maior, do qual
lhe vem o resgate [...].
Os prolongamentos do 'eu' consciente dilatam-se muito
al��m do mundo da sensa����o e da raz��o, em certa
regi��o que se pode chamar m��stica ou sobrenatural.
Quando nossas tend��ncias para o Ideal t��m sua origem
nessa regi��o - �� o caso para a maior parte delas,
porque somos possu��dos por elas de maneira que n��o
podemos perceber -ali temos ra��zes mais profundas
do que no mundo vis��vel, pois nossas mais altas aspira����es
s��o centros da nossa personalidade. Mas, este
mundo invis��vel n��o �� somente ideal, produz efeitos no
mundo vis��vel. Pela comunh��o com o invis��vel, o 'eu
208
SUELY CALDAS SCHUBERT
finito transforma-se; tornamo-nos homens novos e nossa
regenera����o, modificando nosso proceder, repercute
no mundo material. Como, pois, recusar o nome de
realidade ao que produz efeitos no seio de uma outra
realidade? Com que direito diriam os fil��sofos que n��o
�� real o mundo invis��vel? 135
O "reino da consci��ncia" �� fascinante e surpreendente.
Para aprofundarmos um pouco mais �� inevit��vel permane
cermos no campo da espiritualidade.
Com sua habitual clareza, Leon Denis exp��e seu ele
vado pensamento:
A verdade acerca da natureza humana, da vida e do
destino, o bem e o mal, a liberdade e a responsabilidade
n��o se descobrem no fundo das retortas nem
na ponta dos escalpelos. A ci��ncia material n��o pode
julgar e compreender o esp��rito, e isso na raz��o do grau
da sua evolu����o. �� da consci��ncia das almas superiores,
dos seus pensamentos, dos seus trabalhos, dos
seus exemplos, dos seus sacrif��cios, que brotam a luz
mais intensa e o mais nobre ideal que podem guiar a
Humanidade no seu caminho.
O homem ��, pois, ao mesmo tempo, esp��rito e mat��ria,
alma e corpo; mas, talvez que esp��rito e mat��ria n��o
135::
James WILLIAM apud L��on DENIS, O Problema do Ser, do Destino e da Dor.
209
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
sejam mais do que simples palavras, exprimindo de maneira
imperfeita as duas formas da vida eterna, a qual
dormita na mat��ria bruta, acorda na mat��ria org��nica,
adquire atividade, se expande e se eleva no esp��rito. 136
Jesus falou in��meras vezes sobre o reino do c��u ou reino
de Deus. Em v��rias de suas par��bolas referia-se a esse reino.
Em Mateus, cap��tulo 13, por exemplo, o Mestre apresenta
sete par��bolas todas alusivas ao reino dos c��us. S��o elas: a
par��bola do semeador, do joio e do trigo, do tesouro escondido,
da p��rola, do gr��o de mostarda, do fermento e da rede.
Em outro momento Ele diz, conforme Lucas, 17: 20 e
21: O reino de Deus est�� dentro de v��s.
A palavra do Cristo ecoa pelos tempos afora, h�� dois
mil��nios, sinalizando que esse reino, em verdade, est�� dentro
de cada um. A busca, por��m, continua: onde est�� afinal o
reino? Como entender o que ele significa? N��o �� um lugar espec��fico,
uma localidade, mas como �� poss��vel que esteja em
nosso ��ntimo? Seria na mente? Seria na alma ou no esp��rito?
A nova revela����o veio �� altura e sintonia do pensamento
de Jesus, em sentido de superior eleva����o, por meio
da pergunta que coloco como ep��grafe neste cap��tulo.
Not��vel ressaltar a import��ncia do questionamento feito
por Kardec. Ali��s, em toda sua obra pode-se admirar o
aspecto relevante de suas perguntas.
13 6 Leon DENIS, O Problema do Ser, do Destino e da Dor.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Vale repetir aqui a quest��o 621 de O Livro dos Esp��ritos:
P: Onde est�� escrita a lei de Deus?
R:Na consci��ncia.
Outros questionamentos podem surgir: E o que ��, afinal,
a consci��ncia? Como a lei de Deus pode estar "escrita"
(digamos, insculpida?) na consci��ncia?
Existe muito mais perguntas que respostas, em todos
os campos do conhecimento humano. Quanto mais o ser
humano progride intelectualmente mais perguntas surgem,
pois como sabemos, diante de n��s est�� a Ci��ncia do Infinito,
como define Allan Kardec.
Ken Wilber, psic��logo, abordando essa quest��o do
que est�� dentro da mente, ou dentro do c��rebro, expressa
o seguinte:
A diferen��a �� simplesmente que cada n��vel de consci��ncia
tem os seus pr��prios limites, com um dentro e um
fora; mas um n��vel superior �� sentido como interior ao
inferior, e n��o como literalmente dentro dele. Esses limites
n��o devem ser igualados, porque eles existem em
n��veis inteiramente diferentes. Por exemplo, os limites
da minha mente e os limites do meu corpo n��o s��o os
mesmos. Pensamentos podem entrar e sair da minha
mente sem nunca cruzar os limites f��sicos do meu corpo.
Note-se que, pelo fato de a minha mente ser interior ao
meu corpo, ela pode ir al��m ou transcender os limites
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
do meu corpo. Na minha mente, eu posso me identificar
com um pa��s, com um partido pol��tico, com uma
escola de pensamento; numa reflex��o intersubjetiua,
posso assumir o papel de outros, adotar seus pontos
de vista, empatizar com eles, e assim por diante. E eu
nunca poderia fazer isso se minha mente estivesse somente
e verdadeiramente dentro do meu corpo. [...].
Da mesma forma, a alma �� interior �� mente; ela n��o
est�� dentro da mente. Dentro da mente n��o encontramos
mais que pensamentos. E por isso que a introspec����o
mental nunca revela a alma. 137
Nessa linha de racioc��nio acerca da consci��ncia chegamos
agora a uma importante infer��ncia.
Quando Jesus afirma que o reino de Deus est�� dentro
de cada um; quando refletimos acerca da quest��o 621 de 0
Livro dos Esp��ritos; quando Kardec indaga onde est�� escrita
a lei de Deus; quando o Esp��rito de Verdade responde que a
lei de Deus est�� escrita na consci��ncia, conclu��mos
que o Reino a que Jesus se refere �� exatamente a
CONSCI��NCIA!
Esse �� o reino de Deus que est�� dentro de cada
ser humano.
13 7 Ken WILBER, Transforma����es da Consci��ncia: 0 espectro do desenvolvimento
humano.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Assim, a consci��ncia �� o sinete divino em n��s. Esta ��
a "escrita" do Criador. Assim como todos somos dotados de
potencialidades diversas, que s��o atributos do esp��rito imortal,
tamb��m o Pai do C��u insculpiu, gravou em cada filho,
na consci��ncia, as suas Divinas Leis, Leis Universais, eternas,
que imperam em toda a Cria����o.
Isso �� de uma beleza grandiosa, de uma l��gica transcendente,
pois significa que Deus, em sua infinita miseric��rdia
e amor, possibilita-nos a caminhada evolutiva, rumo ao
infinito.
Cap��tulo
18
0 que trazemos do ontem
Eu precisava saber mais. Eu queria aplicar o que aprendera
a respeito do m��todo cient��fico a ��reas que a
maioria das pessoas p��e de lado como destitu��das de
import��ncia. Comecei a compreender que preciso explorar
as profundezas da mente em lugar de limitar-me
aos interc��mbios superficiais que em nossa sociedade
passam por 'conhecermo-nos' uns aos outros. J�� era
tempo de encetar a minha pesquisa. 13 8
NTEM, N��O �� O DIA ANTERIOR A ESTE. �� O dia
long��nquo, de outras eras, de outros tempos, de outras vidas.
Voc�� talvez n��o admita a ideia da reencarna����o -��
compreens��vel que pense de maneira contr��ria. Mas, convido-
o a pensar um pouco a respeito do assunto, pois se trata
de um daqueles temas imprescind��veis de serem pensados,
raciocinados.
13 8 Helen WAMBACH. Recordando Vidas Passadas.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Hoje em dia fico a observar as crian��as e os jovens.
E ineg��vel que s��o crian��as absolutamente 'antenadas'
com os avan��os atuais, nos diversos campos que o progresso
engendra. Com a tecnologia, ent��o, nem se fala! J�� nascem
sabendo. ��s vezes perguntava aos meus netos, quando
na faixa dos quatro ou cinco anos: - Quem te ensinou isto?
Como voc�� sabe isto? A resposta era sempre a mesma: Ningu��m,
v��, eu sei. Um de meus netos, adolescente, abria,
frequentemente, as entranhas do computador e resolvia
qualquer problema existente. A primeira vez que o vi fazendo
tal coisa, fiquei assustada, mas ele logo esclareceu: ��� V��,
eu sei o que estou fazendo! E n��o �� que deu certo!
Bem, n��o tiveram aulas, n��o leram manuais, mas sabem.
H�� 50 anos n��o se falava em computador. Nenhuma
crian��a daquela gera����o apresentava qualquer conhecimento
a respeito. Tornaram-se adultos, tiveram filhos, os computadores
j�� estavam por a��, cada vez mais presentes em
nossas vidas. S��o crian��as dessa nov��ssima gera����o, familiarizadas
com o computador desde quando come��am a falar e
a andar, que sabem, porque sabem.
E por que sabem? Esta realidade expressa, por decorr��ncia,
que Deus criou essas novas almas com um cabedal
de intelig��ncia adequado aos dias de hoje? E, neste caso,
todas apresentam igualmente um QI alto ou semelhante?
Esse �� um bom come��o para pensarmos a vida.
SUELY CALDAS SCHUBERT
In��meras perguntas v��o surgindo, naturalmente. Voc��,
se j�� parou para pensar na diversidade da situa����o de cada
ser humano, certamente, tem muitos questionamentos. Mas,
n��o respostas satisfat��rias.
Neste livro procuramos debater alguns assuntos pertinentes
�� vida terrena e, ao mesmo tempo, enfatizarmos a
necessidade de uma vis��o espiritualizada que atenda aos
anseios profundos de cada um de n��s. Para isso �� imperioso
transcendermos ��s coisas materiais, �� vis��o reducionista habitual.
S��o paradigmas ultrapassados, que n��o conseguem
responder e explicar as d��vidas e car��ncias humanas.
Sabemos, todavia, que a crise que avassala o mundo,
especialmente a crise moral, faz parte da transi����o para um
novo tempo, afinal, �� uma nova era que se avizinha.
O que trazemos do ontem? A resposta �� pergunta deste
cap��tulo n��o �� dif��cil. Voc�� traz voc�� mesmo. Somos hoje a
s��ntese do que fomos at�� agora, na caminhada dos mil��nios.
Cada etapa vivenciada agrega novas experi��ncias a esse
universo fant��stico da nossa consci��ncia.
Somos herdeiros de n��s mesmos -�� a lei inexor��vel,
Lei Divina, que abarca todos os seres inteligentes que povoam
o Universo.
Consideremos o seguinte: se a cada nascimento Deus
criasse uma nova alma, totalmente virgem de qualquer conhecimento,
ela teria de come��ar do zero, o que, como �� ��bvio,
n��o permitiria a consolida����o do progresso. Tudo, tudo
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
mesmo, no plano f��sico, estaria sempre em constante come��o.
Voltemos ��s reflex��es anteriores: como explicar ent��o,
que as crian��as de hoje saibam tanto em compara����o com
todas as demais, de todos os tempos, das civiliza����es que
nos antecederam? Privil��gios?
Outro ponto significativo, decorrente da ideia de que a
alma �� criada a cada nascimento, �� que Deus sempre ficaria
submetido aos desejos humanos de procria����o premeditada
ou acidental - hip��tese totalmente absurda.
Valiosa, nessa altura, a linha de racioc��nio de Humberto
Schubert Coelho, a respeito da reencarna����o:
Tudo nos leva a crer que a mente humana �� uma t��bula
rasa, desprovida de qualquer conhecimento ou id��ia, e
s�� atrav��s da experi��ncia pode adquirir conhecimentos.
No entanto, e aqui come��a a revolu����o causada pelo
Espiritismo, esta falta completa de conhecimento s��
existiria na primeira exist��ncia do ser humano.
Queremos dizer com isso que, ao adquirir o status de
ser humano, o indiv��duo inicia uma longa caminhada
de progresso na qual tudo est�� por fazer. Todo conhecimento
deve partir do zero, nada �� sabido ainda.
Uma vez que acreditamos na reencarna����o e na perman��ncia
da individualidade da alma, esta situa����o toma
dimens��es muito mais amplas, pois estes conhecimentos
n��o se perder��o com o processo de renascimento.
A cada nova vida os conhecimentos anteriores, mesmo
SUELY CALDAS SCHUBERT
que nublados pela carnalidade, dar��o sustento aos novos
conhecimentos.
Assim como os fil��sofos empiristas afirmavam, o conhecimento
progride e avan��a indefinidamente de
acordo com o ac��mulo de experi��ncias adquiridas.
Aqueles que passam por maior n��mero de experi��ncias
e as apreendem de forma mais consistente ter��o
inevitavelmente mais conhecimento que os demais. [...].
A intelig��ncia bem como os valores morais e talentos
diversos n��o se perdem com o transcorrer das vidas
carnais, e, ao acumularem-se, geram certa superioridade
de capacidades de um Esp��rito para o outro. [...].
Reconhecer que existem pessoas mais ou menos aptas
a determinadas tarefas, ou dotadas de atributos e faculdades
em graus distintos, �� n��o s�� respeitar o bom
senso e os fatos ��bvios, como admitir a justi��a que recompensa
aqueles que se esfor��aram e fizeram melhor
proveito de seu tempo. N��o existe qualquer ju��zo de
valor nessa distin����o, uma vez que a imortalidade da
alma d�� aos retardat��rios tempo suficiente para cobrir
suas falhas desde que desejem faz��-lo. 139
Reencarna����o �� um tema recorrente atrav��s das eras.
Todos n��s sabemos que as civiliza����es trazem essa
ideia em seus arquivos mais remotos.
13 9 Humberto S. COELHO, Genealogia do Esp��rito.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Em nossos dias �� um tema que se fortalece a cada
momento, visto que cada vez mais, continuamente, as evi
d��ncias dessa realidade predominam.
Falando nisso, �� muito oportuno trazer um caso ver��dico,
n��o um relato antigo, mas um 'bem novinho', recente,
agora publicado em livro. A Volta -A incr��vel e real hist��ria
da reencarna����o de James Huston Jr. -�� o t��tulo do livro.
Seus autores, Bruce e Andrea Leininger, com Ken Gross.
0 pref��cio �� da escritora Carol Bowman (autora do livro
Crian��as e suas vidas passadas).
Carol, ao apresentar a obra assim se expressa, dentre
outros coment��rios:
A Volta tamb��m �� especial de outras maneiras. Somos
testemunhas de algo milagroso na maneira pela qual o
jovem James tocou o cora����o de tantas pessoas. Sua
fam��lia atual, a fam��lia de sua vida anterior e os veteranos
sobreviventes que lutaram ao seu lado em sua vida
pregressa foram profundamente afetados por James.
O que surgiu com tanta naturalidade para esse menino
abalou as convic����es arraigadas daqueles que o cercam.
Sua hist��ria revela uma nova perspectiva de vida e morte
para qualquer pessoa que perceba que isso n��o foi
apenas fruto da imagina����o de uma crian��a, e sim algo
dolorosamente real. 140
14 0 Bruce LEININGER; Andr��a LEININGER. A Volta-A incr��vel e real hist��ria
da reencarna����o de James Huston.
220
SUELY CALDAS SCHUBERT
O casal Leininger tem um filho, agora (em 2009) com
onze anos, James Leininger. Tudo come��ou quando ele estava
com dois anos, rec��m-completos. James era um menino
feliz e brincalh��o, a maior alegria de uma fam��lia amorosa,
residente em Lafayette, ao sul da Louisiana (USA).
Na noite de Io de maio de 2000, o casal acordou em
meio aos gritos de James. Andrea, a m��e, correu a acudi-lo
e o encontrou gritando, debatendo-se, chutando as cobertas;
era, certamente, um pesadelo horr��vel. Assustada com a
cena, ela conseguiu aos poucos acalm��-lo. Este foi o primeiro
de muitos outros pesadelos, que ocorreriam com uma regularidade
aterrorizante e um frenesi cada vez maior. Houve
��pocas em que ocorreram cinco vezes por semana.
Quando os pesadelos come��aram, Andrea telefonou
para o m��dico, que a tranquilizou dizendo que aquilo era
normal e que logo diminuiria. O que n��o aconteceu. Bruce,
o pai, conversava com o filho durante o dia, procurando
entender o que acontecia naqueles sonhos angustiantes, na
tentativa de transmitir-lhe seguran��a e amor, quem sabe assim
os pesadelos cessassem.
Certa noite, por��m, Andrea conseguiu compreender o
que James dizia enquanto gritava.
O avi��o caiu! O avi��o est�� pegando fogo! O rapaz n��o
consegue sair!
James acabara de completar dois anos. Estava come��ando
a pronunciar algumas frases, no entanto, o que gritava,
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
enquanto se debatia, eram palavras ricas de detalhes e abso
lutamente fora de seu reduzido vocabul��rio.
A partir daquela noite, ao entender o que o filho dizia
o casal cada vez mais se surpreenderia com as revela����es do
pequeno James.
Mais adiante, ao lhe ser perguntado quem era o rapaz
do avi��o, ele prontamente respondeu: ��� Eu. Em seguida
come��ou a explicar como o rapaz fazia dentro do avi��o em
chamas; deitou-se no ch��o e come��ou a se debater, tal como
nos pesadelos, ante a surpresa da m��e.
Andrea chamou o marido e este, diante da cena, perguntou
a James o que havia ocorrido com o avi��o. O menino
respondeu que ele estava pegando fogo e cair��, porque
os japoneses haviam atirado nele.
Aos poucos as revela����es foram acontecendo, em
meio a conversas, enquanto o menino brincava ou em outros
momentos; os pais evitavam come��ar o assunto, induzi-
lo a falar, deixando que tudo acontecesse naturalmente.
Andrea soube do livro de autoria de Carol Bowman Crian��as
e suas vidas passadas, e, diante dos fatos cada vez
mais enriquecidos de detalhes, resolveu entrar em contato
com a autora. Afinal, ambas tinham alguma coisa em comum.
A aproxima����o com Carol Bowman foi muito ��til para
os pais de James. Bowman orientou Andrea quanto ao que
deveria fazer em rela����o aos pesadelos, uma medida que
realmente surtiu efeito, pois o menino tornou-se mais calmo.
222
SUELY CALDAS SCHUBERT
Ele ainda era um pequeno garotinho que usava fraldas e
mamava na mamadeira.
Pouco tempo depois da afirmativa de James de que
os japoneses haviam abatido o avi��o, novo di��logo ocorreu,
ocasi��o em que o pai perguntara a James qual era o tipo de
avi��o que o rapaz pilotava e de onde ele decolara.
James respondeu tratar-se de um Corsair e que ele decolava
de um navio. 0 pai perguntou o nome do navio e o
menino disse que o navio era o Natoma.
Bruce estranhou o nome, que parecia ser japon��s.
Pouco depois Bruce, pesquisando no portal de busca
Google, encontrou algo que o deixou estarrecido. Chamou
Andrea e disse:
��� Voc�� n��o uai acreditar. Natoma Bay foi, na realidade,
um porta-avi��es dos Estados Unidos que combateu no
Oceano Pac��fico, na Segunda Guerra Mundial.
Ao lhe ser perguntado se tinha algum amigo, o menino
respondeu, prontamente, Larsen. Jack Larsen. Este nome
impactou os pais de James, visto que as informa����es fornecidas
eram proferidas com muita seguran��a. Ambos estavam
diante de uma situa����o singular, jamais haviam imaginado
que um dia enfrentariam uma revela����o t��o fora dos conhecimentos
e verdades que possu��am como base em suas vidas.
Andrea demonstrava alguma tranquilidade diante de
uma mudan��a em sua maneira de pensar a vida. A quest��o
das vidas passadas n��o a assustava, afinal era seu filhinho
223
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
quem falava dessas coisas. Diferente, entretanto, eram as rea����es
de Bruce.
Este foi criado no Catolicismo. Quando mais jovem
frequentou os variados templos de outras religi��es a fim de
conhecer seus postulados. J�� adulto associou-se, como ele
pr��prio diz, "ao movimento crist��o evang��lico", e, depois se
tornou membro de uma associa����o de empres��rios crist��os
da Igreja Anglicana.
Ali passou a estudar a B��blia profundamente, empenhado
em uma trajet��ria de crescimento espiritual.
Bruce relata que passou a viver um conflito ��ntimo a
partir dos pesadelos de James, e as revela����es de um suposto
passado, de uma outra vida, que, gradualmente, foram
confirmados com uma exatid��o impressionante. Isso abalava
as suas convic����es religiosas. Ele escreve que:
O impacto da hist��ria de James em meu bem-estar espiritual...
bem, parecia uma opera����o militar espiritual.
Meu prop��sito ao tentar ignorar o que estava acontecendo
com meu filho era confirmar que tudo isso n��o
passava de uma coincid��ncia, por mais remota que
essa possibilidade pudesse ser.
�� claro que fui arrastado para isso ao criar aqueles testes,
ao elaborar perguntas que tinham de ser respondidas,
e o tempo todo eu estava me aproximando cada
vez mais de uma coisa... perigosa... Era como colocar a
m��o no fogo. [...].
224
SUELY CALDAS SCHUBERT
Bruce descobriu pela internet que havia v��rias associa����es
de veteranos da Segunda Guerra Mundial. Foi assim
que chegou a uma refer��ncia a um porta-avi��es de escolta e,
�� reuni��o denominada Natoma Bay Association.
Mais uma surpresa para o pai de James.
Bruce vai, ent��o, participar de uma reuni��o da Associa����o
do Natoma Bay, ap��s entrar em contato com um de seus
membros. Justificou o seu interesse perante os veteranos ao
dizer que estava colhendo dados para escrever um livro a respeito
do porta-avi��es. E realmente ele encontrou importantes
documentos, fotos, depoimentos entre os participantes. Posteriormente
soube que Jack Larsen estava vivo e conseguiu
conhec��-lo pessoalmente. Outros sobreviventes foram sendo
entrevistados por Bruce, e a todos ele questionava quanto a
um determinado piloto, James Huston Jr.
Certa manh��, quando estava com quatro anos, James
ajudava o pai a limpar o jardim, juntando as folhas no ch��o.
Neste momento Bruce teve o impulso repentino de abra��ar
o filho. Ele o ergueu e o beijou, dizendo que se sentia muito
feliz por t��-lo como filho. 0 menino disse ter sido por isso
que o escolhera para ser seu papai.
Bruce n��o entendeu o que tinha acabado de escutar.
Mais perplexo ficou quando o menino explicou que o encontrara
e aquela que seria sua m��e no Hava��.
Bruce disse ao filho que ele estava enganado. Eles tinham
ido ao Hava�� no ver��o anterior, todos juntos. Mas, o
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
menino esclareceu que os havia encontrado no grande hotel
cor-de-rosa.
0 pai ficou at��nito, pois em 1997, ele e a esposa tinham
ido ao Hava�� para comemorarem o quinto anivers��rio
de casamento. Eles ficaram hospedados em um grande hotel
da cor citada pelo filho. Cinco semanas depois Andrea descobriu
que estava gr��vida.
Outro momento extremamente revelador para os pais
foi com rela����o aos bonecos que James ganhara. Ele denominou
os tr��s bonecos com nomes bastante diferentes,
estranhos para a fam��lia. Eram eles: Billie, Leon e Walter.
Estranhando a escolha, o pai indaga o motivo daqueles nomes,
e a resposta foi algo impactante:
��� Porque foram eles que vieram ao meu encontro
quando cheguei l�� no c��u.
Bruce correu a procurar a lista com os nomes dos que
foram mortos a bordo do Natoma Bay. L�� estavam os nomes
e sobrenomes dos amigos do piloto James Huston e as respectivas
datas da morte de cada um.
Leon Conner foi morto em 25 de outubro de 1944.
Walter Devlin, em 26 de outubro de 1944.
Billie Peeler morreu em 17 de novembro de 1944.
E James Huston Jr. foi morto no dia 3 de mar��o de 1945.
0 fato estava claro. Leon, Walter e Billie j�� estavam mortos
quando James Huston foi morto ao sobrevoar Chichi-Jima.
226
SUELY CALDAS SCHUBERT
Os tr��s estavam esperando por ele no c��u.14 1
Estes s��o apenas alguns trechos do riqu��ssimo caso de
lembran��a de vida passada, do menino James Leininger, relatado
no livro A Volta - A incr��vel e real hist��ria da reencarna����o
de James Huston Jr. um corajoso depoimento de seus
pais, Bruce e Andrea Leininger, a respeito da reencarna����o.
V��rios s��o os pontos significativos que podem ser ressaltados
a partir do que transcrevemos dessa obra.
Primeiramente, �� oportuno explicar a controvertida
quest��o do esquecimento do passado. Pessoas acham dif��cil
entender o fato de que, se realmente tivemos outras vidas,
dever��amos recordar o que fomos anteriormente e de como
foram nossas exist��ncias pret��ritas.
Consideremos, entretanto, que nessa vida atual existem
momentos vividos t��o negativos e t��o dram��ticos que
exigem de n��s esfor��o maior a fim de os esquecer. N��o desejamos
lembrar, por exemplo, de um ato que cometemos e
do qual nos arrependemos amargamente.
Assim, o esquecimento do passado �� uma condi����o
que demonstra a bondade Divina. Imaginemos o verdadeiro
inferno que seriam nossas vidas se record��ssemos de erros
graves, de crimes que cometemos, de pessoas que nos agrediram,
ou dos que se tornaram nossos inimigos, de amores
mal resolvidos, de tudo o que sofremos ou fizemos sofrer
14 1 Bruce LEININGER; Andr��a LEININGER. A Volta -A incr��vel e real hist��ria
da reencarna����o de James Huston.
227
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
outras criaturas, enfim, n��o seria poss��vel resgatar tudo isso
em uma experi��ncia de vida mais promissora com vista ao
futuro, caso houvesse a lembran��a do que vivenciamos no
ontem. Esse �� o recome��o que a Lei Divina proporciona a
todos os seres humanos: a reencarna����o.
�� bom citarmos que o esquecimento do passado n��o
�� total, basta analisarmos o que somos hoje. Voc�� que est��
lendo este livro verificar��, fazendo uma autoan��lise de suas
tend��ncias, de sua voca����o para essa ou aquela ��rea do conhecimento,
de seus impulsos emocionais, que tudo isso expressa
a sua bagagem anterior a se refletir no agora.
Contudo, n��o nos esque��amos, nenhum de n��s, de
que o importante �� o que somos hoje e n��o o que ficou nos
tempos que se foram. O hoje �� o nosso momento de reconstru����o
��ntima.
Ainda a respeito da imortalidade do Esp��rito, vale ressaltar
que essa s�� tem finalidade com a lei dos renascimentos,
do contr��rio n��o haveria objetivo no fato de sermos imortais;
havendo apenas uma ��nica vida e situa����es totalmente d��spares
entre os seres humanos. Concluir��amos, ent��o, que se
Deus existe, esse �� injusto e cruel, pois somente uma minoria
seria beneficiada com a sa��de, a prosperidade, a fama, a
beleza e o poder; os demais comporiam a imensa massa dos
perseguidos, pelo que se poderia chamar de "azar", de n��o
lhes ter sido oferecida uma oportunidade melhor. Por que ent��o
sermos imortais? O que fazer com a nossa imortalidade?
SUELY CALDAS SCHUBERT
Raz��o tem Leon Denis quando afirma: A evolu����o do
ser indica um plano e um fim. Esse fim, que �� a perfei����o,
n��o pode realizarse em uma exist��ncia s��, por mais longa
que seja. 142
Voc��, caro leitor, h�� de concordar comigo que �� incr��vel
omomento em que o menino James Leininger refere-se ao seu
retorno �� vida f��sica e �� escolha daqueles que seriam seus pais.
O Espiritismo postula que a liga����o do Esp��rito reencarnante
com a m��e ocorre no momento da concep����o. A
partir da fecunda����o a liga����o se processa e o Esp��rito inicia,
dessa forma, a sua nova etapa evolutiva. Isto significa que
esse Esp��rito j�� existia e n��o foi criado naquele dado instante
ou mesmo na hora do parto.14 3
Maiores dados podem ser encontrados na segunda
parte de O Livro dos Esp��ritos, cap. VII quest��es 330 a 399.
A escolha dos pais, por sua vez, obedece a determinadas
circunst��ncias e o Esp��rito �� atra��do, vibratoriamente,
para junto daqueles que teriam a miss��o de acolh��-lo e
educ��-lo; tarefa essa, infelizmente, hoje em dia, muito pouco
considerada, e para a qual rar��ssimas pessoas est��o preparadas
e conscientizadas de sua import��ncia. Ainda assim,
a jornada que a Humanidade empreende, prossegue, com
seus altos e baixos, bastante compreens��veis em raz��o de
14 2 Leon DENIS, O Problema do Ser, do Destino e da Dor.
14 3 Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
nosso pouco e lento progresso espiritual.144
Outro trecho not��vel �� aquele que James relata, de
maneira t��o natural, que os tr��s amigos que ele homenageou
colocando seus nomes em seus bonecos foram os que
o esperavam, quando de sua chegada ao c��u. Uma verdade
dita por uma crian��a de forma t��o singela e profunda.
Realmente os que morrem primeiro recepcionam os
que chegam depois. Nada mais certo, mais l��gico e, sobretudo,
mais esperan��oso. Vale dizer que n��o estamos ou ficamos
a s��s. Existe uma providencial ordem advinda de uma
justi��a imanente e equ��nime que rege as leis da imortalidade
e da espiritualidade em todo o Universo.
Um dos maiores nomes da F��sica, Albert Einstein, sempre
reconheceu que existe, diante do ser humano, uma sabedoria
que s�� aos poucos ser�� desvendada.
A mais bela e profunda emo����o que podemos experimentar
�� a sensa����o m��stica. Esse �� o semeador
de toda a verdadeira ci��ncia. Aquele para quem essa
emo����o �� um fator desconhecido, que n��o mais pode
admirar-se e quedar-se arrebatado de espanto, para todos
os efeitos pr��ticos j�� est�� morto. Saber que aquilo
que �� impenetr��vel para n��s realmente existe, manifesta-
se como a mais elevada sabedoria e como a mais
radiante beleza que as nossas faculdades embotadas
14 4 Ibid
230
SUELY CALDAS SCHUBERT
podem compreender em suas formas primitivas - esse
conhecimento, esse sentimento, acha-se no ��mago da
verdadeira religiosidade. 145
Encerrando este cap��tulo atentemos, mais uma vez,
para a palavra do f��sico indiano Amit Goswami, no seu not��vel
livro A Janela Vision��ria - Um guia para a ilumina����o
por um F��sico Qu��ntico:
De acordo com a lei do carma, toda a����o praticada intencionalmente
tem efeitos imediatos quanto de longo
prazo. No contexto do modelo da reencarna����o, isso
quer dizer que amar ao pr��ximo nos leva �� espiritualidade,
ao passo que causar dano ao pr��ximo impulsiona
reverbera����es c��rmicas que podem demorar vidas
inteiras para se dissolver. Compreendendo as coisas
nesses termos, �� s��bio evitar os resultados negativos de
causar dano ao pr��ximo. Do contr��rio, n��s pagamos
por isso em outra vida. 146
14 5 Albert EINSTEIN, apud Russel N. CHAMPLIN (Ph.D.). Voc�� Vive Depois
da Morte.
14 6 Amit GOSWAMI, A Janela Vision��ria - Um guia para a ilumina����o por um
f��sico qu��ntico.
Cap��tulo
19
Prece: conex��o com a Mente Divina
A ora����o, a comunh��o pelo pensamento com o universo
espiritual e divino �� o esfor��o da alma para a Beleza e
para a Verdade eternas; �� a entrada, por um instante, nas
esferas da vida real e superior, aquela que n��o tem termo.
Leon Denis 147
A V��SPERA DO NATAL DO ANO DE 1974 , meu
pai, Jos�� Caldas, teve um enfarte muito grave. Internado ��s
pressas no ent��o Centrocor, em Juiz de Fora, foi submetido
aos procedimentos m��dicos habituais em casos semelhantes.
Minha m��e, Z��lia, com as tr��s filhas e genros, instalou-se em
um dos apartamentos dispon��veis do hospital.
Por volta das 19 horas, o m��dico cardiologista que cuidava
do meu pai h�� tempos, veio conversar com a fam��lia.
Recordo-me de suas palavras como se as tivesse ouvindo
hoje. O cardioloigista discorreu, inicialmente, acerca
14 7 Leon, DENIS, 0 Problema do Ser, do Destino e da Dor.
233
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
da gravidade do caso, inclusive esclarecendo o comprometimento
de alguns ��rg��os vitais, como os rins, e em seguida
disse, nada mais nada menos, o seguinte: ��� O caso dele ��
grav��ssimo. Se voc��s sabem rezar, rezem.
Ap��s mais algumas palavras de reconforto, retirou-se.
Est��vamos nesse momento, apenas minha m��e e n��s tr��s,
as filhas.
Minha m��e disse: ��� Rezar �� com a gente mesmo.
Amanhecia o dia 25 de dezembro e n��s em preces, que
se renovavam em meio ��s conversa����es ��ntimas de uma fam��lia
unida e criada no Espiritismo, vivendo as emo����es compreens��veis
diante da situa����o que est��vamos atravessando.
Pouco depois das 8 horas da manh��, o mesmo m��dico
bate �� porta do quarto. Suas primeiras e inesquec��veis palavras
foram:
��� Jesus Cristo olhou c�� pra baixo hoje: tudo o
que o Sr. Jos�� Caldas apresentava ontem, regularizou-
se. Ele vai se recuperar!
Era o dia 25 de dezembro de 1974.
Compreendemos que nossas preces tinham sido atendidas
e que, naquela noite, meu pai havia sido medicado espiritualmente.
E o que ensina a Mentora Joanna de Angelis,
quando afirma que:
O ato de orar, entregando a Deus a solu����o das ocorr��ncias,
faculta que o fen��meno do restabelecimento
do enfermo decorra da Sua vontade, por conhec��-lo
234
SUELY CALDAS SCHUBERT
profundamente, avaliando o que lhe �� de melhor para
este momento em rela����o ao seu futuro eterno. [...]
Desse modo, considerando as v��rias ocorr��ncias de
curas resultantes da interfer��ncia da prece, pode-se
concluir que sempre ser�� Deus a realiz��-las, nada obstante
os Bons Esp��ritos possam intermediar as b��n����os
restauradoras e as emana����es do orante contribuam
para os resultados favor��veis. [...].
A ora����o ungida de amor e de interesse pelo bem-
estar de outrem, a entrega da solu����o que dever�� vir
de Deus, s��o recursos essenciais para os resultados ditosos,
mesmo que n��o se lhe opere o restabelecimento
org��nico desejado. O mais importante ser�� sempre a
Comunh��o espiritual com a Fonte Geradora da Vida,
da qual resultar�� o incompar��vel bem-estar que se
pode fruir. 148
Retornando ao caso de meu pai, dias depois, ele dizia
que tivera uma morat��ria. Que durou quatorze anos.
Em 1975 fomos para S��o Paulo para a cirurgia de
ponte de safena a que ele seria submetido. Foi operado pelo
Dr. Zerbini, um dos pioneiros dessas cirurgias no Brasil, no
grande Hospital Benefic��ncia Portuguesa.
Esses detalhes da cirurgia de meu pai e seu surpreendente
p��s-operat��rio, eu relato no meu primeiro livro,
14 8 Divaldo P. FRANCO, ilumina����o Interior.
235
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Obsess��o/Desobsess��o: Profilaxia e Terap��utica Esp��ritas.149
No ano de 1988, em fevereiro, ele pediu �� nossa m��e
que chamasse as tr��s filhas, alegando que precisava conversar
conosco.
Atendemos prontamente. Ele foi logo dizendo: ��� Este
ano, agora em mar��o, Z��lia e eu faremos bodas de ouro; em
abril eu fa��o 80 anos; ent��o quero dizer que minha morat��ria
est�� terminando. J�� s��o quatorze anos e minha hora est��
chegando.
Ele estava bem de sa��de, n��o apresentava sintoma
algum que justificasse aquele pressentimento. Em seguida
deu algumas instru����es para n��s quatro, inclusive mencionando
onde minha m��e deveria morar. Claro que procuramos
amenizar o impacto da not��cia, argumentando que ele
n��o deveria pensar daquela maneira. Minha m��e, minhas
irm��s e eu recorremos ��quelas frases que se fala nessas ocasi��es,
embora cada uma de n��s soubesse bem o que ele
estava prevendo.
Em mar��o fizemos a festa de bodas de ouro, comemoramos
o anivers��rio dele em abril e os meses transcorreram.
Em julho ele teve uma isquemia, ficando bastante limitado
e, em 12 de dezembro, meu pai desencarnou.
Deixou para n��s e para todos os que tiveram o privil��gio
de seu conv��vio, o exemplo de um homem incrivelmente
14 9 Suely C. SCHUBERT, Obsess��o/Desobsess��o.
236
SUELY CALDAS SCHUBERT
bondoso, humilde e generoso, enfim, de uma viv��ncia crist��
esp��rita, que marcou para sempre nossas vidas.
Mas, desejo ressaltar aqui a import��ncia da prece.
O valor da prece �� inestim��vel. Aquele que ora entra
em comunh��o com a provid��ncia divina, desde que o fa��a
com verdadeira f��, com sentimento, ou seja, com a alma.
Jesus ensinou a ora����o PAI NOSSO que, ao meu ver, ��
a mais perfeita prece que existe, n��o apenas por sua beleza,
mas especialmente por ser uma s��ntese perfeita de tudo o
que necessitamos, pois que cada frase tem um significado
profundo e transcendental.
Em meu livro, escrevi a respeito da prece, assinalando
que para o Espiritismo a ora����o �� a nossa forma de comunica����o
com o Pai. Todavia, para a imensa maioria das pessoas,
orar �� apenas endere��ar pedidos a Deus. Geralmente, as
pessoas s�� se lembram de orar quando est��o em dificuldades,
pois quando tudo est�� indo bem se esquecem de Deus.
Na referida obra, ressalto que:
Para os indiv��duos espiritualizados, que j�� despertaram
para uma realidade transcendental, orar n��o �� um ato e
sim uma atitude. Orar seria como a respira����o da
alma. Seria o ser humano consciente de sua ess��ncia
espiritual buscando a comunh��o com o Pai.
Muitos cientistas, m��dicos e terapeutas da atualidade
reconhecem o valor e o poder da prece em rela����o ��
sa��de f��sica, mental e espiritual do ser humano. Uma
237
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
expressiva corrente da ��rea m��dica, em pesquisa recente,
concluiu que a ora����o, quando cultivada regularmente,
fortalece o sistema imunol��gico. 150
Em certas circunst��ncias da vida a ora����o nos traz uma
resposta imediata. Foi o que aconteceu comigo h�� tempos.
N��o recordo exatamente a data, acredito que tenha sido no
final da d��cada de 70, porque eu ainda n��o lan��ara o meu
primeiro livro, Obsess��o/Desobsess��o, mas os originais j�� estavam
na FEB, esperando a aprova����o para ser editado.
Assim, eu, j�� me sentia uma escritora esp��rita, e em ra
z��o disso, fiz minha inscri����o para um congresso de jornalis
tas e escritores esp��ritas, que aconteceria no Rio de Janeiro.
Embora tivesse parentes residindo no Rio, preferi n��o
recorrer a eles para hospedagem, visto que o evento seria
no centro da cidade e meus tios moravam em Ipanema e
Leblon, al��m do que, por serem idosos, n��o tinham carro.
Encontrava-me, portanto, na depend��ncia da hospedagem
que me seria oferecida pelos organizadores.
Ap��s ter feito minha identifica����o, aguardei a informa����o
do local onde ficaria hospedada. Mas, ao ser informada,
tive uma grande decep����o, pois fora designada para uma
Institui����o, em um bairro t��o distante que s�� �� noite poderiam
levar-me at�� l��. Imediatamente argumentei que precisava
me preparar para a abertura do congresso, que seria ��
15 0 Suely C. SCHUBERT, Mediunidade: Caminho para ser feliz.
238
SUELY CALDAS SCHUBERT
tarde, que n��o poderia ficar ali at�� o t��rmino das atividades
do dia. Deram-me um papel e acrescentaram que, lamentavelmente,
n��o tinham outras vagas.
Sentei-me, ent��o, em outra sala, j�� arrependida de n��o
me ter comunicado com os tios. Estava desalentada mesmo.
Ent��o, comecei a orar, pedindo ajuda aos Bons Esp��ritos.
Mentalmente dizia-lhes que aquela era a primeira viagem
que fazia naquelas condi����es e o primeiro congresso que
participaria em minha vida. Pedi ao Esp��rito Ivon Costa que
me socorresse, pois j�� imaginava que teria de voltar para
casa, visto que, no dia seguinte seria a mesma coisa, teria
de sair bem cedo para as atividades e s�� retornaria �� noite.
Pedi com muito fervor, mencionando a vontade de ficar e
acompanhar todo o congresso.
Decorridos aproximadamente quinze minutos, eu continuava
em prece e pedindo amparo. Nesse momento um senhor
muito simp��tico passou pela sala, cumprimentou-me e
desapareceu. Minutos se passaram e ele voltou. Aproximou-
se e perguntou se eu havia sido atendida. Respondi que sim
e expliquei que ali estava pensando o que iria fazer da vida,
diante da situa����o. Ele me pediu que aguardasse um pouco e
que iria verificar o que poderia fazer por mim. Identificou-se
como um dos integrantes da comiss��o do evento e deu o seu
nome, que aqui registro, pois lhe sou grata at�� hoje: Ivon Luz.
Evidentemente, que ao ouvir o nome tive enorme surpresa,
mas n��o fiz nenhum coment��rio.
239
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Pouco depois ele retornou e disse-me que havia telefonado
para a esposa e em nome dela e em seu pr��prio nome
convidavam-me para hospedar em sua resid��ncia. Acrescentou
que isso facilitaria minha participa����o, pois teria o prazer
de me levar em seu carro em todos os momentos do congresso.
Dentro em pouco, j�� estava instalada no acolhedor
apartamento do casal, que me recebeu com muito carinho
e alegria, rendendo gra��as a Deus e ao Benfeitor Espiritual,
Ivon Costa, especialmente.
Teria outra surpresa, logo ao almo��o, quando relatara
a minha prece e o pedido ao Ivon Costa, sendo atendido
com a presen��a do Sr. Ivon, que t��o fraternalmente, me convidara.
Ele contou, ent��o, que sua m��e conhecera pessoalmente
o grande orador esp��rita, Ivon Costa, que o admirava
tanto que ao nascer seu primeiro filho deu-lhe o nome de
Ivon para homenage��-lo.
Sincronicidade - como dizia Jung? Coincid��ncia? Resposta
a um pedido feito em uma prece. Necessidade, talvez,
que eu participasse do evento. Tanta coisa somada...
Os tr��s ali, conversando t��o amigavelmente era como
se j�� nos conhec��ssemos h�� tempos, trocando ideias acerca
do amparo e desvelo dos Amigos Espirituais.
Todas as religi��es recomendam a ora����o, embora grande
parte dos seguidores se prendam a preces decoradas, que
repetem sem qualquer sentimento e conscientiza����o do seu
imenso valor. Todavia, quando a prece �� proferida com sen
SUELY CALDAS SCHUBERT
timento, quando expressa um verdadeiro grito da alma, uma
s��plica impulsionada com profunda f��, ela se eleva e, em um
impulso vertical, alcan��a os Planos Espirituais superiores,
que jamais deixam sem resposta aquele que ora com un����o,
envolvendo-o em b��n����os de luz, de paz, de for��a e coragem.
Entretanto, muita gente ora para propor trocas com
Deus ("se o Senhor me der isto ou aquilo eu prometo que
farei tais e tais coisas" - ou "prometo que farei um sacrif��cio
de deixar de comer tal comida, ou deixarei de ir ao cinema",
etc); estes pedidos permanecem no plano horizontal da
vida terrena.
E incalcul��vel o n��mero de casos, exaustivamente,
comprovados que atestam a efic��cia da prece, um referencial
que acabou despertando o interesse de m��dicos, de cientistas,
de pesquisadores, que passaram a se interessar pelos resultados
ben��ficos que ela proporciona ao ser humano.
As pesquisas visam demonstrar que a ora����o tem a����o
terap��utica, psicol��gica, emocional, que podem inclusive
promover ou contribuir para a cura das enfermidades.
Observemos o relato a seguir, cuja experi��ncia, feita h��
tr��s d��cadas, �� frequentemente citada, em raz��o dos resultados
alcan��ados.
Em 1988, foi realizada uma pesquisa no San Francisco
General Hospital, na Calif��rnia, EUA. Quatrocentos pacientes
com doen��as coronarianas foram divididas em dois grupos,
cada um com duzentas pessoas, de maneira aleat��ria.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Por um per��odo de dez meses entidades crist��s rezaram
em favor dos membros de um grupo, mas n��o para
os do outro. As pessoas que foram convidadas a rezar conheciam
somente o nome dos doentes, mas nunca os encontraram
pessoalmente. Os pacientes foram informados da
experi��ncia de que estavam participando, mas n��o sabiam
em qual grupo tinham sido colocados. Tamb��m o pessoal
que os assistia desconhecia a qual dos dois grupos os doentes
pertenciam.
Os resultados dessa pesquisa e relativa an��lise estat��stica
demonstraram que os pacientes que foram objeto da
ora����o dos fi��is desconhecidos, confrontados com os pacientes
do segundo grupo, apresentaram melhor rea����o ��
doen��a, melhor estado f��sico que os dos outros, e estavam
mais animados, por isso precisaram de menos rem��dios.
Outros estudos conduzidos na mesma linha de pesquisa
e relatados em revistas cient��ficas demonstraram que
houve uma redu����o de mortalidade dentre os doentes que
participavam ativamente de liturgias, ora����es comunit��rias
ou rezavam individualmente, em compara����o ��queles que,
em lugar das ora����es, recorreriam a tranquilizantes ou rem��dios
em doses elevadas.
Muitas outras pesquisas t��m sido realizadas ao longo
destes anos, evidenciando os efeitos ben��ficos que a religi��o
propicia. Isto, entretanto, n��o �� novidade, visto que a cura e
a religi��o sempre estiveram presentes na Hist��ria da Huma
SUELY CALDAS SCHUBERT
nidade. Dados extra��dos do texto de Ernesto Arosio.15 1
Esta foi a conclus��o a que chegou a renomada m��dica
su����a, Elisabeth K��bler-Ross, em suas pesquisas a respeito
da morte e o morrer.
Ap��s anos de experi��ncias, a que suas observa����es
com doentes terminais proporcionaram, ela passou a admitir
os benef��cios da religi��o seja no processo de cura, seja no
processo do morrer.
Durante um largo per��odo, Elisabeth trabalhou com
o reverendo Renford Gaines, que a ajudava nas entrevistas
com os doentes considerados irrecuper��veis. Passavam horas
conversando e, segundo ela mesma dizia, ensinando um
ao outro. Ela o convidou, ent��o, a participar dos semin��rios
que apresentava e ele aceitou prontamente.
Para algu��m como eu (ela escreve), treinada para pensar
e a agir de acordo com a raz��o e a ci��ncia, o mundo
do esp��rito que o reverendo Gaines revelava era um
alimento intelectual que eu devorava com sofreguid��o.
Habitualmente, evitava as quest��es relacionadas �� espiritualidade
em meus semin��rios e nas conversas com
os pacientes, porque eu era uma psiquiatra. Por��m, o
interesse do reverendo Gaines por meu trabalho oferecia-
me uma oportunidade ��nica. Com a experi��ncia
dele, eu poderia ampliar o alcance de meu trabalho
15 1 Dispon��vel em: http://www.pime.org.br/mundoemissao/espiritoracao.ht
243
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
incluindo nele a religi��o. (Ele passou a assessor��-la nos
semin��rios).
Em mat��ria de estilo, um completava perfeitamente o
outro. Eu indagava o que estava se passando dentro da
cabe��a do paciente. O reverendo Gaines indagava o
que estava acontecendo com sua alma. 152
As religi��es, reconhecendo os benef��cios da prece,
sempre a recomendam, por consider��-la a forma mais usual
de nossa comunica����o com Deus ou com uma divindade.
Em O Livro dos Esp��ritos, Allan Kardec, ao abordar a
Lei de Adora����o, compreendendo o valor da prece, questiona
os Esp��ritos Superiores quanto �� sua import��ncia a partir
da pergunta 658 at�� a 666.
Reflitamos em duas dessas quest��es quando Kardec
indaga:
659 -Qual o car��ter geral da prece?
A prece �� um ato de adora����o a Deus. Orar a Deus ��
pensar nele; �� aproximar-se dele; �� p��r-se em comunica����o
com Ele. Pela prece podemos fazer tr��s coisas:
louvar, pedir, agradecer.
660 -A prece toma melhor o homem?
Sim, pois aquele que ora com fervor e confian��a se torna
mais forte contra as tenta����es do mal e Deus lhe envia
152
Elisabeth K��BLER-ROSS, A Roda da Vida.
SUELY CALDAS SCHUBERT
os bons Esp��ritos para o assistir. �� um socorro que jamais
lhe �� recusado, quando pedido com sinceridade.153
Entretanto, como ensina Joanna de Angelis arar ��
orar, significando que podemos orar trabalhando, pois a
prece �� uma atitude interior, uma postura mental de contato
com a Fonte Divina. O que quer dizer que para orar n��o s��o
exigidos uma postura f��sica, determinados gestos, ou muitas
palavras, mas, um estado mental mais elevado, que modifica
o padr��o vibrat��rio da pessoa, propiciando-lhe a sintonia
com o Bem e com o Amor Divino.
Joanna de Angelis elucida com profundidade a efic��cia
da ora����o:
A ora����o �� emana����o do pensamento bem direcionado
e rico de conte��dos vibrat��rios que se expande at��
sincronizar com as ondas equivalentes, assim estabelecendo
o interc��mbio entre a criatura e o Criador.
N��o apenas dilui as energias delet��rias como renova
as for��as morais do ser, saturando-o com vibra����es
superiores e de qualidade poderosa, que alteram as
paisagens mentais, emocionais e org��nicas, por sutis
processos de modifica����o do campo em que o mesmo
se encontra. 154
Importa considerar, com rela����o �� import��ncia e �� ne
15 3 Allan KARDEC, 0 Livro dos Esp��ritos.
15 4 Divaldo P. FRANCO, 0 Evangelho �� Luz da Psicologia Profunda.
245
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
cessidade da prece, o fato de que essa eleva����o do pensamento
no momento em que oramos, e a plena certeza de
que seremos atendidos, �� basicamente um ato de f��.
No conturbado oceano de vibra����es mentais negativas,
desequilibradas, em que o mundo se encontra, os momentos
de prece abrem clareiras de luz, de paz e reconforto
espiritual e f��sico.
Clarificando o nosso racioc��nio com respeito �� prece e
�� sua atua����o, imaginemos uma pedra sendo atirada na superf��cie
de um lago, que passa a vibrar em ondula����es conc��ntricas
que se v��o espraiando a dist��ncias que se perdem
de vista, dependendo da for��a de quem a lan��ou na ��gua.
Assim �� a a����o da prece: o pensamento de quem ora produz
vibra����es no chamado fluido universal, como ondas que podem
se propagar a dist��ncias incalcul��veis, dependendo da
for��a da f�� daquele que a profere.
A f�� ��, portanto, a impuls��o poderosa que imprime ��
ora����o um teor de maior intensidade, o que a torna um impulso
vertical que ascende aos planos superiores da espiritualidade.
Todos os seres, todos os mundos, todas as gal��xias
est��o mergulhados no fluido c��smico universal. Para expressar
com mais profundidade e beleza, direi que tudo est��
mergulhado na vastid��o do oceano divino, que nada mais ��
do que o pensamento do Criador.
O querido e saudoso m��dium, Francisco C��ndido Xa
SUELY CALDAS SCHUBERT
vier, o Chico Xavier, psicografou, dentre outras, uma linda
prece, em versos, que faz alus��o �� ora����o do Pai Nosso. Vale
conferir:
ORA����O
Pai nosso, que est��s nos C��us,
Na luz dos s��is infinitos,
Pai de todos os aflitos
Deste mundo de escarc��us.
Santificado, Senhor,
Seja o teu nome sublime,
Que em todo o Universo exprime
Conc��rdia, ternura e amor.
Venha ao nosso cora����o
O teu reino de bondade,
De paz e de claridade
Na estrada da reden����o.
Cumpra-se o teu mandamento
Que n��o vacila nem erra,
Nos C��us, como em toda a Terra
De luta e de sofrimento.
Evita-nos todo o mal,
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
D��-nos o p��o no caminho,
Feito na luz, no carinho
Do p��o espiritual.
Perdoa-nos, meu Senhor,
Os d��bitos tenebrosos,
De passados escabrosos,
De iniquidade e de dor.
Auxilia-nos, tamb��m,
Nos sentimentos crist��os,
A amar nossos irm��os
Que vivem longe do bem.
Com a prote����o de Jesus,
Livra a nossa alma do erro,
Sobre o mundo de desterro,
Distante da vossa luz.
Que a nossa ideal igreja
Seja o altar da Caridade,
Onde se fa��a a vontade
Do vosso amor... Assim seja.
Jos�� Silv��rio Horta (Esp��rito) 155
15 5 Francisco C��ndido XAVIER, Parnaso de Al��m-T��mub.
Cap��tulo
20
Amor: ��nterconex��o universal
Um novo mandamento vos dou, que vos ameis uns aos
outros como eu vos amei.
Jesus (Jo��o, 13:34)
O Universo �� uma corrente de amor, em movimento incessante.
N��o lhe interrompas a flu��ncia das vibra����es.
Emmanuel 156
JESUS RECOMENDA AOS DISC��PULOS um novo mandamento.
Por que novo mandamento? Ele j�� ensinara o grande
mandamento da lei: Amar��s o Senhor teu Deus de todo o
teu cora����o, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
Este �� o primeiro e grande mandamento. E o segundo,
semelhante a este ��: Amar��s o teu pr��ximo como a ti
mesmo. (Mateus, 22: 37 a 39).
15 6 Francisco C��ndido XAVIER, Palavras de Vida Eterna.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Segundo narra Jo��o, o evangelista, o Mestre transmitia,
naquele momento decisivo, as Suas ��ltimas instru����es
aos disc��pulos. Era a ��ltima ceia, mas s�� Ele sabia e, portanto,
come��a a preparar os onze homens (Judas j�� havia sa��do)
que ali estavam, e que constitu��am Sua equipe direta, para
os testemunhos que teriam de enfrentar ap��s a sua partida.
As palavras eram graves e definitivas. Jesus faz ent��o
uma entrega de amor, de amor incondicional, que nenhum
dos que O ouviam teriam condi����o de dimensionar, o que s��
ocorreria bem mais adiante. Ele falava de uma outra grada����o
de amor, de um amor com outra intensidade; Ele falava
de Si mesmo e do Amor que lhes dedicava. Evidencia este
sentimento para marcar para sempre o Seu exemplo.
Compreendamos que, quando Jesus falava, quando
lecionava expondo os mais belos e profundos ensinamentos
que a Humanidade jamais tivera, quando os transmitia para
os disc��pulos falava para a Humanidade de todos os tempos,
falava para os tempos futuros. Suas palavras s��o palavras
de vida eterna.
Dois mil anos depois aqui estamos n��s tentando entender
e alcan��ar a beleza, a profundidade e a transcend��ncia
desse sentimento de amor que Ele exteriorizava por meio
desse magno discurso de despedida.
Sim, aquele era um novo mandamento. Que n��o
revogava os mandamentos anteriores, mas era o importante
testemunho pessoal do Seu pr��prio sentimento, o que, em
250
SUELY CALDAS SCHUBERT
uma an��lise mais atenta, ficaria, para sempre, como meta a
ser alcan��ada.
Hanna Wolff, te��loga e psic��loga alem��, em uma an��lise
baseada na perspectiva da psicologia profunda, afirma
que o sentimento de Jesus era diferenciado, como observamos
a seguir:
Ainda n��o fizemos a mais importante e mais central
afirma����o: a constata����o de que sua fun����o b��sica �� o
'sentimento', e de que seu pensamento e discurso, sua
atitude e comportamento, a realiza����o global de sua
exist��ncia manifestam um 'sentimento diferenciado'.
Com efeito, Jesus n��o se comporta de tal sorte que
'tamb��m' exiba este sentimento; ao contr��rio, ele manifesta-
o de forma exemplar. 157
Hanna Wolff menciona que os Upanichades dizem que
o verdadeiro s��bio est�� acima de toda interdepend��ncia do
mundo: "Frio, ele passa pelo mundo". Nada o incomoda e
nada mais o atinge. Contudo, a pesquisadora ressalta que
Jesus n��o passa "friamente" por nada:
Ao contr��rio. Ele n��o passa 'friamente' ao lado da
fome, doen��a, ang��stia, morte, culpa e abje����o; n��o
passa 'friamente' ao lado das multid��es e dos indiv��duos
que n��o t��m pastor algum. N��o passa ao lado
15 7 Hanna WOLFF, Jesus na Perspectiva da Psicologia Profunda.
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
de nada 'friamente, sobretudo ao lado do humilhado e
desprezado, que sequer ousa levantar. Seu sentimento
est�� sempre engajado: ele �� o homem da prontid��o de
sentimentos, que com todos partilha esses sentimentos.
E jamais fica em sentimentalismos sup��rfluos: sua empatia
e simpatia extravasam-se em a����es comandadas
pelo sentimento. 158
Ao longo dos tempos, o tema Amor tem sido o preferido
dos poetas, compositores, artistas, escritores e religiosos.
��, igualmente, o tema central das buscas humanas. Tamanha
�� a sua import��ncia e necessidade na vida humana que
Jesus veio a Terra ensinar, de maneira indel��vel, a Lei de
Amor, exemplificando-a.
A vida de Jesus �� ela pr��pria, a mensagem do amor
incondicional que Ele legou aos tempos futuros, para que
o ser humano nunca mais se esquecesse de amar, em qualquer
circunst��ncia.
�� a respeito desse amor que Leon Denis explana:
Se o Cristo foi o maior dos mission��rios e dos profetas,
se tanto imp��rio teve sobre os homens, foi porque trazia
em si um reflexo mais poderoso do Amor Divino.
Jesus passou pouco tempo na Terra; foram bastantes
tr��s anos de evangeliza����o para que o seu dom��nio se
estendesse a todas as na����es. N��o foi pela Ci��ncia nem
15 8 Hanna WOLFF, Jesus na Perspectiva da Psicologia Profunda.
SUELY CALDAS SCHUBERT
pela arte orat��ria que ele seduziu e cativou as multid��es;
foi pelo amor!)
Desde a sua morte, seu amor ficou no mundo como
um foco sempre vivo, sempre ardente. 159
Esse foco est�� presente e prossegue influenciando
aqueles que com Ele sintonizam. A mem��ria c��smica, como
j�� sabemos, registra as a����es humanas e nos seus arquivos
perenes brilha o centro refulgente do amor de Jesus, que
atrai aqueles que est��o comprometidos com a vida e que
est��o motivados a segui-Lo.
Esse amor, na sua ess��ncia profunda, �� a mais sublimada
express��o do Amor de Deus, transubstanciado, como
em uma alquimia divina, para nutrir todas as almas que estagiam
na Terra. Lembrando que, no dizer abalizado de Joanna
de Angelis, o amor do Cristo refulge em todo o sistema
solar. Bem, se tudo est�� em tudo, n��o �� exagero acrescentar:
em todo o Universo.
Essa a interconex��o c��smica do Amor...
Nosso pensamento se estende, nesse momento, e percorre
a vastid��o dos tempos. �� imprescind��vel mergulhar
nossos sentidos, nossa percep����o, para entranharmo-nos de
Beleza, de Luz, de Paz, enquanto percorremos mentalmente
o Cosmo. E nesse enlevo percebemos em n��s e em toda
parte os lampejos do Amor divino.
15 9 L��on DENIS, O Problema do Ser, do Destino e da Dor.
253
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Nossos pensamentos, por��m, sugerem novo rumo,
uma introspec����o em busca dos sentimentos que moram no
mundo ��ntimo de cada ser humano. H�� um nanouniverso
dentro de n��s.
�� deveras importante indagarmos a n��s mesmos, caros
leitores, como andam nossos sentimentos. �� fundamental descobrir
essa semente sagrada, o amor que existe em cada um
de n��s, permitindo que seu desabrochar aconte��a, e cres��a, e
se expanda, e se fa��a pleno, �� medida que, conscientemente,
priorizemos o exerc��cio de amar, em nossa vida.
Em Os Poderes da Mente, (EBM Editora) escrevi:
Quando o amor se faz presente, dulcifica as criaturas e
transborda em a����es altru��sticas, expandindo-se e multiplicando-
se, atendendo �� vida em todas as dimens��es.
Aquele que o sente em plenitude destaca-se, naturalmente,
como um astro que tem luz pr��pria e refulge em
meio ��s sombras da ignor��ncia humana. Seu brilho atrai
e magnetiza as almas como um convite silencioso, mas
que reverbera no ��ntimo dos que est��o sintonizados.
E do amor e do amar o fluxo e refluxo da vida se torna
estuante de beleza e paz para os que se identificam com
a harmonia c��smica que vibra em todo o Universo. 160
A Dra. Elisabeth K��bler-Ross, que dedicou grande parte
de sua vida junto ao leito de enfermos terminais, buscando
16 0 Suely C. SCHUBERT, Os Poderes da Mente.
254
SUELY CALDAS SCHUBERT
ouvi-los para compreender-lhes as car��ncias mais ��ntimas,
sentindo, ela pr��pria, que se aproximava dos seus ��ltimos
dias terrenos, escreveu, com muita sensibilidade e amor:
A ��nica finalidade da vida �� crescer. A suprema li����o ��
aprender como amar e ser amado incondicionalmente.
H�� milh��es de pessoas no mundo que est��o passando
fome. H�� milh��es sem um teto. H�� milh��es que sofrem
de AIDS. H�� milh��es de pessoas que sofreram viol��ncia.
H�� milh��es de pessoas que padecem de invalidez. Todos
os dias, mais algu��m clama por compreens��o e compaix��o.
Escutem o som de suas vozes. Escutem como se o
chamado fosse m��sica, uma linda m��sica. Posso garantir
que as maiores recompensas da vida inteira vir��o do
fato de voc��s abrirem seus cora����es para os que est��o
precisando. As maiores b��n����os v��m sempre do ajudar
os outros. [...].
Todas as pessoas v��m da mesma fonte e retornam ��
mesma fonte. Todos precisamos aprender a amar e ser
amados incondicionalmente. [...] Todos n��s, quando
nascemos da fonte a que chamamos de Deus, fomos
dotados de uma faceta de divindade. �� isso que nos d��
o conhecimento de nossa imortalidade. 161
Todos os seres humanos, sem exce����o, anseiam pelo
amor, desejam ser amados, entretanto, a maioria ainda n��o
161
Elisabeth K��BLER-ROSS, A Roda da Vida -Mem��rias do Viver e do Morrer.
255
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
descobriu que para ser amado �� preciso amar. E imprescind��vel
sair da concha pessoal e se abrir para a vida, para o amor.
Pessoas existem que reclamam, a toda hora, da vida
que levam, est��o fechadas como que em uma cela pessoal e
nada veem do mundo ao seu redor. Joanna de Angelis, com
muita propriedade afirma: H�� fome de amor perto do teu
leito de queixas.
0 segredo �� sair dessa concha ego��stica e olhar a vida
que estua em toda parte e, esquecendo-se de si pr��prio, de
seus problemas particulares tentar ajudar ao pr��ximo.
0 trabalho no Bem nos faz bem -�� o que ensina Jo
anna de Angelis, e cada um de n��s pode constatar isso. Pelo
pouco que fazemos o quanto recebemos! De alegria, de paz
interior, de amor em nossa caminhada.
E, coisa extraordin��ria ocorre a quem se disp��e a essa
mudan��a, a quem faz a sua inicia����o na busca pelo pr��ximo,
enxergando nele um irm��o. Aquele que assim procede
sente, de imediato, na sua pr��pria vida, a presen��a divina,
sente-se, afinal, como part��cipe da fam��lia universal.
Quando isto acontece, aquele que o experimenta jamais
deixar�� de pensar no outro, torna-se, assim, um cuidador
espiritual, que nada pede, que nada espera em retribui����o,
porque j�� recebe em seu cora����o os benef��cios que o
amor prodigaliza aos que est��o em pleno exerc��cio de amar.
0 amor tem muitos matizes. Pode-se dizer: desde
aquele que d�� a vida para salvar algu��m, talvez um desco
SUELY CALDAS SCHUBERT
nhecido, at�� aquele que pacifica onde haja disc��rdia; que
silencia quando poderia divulgar a fraqueza de outrem; que
sempre faz um tanto mais para contribuir com a harmonia
do seu ambiente familiar ou profissional; que est�� presente
na educa����o dos filhos; que compreende as diferen��as e
as respeita; que busca consolar e balsamizar os sofrimentos
alheios; que pensa na felicidade do pr��ximo antes da sua;
que se esfor��a por perdoar qualquer ofensa - enfim, que est��
no sublime aprendizado do amor, tal como Jesus ensinou.
O Espiritismo tem como bandeira, a caridade. Fora da
caridade n��o h�� salva����o, �� um dos seus postulados b��sicos.
E a caridade �� o amor em a����o.
0 ap��stolo Paulo escreveu uma das mais belas p��ginas
acerca da caridade. Hoje em muitas tradu����es, encontra-
se a palavra amor em substitui����o �� palavra caridade.
Trata-se da Ia ep��stola aos Cor��ntios, cap. XIII. Transcrevo-a,
em parte, conforme o Novo Testamento, tradu����o de Jo��o
Ferreira de Almeida, considerada a melhor at�� hoje. O t��tulo
que encima o cap��tulo 13 ��:
A suprema excel��ncia da caridade.
Ainda que eu falasse as l��nguas dos homens e dos anjos,
e n��o tivesse a caridade, seria como o metal que
soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse
todos os mist��rios e toda a ci��ncia, e ainda que tivesse
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MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
toda a f��, de maneira tal que transportasse os montes,
e n��o tivesse caridade, nada seria.
E ainda que distribu��sse toda a minha fortuna para sustento
dos pobres, e ainda que entregasse meu corpo
para ser queimado, e n��o tivesse caridade, nada disso
me aproveitaria.
A caridade �� benigna, a caridade n��o �� invejosa; a caridade
n��o trata com leviandade, n��o se ensoberbece.
Tudo sofre, tudo cr��, tudo espera, tudo suporta. 162
Observemos que, onde se l�� caridade fosse escrita a
palavra amor, o sentido seria ainda mais abrangente e completo.
Talvez a substitui����o de uma palavra pela outra tenha
ocorrido porque a a����o da caridade pode ser realizada n��o
com o intuito de amor ao pr��ximo, mas, sim, porque aquele
que a empreende tem interesse em fazer-se notado. Pode-se
fazer a caridade por ostenta����o. Jesus previu isso e recomenda:
Tende cuidado em n��o fazer a vossa esmola diante
dos homens, para serdes vistos por eles, pois n��o tereis galard��o
junto de vosso Pai que est�� nos c��us. Quando derdes
esmola, n��o saiba vossa m��o esquerda o que faz vossa m��o
direita. (Mt 6 vv.l e 3).
Um comovente relato acerca do amor em a����o est��
registrado em um dos cap��tulos do meu livro O Semeador
162 O Novo Testamento.
SUELY CALDAS SCHUBERT
de Estrelas, e refere-se a uma experi��ncia surpreendente do
orador e m��dium Divaldo Pereira Franco.
Neste livro, apresento as hist��rias de vida desse aut��ntico
ap��stolo do Bem, nesses conturbados dias em que
vivemos.
Divaldo Franco tem uma obra not��vel, que �� a Mans��o
do Caminho, na cidade de Salvador (BA), hoje refer��ncia
internacional, como modelo de institui����o educacional. S��o
mais de 60 anos dedicados ao pr��ximo.
Divaldo tem iniciativas as mais diversas, todas visando
promover o ser humano, dando-lhe melhores condi����es de
vida, propiciando-lhes, em suas car��ncias mais essenciais, o
resgate de sua dignidade, enquanto pessoa.
Sou amiga de Divaldo h�� 51 anos. Portanto, posso
atestar com a certeza de quem o acompanha em sua viv��ncia
p��blica e na intimidade do seu lar, junto �� sua equipe, na
Mans��o do Caminho, dedica����o e amor de Divaldo Franco
ao pr��ximo.
Divaldo Franco, ainda bem jovem, teve uma ideia inusitada.
Em seu cora����o trazia uma vontade muito forte, que
aguardava o momento certo para executar. Ele queria conseguir
"uma casa para morrer". Ele observava as pessoas
nas ruas, dormindo embaixo das marquises e dizia para si
pr��prio: - "est��o morrendo"! Ent��o, considerava que todo
mundo s�� se preocupava em realizar obras para quem iria
viver - como uma creche, uma escola, um hospital, etc., e
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MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
para quem iria morrer? E os que estavam nas sarjetas, os
moradores de ruas, alguns deles enfermos terminais, irrecuper��veis,
sem um lugar para morrer com dignidade?
Bem pensou, bem realizou.
Seu projeto contagiou uma pessoa que proporcionou
os recursos para que o sonho se concretizasse. E em que local
o sonho foi poss��vel? Como as condi����es n��o eram significativas
e, mesmo porque, as circunst��ncias assim exigiam,
Divaldo Franco foi �� regi��o da invas��o, em Salvador, e ali
encontrou uma tapera de taipa (feita com varas e barro); o
local devia ser bem simples para que os que fossem recolhidos
ficassem �� vontade, mas tamb��m seria aconchegante,
porque haveria um leito, coberta, alimenta����o, tratamento,
e muito amor. A casa possu��a dois quartos, uma saleta, cozinha,
banheiro. Ele colocou uma tabuleta sobre a porta:
CASA DE JESUS.
Divaldo Franco, contando com Nilson de Souza Pereira,
o querido amigo de sempre ao seu lado, no mesmo
apostolado do Bem, foi, ent��o, recolher os que dormiam sob
as marquises.
O primeiro foi um epil��ptico, que as infind��veis crises
deformara, agravadas por uma artrite avan��ada, sem qualquer
tratamento, impossibilitando-o de dobrar o corpo. Tinha
uma ferida na cabe��a que n��o cicatrizava, infestada de
bichos. Divaldo Franco a lavava, desinfetava e, mesmo com
compreens��vel repugn��ncia, pela falta de h��bito, enfrentava
260
SUELY CALDAS SCHUBERT
o trabalho de cuidar do homem, cujo nome era Andr��.
Logo em seguida tr��s senhoras que frequentavam o
Centro Caminho da Reden����o, sensibilizadas, vieram ajudar.
Elas passavam o dia com os doentes, enquanto Divaldo
Franco, Nilson Pereira e mais algum outro colaborador,
passavam a noite. Durante o dia estes tinham o trabalho
profissional.
Mais adiante veio �� Casa de Jesus uma senhora que Divaldo
Franco tomou aos seus cuidados. Ele a viu na rua, atravessando
uma pra��a, sem uma perna, pulando com muita
dificuldade, apoiada em um peda��o de pau. Ele relata que foi
uma das cenas mais comoventes de sua vida. Imediatamente
foi socorr��-la. Ficou sabendo que ela tivera var��ola e a perna
fora amputada em decorr��ncia de um c��ncer. A mulher tinha
acabado de sair de um hospital de isolamento e ia para um
bairro muito pobre e distante, para isso precisava tomar um
bonde. Mas, como poderia faz��-lo naquele estado?
Quando a caridade est�� em plena a����o tudo pode
acontecer. Divaldo Franco resolveu lev��-la de t��xi; mas n��o
tinha o dinheiro para a corrida. Pediu ajuda ao motorista
que concordou em lev��-los pela quantia que ele poderia pagar.
Chegando ao bairro, ainda tiveram de percorrer um trecho
a p��. Defronte de uma casinha humilde, bateram. Uma
mo��a veio �� janela e foi logo dizendo que ali ela n��o poderia
entrar, para n��o contaminar os seus filhos. A mulher come��ou
a chorar. Aquela era sua filha de cria����o. Diante disso,
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
Divaldo prop��s lev��-la para a Casa de Jesus, explicando-lhe
a simplicidade do lugar. Ela disse:
��� Meu filho, eu estou na rua. N��o tenho para onde ir.
Observando-a, Divaldo Franco teve a impress��o de
que ela era uma mulher refinada, pela forma como falava.
A mo��a, prontamente, jogou uma velha mala pela
janela; eram os ��nicos bens daquela mulher. O motorista
olhava a cena a dist��ncia. Retornaram ambos no mesmo
carro, e ela foi para a Casa de Jesus. Ela foi a primeira mulher
interna a frequentar a Casa de Jesus, at�� ent��o s�� havia
homens internados.
Pouco tempo se passou e um dia ela mostrou a Divaldo
Franco um ��lbum de fotografias, que estava em sua
mala. Ele teve uma grande surpresa, pois a senhora que ali
estava na mais extrema pobreza, enferma, havia sido embaixatriz
do Brasil, no Egito, na Tchecoslov��quia, no Uruguai.
Era esposa de um embaixador e terminava os dias em uma
situa����o t��o dram��tica.
A morte da senhora �� um epis��dio doloroso, que est��
relatado no livro acima referenciado.
A Casa de Jesus funcionou durante tr��s anos. 0 trabalho
ali era cont��nuo. Divaldo Franco, relembrando aqueles
dias sofridos, conta como viviam:
Viv��amos ali, na mis��ria com os miser��veis.
Eu tinha um sal��rio, o Nilson tamb��m, t��nhamos a casa
de meus pais, onde mor��vamos, mas d��vamos tudo o
SUELY CALDAS SCHUBERT
que receb��amos, j�� que ped��amos a outrem - porquanto
fica muito f��cil fazer a caridade pedindo aos outros, a
gente entra com o sorriso e a simpatia - por isso n��s
viv��amos ali, comendo a mesma comida, pois o dinheiro
n��o dava para que f��ssemos comer em outro lugar.
Havia alguns poucos amigos que participavam deste
trabalho, entre os quais o confrade Augusto Soares. [...].
Numa mar�� do m��s de agosto, que �� muito forte, as
��guas subiram e derrubaram a casa. Tiramos os doentes
rapidamente. L�� no 'Caminho da Reden����o', o
pr��dio possu��a v��rios quartos e ali os alojamos, porque
a mar�� tombou a casinha e o terreno sumiu. [...].
Divaldo Franco cita o exemplo de Chico Xavier, que
atendia na peregrina����o, com o povo todo a acompanh��-
lo, mas,
[...] os (casos) mais graves, os piores, ele visitava sozinho,
nas noites de quinta-feira. Como eu fa��o as
minhas visitas, nos buracos do Pau da Lima (o bairro
onde se localiza a Mans��o do Caminho), de noite, escondido
at�� do pessoal da Mans��o, para que ningu��m
v�� comigo, porque, sen��o, quem faz a caridade s��o
eles e n��o eu. E quando �� que eu vou fazer a caridade?
Se eu pe��o, as pessoas generosas d��o e eu aplico
isso para os que necessitam, mas esta �� a caridade
daquelas pessoas. Quando �� que eu vou fazer a minha
263
MENTES INTERCONECTADAS E A LEI DE ATRA����O
caridade pessoal? Fazemos os Natais todos, mas, depois,
de madrugada, escondido, sozinho, eu saio com
os meus pacotes para ir aos meus doentes -se �� que
eu posso cham��-los assim.
Assim ensinou Jesus.
Como Divaldo Franco, muitos s��o os exemplos edificantes
de pessoas que dedicaram suas vidas ao amor ao
pr��ximo. Esquecidas de si pr��prias caminham pelas ruas do
mundo recolhendo os desvalidos, os enjeitados sociais, os
que est��o morrendo debaixo das pontes, nos v��os escuros
da mis��ria social e moral.
Madre Tereza de Calcut�� est�� caminhando ainda nas
vielas sombrias, em meio aos monturos, n��o abandonou os
rejeitados; em Esp��rito prossegue, sensibilizando outras pessoas
a dar continuidade ao seu minist��rio de amor.
Assim, tamb��m Chico Xavier, cuja vida terrena foi um
exemplo marcante de amor universal, um leg��timo apostolado
do Bem e da Paz, e que, do outro lado da Vida, prossegue no
trabalho de doa����o plena aos sofredores de todos os matizes.
Francisco de Assis, em nome do Cristo, preside a caminhada
do amor universal.
O sofrimento campeia no mundo, �� espera daqueles
que despertaram para a realidade transit��ria e ef��mera da
exist��ncia terrena, cujos cora����es sens��veis est��o dispon��veis
para o aprendizado do amor e da solidariedade.
SUELY CALDAS SCHUBERT
�� oportuno repetir agora a frase de Emmanuel, que
colocamos em ep��grafe:
O Universo �� uma corrente de amor, em movimento incessante.
N��o lhe interrompas a flu��ncia das vibra����es.
Este �� o prop��sito deste livro: fazer parte dessa corrente
de amor, caminhar no fluxo do Universo, no movimento
incessante de amar.
N��o h�� restri����es e nem determinadas e especiais condi����es
para se unir a essa corrente de luz. N��o importa a
religi��o que professe. Basta querer. Comece a amar e voc��
se unir�� para sempre �� corrente de amor do Universo.
Mentes interconectadas �� sublime atra����o do Amor
Divino.
Seja feliz!
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ZIMERMANN, Zalmino. Perisp��rito. Campinas: Ed. CEAK
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272
De: Reginaldo Mendes
Olá, pessoal:
Este é mais um livro de nossa campanha de doação e digitalização de livros para atender aos deficientes visuais.
Agradecemos ao Irmão Bartolomeu Filho pela doação e ao irmão Fernando José pela digitalização.
Pedimos não divulgar em canais públicos ou Facebook. Esta nossa distribuição é para atender aos deficientes visuais em canais específico.
O Grupo Allan Kardec lança hoje mais um livro digital !
Desejamos a todos uma boa leitura !
Mentes Interconectadas e a Lei de Atração -Suely Caldas Schubert
Livro doado pelo nosso irmão Bartolomeu Filho e digitalizado por Fernando José
Páginas em branco: 18-28-60-100-120-128-152-176-188-214-232-266
S/Nºs: 27-119
Sinopse:
O que fazemos aqui neste planeta? O que eu faço repercute, de alguma forma, no Universo?
E o que fazem os demais seres humanos me atinge?
Estas e outras questões são esclarecidas nesta obra...
Lançamento Grupo de Livros Allan Kardec
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