sábado, 23 de janeiro de 2021 By: Fred

{clube-do-e-livro} LANÇAMENTO : LEVANTA-TE E ANDA - CENYRA PEREIRA - FORMATOS: PDF E TXT

Somos associados da Funda����o Abrinq

pelos direitos da crian��a.

Nossos fornecedores uniram-se a n��s e n��o

utilizam m��o-de-obra infantil ou trabalho

irregular de adolescentes.





Levanta-te e Anda...

Copyright by �� Petit Editora e Distribuidora Ltda., 2007

1-11-07-6.000

Dire����o editorial: Fl��vio M a c h a d o

Assistente editorial: D i r c e Yukie Y a m a m o t o

Chefe de arte: M a r e i o da Silva B a r r e t o

C a p a e diagrama����o: R i c a r d o B r i t o

Revis��o: M a r e i a N u n e s

Auxiliar de revis��o: A d r i a n a M a r i a C l �� u d i o

Fotolito da capa e impress��o: S E R M O G R A F - A r t e s G r �� f i c a s e Editora L t d a .

Dados Internacionais de Cataloga����o na Publica����o (CIP)

(C��mara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Pinto, Cenyra.

Levanta-te e anda... / Cenyra Pinto. - S��o Paulo : Petit, 2007.

I S B N 9 7 8 - 8 5 - 7 2 5 3 - 1 5 8 - 0

1. Atitude (Psicologia) 2. Auto-ajuda - T��cnicas 3. Conduta

de vida 4. Espiritismo 5. Realiza����o pessoal I. T��tulo.

07-8171 C D D : 133.901

��ndices para cat��logo sistem��tico:

1. Auto-ajuda : Espiritismo 133.901

Direitos autorais reservados.

�� proibida a reprodu����o total ou parcial, de qualquer forma

ou por qualquer meio, salvo com autoriza����o da Editora.

(Lei nQ 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.)

Tradu����es somente com autoriza����o por escrito da Editora.

Impresso no Brasil, na primavera de 2 0 0 7 .

Prezado leitor (a),

Caso encontre neste livro alguma parte que acredita que vai interessar ou mesmo ajudar outras pessoas e decida distribu��-la por meio da internet ou outro meio, nunca deixe de mencionar a fonte, pois assim estar�� preservando os direitos do autor e conseq��entemente contribuindo para uma ��tima divulga����o do livro.





Cenyra Pinto

E d i t o r a

R u a A t u a �� , 3 8 3 / 3 8 9 - V i l a E s p e r a n �� a / P e n h a C E P 0 3 6 4 6 - 0 0 0 - S �� o P a u l o - S P

F o n e : ( O x x l l ) 6 6 8 4 - 6 0 0 0

E n d e r e �� o p a r a c o r r e s p o n d �� n c i a :

C a i x a P o s t a l 6 7 5 4 5 ��� A g . A l m e i d a L i m a 0 3 1 0 2 - 9 7 0 - S �� o P a u l o - S P

www.petit.com.br | petit@petit.com.br





RECEBI SEU LIVRO LEVANTA-TE E ANDA..., ESCRITO POR SUAS

m��os operosas de seareira do bem, sob a inspira����o do

amigo espiritual Jacy, p��ginas que me proporcionaram

horas de muito estudo e consola����o.

Pe��o aos nossos benfeitores espirituais acompanharem

suas tarefas de mission��ria do nosso ideal amparan-

do-lhe o cora����o, em todos os seus passos.

Envia-lhe um afetuoso abra��o, seu irm��o reconhecido,

Chico Xavier





DEDICAT��RIA





V


A QUERIDA LEDA AMARAL, LEDINHA, A HOMENAGEM DE

esp��rito, de quem muito recebeu em est��mulos do seu

nobre cora����o.

Ao meu prezado esposo e companheiro de

tantos anos, qui���� da eternidade, dedico este modesto

livro, pelo muito que lhe devo.

Ao meu filho, nora e netos, com todo o carinho,

ofere��o a heran��a que consegui amealhar nos cofres

da minha alma, pedindo a Deus que essas escassas

moedas venham a se valorizar mais nas suas m��os.





AGRADECIMENTOS


�� FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL, QUE ENVIA SEUS

mensageiros, instrutores e protetores, onde e quando

a presen��a da luz se fizer necess��ria, o meu reconheci-

mento pelo muito que me veio ��s m��os.

Ao meu estimado guia espiritual Jacy e aos

demais amigos da espiritualidade, que, expressamente,

me trouxeram muitas das mensagens deste livro, mi-

nha gratid��o pela assist��ncia permanente, em todos os

momentos da minha vida, mostrando-me sempre as

li����es nela contidas e ensinando-me a viv��-las dentro

das minhas possibilidades.

Eis que, mescladas ��s p��ginas psicografadas,

v��o outras vividas ou percebidas por mim, no dia-a-

dia, sempre inspiradas por eles.

9





Cenyra Pinto

E se aos amigos leitores n��o ofere��o sen��o

li����es singelas, tenho a certeza de que lhes dei opor-

tunidade de colaborar na ajuda ��s obras assistenciais,

a que se destina o produto da vendagem deste livro.

Que um sincero desejo de paz una todos os

cora����es.

autora

10





SUM��RIO

Pref��cio 15

Apresenta����o 19

Exorta����o 23

"Levanta-te e anda..." 26

Desperta! 29

Procura te encontrar 32

Conquista-te a ti mesmo 36

Educa a tua mente 39

N��o te impacientes 43

Apazigua teu esp��rito 45

Torna-te grande! 48

Se perseveras, vencer��s 50

Viver e aprender sempre 54

11





Cenyra Pinto

"Nem s�� de p��o vive o homem" 56

Luta interna 59

A conquista do sil��ncio 63

Amanh�� ser�� outro dia 66

Tudo te pertence 69

Nunca estamos s��s 72

Paz de consci��ncia 74

Que a lei se cumpra 78

Rever��ncia �� cruz 81

"Paz na Terra" - Aos homens, boa vontade 84

Conselho amigo 89

Paci��ncia 94

Toler��ncia 100

Quem n��o deve n��o teme 105

Avante! 108

Hei de vencer 1 1 1

Dar! 1 1 4

Servir 1 1 7

Verdadeiro servi��o 122

12





Levanta-te e anda..

"A cada um segundo as suas obras" 125

"Bendito seja o que vem em nome do Senhor!" 129

Alegria 1 3 2

Serenidade 135

A miss��o da mulher 137

Semente de amor 139

Simplifica tua vida 142

Nosso relic��rio 145

O lugar do belo 148

Ren��ncia 1 5 1

Ajudar 156

A vida - grande mestra 160

"N��o julgues..." 163

"Homem de pouca f��" 166

Covardia 170

Advert��ncia 172

Cada um �� o que �� 176

A prova de resist��ncia 179

"N��o atirem p��rolas aos porcos" 182

13





Cenyra Pinto

Aprender sempre 185

Sejamos compreensivos 188

Des��nimo 1 9 1

Procura compreender 194

"Eu sou o caminho" 197

F�� 201

Coragem 203

Cautela! 207

N��o cries fantasmas 209

Tudo �� natural 2 1 1

Aceita����o consciente 214

Pesquisando em sil��ncio 217

Trabalho 220

14





PREF��CIO

MINHA QUERIDA AMIGA CENYRA PINTO INCUMBIU-ME DA

tarefa que muito me distingue - a de ler e apreciar

os originais deste seu livro. Procuro desincumbir-me

desse dever com a responsabilidade que o assunto

exige. Para mim n��o �� f��cil a conviv��ncia com as

coisas sagradas.

N��o estamos apresentando obra de cunho li-

ter��rio, que deva ser examinada pela plasticidade da

linguagem, pela t��cnica empregada ou pelos valores

de cria����o. Este livro n��o visa a tais prop��sitos, n��o

disputa lugares. Objetiva outro fim. Sob esse aspecto

�� que cresce de vulto. A linguagem �� mansa, simples,

humana e espiritual. Os ensinamentos que vamos en-

contrar s��o, para muitos, a ��gua viva que a ing��nua

samaritana desconhecia.

J 5





Cenyra Pinto

E sempre assim; os grandes ensinamentos, por

descerem ao n��vel comum de nossa compreens��o, s��o

tidos como f��ceis, quando n��o vulgares, repetidos. O

sol tamb��m se repete sempre e sempre �� novo. �� dife-

rente o claro fulgor de sua alegria construtiva.

Coisas sagradas s��o as daqueles que se associam

a Deus e o tomam por testemunho e companheiro de

todos os atos. No sil��ncio do reino interno, sabem dis-

cernir o que �� de cima, o que �� de baixo e vivem a alegria

submissa de ser a vontade de Deus, conscientemente.

Nessas mensagens h�� clar��es de luz.

Se voc�� luta para despertar e compreender mais,

leia, releia, medite e ensaie aplicar as solu����es amigas

que lhe est��o sendo oferecidas. N��o h�� um plano em

que se situe o desenrolar dos cap��tulos.

Os assuntos nasceram das li����es do cotidiano.

Como s��o ��teis! Eu acredito na percep����o daqueles a

quem foram dirigidas. Sentir��o o poder do que lhes foi co-

municado. Um instante de pausa, talvez de abatimento,

e, por fim, a vontade de retomar �� luta pela renova����o de

si mesmo. Renovar-se �� renovar tudo. E doar-se a tudo e

a todos como a grande fonte doa incessantemente.

16





Levanta-te e anda..

A contribui����o que estas p��ginas ter��o ao traba-

lho do bem �� ineg��vel. A autora, inspirada, explora um

lastro de intui����es, que p��e a servi��o do ser humano.

Oxal�� sua responsabilidade na tarefa de esclarecimento

continue crescendo e se efetuando com amor. Que a

sua ��rvore benfazeja nos proporcione novos frutos.

For��o os gonzos dourados. As portas j�� se abrem.

Entrem. Sejam felizes. Que a paz esponte em todos os

cora����es.

Fernando J o r g e U c h �� a

17





APRESENTA����O

IN��TIL ME PARECE MAIS UMA APRESENTA����O DO LIVRO L E -

vanta-te e anda..., de Cenyra Pinto. Entretanto, fui soli-citada a dizer algo sobre esta pequena j��ia, filigranada

pelas suaves m��os da querida irm��, que nos oferece

preciosos vasos de ��gua viva, cujo conte��do tanto

nos poder�� tornar mais suave a sede.

A grandiosidade de uma obra n��o se mede

somente pelo seu aspecto ou forma, mas principal-

mente pela qualidade da mat��ria nela contida. E essa

�� de primeir��ssima, quer em espiritualismo, quer em

��tica. E Cenyra nos exemplifica em cada p��gina que

escreve, pois sua vida �� um reflexo vivo de suas pr��-

prias convic����es.

Livros deste teor podem elevar as almas e con-

duzir a humanidade ao caminho da perfei����o. A par

19





Cenyra Pinto

de ensinamentos esot��ricos, vemos sadias normas de

moral crist��, que nos convidam a percorrer as estradas

palmilhadas pelos mestres e a nos sentirmos irm��os

de todos os homens, o que equivale a dizer: o c��u

desceu �� Terra...

Seu livro ��, pois, um c��ntico come��ado no re-

cesso de seu cora����o e trazido a lume pela sua pena.

Nos arquivos astrais j�� se achava impressa

toda essa fonte de beleza que refresca e apazigua a

alma, e a irm�� - canal maravilhoso que �� - n��o teve

dificuldade em capt��-la. Esta obra �� como as linfas

cristalinas que correm das altas vertentes e desse-

dentam os habitantes do vale! Assim, estou certa,

todos encontraremos nestas p��ginas a do��ura que

ameniza os cora����es aflitos.

�� uma exuberante flora����o das sementes que

os mestres espalham a m��os-cheias sobre o planeta

Terra e que alguns privilegiados t��m o poder de reco-

lh��-las, agasalh��-las e dar-lhes terreno apropriado.

Rendo, portanto, meu preito de profunda

admira����o �� autora pelas inspiradas revela����es, que

com tanta ternura deposita em nossas m��os, e reco-

20





Levanta-te e anda.

mendo a sua leitura a todos os que t��m "fome e sede"

de amor universal.

M a r i a P a u l a de Carvalho

21





EXORTA����O

SENHOR, A CAMINHADA �� LONGA E AS FOR��AS S��O POUCAS,

por isso �� que eu Te exorto, Te clamo e imploro.

D��-me for��as, Senhor, para eu me vencer! D��-

me for��as, porque a compreens��o que come��a a des-

pertar do meu eu me faz lutar para p��-la em pr��tica.

Como �� dif��cil, Senhor, executar as Tuas or-

dens! Como �� dif��cil desvencilharmo-nos dos gri-

lh��es que nos prendem h�� tantos s��culos! E, agora,

como os sentimos fortes, queremos nos libertar!

Quando tudo nos sorri, quando a vida corre

sem atropelos, sentimos que somos capazes de grandes

feitos e que estamos a caminho da evolu����o. Basta,

todavia, uma nuvem toldar o c��u de nossa felicidade

para cair por terra a hipot��tica fortaleza.

23





Cenyra Pinto

N��o praticamos aquilo que ensinamos aos

outros. Somos mestres da causa alheia, alentando

e advertindo o que sofre, pretendendo ensinar-lhe

como se deve conduzir diante de tal ou qual situa����o,

mas na hora em que somos atingidos pela desventura,

vai-se toda a nossa pretensa teoria... E por isso que eu

Te invoco, Senhor.

N��o �� preciso o sofrimento atroz: basta uma

pequena sombra ainda na borda do horizonte para

nos fazer pressentir a dor, e todo o nosso ser freme

de espanto.

Eis por que, Senhor, eu Te suplico: d��-me for-

��as para eu me vencer! Nenhum inimigo fora de mim

existe, eu bem sei. Quando a minha f�� for suficiente,

n��o existir��o para mim nem temores nem apreens��es...

eu saberei olhar de frente, com serenidade, aquilo que

hoje s�� em pensar me apavora.

Reconhe��o meus pontos fracos e gra��as a Ti,

Senhor, come��o a despertar. A compreens��o de Tuas

leis me abre novos horizontes. Vejo agora mais claro,

por��m, aparentemente, n��o sa�� do mesmo lugar. Estou

tra��ando os planos para depois os executar.

24





Levanta-te e anda.

Tu, Mestre, em quem confio de todo o cora����o,

de quem tenho recebido as mais carinhosas e ardentes

provas de amparo na minha vida, que me derrama a di-

vina luz, que me deixa antever as belezas que aguardam

a todos no final da jornada, agora que eu sei o valor

de tudo o que me cerca, que come��o a ver aquilo que

eu apenas mirava de longe, eu Te rogo: Ampara-me,

d��-me for��as para que me levante destemeroso e me

aventure a caminhar junto de Ti.

25





"LEVANTA-TE E ANDA..."

"LEVANTA-TE E ANDA...". SUBLIMES PALAVRAS DO DIVINO

Mestre dirigidas a L��zaro.

Foi necess��rio, todavia, que algu��m retirasse a

pedra que cerrava a sepultura, para que L��zaro pudesse

se levantar.

"Levanta-te e anda...". E L��zaro levantou-se e

caminhou em dire����o ao Mestre.

Assim devemos deixar que se processe em

nossa alma. A pedra que separa a criatura do seu Cria-

dor s�� a pr��pria criatura pode, deve e tem de retir��-la

para ent��o poder ressuscitar dos mortos e caminhar

para a vida eterna.

s

E trabalho do homem retirar a pedra da sepul-

tura e do Cristo ordenar ao morto que ressuscite e ande,

desse Cristo que mora dentro dos cora����es...

26





Levanta-te e anda.

Enquanto a pedra n��o for retirada, n��o haver��

ressurrei����o. Enquanto n��o houver ressurrei����o, n��o

haver�� vida.

Mergulhado na escurid��o do t��mulo, o homem

sente-se intranquilo, insatisfeito, muito embora seja esse

t��mulo feito do mais caro material, mais requintado e

mais rico.

O homem achar-se-�� intranquilo, movimen-

tando-se ora por um motivo, ora por outro; revolver-

se-��, sem saber que posi����o tomar, pois �� muito limi-

tado o espa��o de uma sepultura!

Um dia, afinal, come��a a perceber que est��

preso, sujeito a um fosso escuro e limitado, e ent��o

procura se erguer e investigar o porqu�� de semelhante

situa����o. Percebe que sobre seu t��mulo h�� urna grande

pedra. Grita, urra, blasfema, chora, mas ningu��m o

ouvir��, pois grande parte da humanidade est�� surda

aos rumores que lhe perturbam os prazeres.

Eis que, cansado, debatendo-se nas trevas, re-

conhece que suas for��as se extinguem e que s�� sere-

nando o seu esp��rito poder�� encontrar o modo de sair

dessa pris��o! Entra dentro de si e come��a a meditar.

27





Cenyra Pinto

Surgem os porqu��s. Finalmente reconhece que

a pedra sobre a sepultura �� feita das suas imperfei����es

e que, se transmutar esse material grosseiro, aos pou-

cos ele se transformar�� em algo sutil e leve. Ent��o, o

Mestre surgir�� �� sua frente e ordenar�� tamb��m, como

h�� mil��nios, j�� fizera:

"Levanta-te e anda." E ele ressuscitar�� dos

mortos e subir�� ao seu c��u interior. �� a ressurrei����o!

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DESPERTA!

"Desperta tu que dormes, e levanta-te

dentre os mortos, e Cristo te esclarecer��"

(Ef��sios, 5:15).

DESPERTA, HOMEM!

Desperta desse sono em que vives mergulhado!

Desperta para a vida!

Desperta e procura te encontrar, t��o longe es-

t��s de ti mesmo!

E dizes que vives! E dizes que amas!

Quem dorme n��o vive, vegeta apenas.

Em teus sonhos, queres encontrar os outros

homens e assim vais te distanciando de ti mesmo.

Oh! Homem! como desperdi��as o teu tempo

com o teu sono, com teus sonhos!

2 9





Cenyra Pinto

Tu n��o vives, como pensas, tu n��o ��s quem te

julgas, tu nem sabes quem tu ��s, porque n��o indagaste

ainda:

"Quem sou?"

"De onde venho?"

"E para onde vou?"

N��o! N��o queres despertar para a vida, porque

n��o te interessa a realidade, porque ela te apavora,

porque ��s covarde.

Nada sabes, homem, e te julgas um s��bio.

Teus olhos enxergam e nada v��em.

Teus p��s andam, mas tu n��o caminhas.

Teus l��bios articulam sons e tu nada dizes.

Teus ouvidos escutam, mas tu n��o sabes ouvir.

Tuas m��os gesticulam e se movimentam, mas

tu n��o trabalhas!...

A vida �� luz e tu vives nas trevas; �� amor e tu

o deturpas, tornando a maior beleza em repugnante

sensualismo; �� verdade e tu preferes a mentira; �� jus-

ti��a e tu ��s injusto...

Entretanto, seria t��o simples, t��o belo, t��o di-

vino, se quisesses despertar para te encontrares... ap��s

30





Levanta-te e anda...

os primeiros choques, as primeiras experi��ncias, as

primeiras gotas de fel, verias que valeu a pena, porque

s�� �� homem, realmente, aquele que vive a vida verda-

deira, aquele que ��, enfim, respons��vel pelos seus atos,

e que sabe encontrar na vida a felicidade de viver.

Que importam as gl��rias, se elas s��o ef��meras?

Que importam os tesouros acumulados, se eles

se dissipam?

Que importa a beleza exterior, se ela se esvai?

Tudo �� maravilhoso e fabulosamente bom para

quem vive no amor - o amor a����o, o amor fraternidade,

o amor ess��ncia!

Tudo �� t��o belo para o homem desperto; para

aquele que se encontrou a si mesmo... e segue a vida

sem preconceitos e sem vaidade, ajudando a despertar

seus irm��os que ainda dormem, que ainda sonham e

vivem em pesadelos.

Desperta, homem! Desperta!

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PROCURA TE ENCONTRAR


POR QUE TE ISOLAS, MEU IRM��O? POR QUE PROCURAS TE

afastar de teus irm��os de jornada? Por qu��? Tens medo

de seu conv��vio?

Meu irm��o! A antipatia, a preven����o que se

sente pelas criaturas �� demonstra����o de falta de con-

fian��a em n��s mesmos.

De que tens medo? Por que julgas teus ir-

m��os t��o mal? H�� de tudo na Terra, irm��o, n��o te

iludas. Quando te isolas, na realidade, foges de ti

mesmo, porque s�� poder��s te achar quando em con-

tato com teus semelhantes. Em cada criatura h�� um

pouco de ti mesmo, e ao fugires dos outros, est��s

fugindo de ti...

Encontramos quase sempre peda��os de n��s

pelo caminho. Esses peda��os esparsos nem sempre

32





Levanta-te e anda.

t��m bom aspecto. Ao encontr��-los, temos o dever de

retoc��-los, de buril��-los para que, ao serem incorpo-

rados ao todo, possam ser ��teis.

Vemos refletido sempre o nosso eu nas demais

criaturas. As coisas feias ou belas que avistamos s��o

apenas o nosso reflexo.

"Quando teu olho for puro, todo teu corpo ser��

iluminado".

Pensar��s que muitos erros, muitas falhas que

tens presenciado nos outros tu n��o as tenhas, por isso

n��o podes conceber o reflexo do teu eu. O erro e a

falha moral n��o valem pelo que representam em si. Tu

�� que lhes d��s o reflexo de tua consci��ncia, o valor e a

extens��o de tua capacidade de compreens��o.

Se n��o chegares a saber o porqu�� da vida, n��o

ter��s toler��ncia e julgar��s teus irm��os sem piedade.

Dar��s ��s suas faltas o nome vulgar que tua consci��ncia,

ainda nua de conhecimentos, te ditar��. Eis, pois, teu

reflexo na falta de teu irm��o. Tu espelhas na tua alma

aquilo que teus olhos v��em.

Quando se alcan��a a compreens��o, n��o se tem

mais decep����es, n��o se encontra motivo de espanto,

33





Cenyra Pinto

nem expans��es de exagerado entusiasmo. A serenidade

��, ent��o, a companheira do s��bio.

Procura conquistar-te, meu irm��o. S�� mais teu

amigo. Reconhece que ��s igual a teus irm��os, que eles

n��o t��m nada contra ti e que, portanto, teu lugar ��

junto deles, para assim poderes encontrar a harmonia

interna.

N��o leves a mal a ironia, n��o te magoes com

a ingratid��o, n��o te exasperes com o atrevimento;

antes, procura, no conv��vio com eles, descobrir-lhes a

causa disso para evitares incorrer nas mesmas faltas e

ajudares a corrigi-las.

Se fugires, n��o poder��s enfrentar a ti mesmo,

porque, n��o te esque��as, esses inimigos, representados

pelas imperfei����es, s�� existem em nossa imagina����o,

quando os alimentamos. Eles, por si s��s, n��o viveriam.

S��o parasitas que precisam de seiva alheia para se nu-

trirem. Uma vez que passares a te importar e te preo-

cupar com as qualidades dos frutos que queres produzir,

passar��s a buscar o adubo apropriado para fortalecer

mais a ��rvore, e os frutos se multiplicar��o. A ramagem

se espalhar�� em abund��ncia e as plantas parasitas n��o

34





Levanta-te e anda..

encontrar��o mais galhos para se enroscarem e passa-

r��o a se desagregar, tombando ao solo, servindo para

alimentar a pr��pria ��rvore a que tentaram, antes, su-

focar com seus ramos daninhos e usurpadores. V��, pois,

que "nada se perde, tudo se transforma"1.

Ningu��m �� melhor que tu, nem pior. A vai-

dade, a conduta irregular e outros defeitos que observas

nos demais est��o na raz��o direta de tua capacidade de

observa����o.

Se passares a te misturar com a multid��o,

dando-lhe amor em troca do pior que ela possa te

dar, estar��s dando seiva de vida �� grande ��rvore da

vida, para que, com isso, ela possa se fortalecer e

transformar as plantas parasitas em alimento que a

ajudar�� na prolifera����o.

Que a paz seja contigo e que, de hoje em diante,

possas te unir a teus irm��os de jornada para o grande

trabalho da regenera����o humana...

1. A l u s �� o �� Lei de C o n s e r v a �� �� o da Mat��ria, formulada pelo qu��mico franc��s Lavoisier, c o n s i d e r a d o o fundador da q u �� m i c a m o d e r n a . ( N o t a do Editor) 3 5





CONQ��ISTA-TE A TI MESMO

CONQUISTA O MUNDO SE TE APRAZ, MAS O MUNDO S�� TE

dar�� o que do mundo ��, n��o te esque��as disso. Ter��s

poder, honrarias e teu nome ser�� pronunciado com ad-

mira����o pelos teus irm��os e te sentir��s vitorioso. Mas

se n��o aliares aos predicados mundanos a compreens��o

da verdadeira conquista, ser��s v��tima de tua ambi����o

cega e desmedida, de teu orgulho, da tua vaidade.

Conquista o mundo, se te apraz, goza dos bens

terrenos, desfruta de tudo o que possa causar inveja aos

menos afortunados e aos despretensiosos. Conquista,

luta pela posse de tudo, mas... aguarda o dia do ju��zo!

Se s�� possu��res bens materiais, desprezando o maior

bem, a ��nica fortuna verdadeira, a qual "o ladr��o n��o

chega nem a tra��a r��i"2, tem cuidado!

2. Lucas, 12: 33. (N.E.)

36





Levanta-te e anda..

Conquista a Terra, e ela ser�� tua at�� que, farta

de te saciar, ela te pe��a conta de tudo e tenhas de pagar

com juros o que o mundo te deu.

Por��m, realiza, sobretudo, a conquista mais gran-

diosa da Terra, meu irm��o: conquista-te a ti mesmo.

S�� dono de ti. S�� dono de tuas emo����es e sensa����es e

ent��o ser��s dono do verdadeiro tesouro. Ser��s domi-

nador, em vez de seres dominado.

Ent��o n��o sentir��s necessidade de honrarias

e gl��rias, riquezas e poderes temporais, porque ser��s

dono do ser ideal, que �� o homem que se supera, que

se vence, que se conquista.

E ser��s um senhor, embora vestido de escravo.

E ser��s um comandante, embora marchando como

soldado. E ser��s um rei, embora vivas num casebre e

te cubras de andrajos.

O homem que corre apenas em busca dos bens

terrenos �� ainda a crian��a que se ilude com fantoches

s

e brinquedos. Coisas pueris! E o ser ainda envolto nas

nuvens da ilus��o e que sofre, grita e gargalha como de-

mente, sujeito ��s circunst��ncias da vida. Suas rea����es

s��o temperamentais. Suas atitudes s��o sofisticadas. Sua

3 7





Cenyra Pinto

palavra �� oca, embora seu vocabul��rio seja imponente

e culto. Suas m��os se movem em gestos teatrais, mas

n��o trabalham...

Esse homem, sendo rico e poderoso, �� um ver-

dadeiro paradoxo. Ora alegre e feliz, ora triste e desgra-

��ado, porque �� v��tima de cada momento. Conquista-te

a ti mesmo, irm��o, e ter��s conquistado o mundo.

3 8





EDUCA A TUA MENTE


N��O PENSES NA QUEDA QUE LEVASTE. PROCURA APRENDER

a andar com mais cuidado e olhar onde pisas. V��

apenas a li����o que cada experi��ncia deixou ao passares

por ela. Se mantiveres na tua mente, como num filme,

as cenas desagrad��veis ou mesmo as mais agrad��veis,

visto que o tempo passa, perder��s a oportunidade de

atentar em outras cenas que se apresentarem em se-

q����ncia das anteriores.

Faz como o disc��pulo que n��o papagueia, que

n��o repete as li����es palavra por palavra, mas que ret��m

a ess��ncia do que ouviu, leu ou viu e repete com as

suas pr��prias palavras apenas aquilo que entendeu,

que deduziu. Eis a�� a melhor maneira de gravar algo

e educar a mente.

39





Cenyra Pinto

Se estiveres atento, saber��s tirar proveito de

tudo o que a vida te apresentar. E ser��s, assim, capaz

de transmitir algo naturalmente, sem afeta����o, porque

n��o decoraste as passagens nem as palavras, mas as

compreendeste e sentiste.

Palavras n��o convencem ningu��m se n��o fo

rem naturais, despretensiosas e ditas com convic����o.

Para aquele que decora, basta esquecer uma palavra

ou uma frase para se perder no meio da disserta����o.

Tudo porque n��o penetrou na ess��ncia.

Recordar, portanto, cenas e palavras que fo-

ram vistas e ouvidas �� amarrar-se ao passado sem ne-

nhum proveito. As impress��es deixadas pelo passado

devem ser filtradas, aproveitando-se somente o sumo

puro, para reunir-se ao que apurarmos no presente,

como prepara����o do futuro.

Guardar objetos antigos como recorda����o ��

fanatismo. �� ocupar espa��o que poderia ser ocupado por

coisas utiliz��veis. Imagine-se uma casa cheia de velharias

sentimentais! Como ficaria o progresso? Desprezado?!

N��o! A vida �� para ser conquistada. Ela vem

em bruto, em inv��lucro estranho ��s vezes, mas n��o

40





Levanta-te e anda.

viremos as costas nem nos amarguremos quando esses

inv��lucros forem feios e diferentes do que gostar��amos

de receber. Desatemo-los e vejamos realmente do que

se trata, procurando, com a melhor boa vontade, dar-

lhes agrad��vel aspecto para que deles possamos fazer

bom uso. Com esse gesto, daremos um belo exemplo e

agradaremos aos mestres que est��o incumbidos de nos

assistir e instruir.

Aprender na escola da vida �� n��o fugir das li-

����es para n��o se atemorizar na hora das provas. Se a

mat��ria �� dif��cil, n��o devemos nos desesperar. Ao con-

tr��rio: fa��amos um apelo aos nossos mentores espiri-

tuais para que eles nos d��em for��a e orienta����o, a fim

de que possamos fazer boa prova. Nunca pe��amos que

nos livrem da prova que nos compete, porque n��o h��

suborno nos planos de luz. A lei �� para todos. "A cada

um segundo as suas obras"3. Repito sempre essas pala-

vras do Mestre, porque as acho sempre oportunas.

O ideal �� que nossa consci��ncia n��o nos acuse

de maldades, de injusti��as e outras atitudes negativas.

3. Pedro, 1: 17. (N.E.)

41





Cenyra Pinto

Somos ainda produtos da Terra e, at�� sublimar a ma-

t��ria que carregamos por s��culos e s��culos, muito te-

remos de lutar.

O esp��rito se responsabiliza por uma determi-

nada por����o de barro e, como oleiro consciente que

��, vai, em cada encarna����o, procurando melhorar o

aspecto e a contextura de sua obra at�� conseguir apre-

sentar algo digno de figurar entre as obras-primas do

Alto, na grande colet��nea dos mestres, pois teremos

de chegar a ser tamb��m mestres.

42





NAO TE IMPACIENTES


N��O TE IMPACIENTES, NUNCA! O MOTIVO MAIS S��RIO N��O

�� o bastante para te impacientares, se realmente tens o

olhar voltado para o Alto. N��o h��, na realidade, coisa al-

guma no mundo que mere��a a nossa impaci��ncia. Tudo

o que acontece, sendo necess��rio acontecer, �� motivo

de estudo, de pesquisas, e n��o de impaci��ncia.

Se tudo te persegue na vida, se aquilo com que

sempre sonhaste ainda n��o se concretizou, se a teu lado

vivem pessoas ��s quais ainda n��o conseguiste te ajustar,

luta, mas lembra-te de que o mal est�� em ti mesmo e,

se te impacientares, ser�� contra ti mesmo que deves

te dirigir.

No dia em que conheceres a ti pr��prio, no dia

em que conseguires te harmonizar contigo mesmo, ver��s

harmonia em todos e em tudo o que te cerca, porque

43





Cenyra Pinto

ter��s aprendido a ver com alcance, com compreens��o

e nada te ser�� uma pedra no caminho. Eis a verdade

m��xima da vida: �� dentro de ti mesmo que deves pro-

curar a causa que te leva, freq��entemente, a te irritar,

te impacientar e exigir demais daqueles que de ti se

aproximam.

Queres, muitas vezes, que teus desejos preva-

le��am sobre os alheios e que tuas opini��es sejam as

��nicas a serem respeitadas, al��m de julgares que se-

rias capaz de remover todas as pedras do teu caminho,

de consertar as falhas de todo o mundo, quando as

falhas est��o justamente no teu modo err��neo de ver

o pr��ximo.

A capacidade, o grau de consci��ncia, as ex-

peri��ncias s��o individuais, portanto, n��o podemos ser

todos talhados pelo mesmo molde.

Cada um deve procurar se ajustar ��queles a

quem o destino colocou no seu caminho pela com-

preens��o e n��o por imposi����o. N��o h�� obriga����o cum-

prida quando n��o existe a compreens��o; sem esta, n��o

h�� toler��ncia; sem toler��ncia, n��o h�� paci��ncia; sem

paci��ncia, nada de bom se conseguir�� na vida!

44





APAZIGUA TEU ESP��RITO

HAVENDO OU N��O RAZ��O PARA PROFERIRES CRUELDADES

contra teus irm��os, guarda-te de o fazeres. Fecha teus

l��bios, reprime as palavras insensatas e amargas, ferinas

e vingadoras, e procura recolher-te ao teu santu��rio

interno lembrando das palavras do Mestre: "Antes de

colocares a oferenda no altar, volta, reconcilia-te com

teu irm��o..."4.

Tu, que almejas galgar os degraus da evolu����o

espiritual, jamais dever��s deixar que a tua mente con-

serve pensamentos negros, ditados pelo cora����o cheio

do veneno da indigna����o. Tu te indignaste? Como ��

poss��vel que ainda te deixes arrastar por esse inimigo

tentador - o ��dio?

4. Mateus, 5: 23 e 24. (N.E.)

45





Cenyra Pinto

N��o digas que a indigna����o tem alguma jus-

tificativa, porque eu te repito que n��o h�� justificativa

para esse sentimento.

A criatura equilibrada deve serenar seus ��ni-

mos e manter-se sempre �� altura de resolver qualquer

situa����o, usando a parte sublime da mente, que com-

preende a proced��ncia dos insultos, das injusti��as, das

ingratid��es. Essa parte deve tomar a frente nessas

situa����es e agir com dignidade, mas sem indigna����o.

Quando se compreende a raz��o pela qual aqui

viemos, n��o h�� mais justificativa para certas atitudes,

certos sentimentos, pensamentos ou palavras.

Aquele que nos dirige uma ofensa �� nosso

irm��o, queiramos ou n��o. Que importa saber sua p��-

tria, seus antecedentes, suas prerrogativas? E sendo

assim, por que permitirmos que um analfabeto espiri-

tual, embora at�� com um diploma de filosofia, leve-nos

ao abismo, ao inferno da indigna����o?

E haver�� mesmo raz��o para nos julgarmos su-

periores a algu��m, quer por nascimento, posi����o so-

cial, cor, quer por outra diferen��a de condi����o? Ser��

um rei superior a um s��dito diante do Pai?

46





Levanta-te e anda..

Se tu te ofendes pela ofensa, �� porque menos-

prezas o que te ofende. Ent��o, irm��o, ��s muito mais

analfabeto do que aquele que teve a coragem de se

dirigir a ti ofensivamente.

Apazigua teu esp��rito e reflete bem. N��o h��,

em hip��tese alguma, raz��o para nos indignarmos e es-

perarmos uma ocasi��o para rebater ou levar o irm��o

ofensivo ao banco do r��u. Aprende com ele a ter co-

ragem no bem, como ele teve no mal, e dar��s uma

bela li����o de rela����es humanas e fraternas.

47





TORNA-TE GRANDE!

CRESCE! TORNA-TE GRANDE!FAZE-TE T��O PODEROSO, T��O

forte, que nenhuma for��a seja capaz de te derrubar!

Fortalece-te na f��, alimenta-te de trabalho

produtivo, repousa na esperan��a e segue o caminho

do amor!

Se amares, a toler��ncia ser�� teu lema.

Se amares, saber��s perdoar, ter��s paci��ncia de

trabalhar para recuperar aqueles que te apedrejarem.

Nesse trabalho te fortalecer��s e surgir��o de

todos os lados obreiros da mesma obra, que te insu-

flar��o coragem para prosseguires.

A f�� �� a certeza de que a vida �� o motivo da

nossa liga����o �� mat��ria para experi��ncias novas e que

s�� no conv��vio com outras vidas poderemos lapidar a

48





Levanta-te e anda..

pedra bruta que temos dentro da alma, que nos impul-

sionar�� para a frente, para a eleva����o.

Agiganta-te ante tua pr��pria vista. Cresce

para ti mesmo, sem pretender nem desejar que outros

vejam e se admirem da tua altura e da tua serenidade.

Cresce assim nessa desenvoltura espiritual que faz

pequeno aquele que �� realmente grande.

N��o fa��as quest��o de aparentar o teu desen-

volvimento. A a����o, o trabalho cont��nuo n��o deixam

tempo para narcisismo, nem para se receber lisonjas

fr��volas.

Trabalha para crescer.

Torna-te grande!

Assim ver��s Deus...





4 9





SE PERSEVERAS, VENCER��S

A LUTA �� ��RDUA NO CAMPO DA VIDA. INIMIGOS SORRA-

teiros nos espreitam e as ciladas est��o �� nossa frente:

em cada passo que damos, em cada minuto que passa,

em cada pulsar do nosso cora����o, pois em tudo o que

vemos e sentimos, existe uma porta que est�� aberta

para o precip��cio, para o abismo.

Ent��o, dir��s: a vida �� uma urdidura maligna

do destino com o ��nico fim de nos perder! Mas assim

n��o ��. Tudo o que acabamos de figurar t��o tr��gica e

assustadoramente �� o s��mbolo daquilo que, estando em

n��s t��o integrado, n��o percebemos, e por isso mesmo

vamos nos deixando arrastar para o abismo, sem ne-

nhuma rea����o para evitarmos a queda fatal.

Os instintos, que se acham integrados no nosso

sangue, pulsam com o nosso cora����o, entram e saem

5 0





Levanta-te e anda..

na nossa respira����o, pela lei da atra����o e da repul-

s��o. N��o nos podemos esquivar de dar e receber da

mesma moeda, porque cada um recebe valor igual ao

que deu.

Se ao sair o alento do peito, sai com ele amor,

de volta trar�� ele esse mesmo amor, fortalecido pela

uni��o que faz a for��a. Assim agindo e pensando, n��o

ter��s de recear os inimigos nem as ciladas, tampouco

os precip��cios, porque ser��s luz e a luz conquista as

trevas.

Os inimigos e todo esse cortejo de acidentes

desagrad��veis a que est��o sujeitos os homens imprevi-

dentes, indiferentes ou irreverentes n��o existem para

aqueles que cr��em numa for��a inteligente e suprema

e que se sabem parte dessa for��a. Nada receie aquele

que sabe ver Deus nas menores e mais insignificantes

coisas, como nas mais grandiosas.

Aquele que considera a l��grima e o sorriso

como igualmente necess��rios �� evolu����o, aquele que

n��o se oculta nem foge �� luta dos instintos e que os

deseja sublimar sabe que esses instintos s��o a base da

cruz ou a terra em que ela est�� plantada.

51





Cenyra Pinto

Essa cruz eleva-se para o alto, mas precisa pe-

netrar na Terra para ir buscar mat��ria grosseira a ser

utilizada para o servi��o da evolu����o.

N��o h��, em verdade, nada ruim nem inferior e

sim coisas em estado primitivo, que s�� pela boa vontade

e perseveran��a do homem poder��o vir a sublimar-se e

subir ao centro da cruz no qual est�� a rosa para expan-

dir-se em b��n����os de luz.

Persevera, pois, amigo irm��o. N��o te irrites

com as irrever��ncias. N��o te desanimes quando, ap��s

lutares e julgares terminada a luta e conquistada a vi-

t��ria, o inimigo surgir de novo - revestido de nova

apar��ncia e com armas diferentes - e contra ti investir

com maior viol��ncia. Isso vem para provar que n��o se

pode cessar a luta at�� a consuma����o dos s��culos.

Sublimando um tipo de for��a, dominar��s essa

for��a. Por��m, outras se apresentar��o mais perigosas

para que as conquistes, e assim, uma ap��s outra sur-

gir�� em nossos caminhos. N��o haveria progresso se a

luta paralisasse. Seria o fim. E o fim n��o existe.

Os que j�� sabem que est��o a servi��o s��o justa-

mente os que s��o chamados a atender incumb��ncias

52





Levanta-te e anda..

pesadas e dif��ceis, pois muito se espera e se precisa

desses servidores.

Para o leigo, para o materialista, essa disser-

ta����o �� louca ou fantasiada demais. Mas a nossa fi-

nalidade n��o �� falar ��s pedras mortas... Dirigimo-nos

aos irm��os que comungam conosco e conosco est��o

no af�� de evoluir e de conquistar a vit��ria do esp��rito

sobre a mat��ria para, em dias vindouros, podermos ser

��teis realmente nessa imensa obra de regenera����o...

Persevera, pois, e vencer��s.

53





VIVER E APRENDER SEMPRE


SE A VIDA FOSSE UM FARDO INTOLER��VEL, COMO SE DIZ POR

a��, n��o seria t��o disputada das garras da morte, pois,

vermo-nos livres de algo que nos incomoda, �� o nosso

desejo.

Entretanto, n��o h�� quem n��o lute desespera-

damente para conseguir mais dias de vida. Como se

concebe lutar para obter aquilo que nos �� t��o penoso,

t��o intoler��vel?! Eterno paradoxo...

A vida �� um fardo que carregamos prazerosa-

mente - desde que esteja cheio de tudo que a nossa

fantasia imagine - e com desprazer quando cont��m

coisas tristes e desagrad��veis.

Como poder��amos tirar proveito desta passa-

gem terrena se n��o conhec��ssemos o verso e o reverso

54





Levanta-te e anda.

da vida? Como poder��amos sorrir �� alegria se n��o co-

nhec��ssemos a l��grima de dor?

�� preciso saber que a vida n��o �� aquilo que

quer��amos que ela fosse, mas o que �� preciso ser. N��o

�� um fardo dif��cil de se carregar quando compreende-

mos que ela �� a ��nica oportunidade que temos para

nos reabilitarmos. Para, nas horas amargas, desenvol-

vermos em n��s a resigna����o e a paci��ncia; al��m de

cultivarmos a f�� e saber, ent��o, dar valor ao primeiro

raio de sol, ap��s tremenda tempestade.

"Quem passou pela vida em brancas nuvens...".

Poemeto simples, que encerra a grande verdade da vida:

"foi espectro de homem, n��o foi homem. S�� passou

pela vida; n��o viveu".

S�� a dor �� capaz de elevar o esp��rito ��s regi��es

mais altas do infinito em busca de um lenitivo. E a alma

em prece �� qualquer coisa de divino. N��o blasfemes,

chamando a vida de "fardo intoler��vel". Bendize essa

passagem pela Terra e procura tirar dela todo o proveito

espiritual para que, ao transpor as fronteiras do invis��vel,

possas te sentir liberto das atra����es terrenas e estar pre-

parado para recome��ar nova tarefa mais edificante.

55





"NEM S�� DE P��O VIVE O HOMEM"

N��O VACILES EM PRATICAR O BEM. SEJA QUEM FOR QUE TE

solicite um favor, n��o lhe recuses, a n��o ser que te seja

absolutamente imposs��vel.

E preciso estares atento ��s necessidades alheias

e n��o esperares um convite para auxiliar naquilo que es-

tiver a teu alcance. "Nem s�� de p��o vive o homem."5

Se teus recursos financeiros forem escassos, n��o

�� justificativa para ficares inativo, pois possuis dons

preciosos com que poder��s servir sem despender um

centavo: s��o os dons do cora����o. Um olhar, um sorriso,

uma palavra acolhedora, amiga, confortadora repre-

sentam uma boa parcela, que poder��s distribuir a m��os-

cheias, vendo cada dia mais acrescido o teu tesouro.

5. D e u t e r o n �� m i o , 8: 3. (N.E.)

56





Levanta-te e anda..

Todas as criaturas, no momento, est��o vivendo

dramas pungentes. O ciclone da dor est�� varrendo os

quatro cantos do universo. E cada um �� levado por esse

vento assustador a situa����es duras, dif��ceis, quando n��o

desesperadoras.

Eis que aquele que j�� possui os conhecimentos

que faz de um mendigo milion��rio n��o deve ocult��-los,

mas distribu��-los amorosamente pelo caminho. N��o te

recuses, pois, a servir quem quer que seja. Todos s��o

teus irm��os e precisam de ti, como precisas de todos.

A vida �� eterna colabora����o.

N��o tranques egoisticamente os dons preciosos

com que a divina sabedoria te agraciou. ��s portador

de preciosos tesouros e �� tempo de distribu��-los. "E que

s��o esses tesouros?", perguntar��s.

O dom da palavra, a bondade do cora����o, o

discernimento da raz��o; o equil��brio que esse conjunto

forma representa nos tempos que correm um tesouro

de inestim��vel valor. Ent��o, n��o podes guard��-lo se ele

j�� n��o te pertence.

Acumulaste-o pelos s��culos afora, com l��gri-

mas e sacrif��cios, n��o para ficar oculto "sob o alqueire", 5 7





Cenyra Pinto

mas para que seu resplendor se espalhe e infiltre em

todos os que passarem por ti.

Nas horas angustiantes da vida, a melhor d��-

diva �� a presen��a amiga, a palavra consoladora, o olhar

compreensivo e as atitudes bondosas e edificantes.

E tu, que tanto almejas galgar mais um degrau

na escalada para os altos planos, mais do que ningu��m

precisas estar atento a qualquer ru��do, para veres e sen-

tires de onde vem e o que significa. E ent��o agir��s segui-

damente de acordo com as necessidades do momento.

Assim, compreender��s que muito poder��s cola-

borar ao ajudar a alimentar os famintos da alma e perce-

ber��s que, realmente, "nem s�� de p��o vive o homem".

58





LUTA INTERNA

NADA �� MAIS IMPORTANTE NA VIDA QUE A PR��PRIA VIDA.

Viv��-la �� sabedoria. Interpret��-la �� a grande

ci��ncia.

Na pr��tica, a dificuldade de exprimir o que a

teoria ensina �� a chave do "Abre-te, S��samo". Muitos

s��o os que ensinam, explicam com abund��ncia de de-

talhes a beleza dos ensinamentos que a vida oferece.

Poucos s��o os que, na hora de viver essas explica����es

t��o profundas, realmente as p��em em execu����o.

Descrever uma batalha, mostrando os pontos

estrat��gicos, o dever de se mostrar valente e cora-

joso, disciplinado e vigilante, �� realmente digno de

admira����o, mas ouvir o soar das trombetas chamando

ao campo de luta, ver frente a frente o inimigo, de-

frontar com mil perip��cias, ouvir o troar dos canh��es

5 9





Cenyra Pinto

e sentir o corpo transpassado de proj��teis �� a reali-

dade a que os teoristas nem sempre resistem. E, n��o

raro, dep��em as armas e fogem espavoridos, ante o

horror da batalha.

Eis que, amigo irm��o, aquele que se alistou no

grande batalh��o n��o pode mais retroceder como um

covarde. Seu dever o chama e ele obedece. N��o pensa

em depositar as armas, porque sente que s�� ser�� vito-

rioso se lutar at�� o fim.

N��o me refiro, �� claro, �� guerra de sangue,

�� guerra propriamente dita, mas ��quela mais cruel,

a que se processa na alma humana, quando se v�� a

bra��os com os mais graves problemas que a vida possa

oferecer... Essa guerra leva o indiv��duo �� loucura, ao

destino ou ao dom��nio total, �� vit��ria sem precedentes

- a vit��ria do bem contra o mal. O mal!... Como se

existisse o mal!...

Nossos sentidos desorientados e in��beis v��em

trevas em lugares nos quais a luz est�� oculta e a�� se

apavoram. Afasta o que impede a claridade, e a treva

se dissipa, como por encanto. "H�� males que v��m para

o bem!"

60





Levanta-te e anda.

Todos os supostos males s��o os gritos selvagens

da alma do troglodita, que ainda tem os seus ecos no

nosso mundo interior. Acalmar esses gritos, at�� tor-

n��-los murm��rios cariciosos, �� o dever do homem que

quer se sublimar.

O af�� de suavizar essa voz, cujos gritos s��o de

vingan��a, revolta, indigna����o, arrog��ncia, vaidade e

outros ditames ainda selvagens, �� a guerra que deve-

mos travar sem descanso.

O que vem de fora, provocando esses gritos

desesperados, n��o poder�� mais encontrar eco naquele

que j�� se dominou, que j�� se venceu.

Luta, irm��o, para que nada tenha o poder de

te atemorizar, te decepcionar e te levar ao desespero.

Luta para conquistares a tranq��ilidade interna, a se-

renidade, que n��o se corrompe ainda que afrontada,

injuriada, apedrejada e deturpada.

Nessa luta, nesse ardor de te libertares dos

��nicos inimigos reais - teus instintos ainda selva-

gens -, poder��s dizer que a tua vida �� importante,

porque pensas seriamente nela, com o prop��sito de

sublim��-la. E pensa:

61





Cenyra Pinto

O que hoje nos �� t��o pesado,

Dif��cil de carregar,

Amanh�� pode ser pluma,

A nos acariciar.

62





A CONQUISTA DO SILENCIO


QUANDO EM N��S SE FIZER SIL��NCIO, ALCAN��AREMOS A

serenidade.

A serenidade �� o repouso, a liberta����o, a re-

compensa. A serenidade �� a paz, a harmonia interna.

Como conquist��-la?

Lutando at�� vencer os desejos.

Desejar algo �� estar na depend��ncia, �� estar

preocupado, �� ser ainda escravo.

Quando cessa o desejo, j�� n��o h�� mais motivo

de luta. J�� vencemos todos os inimigos. J�� nos con-

quistamos. Podemos dar a ordem de comando a n��s

mesmos, como quem move uma pluma sem esfor��o,

porque sabemos manejar as armas. Seremos, portanto,

senhores e n��o servos.

63





Cenyra Pinto

A simplicidade, e desse modo a naturalidade,

ter�� em n��s suas representantes diretas. Seremos o

prot��tipo, sem, todavia, nem de longe entulharmos a

nossa mente com essa preocupa����o de comando, de

dom��nio, de superioridade.

Compreenderemos que n��o estamos fazendo

nada demais e nem sentimos o que estamos fazendo.

N��o prestaremos aten����o nem �� lisonja, nem �� cr��tica,

nem �� censura. Apenas cumpriremos o nosso dever,

como seres humanos, integrados j�� na realiza����o do

nosso eu real.

Eis que hoje, quando percebo em mim, ainda,

tend��ncias a certas inferioridades, eu me rejubilo por j��

poder perceb��-las. Seria pior se eu ainda permanecesse

cego sem ter, sequer, no����o da exist��ncia da luz.

Como poderia lutar pela posse de algo, se isso

n��o existisse para minha compreens��o? Assim, com o

firme prop��sito de alcan��ar a serenidade em dias vin-

douros, hoje luto, obediente ��quela m��xima do Cristo:

"Vigiai e orai"6. Estou pouco a pouco me desvendando

6. M a t e u s , 26: 4 1 . (N.E.)

64





Levanta-te e anda..

a meus pr��prios olhos e espero que cada pedacinho

encontrado em mim em mau estado eu possa corri'

gi-lo, buril��-lo e torn��-lo, enfim, em condi����es de

obedecer ao comando.

E quando se fizer sil��ncio em meu ��ntimo,

quando eu souber, em sil��ncio, realizar os ensina-

mentos do Mestre, alcan��arei a serenidade, porque

estarei realizado.

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AMANH�� SER�� OUTRO DIA

QUALQUER QUE SEJA A TUA ATIVIDADE NA TERRA, N��O TE

envergonhes nem te orgulhes de ser ela humilde ou

elevada. Lembra-te de que s�� tem valor a ess��ncia, e

n��o a apar��ncia.

Teu m��rito n��o est�� na natureza da tua ati-

vidade, mas na maneira como a desempenhas. Se ��s

construtor ou servente, que importa? O importante

�� que te compenetres do teu trabalho, executando-o

com crit��rio e procurando melhor��-lo cada vez mais.

O exemplo �� muito mais valioso que a palavra.

N��o te importes com a classifica����o que te

derem, com elogios ou cr��ticas desfavor��veis. Apenas

deves importar-te com a tua conduta, a tua consci��n-

cia. Nem te entriste��as quando outro menos eficiente,

menos criterioso, passar a tua frente, conquistando o

66





Levanta-te e anda.

lugar que deveria ser teu. S�� tu te podes graduar ou

censurar, se j�� est��s apto a te conheceres e saberes a

que te destinas. E sabes bem que "o teu vai a teu dono", mais hoje, mais amanh��.

Teus irm��os de jornada terrena n��o t��m todos o

mesmo ponto de vista. Muitos ainda nem usam a vista;

vivem ��s cegas, se atropelando mutuamente, por n��o

enxergarem o lugar que pisam nem o que est��o fazendo,

julgando, cada um, ter direitos que o outro n��o tem.

Para esses, ainda n��o �� poss��vel essa orienta����o.

Antes eles ter��o de se engalfinhar at�� que, nessa luta,

se rasgue o v��u que lhes obscurece a vista.

N��o conv��m caminhar ��s cegas. Quando se

abrem os olhos e se divisam as coisas com as suas

formas verdadeiras, admite-se que a vida terrena �� a

mais bela oportunidade que o esp��rito encarnado pode

conceber. Ent��o, come��a-se a movimentar, a devastar

a estrada, divisando mais e mais as belezas, que a ce-

gueira da ignor��ncia ocultava.

S��bio n��o �� o que possui muitos diplomas ou

o que discorre lindamente sobre qualquer assunto,

mas aquele que encarna seu papel com consci��ncia e

67





Cenyra Pinto

caminha ao sol ou �� chuva, quer no frio quer no calor,

quer no vento quer na calmaria, levando consigo a

paz, a serenidade.

Tudo �� belo!

Sorri feliz dentro da vida

e a vida te sorrir��.

"Amanh�� ser�� outro dia"!

68





TUDO TE PERTENCE


N��O TE ACANHES DE PEDIR QUANDO REALMENTE PRECI-

sares. Em verdade, nada se pede e nada se d��; en-

trosa-se, re��ne-se, aproxima-se o que est�� disperso,

t��o-somente �� espera de ser unido.

N��o h��, pois, nenhum motivo para orgulho

em dar ou humilha����o em pedir. N��o dever��amos

pensar que algu��m �� propriet��rio de alguma coisa e

que tem o direito de reter aquilo que vem ��s suas m��os

para ser distribu��do. Seria paralisar a cadeia magn��fica

de amor universal e socorro m��tuo.

No ato de pedir algo ou favor, o ser est�� traba-

lhando, desenvolvendo a confian��a em si, a servi��o da

transmuta����o. Quando ocupamos algu��m na hora

em que realmente precisamos ou n��o podemos de

forma alguma executar sozinhos uma tarefa, estamos

69





Cenyra Pinto

transformando o orgulho, a vaidade e, ao mesmo tempo,

dando oportunidade a esse algu��m de colaborar co-

nosco na grande obra.

Se a pessoa se recusar, �� que n��o est�� ainda ca-

pacitada para o servi��o. N��o devemos recuar, amua-

dos ou desanimados, quando isso acontecer. Teremos,

nessa ocasi��o, mais uma oportunidade de transmutar

dentro de n��s o ressentimento, o despeito ou a re-

volta, em compreens��o, toler��ncia e paci��ncia. Outros

companheiros de labuta surgir��o de alguma parte e

vir��o colaborar conosco. A vida �� um jogo de eterna

coopera����o.

Ningu��m pede e ningu��m d��, tudo �� de todos e

h�� de tudo para todos. Nessa atitude, portanto, pode-

remos desenvolver em n��s grandes possibilidades para

grandes realiza����es.

Ponhamos de lado o receio de parecermos im-

portunos ou inoportunos. Pensemos que um cirurgi��o

s�� opera cercado de auxiliares para poder, no menor

espa��o de tempo poss��vel e com a m��xima efici��ncia,

realizar a cirurgia. Somos, ��s vezes, cirurgi��es e ��s

vezes auxiliares.

70





Levanta-te e anda..

O valor do trabalho n��o est�� na categoria de

quem o executa, mas sim no amor que impulsiona

aquilo que executamos. Irmanemo-nos, pois, e traba-

lhemos em conjunto, porque tudo �� de todos e tudo

obedece a uma s�� finalidade: a integra����o no todo.

71





NUNCA ESTAMOS SOS


N��O TE ESQUE��AS, IRM��O AMIGO, QUE POR ONDE ANDARES

n��o estar��s s��, embora a solid��o se te afigure uma rea-

lidade. Nem te esque��as que teu eterno companheiro

n��o te abandona um s�� instante, estejas onde estiveres,

fa��as o que fizeres. Lembra-te, entretanto, que ele,

esse companheiro silencioso, discreto e am��vel, est��

atento a teus menores pensamentos, e que teus gestos,

por impercept��veis que sejam, s��o assistidos, analisados

e gravados por ele.

V�� como procedes, por onde andas, o que

pensas, pois jamais iludir��s a esse amigo que nunca se

separa de ti. Ele, um dia, quando daqui partires para

outras regi��es, apresentar-se-�� ante teus olhos invi-

s��veis, j�� livres da venda que a mat��ria p��s �� tua frente,

e tu o poder��s reconhecer, enfim!

72





Levanta-te e anda..

Sentir-te-��s feliz e te rejubilar��s em reconhe-

c��-lo, se agires bem na Terra. E te contorcer��s de remor-

sos, de arrependimento e de vergonha, se agiste mal.

Se queres despertar em paz e sentir a beleza e

a alegria deste encontro com o grande amigo e com-

panheiro, em tua ��ltima viagem, quando acordares do

outro lado da vida, meu irm��o, pratica o preceito do

Mestre: "Vigiai e orai".

Esse conselho, cremos, �� o mais adequado para

quem ainda n��o percebe que tem em si mesmo um

guardi��o, um vigilante atento que um dia lhe desven-

dar�� cena por cena toda a sua passagem pela Terra.

Procura, pois, seguir um caminho reto; faze um

apelo �� miseric��rdia divina para que, nas lutas, nos em-

bates da vida, n��o te desnorteies, n��o te desorientes ou

desesperes e que a compreens��o e a sabedoria sejam teus

auxiliares mais pr��ximos nesta escala para a evolu����o.

Teu vigia, teu companheiro invis��vel, �� a tua

consci��ncia, o teu Deus, meu irm��o. E o Eu divino,

em ti. Respeita essa presen��a como se a visses viva diante

de teus olhos, e teu caminho ser�� claro e tua cami-

nhada suave.

73





PAZ DE CONSCI��NCIA

OBSERVA, IRM��O AMIGO, SE EST��S EM PAZ COM A TUA CONS-

ci��ncia. Essa �� a advert��ncia que tem sido e ser�� feita

em todos os tempos e a todos aqueles que se filiam

a uma escola, cuja finalidade �� colocar o homem no

caminho. Paz de consci��ncia! Essa paz, t��o sonhada,

t��o ansiosamente desejada, meu irm��o, �� o produto de

permanente esfor��o no sentido de nos desvencilharmos

de tantos la��os que nos v��m amarrando desde o prin-

c��pio dos princ��pios.

H�� criaturas que nos d��o a impress��o de serem

donas dessa paz. T��o reto nos parece o seu proceder,

tanta solicitude vemos em suas maneiras, tanta no����o

de responsabilidade nos d��o seus menores atos, que che-

gamos ��s vezes a tomar tais criaturas como modelos e

74





Levanta-te e anda..

desejamos nos aproximar delas, para aprendermos, tam-

b��m, a conquistar esses mesmos dons t��o apreci��veis.

Mas eis que, ao nos fazermos seus ��ntimos, nos

decepcionamos! S��o mascarados, embu��ados em vestes

filigranadas de ouro! Todas aquelas atitudes quase

sublimadas s��o t��o-somente para uso externo. Seu ��n-

timo ��, n��o raras vezes, mais negro do que a mais negra

noite sem lua! Sua alma �� feita de sombra...

Os atos praticados junto daqueles que os des��g-

nios colocaram sob sua guarda s��o frios, premeditados

ou perversos e revoltantes. As atitudes gentis que

essas pessoas dispensam aos demais s��o pura encena-

����o estudada para causar boa impress��o. O altru��smo,

sua maneira generosa de obsequiar, de ser a primeira a

fazer doa����es, algumas vezes al��m de suas posses, s��o

desmentidas pela usura dentro do seu lar. E quantas

vezes esse lar �� mantido pelos esfor��os sobre-humanos

de um c��njuge fiel e dedicado!

O modo cort��s com os de fora �� a m��scara da

mentira que este ser retira ao transpor os portais de sua

casa, desse pequeno mundo onde deveria haver amor,

solicitude, bondade e carinho! E no lar precisamente

75





Cenyra Pinto

que se revela tal qual �� na realidade: tira a m��scara e se

apresenta ao natural.

Meu irm��o: pensa bem em tudo isso; examina

a tua consci��ncia. V�� se podes dizer, lealmente: "Estou

no caminho certo"? Estou me esfor��ando para tomar

posse dessa paz interna, t��o desejada por todos? Luto

e lutarei para me libertar das minhas fraquezas, das

minhas inferioridades? Estou convicto de poder esperar

obter, com a ajuda de Deus e dos mestres, essa paz em

meu cora����o?

Aonde fores levar��s contigo tua consci��ncia.

V��, pois, por onde andas e o que fazes, porque ela es-

tar�� sempre presente, e se tens a liberdade de realizar

tudo o que quiseres, sabes tamb��m que responder��s

por tudo o que fizeres.

Se queres realmente conquistar a paz, a felici-

dade firme e duradoura, n��o te esque��as, meu irm��o,

que tudo deve come��ar de dentro para fora: que o teu

lar deve ser, para ti, um templo. Deves adorn��-lo com

as flores de tua amabilidade, de teu respeito, pois s��

se �� feliz fazendo-se felizes ��queles que nos rodeiam e

que de n��s dependem...

76





Levanta-te e anda..

Faze tudo isso sem ostenta����o, sem exageros,

pois o excesso ��, em geral, prejudicial. S�� equilibrado

e sensato em todos os teus atos. S�� tamb��m amigo,

sincero e acolhedor e procura ser teu pr��prio amigo,

dignificando todos os teus atos e palavras.

Mira em sil��ncio o teu cora����o; ele �� como

todos os cora����es, o templo de Deus vivo. N��o mas-

cares teus atos, porque n��o conseguir��s enganar a ti

mesmo, e um dia ser��s chamado para dar conta de tudo

o que praticares... E ent��o poder�� haver "ranger de

dentes", quando te defrontares com tuas v��timas, no

outro lado da vida.

Todos os que palmilhamos este plano terreno

somos sujeitos a toda sorte de tenta����es. Cumpre-nos,

orando e vigiando, delas nos livrar. Que a luz bendita

se fa��a em todos os esp��ritos e que as rosas flores��am

em suas cruzes.

7 7





QUE A LEI SE CUMPRA


N��O DEVEMOS CONCEDER A COISA ALGUMA O PODER DE

nos preocupar. Nossa f�� deve ser t��o grande, t��o forte,

que n��o permita que outra for��a a sobrepuje. N��o esta

f�� sentimental que leva a criatura a fazer pedidos e

prometer tudo a Deus e aos santos, sem muitas vezes

cumprir com as suas promessas.

Refiro-me a outro tipo de f��, a qual, para ser

sentida, �� preciso, antes de mais nada, voltar um pouco

e nos reportarmos ao princ��pio de tudo o que foi criado,

para chegar at�� o Incriado, origem de todas as coisas.

A f�� piegas nos torna choramingos, infantis,

capazes de tudo prometer, em troca daquilo que pe-

dimos em dado momento.

N��o concebemos maior infantilidade que a

de fazer trocas de d��divas com aqueles que j�� est��o

78





Levanta-te e anda.

em n��vel t��o alto e perderam o contato com as coisas

materiais.

N��s nada damos, em geral, sem esperar re-

compensa. Mas eles, os que j�� se superaram a ponto

de n��o precisarem mais voltar ao nosso plano para

viver a nossa vida, esses n��o se vendem mais!

Devemos aprender, antes de tudo, a conhecer

o grande poder que nos foi conferido - o poder da f��

- e dele nos utilizarmos sempre, dirigindo-o freq��en-

temente para sua fonte de origem.

Sabemos que existem seres sublimes designados

para determinados setores de trabalho aqui no nosso

plano. Por��m, eles cumprem a lei, obedecem a seus

superiores hier��rquicos que, por sua vez, cumprem

ordens do Senhor dos Mundos.

Tudo obedece a uma cadeia de princ��pios, e

fora desses princ��pios tudo �� pueril e sem raz��o de ser.

Portanto, n��o h�� raz��o para preocupa����es!

Se nossa mente aceitar convictamente a infa-

libilidade de Deus e suas leis e se cumprirmos da me-

lhor forma poss��vel seus mandamentos, n��o teremos,

em absoluto, motivo para nos preocuparmos com

79





Cenyra Pinto

nada, porque perceberemos que tudo o que acontece

est�� absolutamente certo.

Cabe-nos, criaturas ainda viventes da Terra,

apenas fazer a parte que nos compete, o mais bem-

feito poss��vel; o resto n��o nos deve preocupar, porque

n��o est�� ao nosso alcance e s�� compete ao Senhor

Supremo. Essa f�� �� a ��nica que tem sua raz��o de ser.

Cumpramos o nosso dever, obede��amos ��s leis

da Terra e do C��u e deixemos que a lei se cumpra,

porque cumprir-se-�� sempre bem.

80





REVER��NCIA �� CRUZ

COM UMA DE TUAS M��OS, REVERENCIAS A CRUZ; COM A

outra, esmagas os teus irm��os. Com uma constr��is, com

a outra destr��is. Com a m��o direita, acaricias; com a

esquerda, esbofeteias. Quanta coisa boa, ��tima mesmo,

�� feita e dentro em pouco �� destru��da e seus destro��os

sapateados.

A criatura humana �� misto de Deus e de de-

m��nio. �� como a Terra, com suas noites c��lidas, suas

manh��s amenas e seus furac��es e tempestades. A

alegria e a dor, o amor e o ��dio s��o as manifesta����es

de Deus e do dem��nio, respectivamente. Se n��o se-

pararmos os autores da dor e da alegria, do amor e

do ��dio, poderemos destruir a f�� que as almas simples

acalentam.

81





Cenyra Pinto

Se dissermos que n��o existe absolutamente

nada real que n��o seja amor e que todas as outras ma-

nifesta����es de vida s��o como o malho e o ferro - um

batendo no outro para o aperfei��oar -, talvez n��o nos

d��em cr��dito.

O malho representa as paix��es terrenas per-

seguindo o homem at�� a consuma����o dos s��culos.

Em si, o malho n��o �� mau: �� simplesmente L��cifer

em a����o. Est�� a servi��o do mestre executando a sua

pobre tarefa.

A princ��pio, o homem se deixa amoldar para

se tornar belo e superior aos demais. A idade �� o seu

condutor. Quando, afinal, ele chega aonde a vaidade

o levou e se envergonha de sua pequenez, pois reco-

nhece o rid��culo do exibicionismo.

Ent��o, possuidor de conhecimentos v��rios que

a vaidade lhe outorgou, ele se dirige para o seu ver-

dadeiro setor de trabalho, empulhando ferramentas

diferentes das que usava at�� ent��o.

Mudando de indument��ria e tirando a m��s-

cara, ele continua sendo o mesmo homem, por��m,

com a alma ressuscitada dos destro��os do outro que

82





Levanta-te e anda..

deixou para tr��s. E a�� �� que se processa a sua inicia����o

no caminho que o levar�� �� supera����o. Ergue-te e ca-

minha! Esse �� o lema.

Aprende a ter sobre o teu peito, em sinal de

obedi��ncia, uma de tuas m��os enquanto ajudares, en-

quanto beneficiares teus irm��os. N��o deixes que teu

lado esquerdo se dirija para a vaidade, com pretens��o

de seres um Deus, s�� porque esbanjas tuas migalhas!

Assim n��o esmagar��s teus irm��os com uma das m��os,

enquanto a outra reverencia a cruz!

83





"PAZ NA TERRA" -

AOS HOMENS, BOA VONTADE

VENCE PRIMEIRAMENTE OS INIMIGOS QUE TE TORTURAM

antes de desejares a paz. N��o h�� paz sem antes ter ha-

vido guerra. Nem vit��ria sem luta. N��o se conquistam

louros sem se ter lutado e vencido.

Paz �� a companheira ideal da criatura. Mas di-

ficilmente �� conquistada, porque queremos possu��-la

sem merec��-la.

N��o h�� guerra mais nobre e edificante do que

a que se trava para a obten����o da paz interna, ��nica e

verdadeira. N��o derramamos sangue nessa guerra, mas,

simbolicamente, em cada encontro com os inimigos,

em cada investida, em cada pedacinho de terreno que

conquistamos - as almas das criaturas -, espargimos

84





Levanta-te e anda.

sangue em borbot��es e os olhos, muitas vezes reflexos

amigos das confid��ncias da alma, deixam cair torrentes

de l��grimas e lavam o solo da alma tinta de sangue. A

alma �� o corpo de desejos, a outra forma de express��o

do corpo f��sico; ela �� sempre atra��da por elementos

designados para tentar o homem fraco e inexperiente,

como o homem forte e cheio de conhecimentos...

O corpo, mat��ria neutra, vai para onde o le-

varem, por isso o homem fraco cai mais rapidamente

que o que j�� conseguiu se conquistar. O corpo �� um

ve��culo, cujo cocheiro �� a mente.

A mente consciente, com as r��deas nas m��os,

dirige esse carro, o corpo f��sico. Come��a a guerra: a

mente consciente ou superior, quando devidamente

adestrada e bem equipada, faz, aos poucos, prisioneiros

os inimigos que servem ao corpo de desejos e, �� pro-

por����o que os captura, educa, disciplina, at�� que eles

passam a se incorporar ao ex��rcito da luz. Da�� a sen-

ten��a "nada se perde, tudo se transforma", enunciada

pelo qu��mico Lavoisier.

Nunca, em verdade, esses elementos foram ini-

migos do homem; sendo dementais, eles agem como

85





Cenyra Pinto

ordena a sua rudimentar consci��ncia. No entanto, uma

vez capturados e esclarecidos, passam a sua for��a para

o lado oposto de sua atividade e come��am a colaborar

com a obra divina.

Se, porventura, essa mente superior habita

ainda recentemente nesse ve��culo humano, sente-se

insegura, impotente e obediente �� lei do livre-arb��trio,

n��o pode impedir que o corpo de desejos lhe roube

as r��deas e possivelmente cometer�� pela vida afora

verdadeiros desatinos.

Uma vez esse ve��culo tombando j�� para n��o

mais se erguer, essa alma procura insatisfeita outro ve��-

culo para se alojar, at�� lhe ser designado outro mais

conveniente.

Perambula no espa��o, atingindo os encarnados

e agindo sobre eles, cujas mentes igualmente desa-

tentas n��o percebem a aproxima����o do inimigo, dei-

xando-o, desse modo, dominar-lhes a mente. E o caso

das obsess��es.

Amigo irm��o em Cristo! Observa bem tudo o

que se aproximar de ti. N��o com olhos desconfiados

e medrosos, mas bem abertos e conscientes para que,

86





Levanta-te e anda..

sempre que aparecer um estranho, um desses elementos

negativos, a mente seja acolhida, educada e trazida ao

seu verdadeiro lugar.

Inclina����es seculares, tend��ncias que v��m de

ancestrais e que se inocularam no sangue por provas

c��rmicas, n��o s��o, como muitos pensam, imposs��veis

de serem transformadas.

A paci��ncia de se estudar a si mesmo, a vigi-

l��ncia constante, o cuidado com os menores gestos e

pensamentos s��o o que pouco fazemos, por isso somos

levados aos trancos e barrancos pelas estradas obscuras

e inseguras da vida.

Jamais algu��m conhecer��, nem desfrutar�� da

verdadeira paz enquanto n��o descortinar dentro de

si todos os recantos para, nessa inspe����o, ver o que se

oculta nas trevas para fazer a luz divina.

Isso, meu amigo irm��o, �� uma guerra! Uma

guerra encarni��ada, de vida ou morte. Pois a vida e

a morte s��o justamente os opostos. O nascimento se

processa depois do aniquilamento ou morte de algo

que cede seu lugar ao que vem. O amor sucede ao

��dio. Mas enquanto existir o ��dio, o amor n��o nasce.

87





Cenyra Pinto

Morram, pois, todos os elementos destruidores

da evolu����o, nessa guerra que te estimulo a iniciar para

que teus opostos possam nascer, viver e se renovar na

grande escalada da evolu����o.

"Paz na Terra"7 - aos homens, boa vontade.

7. Lucas, 2: 14. (N.E.)

88





CONSELHO AMIGO


O COMPORTAMENTO DAS CRIATURAS NA TERRA �� OBSER-

vado, analisado e condenado ou elogiado. O homem,

usando apenas a percep����o externa, n��o tendo ainda

a capacidade de penetrar no ��mago das coisas, cos-

tuma julgar pelas apar��ncias. Nisso consiste todo o

sofrimento, toda a dor que a humanidade sente. Nada

h�� mais insignificante que os atos de uma criatura.

Jamais algu��m demonstra, por atos, aquilo que

est�� se realizando no seu mundo interior. E note-se,

n��o o faz propositadamente, com o prop��sito de iludir

ningu��m. A pr��pria criatura que d�� vaz��o ao seu es-

tado d'alma n��o se d�� conta de que a manifesta����o,

ou seja, a exterioriza����o por atos, �� absolutamente

diferente do seu processo interno.

8 9





Cenyra Pinto

E um processo ou um fen��meno que ningu��m

se interessa em observar. Por isso, Cristo disse: "Quando

tiverdes ouvidos de ouvir e olhos de ver..."8.

O homem se satisfaz com o que seus olhos e

ouvidos materiais lhe transmitem. N��o se preocupa

com o que se esconde atr��s dos atos ou da causa que

produziu o efeito. Por isso vai por a�� atirando fora

o que seria de grande valor para a sua evolu����o e

guardando os res��duos, ou seja, o que o perturba e o

faz sofrer.

O sofrimento s�� existe para aquele que con-

serva no seu mundo interior detritos, coisas pernicio-

sas, portanto anti-higi��nicas para o seu Eu divino.

A verdade ��: raro �� aquele que p��ra para ob-

servar esses pequenos detalhes e se interessa real-

mente em solucionar os seus problemas usando a sua

mente superior. E assim vai atirando sobre os demais

o seu desapontamento, a sua insatisfa����o, a sua inca-

pacidade de compreens��o, culpando a todos de tudo

o que lhe acontece de mal.

8. D e u t e r o n �� m i o , 29: 3. (N.E.)

90





Levanta-te e anda..

O mal �� apenas o produto da incapacidade de

assimila����o daquilo que transformaria a vida terrena

num campo de concentra����o de for��as positivas a

servi��o do bem.

P��ra um pouco tuas atividades e pensa comigo:

quem sou eu? Por que fui colocado entre as pessoas

que comp��em a minha fam��lia? Por que essas pessoas,

as mais queridas para mim, voltam-se contra mim e

tentam me amesquinhar?

Ent��o, tu ter��s como resposta: eu sou um esp��-

rito, de passagem pela esfera terrena, com a finalidade

de aprender. Aqueles que ora s��o meus parentes car-

nais s��o outros tantos esp��ritos, igualmente em apren-

dizado na Terra. N��o me querem ferir nem me ames-

quinhar. Est��o executando o seu trabalho.

Talvez alguns sejam escultores que, para apri-

morar a sua est��tua, tenham de usar instrumentos

pesados e cortantes que, empregados por suas m��os,

ferem muito mais que pelas m��os de estranhos. Mas se

eles est��o pr��ximos de n��s, a sua incumb��ncia, embora

espinhosa, tem de ser executada. Fazem uma experi��n-

cia neles pr��prios e n��s teremos de compreender que o

91





Cenyra Pinto

sentimentalismo deve ser o nosso ponto fraco e por isso

eles tiveram de aceitar esse trabalho dif��cil de, ao ser-

virem de exemplo, ajudar a modelar a nossa est��tua.

Aceit��-los, pois, e am��-los como colaborado-

res da nossa obra na Terra �� uma forma de libert��-los

dessa incumb��ncia desagrad��vel; e a n��s mesmos es-

taremos ajudando, aprendendo a li����o da paci��ncia e

toler��ncia e sublimaremos a nossa est��tua de barro,

que um dia se aperfei��oar�� e ter�� asas. At�� esse dia,

tenhamos f�� e coragem e oremos juntos para que n��o

caiamos em tenta����o.

Tudo �� belo para os olhos que sabem ver e os

ouvidos que sabem ouvir. Transformar tudo, com a va-

rinha m��gica do amor, por onde passarmos, �� o segredo

da felicidade eterna.

N��o ouses perdoar. Tu n��o tens nada para per-

doar. Ningu��m te fez mal algum. E tu mesmo que est��s

fechando os olhos e os ouvidos de tua alma para n��o

veres nem ouvires, e de olhos e ouvidos cerrados, tudo

se deforma para ti.

Abre os olhos, agu��a os ouvidos e percebe o

que est�� a tua volta. V�� a beleza de tudo o que te cerca.

92





Levanta-te e anda..

V�� quanta grandeza existe nas almas que te rodeiam.

Ama-as e procura sacudir essa nuvem pessimista e ne-

gativa que est�� tentando envolver-te. Tu trazes uma

miss��o �� qual outros seres espirituais est��o ligados e

que n��o pode ser interrompida. N��o permitas que as

apar��ncias turvem tua f��.

V�� naqueles que te p��em �� prova, que querem

ajudar a aprimorar tua est��tua, o amigo benfazejo e co-

rajoso que se permitiu fechar as comportas do pr��prio

desejo de ser bom, para exibir aquilo que ele usa, apa-

rentemente contra ti, por necessidade do momento.

Aguarda e persevera. Se ouvires as minhas pa-

lavras, o meu conselho amigo, e puseres em pr��tica

esses preceitos, ser��s, em breve, convocado para tra-

balhos de alta relev��ncia.

J�� me alonguei demais e espero que, dentro de

pouco tempo, eu venha felicitar-te pelo teu "retorno

�� casa paterna", mais forte, mais consciente, mais

eficiente e transbordante de f��.

93





PACI��NCIA

APARENTEMENTE TUDO OCORRE SEMPRE DA MESMA FORMA,

uma vez que n��o haja nenhum acidente estranho, ne-

nhuma modifica����o vis��vel no dia-a-dia. Mas �� apenas

aparente essa rotina, porque a modifica����o se faz per-

manente a cada instante.

N��o se repelem os fatos, como possa parecer,

sempre os mesmos, embora, na forma, na apresenta����o

sejam id��nticos. Tudo se modifica continuamente. N��o

imaginamos quanta transforma����o se opera no nosso

cotidiano, com todos os fatos repetidos, com a mono-

tonia da vida.

A monotonia �� resultante dessa repeti����o de

fatos sem nenhuma mudan��a que traga uma sensa����o

nova, um novo aspecto na vida.

94





Levanta-te e anda..

Eu digo n��s porque, embora j�� me encontre em

outro setor de experi��ncia, fora da esfera terrena, me

sinto uno com meus irm��os e ainda sujeito ��s mesmas

falhas, aos mesmos enganos, uma vez que a evolu����o

n��o p��ra. Quando vencemos uma etapa, come��amos

outra e as dificuldades de adapta����o continuam.

Agora, permite-me, leitor, falar de mim, n��o

para me exibir como um esp��cimen diferente, mas

para trazer um pouco de mim mesmo, das minhas in��-

meras experi��ncias.

Todas as ��pocas t��m seus altos e baixos, seus

pr��s e contras. N��o h�� ��poca privilegiada, porque tudo

est�� dentro de um plano que se desenvolve normal e

ininterruptamente.

A experi��ncia mais extraordin��ria que me foi

concedida realizar, a qual mais l��grimas de sangue me

fez derramar, foi no setor da paci��ncia. Sempre me jul-

gava tolerante, paciente. Jamais poderia admitir que

abrigasse em meu ser esses sentimentos t��o condena-

dos por mim. Isso porque raramente nos conhecemos.

Pois bem. Sofri muito, porque sempre quis ser

juiz, palmat��ria do mundo. N��o concebia um deslize,

95





Cenyra Pinto

n��o admitia uma mentira, e as criaturas que n��o par-

tilhavam do meu ponto de vista, eu as acusava sem

piedade e as perseguia quanto podia.

Ent��o, quando algo me prejudicava injusta-

mente, eu n��o tinha piedade, n��o tinha m��os a medir.

Na minha indigna����o, n��o deixava impune o erro de

algu��m contra mim.

Assim caminhava eu, cheio de emp��fia, de vai-

dade e desejo de mando, quando a vida me atirou de

cima do pedestal e eu me vi, em uma de minhas en-

carna����es, como o mais vil dos homens, arrastando-me

pesadamente no meio do loda��al de todos os v��cios que

eu acusara e apedrejara. A lembran��a n��o acompanha

a criatura pelas vidas sucessivas, por isso n��o me po-

deria imaginar um rei destronado.

Sofri todas as persegui����es e castigos que a

minha in��pcia havia impingido aos meus irm��os de

jornada terrena. As dores e as afli����es s��o as melhores

amigas e, ao lado delas, atravessamos as trevas para

ver a luz.

Foi atravessando esse p��ntano, empurrado, es-

corra��ado, perseguido, que compreendi e senti pela

96





Levanta-te e anda.

primeira vez o Deus vivo, atuando em tudo o que existe.

N��o foi assim sem mais nem menos que isso se deu.

Havia eu sido levado �� pris��o por furto, brigas e bebe-

deiras. Apanhei muito e fui atirado ao fundo da cela.

Quando ca�� l�� como um trapo, um companheiro

de infort��nio me amparou e sorriu para mim, com

simpatia e bondade. Estranhei que aquele homem,

largado numa cela infecta, sorrisse daquele jeito para

mim, um p��ria da sorte. Ele compreendeu a minha

estranheza e disse:

"N��o te admires de me ver sorrir para ti, mes-

mo estando eu aqui como um trapo. Tenho aprendido

muito, n��o s�� aqui neste cub��culo mas pela vida afora.

Venho de boa fam��lia, que tudo me deu para

eu ser um grande homem, na concep����o deles. No

entanto, preferi perambular pelo mundo, n��o por va-

diagem, mas para aprender o que os livros n��o me

poderiam ensinar. Vi de tudo e aqui estou porque fui

apanhado dormindo num banco de jardim. Amanh��,

talvez, ou hoje ainda, me mandem embora, mas antes

de ir-me, quero deixar-te uma ��nica advert��ncia: n��o

culpes os homens do mal que te acontece.

97





Cenyra Pinto

Procura reconhecer que andas num caminho

escuro e regenera-te, pois pressinto que tua alma est��

prestes a deixar este inv��lucro, j�� t��o castigado pelos

v��cios. As pancadas, os maus-tratos, a vida decadente

que levas t��m te tirado a faculdade de raciocinar.

Tem paci��ncia com as provas a que a vida te

submete e sabe que poder��s ainda ser feliz, mesmo

aqui neste c��rcere, se come��ares agora mesmo a pen-

sar na raz��o de ser da vida e perguntar a ti mesmo por

que tens rolado como uma bola e ter��s a resposta.

Depois, arma-te de paci��ncia, suporta as conse-

q����ncias de teus erros; procura dentro de ti a centelha

divina, alimenta-te com a f�� na tua reabilita����o.

Todo tempo �� tempo. E quando outro compa-

nheiro for atirado aqui como tu o foste, recebe-o como

eu te recebi e d��-lhe do que te estou dando e em breve

poder��s ser feliz, mesmo nas mais duras provas."

Desse dia em diante, comecei a minha esca-

lada de ascens��o. E a palavra paci��ncia ficou gravada

em minha mente, e aquela intoler��ncia passada foi

se diluindo �� propor����o que eu vencia o orgulho e

a vaidade.

98





Levanta-te e anda..

Hoje, sou um dos adeptos da paci��ncia, acre-

ditando que a compreens��o da vida nos ensina que

n��o temos o direito de julgar ningu��m e que devemos

suportar consciente e pacientemente as imperfei����es

dos nossos irm��os menos esclarecidos.

Bendita seja a paci��ncia!

99





TOLERNCIA

�� TOLERNCIA! A T �� ONDE PENETRAM AS TUAS RA��ZES?

Onde te estendes?

Qual a tua trajet��ria?

Como em tudo na vida, deves te expressar com

equil��brio.

N��o podes dominar todo o terreno, porque ou-

tras plantas precisam tamb��m germinar junto de ti...

Se te seguirmos na tua trajet��ria infinita, como

acudiremos e recuperaremos aqueles que, apoiados e

acobertados por tua frondosa copa, estacionam como-

damente, absorvendo o n��ctar da tua seiva?

Quando destro��adas as vidas, os desgra��ados

clamam contra ti porque acolhes os seus algozes.

At�� onde, toler��ncia, devemos te acompanhar se ��s,

100





Levanta-te e anda.

justamente, a alcova que esconde, convidativa, os trans-

viados do caminho!

Sob a tua cobertura, o mal prossegue sua trilha.

Com a tua prote����o, aquele que n��o conhece os direitos

alheios e as leis divinas sente-se �� vontade e at�� incen-

tivado a prosseguir numa vida dissoluta, acarretando,

n��o raras vezes, dores e desespero pelo mundo afora.

Como usar-te, afinal, toler��ncia? At�� onde le-

var��s, com a tua suposta prote����o, todos os r��probos

da vida?

*

* *

Humanidade louca e desenfreada! N��o ma-

cules os sentimentos mais sublimes que possu��s com a

tua incompreens��o.

O que denominas de toler��ncia, humanidade

cega? Por que abusas dos voc��bulos, em vez de buscar

a ess��ncia das coisas, na fonte de onde tudo prov��m?

N��o nos conhecendo, n��o nos sentindo, nem

percebendo os sentimentos palpitarem vivos dentro

do peito, como poderemos conhec��-los e sobre eles

nos expressarmos?

101





Cenyra Pinto

Por que viver indagando ��s cegas, confabulan-

do, armazenando novidades, se nada de ��til pretendes

realizar em prol dos irm��os de quem te ocupas?

Compraz-te em salientar os fatos com deta-

lhes e, por isso, te afastas da causa que introduz os

efeitos.

Jamais te aproximar��s, assim, da fonte eterna,

nem beber��s da ��gua viva se te entregares a essa esp��-

cie de trabalho, qual seja o de conspirar inutilmente.

Permite que cada coisa aparentemente fique

onde est��, que ela mesma sair�� no seu devido tempo.

Poder��s, sem embargo, auxiliar a recolocar cada coisa

no seu devido lugar, mas, para tanto, �� preciso cultivar

a serenidade, produto da compreens��o.

Deixa os voc��bulos ficarem nos dicion��rios,

entra no teu cora����o e l�� encontrar��s todos os signifi-

cados, todos os substantivos, todos os adjetivos apro-

priados a cada coisa e aprender��s tamb��m a maneira

como deves te conduzir perante a tua consci��ncia e o

teu Deus interno.

Fazes quest��o de apar��ncias. Queres resulta-

dos imediatos e assim estragas uma bela ocasi��o de

102





Levanta-te e anda..

realiza����o eficiente e construtiva, desviando tua aten-

����o para o efeito e esquecendo-te da causa.

Presta aten����o: �� a toler��ncia que te faz cruzar

os bra��os ante os erros dos teus semelhantes, quando

podias ajud��-los? E ela que igualmente te permite per-

manecer em erro e te faz encolher os ombros em pre-

sen��a da adversidade que atinge teus irm��os da Terra?

E ela que te fecha os olhos diante da grandeza de certos

atos, perante a beleza de certas situa����es, ante as atitu-

des altru��stas de irm��os que j�� se conduzem melhor do

que tu? E ela que te concita �� maledic��ncia, a tantos

outros atos que censuras nos outros, mas n��o em ti?

N��o, meu irm��o. Isso �� covardia, �� inveja, �� de-

samor. Se n��o tens capacidade de sentir o belo, mesmo

nas coisas feias, n��o menciones voc��bulos cujo alcance

ignoras.

"Amai-vos uns aos outros como eu vos amei"9

- assim disse Jesus. N��o necessitar��s empregar termos

apropriados para cada ato, porque teus atos ter��o a ex-

press��o adequada ��s tuas verdadeiras manifesta����es.

9. J o �� o , 15: 12. (N.E.)

103





Cenyra Pinto

E que um dia n��o te perturbes mais com os

significados, nem indagues mais para que lugar te levam

os sentimentos, porque teu discernimento te orientar��

diretamente.

104





QUEM N��O DEVE N��O TEME

SE A NOSSA CONSCI��NCIA ESTIVER EM PAZ, TODAS AS CA-

l��nias e todas as injusti��as n��o poder��o nos atingir.

Sentiremo-nos como algu��m que, usando roupa im-

perme��vel, a lama que se lhe atiraram em cima resva-

lar��, deixando as vestes intactas. No entanto, as m��os

que atiraram essa lama n��o se livrar��o de ficar sujas

e malcheirosas.

Pobres m��os que, esquecendo a sua verda-

deira miss��o, comprazem-se em desvirtuar o dom di-

vino que o Senhor lhes concedeu. Ajudemos a limpar

essas m��os e ensinemo-lhes outra ocupa����o mais no-

bre, mais bela.

N��o lhes retribuamos com a mesma lama, pois

assim de nada serviria estarmos revestidos de mat��-

ria imperme��vel externamente, ou seja, apenas pelo

105





Cenyra Pinto

verniz da boa educa����o. N��o basta sermos educados e

corretos, mas tamb��m bons e compreensivos.

O mundo em que vivemos n��o comporta de

bom grado atitudes dessa natureza. E covarde para

o mundo aquele que desafia a ofensa com a n��o

resist��ncia.

Mas deixemos o mundo dos mortos e viva-

mos no mundo dos vivos. Os mortos s��o aqueles cuja

alma est�� sepultada nesse turbilh��o de paix��es mes-

quinhas. Deixemo-los at�� que eles pr��prios se sintam

desassossegados e apavorados com os fantasmas de

suas a����es e pensamentos.

N��o os desprezemos, nem ironizemos a sua

ignor��ncia. Sejamos complacentes como se f��ramos

enfermeiros ou m��dicos e tiv��ssemos de lidar com

doentes mentais. A camisa-de-for��a n��o ser�� empre-

gada para reprimi-los. Eles mesmos se incumbir��o de

vestir-se mutuamente.

Quando se sentirem perdidos, chamar��o por

n��s e receber��o o tratamento adequado a cada caso.

At�� l��, mentalizemos amor e complac��ncia para todos

os que, iludidos pela vaidade, tentarem se antepor ��

106





Levanta-te e anda..

nossa frente, armados da maledic��ncia, do ego��smo e

outras armas que eles sabem manejar com maestria.

Portanto, caminhemos como irm��os em Cristo,

atravessando as encruzilhadas sem nos determos para

indagar por que nos perseguem.

E um dia, n��s teremos a chave de todas as por-

tas e penetraremos no nosso templo interno, levando

a l��mpada acesa do amor que tudo d�� e nada pede.

107





AVANTE!

N��O DESISTAS NUNCA DA LUTA, MESMO QUE TEU ADVER-

s��rio pare��a estar ganhando, tuas provis��es escasseando

e o terreno falseando.

N��o desistas! Mesmo que surja qualquer es-

p��cie de imprevisto, que pare��as estar irremediavel-

mente perdido. Prossegue sem desalento, sem des��-

nimo, porque todos os obst��culos desaparecer��o ��

medida que confiares na possibilidade de ser vitorioso,

de ainda vencer.

Quando a luta se mostra mais encarni��ada, te-

mos a prova de que o inimigo est�� apelando para todas

as suas reservas por nos acharem persistentes e firmes.

Avante! Mais um impulso, mais uma investida

e teremos rompido o bloqueio e nos veremos do outro

lado, exaustos, mas vitoriosos.

108





Levanta-te e anda..

A luta que travas �� uma dessas que aniquilam,

que prostram um regimento inteiro se n��o tiver um

comandante de fibra. Mas tu n��o ��s fraco. Sabes

bem o que queres, conheces as manhas do inimigo

e suas for��as; logo, n��o deves te entregar vencido.

Precisas vencer.

Aproxima-se o fim do combate. O inimigo de-

sesperado, j�� sem muni����es, apresenta o seu ��ltimo

estratagema. Parece que ele est�� com tudo a seu favor,

tal o furor de seus ataques. Mas sabes que isso significa

o ��ltimo alento, o desespero de causa.

Ag��enta mais um pouco. Arregimenta tuas

for��as de reserva, nutre-te bem e d�� o golpe final.

Assim, breve nos reuniremos para festejarmos mais

essa vit��ria, que ser�� mais uma, apenas, numa s��rie

intermin��vel de vit��rias que vir��o.

Feliz aquele que n��o se importa com os ga-

l��es e sim com as realiza����es! Feliz aquele que n��o

espera as condecora����es dos homens, mas sim a re-

compensa de haver-se conquistado, no combate tra-

vado no seu interior, subindo decididamente no seu

pr��prio conceito, e estando qualificado a receber

109





Cenyra Pinto

novas incumb��ncias cada vez mais dif��ceis, por��m

de maior m��rito.

Que Deus seja teu estandarte! A tua arma, o

teu ideal! E que o teu destino seja a perfei����o!

110





HEI DE VENCER


NADA ME IMPEDIR�� DE CAMINHAR, EMBORA TODOS OS

obst��culos se anteponham �� minha frente; embora as

encruzilhadas sejam confusas e in��meros os precip��-

cios. Nada, afirmo, poder�� me retardar na caminhada,

porque eu quero e hei de vencer!

Hei de vencer todas as armadilhas, que, para

me porem em prova, surjam sob todos os aspectos e

todos os disfarces. Quando se quer realmente alguma

coisa, os empecilhos s��o at�� incentivos, provoca����es ��

nossa capacidade, paci��ncia e perseveran��a.

S�� desanima e desiste aquele que n��o sabe

querer e n��o sabe o que quer. Sempre foi e ser�� eter-

namente rodeada de armadilhas, de ciladas, a vida

terrena, n��o fosse esse planeta o das oportunidades, a

escalada, o meio pelo qual se chegar�� a um fim.

111





Centra Pinto

Sabendo de antem��o que n��o permitiremos de

forma alguma que algo nos embargue os passos, embora

muitas vezes exaustos e desanimados tombemos, essa

queda ser�� somente por instantes, porque n��o podemos

admitir em nossa perspectiva vis��es t��tricas, nem assus-

tadoras. E esses momentos, �� propor����o que os formos

superando, ir��o se distanciando, distanciando, at��

desaparecerem por completo.

N��o h�� nada capaz de vencer aquele que se

considera invenc��vel. E essa for��a, essa invencibili-

dade, s�� se obt��m pela f��, pela certeza da exist��ncia

de um Ser Supremo que, dirigindo todos os planos, n��o

excluiu o nosso; e se a evolu����o n��o p��ra e nem retro-

cede, n��s tamb��m n��o paramos nem retrocedemos,

sen��o ilusoriamente.

Uma vez conscientes dessa verdade, por que

temer, por que nos acovardar, por que n��o marchar

triunfantes, embora pare��amos perder terreno?

Todos temos conhecimento de que n��o per-

demos nunca, embora tudo se destrua e caia a nossos

p��s. Toda luta �� a����o e toda a����o �� movimento sempre

compensador.

112





Levanta-te e anda.

N��o h�� derrota, n��o h�� fracasso, n��o h�� pre-

ju��zo. H�� sempre triunfo quando se sai em campo para

se lutar por um ideal nobre.

Nada temo, nada existe nem existir�� com o

poder de me impedir os passos, nem de me desviar da

minha rota. Hei de vencer!

113





DAR!

DAR N��O �� S�� DISTRIBUIR. DAR N��O �� ESTENDER A M��O E

deixar em outra m��o um ��bolo ou um objeto. Dar �� en-

tregar a alma inteira numa palavra amiga, num sorriso,

num olhar, numa prece.

Dar �� atender ��s necessidades do corpo, mas,

antes, preparar o estado da alma.

Dar ��, enfim, expandir-se em amor e caridade.

Dar �� perdoar, �� esquecer as ofensas, �� acudir

aos que sofrem.

Dar �� compartilhar do sofrimento alheio como

se o faria nas horas de festas e alegrias. Dar �� ser vi-

bra����o e espalhar b��n����os.

Dar �� unir-se ao todo e com ele unificar-se

para o bem. Eis o verdadeiro sentido desse pequenino

voc��bulo.

114





Levanta-te e anda..

Compreend��-lo e interpret��-lo �� sabedoria.

Vem do Alto a ordem: "Dai de gra��a o que de

gra��a recebestes"10. Pessoas h�� que vieram com a miss��o

de cumprir essa ordem suprema. Feliz aquele que, rece-

bendo essa ordem, prontifica-se a p��-la em execu����o.

Esquece de ti que j�� tens luz e lembra-te dos

cegos de esp��rito, dos doentes do corpo e, ainda mais,

dos que ainda n��o encontraram o caminho na estrada

da vida. Tu que vieste para dar, d�� a m��os-cheias. N��o

reserves nada para ti, sen��o as sobras, e ter��s a mais

farta recompensa.

Um gemido, um grito de ang��stia, um passo

para o abismo, uma blasf��mia, e deves estar pronto a

acudir, para amparar a queda, para salvar do naufr��-

gio a alma que est�� prestes a se afogar no desespero, e

assim trabalhando, incans��veis para a causa do Cristo,

estar��s conquistando a palma da vit��ria que receber��s

das m��os do Mestre Supremo.

�� dif��cil atravessar uma estrada pedregosa e

cheia de espinhos, mas se conseguirmos isso veremos

10. M a t e u s , 10: 8. (N.E.)

115





Cenyra Pinto

que o outro lado dela �� t��o divino, t��o maravilhoso,

que valeu o sacrif��cio.

D��-me a m��o amiga, e caminhemos juntos

por essa estrada. Os espinhos apenas te arranhar��o,

as rochas duras n��o te tocar��o os p��s porque o bem

tem asas e voa. Curaremos, ampararemos, consola-

remos um ao outro e, juntos para a finalidade m��-

xima da vida, chegaremos ao outro lado da estrada

e contemplaremos a luz bendita do crep��sculo da

suprema gl��ria.

Gl��ria a Deus!

116





SERVIR


PARA SERVIR, S�� �� PRECISO QUERER SERVIR.

Quem n��o pode servir?

Tu, por que ��s pobre?

E tu, por que ��s doente?

E tu, ainda, por que teus afazeres

ou teus deveres sociais n��o te permitem?

E tu, por que algu��m a teu lado te impede?

*

* *

Tu n��o serves, irm��o, porque n��o queres servir,

porque teu cora����o �� ��rido, porque o gemido do teu

semelhante n��o chega ao teu cora����o, porque te fazes

cego, mudo e surdo por comodismo, por conveni��ncia.

Hoje te retrais para n��o servires, amanh�� cho-

rar��s as oportunidades perdidas e tamb��m por n��o seres

117





Cenyra Pinto

ouvido, nem visto nem sentido na tua dor, no teu de-

sespero, quando tamb��m precisares de quem te sirva.

Servir �� amar, �� dar-se num sorriso, num aperto

de m��o, numa palavra amiga e compreensiva. �� ser leal,

justo, e n��o infiel a ponto de contaminar a vida da-

queles que j�� levam consigo seu farnel envenenado.

E, enfim, estar atento a todos os momentos da

vida para, em qualquer setor, em qualquer situa����o,

estar apto a ser o elemento de paz, de conc��rdia, de

harmonia.

Teu tempo, irm��o, deve ser melhor aproveitado.

Deves come��ar a descascar esse fruto precioso, cuja

casca o impede de ser conhecido e aproveitado. Teu co-

ra����o �� esse fruto - nutritivo delicado e macio, por��m

envolto ainda por uma casca grosseira, ��spera e feia.

Afasta essa casca e usa esse fruto para ali-

mentar a vida de um animal de forma humana. Sua

fun����o verdadeira foi anulada, e seu conte��do inu-

tilizado. Es respons��vel por esse fruto, cuja raiz se

aloja no c��rebro, de onde parte o alimento para ele.

Trabalha para que essa raiz se abaste��a no seio

da terra m��e, por��m vai buscar seu alimento na beleza

118





Levanta-te e anda..

que essa matriz maravilhosa tem e n��o nos seus esgo-

tos, nos seus detritos.

Sabes qual �� o significado dessa alegoria? A

Terra �� tua nutriz; ela te deu a mat��ria e a alimenta, mas

tem as suas impurezas, ou seja, material ainda grosseiro

em potencial, cujo aspecto ��, para os leigos, repelente;

al��m de seu campo magn��tico ser negativo.

A Terra, portanto, d��-nos o material em bruto,

em ess��ncia; filtr��-lo �� trabalhar na alquimia que trans-

forma o metal grosseiro em ouro puro. �� preparar o

"elixir de amor", o n��ctar sublime da vida eterna.

E hora de enfrentares esse trabalho. Como des-

bravador ind��mito, deves ser o caminhante que tomou

conhecimento de onde pisa e para onde se destina.

Teu cora����o deve ser a tua meta. �� o fruto

ainda envolto em grossa e ��spera casca. �� o casulo

que oculta a linda borboleta. Mais um impulso e ele

ser�� desembara��ado dessa feia casca e ser�� o alimento

apetitoso e nutritivo com que te alimentar��s e dar��s

a m��os-cheias a todos os transeuntes que passarem

por ti, para que eles sintam que, tamb��m como tu,

podem ser ricos de amor.

119





Cenyra Pinto

Teu trabalho �� apenas for��ar essa casca e reti-

r��-la de uma vez. Ent��o saber��s o que de maravilhoso

possuis sem que ainda soubesses. E a ��nica parte ainda

em bruto que apresentas, por isso usas o amor de forma

rudimentar, superficial e incompleta.

N��o basta para o adepto ao caminho da luz

amar apenas aos seus familiares e a uns e outros afins.

Essa �� ainda uma forma ego��sta de amor. S�� recebe o

t��tulo de adepto aquele que j�� sabe servir a qualquer

um, a qualquer hora, em qualquer lugar e situa����o.

Que s�� tem ouvidos, olhos e boca para o bem e cujas

m��os n��o se cansam de produzir as mais variadas e

preciosas prendas para dar em b��n����os, em trabalho

de cura, de car��cias, de benef��cios...

Trabalha, irm��o, pois �� hora de servir de co-

ra����o. Esquece-te de tuas afli����es e necessidades,

dedica-te ao servi��o redentor do Cristo. "E dando

que se recebe."11

E do que mais precisa o homem? Dos bens pe-

rec��veis, que jamais produzem o que deles se espera ou

1 1 . Frase p e r t e n c e n t e �� " O r a �� �� o da paz", atribu��da a S �� o F r a n c i s c o de A s s i s . ( N . E . )

120





Levanta-te e anda.

dos bens do esp��rito, que fazem sempre do mais pobre

um milion��rio, do mais ignorante um s��bio?

Servir! Eis a finalidade do ser espiritual.

Servir �� amar.

121





VERDADEIRO SERVI��O

ALIVIAR OS MALES ALHEIOS, SEJAM ELES DE QUE NATUREZA

forem, �� ainda o melhor meio de nos libertarmos de

nosso grande inimigo: o ego��smo.

Pensar com amor em nosso irm��o e levar-lhe

sempre o nosso aux��lio quando ele for requisitado �� o

maior bem que podemos fazer a n��s mesmos.

Todo aux��lio prestado oportunamente e de

boa vontade �� a forma exata de entrarmos em con-

tato direto conosco e nos reabilitarmos dos delitos

passados.

Se fores requisitado para levares teu aux��lio,

quer em palavras quer em atos, n��o te detenhas em

indagar se deves ou n��o atender.

Logo que te integrares nessa campanha de de-

votamento e assist��ncia ao sofrimento de teus irm��os,

122





Levanta-te e anda.

ver��s teus males se afugentarem como se um terr��vel

drag��o os perseguisse.

�� a lei. Todos os vermes e insetos da sombra se

afugentam da luz. E os males s��o os vermes e as serpen-

tes venenosas que se ocultam na sombra para atacar.

Temem a luz, que �� o bem desinteressado.

Que te importa que v��s socorrer quem esteja

coberto de maldades e indignidades? Que te importa

que, ao levares teu aux��lio, sejas seguidamente enxo-

tado, injuriado e maltratado? S�� te deve importar o

servi��o que prestares. As conseq����ncias, n��o.

N��o digas nunca que n��o sabes fazer, seja o que

for que te pe��am. Todos n��s podemos realizar verda-

deiros milagres quando estamos convictos de que agi-

mos em nome de Deus.

D��, no momento, aquilo que te pedem. Quer

a palavra consoladora, o conselho sensato, um passe

magn��tico, uma b��n����o para um agonizante, um b��l-

samo para qualquer dor de que natureza fores tu podes

dar, porque Deus age pelas m��os dos Seus disc��pulos.

Sejas tu um disc��pulo do Mestre. Sejas o "sal

da Terra" e a tua vida se transformar�� num espl��ndido

123





Cenyra Pinto

jardim, cuja beleza e perfume ser��o o repouso, o con-

vite ao verdadeiro col��quio da alma com o seu grande

amor - Jesus.

Que a b��n����o dos altos dirigentes dos planos

da luz te sejam prop��cias; que jamais desperdices uma

oportunidade de levar luz onde haja treva; amor onde

haja ��dio, paz onde haja guerra.

Purificado o cora����o, teu corpo ser�� purificado

e tuas m��os obedecer��o ao impulso ben��fico de teus

mentores espirituais que est��o a teu lado sempre, para

que, sem receio, realizes o que deves e precisas realizar.

Paz e amor �� o que desejo.

124





"A CADA UM SEGUNDO





AS SUAS OBRAS


CADA UM TEM O QUE MERECE. CADA UM COLHE O QUE

semeia. N��o importa a ��poca em que a semente foi

lan��ada ao solo, o que importa �� que ela foi.

Se o terreno era f��rtil, germinou seguidamente

e, se n��o, custou um pouco mais, por��m germinou na

certa. A colheita ser�� sempre de acordo com o plantio:

boa ou m��, farta ou escassa.

O c��tico, ou seja, o presumido, o que se se-

para ostensivamente do todo, crente de que ele so-

zinho caminhar�� e chegar�� �� meta, esse se perder��

na estrada, porque seu ego��smo e sua vaidade o des-

nortear��o. Ele se julga um deus, antes de haver sido

primeiro um homem.

125





Cenyra Pinto

O castigo �� mera fantasia, e o pr��mio, um cha-

mariz aos interesseiros. Os caminhos para se alcan��ar

a meta s��o v��rios, mas ela �� a mesma para todos.

Cada um burila-se, constr��i-se, mas no con-

v��vio com seus semelhantes. Ningu��m constr��i sem

material. E cada um de n��s �� um material diferente

que dever�� ser reunido para que o edif��cio se erga. E

essa troca de material leva o oper��rio a examinar a

qualidade e selecionar os melhores.

As esc��rias, n��o podendo ser aproveitadas na

obra, n��o s��o inutilizadas e sim devolvidas a locais onde

entrar��o em fus��o novamente, voltando, de quando

em quando, at�� n��o mais sobrar escolhos no paneiro.

Feliz de quem se deixa misturar a outros para poder se

transformar em material ��til.

Quem condena a vida por sentir-se espezinhado

por ela e procura desiludir aqueles que a v��em com bons

olhos - embora esteja fornecendo material de trabalho,

pois est�� investido de for��as luciferinas tentadoras - est��,

todavia, em um per��odo doloroso da vida. Lan��ar�� cha-

mas e poder�� ser queimado por elas mesmas, purificado

por esse elemento ou perder-se no meio da fuma��a.

126





Levanta-te e anda..

�� dif��cil e espinhosa a miss��o de sacudir as

massas, com o fuzil ou o chicote nas m��os. O seme-

lhante atrai o semelhante. O que n��o p��de ser re-

conduzido ao aprisco com amor n��o encontra outra

solu����o, outro processo, sen��o o chicote. Ent��o ele

se chicoteia, incita outros a fazerem o mesmo, ou os

atinge com seu pr��prio chicote.

Trazer tal alma �� raz��o, mostrar-lhe a do��ura

do amor, �� irrit��-la mais ainda, pois s�� concebe a

evolu����o por meio da flagela����o!

Quando cessarem os estertores, quando n��o

restar de si sen��o um molambo, ele se compadecer�� de

si mesmo e ent��o se penitenciar��, n��o mais com o chi-

cote, mas sim com l��grimas humildes e compreensivas.

Ent��o essa alma que passou pelo cadinho da

flagela����o, ao se encontrar com o seu Cristo interno,

reconhecer�� que a vida n��o �� um indiv��duo, mas o

todo. Que enquanto o chicote revolteava no ar, muitos

gritos e gemidos se elevaram, quer de desespero, de

revolta, de amargura, e despertaram ao serem sacu-

didos, e ele ser�� convidado a apaziguar esses gritos e

gemidos em vindouros dias.

127





Cenyra Pinto

S�� a convic����o de que a coopera����o e a sim-

plicidade - que n��o considera o intelecto individual

e isolado como chave e se confunde no intelecto uni-

versal - integrando-se conscientemente ao trabalho,

dar�� ao homem encarnado a paz e a serenidade t��o

ambicionadas. Portanto, cada um colhe o que semeia.

"A cada um, segundo as suas obras".

128





"BENDITO SEJA O QUE VEM

EM NOME DO SENHOR!"

CERTOS MOMENTOS EM NOSSA VIDA S��O DE UMA CRUEL-

dade sem par! Somos submetidos a provas que ultra-

passam todos os limites. Ferem-nos no que h�� de mais

sagrado para n��s, atacam-nos com as armas mais ter-

r��veis e somos for��ados a crer que esses momentos s��o,

na realidade, as p��ginas mais vivas, mais fortes, por��m

as mais belas de nossas exist��ncias, se conseguirmos

nos manter com dignidade, serenidade, compreens��o...

Quando se fala em supera����o, por certo quer

se dizer: vencer a natureza animal, transformando-a

em foco de luz, isto ��, em natureza divina.

As pessoas que s��o incumbidas de nos p��r ��

prova s��o quase sempre aquelas a quem mais amamos,

129





Cenyra Pinto

aquelas por quem somos capazes de tudo sacrificar, de

tudo renunciar em seu favor!

Eis por que nos ferem mais fundo, porque o

nosso amor �� enlameado, porque s��o deturpados os

nossos sentimentos, ��, enfim, enxovalhado o nosso

mais puro ideal.

Devemos recriminar essas criaturas? N��o!

Devemos, antes, perguntar: de que plano vieram? Por

que est��o ao nosso lado? Por que representam tudo o

que de mais caro h�� para n��s?

E temos como ��nica resposta: mist��rio! N��o

podemos, pela nossa condi����o de criaturas em evo-

lu����o, devassar os mist��rios divinos.

Contentemo-nos em saber que, seja qual for

o motivo que leva essas pessoas a nos ferir, sobretudo

quando o fazem injustamente, est��o elas diretas ou in-

diretamente trabalhando para a nossa regenera����o e

ajudando-nos a descontar as nossas grandes d��vidas.

N��o conv��m nos exaltarmos, revidarmos as in-

justi��as sofridas ou mesmo apedrej��-los. N��o! Seria des-

truir tudo o que j�� fiz��ramos. Devemos silenciar covar-

demente? Tamb��m n��o! Todavia, quando chegarmos

130





Levanta-te e anda..

a esse ponto de compreens��o, n��o estaremos mais em

companhias desagrad��veis.

Aqueles que nos orientam e nos guiam, j�� fa-

zendo parte de nosso eu, a tudo assistem e n��o nos

deixar��o desarmados e desamparados nessas horas

dolorosas; teremos o olhar voltado para o Alto e sabe-

remos agir de acordo com a lei do eterno - a ��nica lei

que n��o falha jamais!

Por essa raz��o, quando algo desagrad��vel nos

acontecer, devemos repetir esse s��bio e consolador

ensinamento: "Bendito seja o que vem em nome do

Senhor!"12.

12. M a t e u s , 23: 3 9 . (N.E.)

131





ALEGRIA


O ESP��RITO, AINDA OBSCURECIDO PELAS NUVENS NEGRAS da

ignor��ncia, vale-se de tudo para melhor explorar suas

tend��ncias inferiores.

Vale-se da alegria para confundir aquele que

s��frego a busca e que qualquer situa����o divertida ��

capaz de confundi-lo e faz��-lo d��cil, male��vel a inten-

����es menos dignas daqueles que vivem �� espreita de

oportunidades para arrastar v��timas ao seu covil.

Ningu��m que esteja com a mente sempre vol-

tada para o Mestre Supremo cai nessas ciladas, por-

que est�� a todo momento em atitude de vig��lia e o

seu cora����o n��o anda em busca de falsas alegrias. Ele

sabe que a alegria verdadeira n��o �� aquela que nos

oferecem aereamente, mas a que sentimos, no ��ntimo

132





Levanta-te e anda.

do nosso ser, quando somos capazes de reconhec��-la,

mesmo no meio das l��grimas.

Ela �� algo muito sutil e s�� a percebe a pessoa

que se colocou �� altura de reconhec��-la, venha ela em

vestes nobres ou em andrajos, chorando ou sorrindo.

Ela �� produto de grandes conhecimentos que a expe-

ri��ncia da vida nos d��; �� filha da compreens��o que

conhece todas as facetas da vida e com ela se une para

o trabalho da evolu����o.

N��o �� ego��sta a verdadeira alegria, nem se re-

sume em fatos concretos, porque se oculta atr��s deles.

E sutil demais para ser vista e sentida pelos profanos.

A alegria �� a alma da alma. Sem ela, a criatura

vegeta na vida. E senti-la, no seu verdadeiro sentido, ��

j�� se ter superado. E j�� ter vencido a mat��ria e ser se-

nhor de qualquer situa����o.

Ela �� o resultado da conquista permanente do

esp��rito sobre a mat��ria. Quando sobrepujar uma si-

tua����o dif��cil, mas sem m��goa, nem revolta, compreen-

dendo a causa que impulsiona aquela dificuldade e, por

outro lado, j�� tendo passado pelo fogo das coisas cru��is

e dolorosas da vida, mas com ��nimo sereno e com a

133





Cenyra Pinto

compreens��o da vit��ria que logrou sobre si mesmo, en-

t��o a alegria, essa alegria real, se apossa do seu ser que

est�� fortalecido pela luta e, quanto mais lutas enfrentar

e quanto mais vit��rias alcan��ar, mais se libertar�� das

ataduras terrenas.

A alegria permanente ser��, em ��pocas futuras,

um elemento aben��oado e espalhar�� b��n����os pela hu-

manidade ��vida de aventuras, mas ignorante da fina-

lidade da vida.

134





SERENIDADE


SE SABES ESPERAR, SE CONFIAS E TENS A CERTEZA DE QUE

nunca est��s s��, se sentes a presen��a do eu sou, saber��s,

por certo, que tudo o mais te ser�� acrescentado.

Nada pedir��s, nada esperar��s, porque sabes

que nada �� em v��o, que tudo ser�� feito na hora exata

e oportunamente.

Se algo tentar te afligir, saber��s como te des-

vencilhar disso, porque n��o te sentir��s atingido pelas

setas venenosas que a maldade humana t��o bem

sabe dardejar.

Caso te tentarem desviar da meta que tra-

��aste, teus sentimentos apurados te intuir��o e tu sa-

ber��s a tempo te livrar das traves, dos empecilhos e

das armadilhas.

135





Cenyra Pinto

Se tu, meu irm��o que palmilhas a Terra, cr��s

realmente, nada te mudar�� de rumo, porque alcan��aste

a serenidade que te ajudar�� a refletir nas investidas

que a tenta����o da mat��ria oferecer e a retroceder.

Vive tua vida, com harmonia, vibra serena-

mente e, como as ��guas mansas de um regato, tua

alma deslizar�� calma. As amarguras que a vida te possa

trazer, por necessidade c��rmica, tu saber��s contorn��-las

com sabedoria e compreens��o, e tua jornada pela Terra

ser�� mais uma etapa vencida, na grande escalada.

136





A MISS��O DA MULHER

TUAS ATIVIDADES COTIDIANAS S��O JUSTAMENTE TUA IN-

cumb��ncia espiritual. �� em cada ato, em cada gesto,

em cada pensamento que est�� a tua possibilidade de

realiza����o.

�� o teu lar que deves, em primeiro lugar, aten-

der. A ele precisas dar tudo o que de melhor tiveres

para que dele saia o melhor para os que vir��o depois.

Quando se diz "a justi��a come��a em casa",

queremos dizer que devemos dar o exemplo a partir

do nosso lar. N��o conv��m pregar doutrinas, fazer ca-

ridade fora dele sem que primeiro acudamos aos que

est��o sob a nossa guarda.

A mulher, sendo colaboradora da divindade,

aquela que representa a beleza, a do��ura e o amor,

deve ser no lar o anjo bom e, ao mesmo tempo, o juiz

137





Cenyra Pinto

inflex��vel. Deve ela ser tolerante, quando preciso, e

intransigente, se o caso o exigir.

Com os filhos, a sua miss��o �� de uma beleza

sem par. Em rela����o ao esposo, a miss��o �� grandiosa e

eloq��ente. Com aqueles que, por lei c��rmica, habitam

sob seu teto, deve ela ser de uma benevol��ncia sem

limites, para n��o vir a molestar e constranger os que j��

est��o atravessando transe t��o doloroso.

N��o h�� palavras que traduzam a grandiosi-

dade do papel da mulher no lar, na sociedade e na

espiritualidade. Sua miss��o pode ser divina ou dia-

b��lica. Como anjo bom, �� a representante direta das

hierarquias superiores, para desempenhar magn��ficos

trabalhos. Como anjo mau, �� diab��lica e representa as

for��as negras, no trabalho de destrui����o e involu����o.

S�� tu, mulher que pretendes galgar os degraus

da evolu����o, verdadeira sacerdotisa do amor divino,

dentro e fora do lar, para seres um exemplo vivo e digno

de ser imitado.

138





SEMENTE DE AMOR


E U S O U U M E S P �� R I T O E N C A R N A D O , Q U E T R A G O E M M I M A semente do amor universal e procuro dar aos meus

atos o mais puro e transbordante otimismo.

Isso porque creio no universo e no seu Criador.

Vejo em cada criatura uma part��cula do todo e vejo o

todo em cada criatura. Sei que devo amar a cada um

e procurar a ele me ajustar, como se ajustam em uma

m��quina os seus pequeninos parafusos e pe��as, sem o

que essa m��quina n��o funcionaria regularmente.

A m��quina �� o todo. N��s, as criaturas, as pe-

queninas pe��as que a comp��em. Os parafusinhos s��o

como a nossa boa vontade de coopera����o, desejosos

de que toda a engrenagem se ajuste e a m��quina fun-

cione bem.

139





Cenyra Pinto

Qualquer pe��a �� digna de maior aten����o. Faz-se

necess��rio que cada uma procure se ajustar e veja nas

outras uma parte de si mesma. E assim deveremos

proceder para que o universo atinja a perfei����o.

N��o teremos mais raz��o para tristezas e d��vi-

das, porque trabalhando para o mesmo fim, cada um

no seu setor, estaremos contribuindo para a evolu����o

de todo o universo.

Seja qual for o nosso lugar na grande m��quina,

procuremos desempenhar a nossa tarefa com carinho,

sem m��goa, sem inveja, sem despeito por aquele a

quem foi conferido mais importante papel.

Cada um, dentro do seu raio de a����o, deve de-

sempenhar sua obriga����o com carinho e estar certo

de que contribuir�� fartamente com o seu quinh��o, na

grande obra universal, nesse imenso laborat��rio de

transmuta����es di��rias.

Desprendamo-nos de tolos preconceitos, de

v��s ilus��es, e procuremos nos ajustar �� grande m��-

quina. Sejamos pequeninas pe��as, mas ��teis.

Procuremos dar o m��ximo do nosso amor na

execu����o da tarefa que nos foi confiada e estejamos

140





Levanta-te e anda..

certos de que, se uma vara s�� n��o se p��e em p��, um

feixe delas, bem atado, se conservar�� firme por tempo

indeterminado.

Unamo-nos e formemos um grande feixe de

almas que se amam. Fa��amos o poss��vel para tirar o

melhor de n��s, para a execu����o do planejamento do

bem universal. Assim n��o dissiparemos a for��a que se

acha concentrada em n��s para ser, um dia, integrada

no grande todo. Conclu��mos: tudo est�� no todo e o

todo est�� em tudo.

141





SIMPLIFICA TUA VIDA


PROCURA SIMPLIFICAR TUDO AO TEU REDOR E TODAS AS

coisas se tornar��o simples para ti. Facilita sempre tudo o

que puderes. N��o olvides, entretanto, que �� preciso co-

nhecer profundamente tudo o que te cerca, para pode-

res fazer parte de tudo, com simplicidade e facilidade.

Simplifica tuas atitudes, teus gestos e, s�� assim,

ter��s a teu lado criaturas que te estimem, que te sirvam

porque n��o ser��s para elas um estorvo. N��o te mostres

altivo e superior porque alcan��aste o n��vel mais alto; s��

simples pela tua dignidade e desce ao mais baixo degrau

pela tua simplicidade.

Facilita sempre tudo o que puderes e, com

isso, atrair��s as almas puras para o rebanho do Senhor.

S�� bondoso, compreensivo, tolerante e simples, para

exemplificares os ensinamentos do Mestre Jesus. N��o

142





Levanta-te e anda.

te detenhas somente em palavras; faze tua a vontade

de servir. Serve verdadeiramente.

Age e s�� um eleito de Deus no agir. D�� o que

de melhor houver em ti e lembra-te de que cada um

d�� o que tem e todos t��m algo para dar. Mas, sem em-

bargo, procura n��o misturar o trigo com o joio. Se o

servires assim misturado, desmanchar��s muitas vezes

com os p��s o que fizeste com as m��os.

N��o sejas nunca um destruidor, nemaniquiles

o teu trabalho. Procura faz��-lo t��o perfeito que n��o

tenhas necessidades de o inutilizares.

Estuda quanto puderes; medita sempre que

puderes; ora quando puderes, mas trabalha sempre.

Trabalhando, estar��s lendo no livro da vida, estar��s

meditando nas coisas sagradas e orando no santu��rio

de tua alma.

Procura, pois, tu que tanto anseias subir um

pouco mais, trabalhar aqui, neste mundo. Orienta-te

bem, pois a b��ssola que trazes, se n��o a abandonares

na estrada, n��o te deixar�� errar o caminho.

Deixa que a humanidade ironize teus sonhos e

repudie teu ponto de vista, por n��o poder alcan����-lo.

143





Cenyra Pinto

N��o est��s, e nem estar��s, jamais s��, pois na disciplina

h�� ordem e onde h�� ordem h�� uni��o.

Simplifica tua vida! Torna-te o apoio, o cajado

e a m��o amiga que a ningu��m se recusa e facilita aquele

que ainda n��o conhece a estrada, mostrando-lhe o fanal

da f�� que jamais deixou de brilhar e jamais deixou um

viajante abandonado �� margem do caminho.

144





NOSSO RELIC��RIO

QUE GRANDIOSIDADE ENCERRA O CORA����O HUMANO!

Que maravilhas oculta, t��o modestamente, no ��mago

de cada cora����o! E esse esplendor n��o �� privil��gio de

ningu��m.

Assim como em todos os seres a fun����o fisio-

l��gica do cora����o �� igual, como ��rg��o propulsor da

vida, tamb��m �� ele o relic��rio onde se guarda o mais

precioso tesouro que se pode conceber.

"Mas como existem criaturas t��o perversas,

t��o mesquinhas, t��o s��rdidas, se todos possuem um

cora����o e se todo cora����o �� um cofre de preciosas

j��ias?", perguntar��o alguns.

Muito simplesmente, responderemos: cada um

faz uso daquilo que possui da melhor maneira e como

lhe aprouver. O material empregado na confec����o de

145





Cenyra Pinto

um punhal �� o mesmo que se empregar�� para se fazer

um bel��ssimo estojo, que guardar�� raras e preciosas

pedrarias... ��, ainda, o mesmo material com que se

fabricar��o inofensivos instrumentos dom��sticos, que

tanto s��o ��teis!

Logo, todos possuem o seu tesouro. Uns ainda

n��o se aperceberam dele e vivem �� procura de aven-

turas, quando poderiam ter tudo, se se dispusessem a

dar uma olhada no seu pequeno cofre. Alguns reco-

nhecem que s��o possuidores de grandes coisas, mas

as utilizam para fins ego��stas e mercen��rios. Outros,

enfim (os ��nicos que se aperceberam desse tesouro e

o empregam para altas finalidades), preparam os seus

objetos e o fazem em sil��ncio.

N��o alardeiam sua riqueza, n��o se envaidecem

de suas j��ias, mas, por onde passam, deixam que fique

uma p��rola e do seu cora����o se irradia uma luz mara-

vilhosa! Fazem dessa luz as suas j��ias e distribuem-nas

a todos ao seu redor, formando, assim, o colar das ver-

dadeiras p��rolas do mais puro amor!

Aqui fica a minha modesta contribui����o para

meu irm��o meditar:

146





Levanta-te e anda..

Cultiva as prendas que tens dentro de ti.

E que o teu cora����o seja um relic��rio de amor!

Que a tua compreens��o te descortine um mun-

do melhor, dentro do teu pequeno mundo interior.

Que a paz seja sempre a tua companheira!

147





O LUGAR DO BELO


ENFEITA TUA VIDA! ADORNA-A O MAIS QUE PUDERES PARA

que possas te sentir feliz! Tua vida terrena, tua morada

transit��ria, �� a escola onde preparas as li����es para

as provas finais.

Procura te ajustar a ela e n��o sentir��s as

penas, nem as amarguras, de que �� t��o comum se

queixarem as criaturas. N��o h�� amarguras nem penas.

H�� p��ginas bel��ssimas que s��o folheadas descuidada-

mente, por isso n��o s��o apreciadas as belezas nelas

contidas.

O que �� a vida? Acaso h�� apenas nascimento,

vida e morte e depois mais nada? Seremos, ent��o, fan-

toches nas m��os de um destino ignaro, que t��o mau se

apresenta para uns e t��o pr��digo para outros?

148





Levanta-te e anda..

Esse Deus, esse Criador, ser�� mera fantasia? Se

Ele existe, como poder�� brincar com os seres criados

por Ele pr��prio?

Sim! Seria cruel se assim fosse. Mas n��s, fe-

lizmente, sabemos que n��o ��. Temos certeza de que a

vida terrena �� uma seq����ncia de outras vidas e que,

ap��s deixarmos o corpo f��sico sob a Terra, continuare-

mos a nossa peregrina����o at�� atingirmos a finalidade

planejada pelo nosso Criador.

Portanto, se temos necessidade de morar numa

casa, por mais humilde que ela seja, sejamos sensatos

para n��o nos revoltarmos com isso. Deveremos, den-

tro de nossas posses, tornar esse cantinho o mais aco-

lhedor poss��vel, para que n��o somente n��s, mas todos

os que de n��s se aproximarem, sintam-se bem no nosso

conv��vio e no nosso ambiente.

Eis por que te concito: enfeita tua vida. N��o te

importes com as condi����es em que tenhas de viver; pro-

cura amenizar, quanto possas, as dificuldades financeiras

ou morais, em um acorde de alegria e compreens��o!

E nessa luta para que n��o se desmorone esse

lar, que corresponde ao teu eu, apela para Deus que te

149





Cenyra Pinto

enviar�� em forma de flor a aceita����o do que n��o puder

ser mudado, e em forma de for��a as tuas debilidades

para as transformar em luz e dissipar as trevas com as

quais te deparares em tua jornada.

Tua vida �� um jardim onde o Senhor passeia

continuamente. Trata-o sempre, traze-o com cuidado e

as maravilhosas flores da sabedoria v��o se abrir para ti.

150





REN��NCIA

RENUNCIAR N��O �� PERDER, �� CEDER LUGAR A OUTREM EM

nosso pr��prio favor.

Renunciar ��, tamb��m, ��s vezes, saber perder,

sem revolta nem rancor.

Renunciar �� sentir, �� alcan��ar o valor da

perda, sem, contudo, permitir que a mente se deixe

envolver pelas nuvens do des��nimo, da descren��a ou

do desespero.

Renunciar n��o �� deixar para tr��s algo, que era

todo nosso sonho, que nos pertencia ou que imagin��-

vamos possuir.

�� preciso que nos abandonemos ou nos resig-

nemos com o fato consumado de n��o obtermos aquilo

que tanto desej��vamos. Renunciar, consiste, enfim,

numa aceita����o sem revolta.

151





Cerryra Pinto

Quando idealizamos alguma coisa, fazemos mil

planos; edificamos nosso castelo �� sombra de nossas

douradas ilus��es. Fazemo-lo maravilhoso, cheio de tudo

o que imaginamos que nos tornaria felizes.

T��o imbu��dos ficamos com o nosso anelo que

chegamos a toc��-lo, t��o pr��ximo de n��s est�� a sua

realiza����o. Ent��o vibramos de emo����o... De repente,

como uma espuma que se dissipa com o vento, ele se

desfaz, deixando-nos atordoados, decepcionados.

Nosso primeiro sentimento �� de revolta, de

tristeza, de desapontamento... Todo um sonho feito

de encantamento, que chegou a ser quase tang��vel ��s

nossas m��os, esvai-se como uma nuvem que se esgar��a

no c��u tempestuoso.

Mas, quando acordamos desse choque, com-

preendemos e vemos com imparcialidade tudo o que

nos rodeia. A decep����o e aquele vazio que a carac-

teriza cedem lugar a um sentimento suave: a doce

compreens��o.

Se realmente cremos em uma provid��ncia

divina, se temos como certos seus des��gnios, se co-

nhecemos as leis que regem os mundos, n��o devemos

152





Levanta-te e anda.

permanecer sob os escombros para chorar, nem nos

lamentar pela perda sofrida.

Tudo est�� certo, absolutamente certo! N��o per-

demos nada, nem mesmo o tempo que empregamos na

organiza����o de nosso plano. N��o nos enveredamos por

caminhos errados ou obscuros; apenas deixamos de

obter aquilo que quer��amos, por��m certamente tive-

mos aquilo de que precis��vamos. Muitas vezes, confun-

dimos desejo de posse com verdadeira necessidade. De-

sejamos algo. Lutamos para consegui-lo. N��o obstante,

n��o o conseguimos a curto prazo...

Por��m, pelo caminho, enquanto march��vamos

ao encontro de nosso ideal, fomos colhendo tudo o que

de real precis��vamos para as lutas futuras, muitas vezes

em setores bem diversos do que t��nhamos em mente.

O homem ��, por conseguinte, o resultado de

suas in��meras experi��ncias... J�� diz o rif��o popular:

"Barco parado n��o ganha frete". Realmente... E traba-

lhando que se est�� sempre edificando, construindo...

Eis por que n��o devemos desanimar ante os su-

postos fracassos. Quem somos n��s para nos rebelarmos

contra aquele que tudo sabe! Para renunciar, �� preciso

153





Cenyra Pinto

perder-se algo de si mesmo ou daquilo que mais almej��-

vamos e que temos em perspectiva em nosso ��ntimo.

Nada cai por terra quando sabemos construir

de baixo para cima. Iludimo-nos demais, deixando-nos

arrastar no remoinho do pessimismo, quando nossos

sonhos n��o se concretizam.

Afinal, que s��o nossos sonhos, comparados ��

realidade das coisas? Apenas bolhas de sab��o; belos

na sua colorida fantasia, mas ocos no seu significado,

na sua estrutura...

Todavia, se penetrarmos na ess��ncia das coisas,

veremos que os sonhos, por mais banais que pare��am,

s��o a promessa que atrai, que convida �� luta, reunindo

os idealistas, os sonhadores, em um s�� rebanho. E por

meio deles e atr��s deles que subimos. Eles nos chamam,

nos seduzem e nos conduzem ao trabalho para con-

seguirmos a sua realiza����o. E nesse trabalho, nesse

af�� de obter o material, incentivamos tamb��m o di-

vino em n��s.

Caminhando, caindo, levantando, lutando, en-

fim, em prol do nosso sonho, estamos procurando nos

encontrar na estrada real da vida.

154





Levanta-te e anda.

E todos os que passam por n��s, quer nos aper-

tem a m��o, quer nos esbofeteiem, quer nos acariciem,

quer nos empurrem, est��o, sem o saber, como n��s tam-

b��m, buscando-se por interm��dio de seus sonhos.

Se soubermos renunciar, sem revolta, sem ��dios,

sem maldi����es, teremos certeza de que n��o foi ingl��ria a

nossa luta! Perdendo, ��s vezes ganhamos muito mais!

155





AJUDAR


SE DESEJAS AJUDAR ALGU��M, SE PRETENDES LEVANTAR

algu��m do lodo em que est�� mergulhado, n��o o fa��a

com reprimendas ou serm��es. Aprende a usar o esca-

fandro da bondade e do amor, que vai a todos os n��veis

para servir.

S�� a compreens��o da vida nos d�� alavanca

capaz de levantar o mais pesado fardo, por mais repug-

nante que ele seja, sem nojo nem reclama����o.

Saibamos que o nosso irm��o que est�� na lama

dos v��cios �� um ser em evolu����o. Ele n��o est�� assim

por ser repelente, mas porque ainda n��o tem for��as

bastantes para se soerguer, e talvez nem saiba que est��

em estado t��o repulsivo.

Ajudar n��o �� impor, n��o �� amesquinhar nem

ferir aquele a quem se pretende levantar! �� apenas

156





Levanta-te e anda..

acolher, dar a m��o, n��o alardeando as pr��prias virtu-

des, para que n��o se estabele��am compara����es, desi-

guais para o que j�� est�� t��o lamentavelmente deprimi-

do. Ajudar �� ainda ser discreto, natural, simples, tudo

fazendo sem trombetear, para n��o demonstrar o que

foi feito.

Somos descendentes do mesmo Pai e temos

uma ��nica p��tria. Somos, portanto, irm��os e compa-

triotas. Se algum de n��s j�� aprendeu algo, pelas v��rias

vezes que passou aqui pela escola da Terra, justamente

esse deve ser o coadjutor do mestre e n��o o verdugo

implac��vel.

Quantas vezes j�� atravessamos o mesmo cami-

nho e nos encontramos na mesma decad��ncia em que

hoje, porventura, pode estar o nosso irm��o! E aqui

estamos, no entanto, j�� refeitos das quedas e agora

libertos de algumas pris��es da mat��ria.

Os v��cios s��o pris��es infectas, que precisam do

ar puro da consola����o e dos raios do sol do amor. A

criatura �� a escada pela qual sobem os vermes at�� se

transformarem em anjos e adejarem para outras para-

gens, servindo em outros setores.

157





Cenyra Pinto

Se trilhaste o mesmo caminho, hoje palmi-

lhado pelo teu irm��o decadente, fazes com ele o que

desejarias que contigo fizessem em tais condi����es. S��

paciente, tolerante e, despretensiosamente, caminha

ao lado dele como companheiro igual, para que ele

adquira confian��a em si mesmo e comece a dar os pri-

meiros passos com os pr��prios p��s.

Talvez ele ainda tombe! Talvez ainda tenhas

que auxili��-lo a sair da lama para onde ele voltar�� de

quando em quando! Mas com a ajuda e a miseric��rdia

divinas, talvez ele possa melhorar rapidamente.

Mas n��o te revoltes nem te impacientes. Per-

severa ajudando sempre. Talvez, nesse trabalho, tu

te reajustes contigo mesmo e encontres dentro de ti

aptid��es, at�� ent��o desconhecidas, e for��as que igno-

ravas possuir.

Avante, amigo!

Ajuda a erguer aquele que est�� ca��do e en-

sina os primeiros passos ��quele que ainda est�� se

arrastando. E assim, nessa benem��rita obra, ver��s

resplandecer, no horizonte de tua vida, um sol mais

claro, mais belo e mais vivificante e ser��s por ele

158





Levanta-te e anda..

iluminado internamente e nenhuma tempestade te

abater��, porque estar��s escudado pelo mais belo sen-

timento - o amor.

O amor em a����o.

O amor a servi��o da causa do Cristo.

O amor que vai a todos os n��veis para servir!

159





A VIDA - GRANDE MESTRA

L . . .

DEIXA QUE A VIDA CAMINHE. N��O PROCURE PERTURBAR-LHE

a caminhada. O destino da vida tem uma meta. Ela

ter�� de alcan����-la. Nada impedir�� que ela prossiga

sempre, apesar de tudo e de todos. Ela tem uma fina-

lidade e ter�� de realiz��-la. Se tu tentares embargar-lhe

os passos, sofrer��s as conseq����ncias.

D�� a m��o �� vida e caminha solid��rio com ela,

obedecendo-lhe as diretrizes e acatando-lhe as deter-

mina����es. Ela �� s��bia. Sabe o que faz.

Pedes-lhe absurdos, ela te recusa e, com isso,

sofres e a acusas de megera. Ingrato que ��s. Ela �� a tua

oportunidade e est�� em ti para te ajudar a alcan��ar

a meta.

Tu a segues, quer queiras quer n��o, porque ela

est�� e estar�� presente enquanto respirares. E quando a

160





Levanta-te e anda.

vida te deixar nesse plano, quando esse corpo, do qual

ela se serve, tiver terminado a sua peregrina����o neste

plano terr��queo, ela continuar�� ainda e sempre, porque

ela �� a chama que arde em cada cora����o e em cada

semente. Ela �� a eterna vivente. Ela �� a condutora que

dirige tudo o que existe para a evolu����o dos tempos.

A vida �� Deus em a����o. Est�� em cada gr��o, em

ti, em mim e em tudo o que existe, porque mat��ria e

esp��rito s��o vidas em evolu����o.

E quando o caminho que trilhares for ponti-

lhado de espinhos, quando te sentires �� beira de pre-

cip��cios, n��o blasfemes contra a vida nem te iludas

tentando contra ela, porque aqui, como Al��m-t��mulo,

a vida prossegue em seu trabalho enquanto de ti n��o

houver tirado todas as experi��ncias nem sublimado

todas as esc��rias que re��nes em tua personalidade f��-

sica pelos tempos!

A vida te acompanhar�� eternamente at�� te

tornares luz e te integrares na fonte de luz, da qual

todos partimos. S�� paciente com a vida; caminha de

m��os dadas com ela, embora tu n��o a compreendas

muitas vezes.

161





Cenyra Pinto

A tua trilha ter�� de ser percorrida por ti, e se

caminhares com a mente voltada para a causa de tudo

o que existe, para a fonte de luz, n��o ser��s arrastado

pelos vendavais, pelos tuf��es das paix��es humanas. S��

solid��rio com a vida e, em breve, ela e tu estar��o t��o

fortemente unidos para o grande trabalho da reden-

����o que j�� n��o sentir��s nem penas nem amarguras;

estar��s, ent��o, de posse do grande conhecimento.

Tudo �� aprendizado, n��o te esque��as. A vida

n��o fere ningu��m nem a ningu��m persegue. Ela �� irm��

g��mea da evolu����o e ambas em comunh��o trabalham

para o mesmo fim.

Sejamos, irm��o, amigos da vida que o Pai nos

concedeu. E dentro dela, procuremos aprender as li-

����es s��bias, nas provas dif��ceis a que ela tantas vezes

nos submete.

E, com o cora����o e a mente unidos em um s��

fim, para o mesmo ponto, em dire����o �� luz inef��vel,

caminhemos de m��os dadas com a vida, essa grande

mestra...

162





"N��O JULGUES..."

N��O JULGUES! PROCURA N��O DETURPAR OS SENTIMENTOS

alheios. Podes ver os atos, mas n��o aquilat��-los do teu

sentimento, da causa que os impulsionou.

Sabes, caro irm��o, que a evolu����o se processa

de baixo para cima, de dentro para fora. O ato �� ex-

press��o grosseira, deturpada do sentimento que, em

ess��ncia, �� todo ele puro e nobre.

Deus age por tr��s de tudo. O homem comum,

n��o tendo ainda meios de externar Deus em Sua gran-

diosidade durante a vida cotidiana, f��-lo como pode,

como sabe. S�� por meio de m��ltiplas encarna����es, ele

toma conhecimento de sua origem divina e ent��o a

expressa no seu verdadeiro sentido.

163





Cenyra Pinto

At�� alcan��ar esse estado, vai o homem trope-

��ando em tudo e em todos, caindo e derrubando os

que passam pelo seu caminho, porque, mergulhado

na mat��ria, vai se apossando do lenho com que ir��

construir a sua cruz, para depois nela se crucificar. Da��

surgir��, ap��s muitas idas e vindas, a sua ressurrei����o.

Todos passam pela mesma escala ascensional,

palmilham a mesma estrada e lutam com as mesmas

feras.

N��o sabes, entretanto, em que degrau da evo-

lu����o se encontra aquele que julgas, nem sabes em que

terreno tu pisas.

E melhor n��o fazeres julgamento precipitado

para n��o maculares a tua mente com a n��doa de um

pensamento negativo emitido contra teu pr��ximo.

Lembra-te de que "com a medida com que

medires, ser��s medido"13. Deixa que as criaturas vivam

a sua pr��pria vida. E, quando algo te prejudicar ou

parecer que, premeditadamente, te querem preju-

dicar, lembra-te de que a vida terrena �� transit��ria

13. M a t e u s , 7: 2. (N.E.)

164





Levanta-te e anda.

e ef��mera. Os males s�� poder��o atingir-te nos teus

ve��culos inferiores, n��o alcan��ando o teu verdadeiro

ser, se souberes olhar compreensivamente e sentires

compassivamente que tudo o que fazem as criaturas

�� a express��o exata da sua verdadeira ess��ncia.

Respeita o esp��rito divino que habita em cada

ser humano, em cada ��tomo, em cada semente, em cada

estrela. Respeita tamb��m a divindade que est�� em tudo

e procura olhar para a frente e para o alto, vendo so-

mente a manifesta����o do eterno em suas v��rias formas.

Assim, n��o ser��s perseguido pela d��vida, pela

desconfian��a, pelo pessimismo, pela revolta, causados

pelo mau julgamento que fizeres do teu semelhante.

Procura estar sempre vigilante. N��o permita

que se albergue em tua mente nada que a manche,

nada que a deprima... nada que a envenene e mate.

Ergue bem alto a bandeira branca da paz e do

amor! P��e bem seguro o altar do teu Cristo interno,

e as labaredas das paix��es inferiores n��o te atingir��o,

porque possuis o extintor de todo mal: o amor! Amor

que n��o julga, n��o condena, n��o duvida, porque sabe

que tudo �� Deus em a����o!

165





"HOMEM DE POUCA F��"

DEUS �� VERDADE. DEUS �� SABEDORIA. DUVIDAR DE DEUS

e de seus princ��pios de sabedoria �� duvidar da pr��pria

exist��ncia.

Tudo tem um fundo real; se nosso racioc��nio

n��o se detiver nas imperfei����es da alma - as quais se

apresentam em forma de subterf��gios ardilosos - muita

coisa nos surpreender��. Os instintos, maldosos ��s vezes,

levam o homem a reduzir a escombros e desmoronar

as suas mais belas ilus��es. Isso porque ele constr��i

seus ideais sobre a areia, sem base s��lida. Ent��o vem

a onda furiosa ou o vento tempestuoso, e o edif��cio de

seus sonhos se desfaz. E o homem sofre e clama contra

Deus e seus princ��pios e O acusa de injusto.

Para que um edif��cio resista ao tempo e ��s in-

temperies naturais, �� necess��rio que sua orienta����o

166





Levanta-te e anda..

tenha sido correta, seu alicerce s��lido e o material

nele empregado de primeira qualidade.

"Homem de pouca f��..."14, assim se expressou

Jesus. Sim! Homens de pouca f��! Homens de muitas

palavras e escassas a����es! Muito falam, mas pouco

produzem.

Para que algo tome forma, �� preciso a����o,

movimento, coragem e f�� para impulsionar at�� a sua

realiza����o. Realiza����o... Quantos falam esse voc��bulo

simplesmente pela sua agrad��vel resson��ncia!

Qu��o poucos, todavia, conhecem a sua es-

s��ncia e a sentem... Realizar n��o �� exteriorizar, n��o

�� apresentar algo palp��vel e vis��vel aos olhos da ma-

t��ria. Essa �� a realiza����o objetiva, concreta, com seus

adeptos na Terra para os aplausos a que a humanidade

tanto aprecia.

A realiza����o real, no entanto, �� solit��ria, silen-

ciosa, invis��vel e tamb��m impalp��vel. Nenhuma palavra

traduziria essa realiza����o simb��lica. Por��m, h�� quem a

persiga tenazmente, desejoso de a encontrar e a sentir.

14. M a t e u s , 1 4 : 3 1 . (N.E.)

167





Cenyra Pinto

Mas essas criaturas ainda n��o podem perceber

as coisas sutis e, se assim n��o fosse, n��o diriam que

desejam e anseiam mesmo alcan��ar essa felicidade

t��o fugaz...

H�� coisas demasiadamente altas e profundas.

T��o altas e t��o profundas que a mente humana n��o

poderia conceber, quanto mais sentir.

Todavia, h�� seres, ainda dentro do plano f��-

sico, capazes de realizar realmente. No entanto, at��

onde vai a sua realiza����o, o que produziu em outros

planos, qual o resultado desse trabalho, isso o homem

n��o poderia perceber, porque o seu organismo n��o est��

adaptado para essa sensa����o. Seus sentimentos est��o

ainda embotados, motivo por que as coisas demasiado

sutis n��o lhes chegam ao conhecimento do eu.

Irm��o amigo e companheiro de luta, n��o esmo-

re��as, aconte��a o que acontecer. S�� fiel a teus princ��-

pios. Convence-te de que "n��o h�� mal que sempre

dure" e, sobretudo, n��o existe o mal. Tudo �� bem.

Deus, supremo Criador, criador de tudo, n��o

criaria o mal. Aquilo que se nos afigura um mal �� apenas

a esc��ria do bem, que, ao passar pelo filtro, deixa suas

168





Levanta-te e anda.

impurezas na vela. A vela �� o corpo f��sico, que ret��m

as impurezas para pass��-las sempre pelo filtro, at�� que

toda aquela esc��ria se purifique e a vela possa se apre-

sentar limpa, clara, e ent��o, n��o mais necessitar tomar

forma, porque ela pr��pria ser�� dilu��da na ess��ncia, a

pr��pria ess��ncia - Deus.

169





COVARDIA


SER COVARDE!

Ter medo da vida, ter medo da morte, ter medo

de si pr��prio!

Ser covarde �� ser desgra��ado.

Ser covarde �� n��o ter f��, nem esperan��a, �� vi'

ver sem viver.

A covardia anula a criatura.

O covarde n��o caminha porque tem sempre

medo do que o aguarda fora do seu ��mbito.

Ser covarde �� paralisar-se.

A covardia �� pr��pria do ser distanciado de

Deus.

Ver Deus em tudo e em todos. Sentir Deus em

si e marchar sem medo, confiante, sereno, certo de que

170





Levanta-te e anda..

a sua jornada pela Terra n��o �� apenas para prazer da

mat��ria, mas muito mais: para a evolu����o do esp��rito.

N��o ter medo de nada; olhar sempre para o

alto e para a frente, em busca do ideal m��ximo, do

aperfei��oamento, que s�� se adquire quando a covardia

se afasta para sempre.

171





ADVERT��NCIA

APOIAR-SE EM ALGO �� TER CERTEZA DE QUE N��O SE TOMBA.

Dir��o alguns: "Por que haveremos n��s de viver apoiados

em alguma coisa ou em algu��m? Por que n��o procu-

rarmos viver por n��s mesmos?".

Ent��o eu lhes responderei: "Quando vivemos

por n��s mesmos, acaso n��o estamos apoiados na f��,

na confian��a que temos em nossas possibilidades de

nos mantermos de p��, em qualquer situa����o? A f�� n��o

�� por acaso algo divino, que nos serve de escora, que

nos mant��m de p�� e nos convida a caminhar?".

Mas nem todos possuem ainda a autocon-

fian��a. Nesse caso, precisam apoiar-se naquilo que os

mant��m de p��.

A crian��a n��o pode prescindir, primeiro do

colo, depois da m��o que a encoraja a andar, at�� que

172





Levanta-te e anda..

caminhe por conta pr��pria. Mesmo assim, n��o pres-

cinde da assist��ncia de algu��m adulto que a dirija, a

discipline, a ensine.

Assim, caminhamos pela vida, sempre necessi-

tando de um apoio, de uma ajuda, e s�� a vaidade impede

certas criaturas de se convencerem dessa necessidade.

O homem que se tranca no seu mundo interno

e recha��a todo e qualquer aux��lio mesmo sentindo que

est�� arrasado, que est�� tombado, esse �� um tolo, um

presun��oso que n��o consegue se manter nas pr��prias

pernas, julga-se superado e sem necessidade de nada.

E importante viver em fun����o de um todo. O

que um possui, outro tem car��ncia. E da troca, do in-

terc��mbio, que a vida marcha.

Fugir a essa regra comum �� isolar-se do todo e

ficar na retaguarda. Apoiar-se na pr��pria resist��ncia,

na pr��pria f��, �� condi����o daquele que adquiriu certa

evolu����o e j�� pode ser b��ssola na estrada.

Mas aquele que ainda n��o sente em si essa

for��a, essa seguran��a, nem conseguiu ainda desven-

dar-se a seus pr��prios olhos, entender-se a si mesmo,

n��o pode prescindir da ajuda, do est��mulo, da amizade

173





Cenyra Pinto

e dedica����o de outros que, j�� mais avan��ados na es-

trada, lhe poder��o servir de guia.

Guiar n��o �� afastar ningu��m da pr��pria rota,

mas ensinar como se caminha sem muitos trope��os.

Os livros ensinam, com abund��ncia de detalhes, coisas

fabulosas, mas n��o conseguem atravessar a barreira

da incompreens��o de certas almas aferradas aos seus

pontos de vista.

Um exemplo, uma palavra fraterna e despre-

tensiosa de quem tem viv��ncia ou de quem j�� dominou

certos instintos, vale mais que todos os livros e todos

os discursos.

Abrir uma alma �� como desabrochar uma flor.

A m��e natureza �� s��bia e trabalha em sil��ncio, e nin-

gu��m poderia acompanhar o mist��rio do desabrochar

de uma flor, t��o lento e silencioso �� esse processo.

Assim tamb��m s�� a paci��ncia, a toler��ncia e o

amor desinteressado ajudar��o uma alma a desabrochar

para embelezar e perfumar a sua pr��pria exist��ncia.

Assiste todos, irm��o amigo, com amor e paci��n-

cia. Emprega a toler��ncia e a bondade para ajudar e

nunca desistas quando a luta for dif��cil.

174





Levanta-te e anda.

Ap��ia-te na tua viv��ncia de mil��nios e ajuda

a desabrochar as flores cujos bot��es secam e murcham

sem sequer entreabrirem.

Ap��ia-te nessa certeza de que o Pai est�� sempre

presente e trabalha no jardim do para��so, adubando,

removendo pedras, regando e assistindo amorosamente

ao desenvolvimento das plantas, e o desabrochar das

flores coroar��o ainda a tua exist��ncia terrena.

Paz e amor.

175





CADA UM �� O QUE ��

LEVAR A VIDA MUITO A S��RIO, DESEJOSO DE QUE TODOS

caminhem pelo ritmo de teus pr��prios passos, n��o ad-

mitindo que outros viajantes fa��am de sua caminhada

aquilo que desejam, �� perder-se num labirinto de in-

quieta����es e torturas.

Ao contr��rio, levar a vida a s��rio �� justa-

mente viver em harmonia com todos, aceitando cada

um como �� e conservando o bom humor em todas as

situa����es. Isso �� levar a vida a s��rio, porque �� interpre-

t��-la em seu verdadeiro sentido.

Ningu��m pode fazer um molde para si e desejar

que todos se vistam por ele, pois os corpos f��sicos s��o

diferentes, assim como as mentalidades e o grau espi-

ritual de cada um.

176





Levanta-te e anda..

Vivamos n��s o melhor que pudermos, no

molde que tra��amos, nos aprimorando todos os dias,

dando sempre um toque de beleza e gra��a em nossa

indument��ria interior, e assim estaremos servindo de

modelo para outros que, embora sendo diferentes, t��m

como n��s o desejo de se aprimorar, ainda que alguns

n��o se tenham apercebido disso.

Se cada um cumprir o seu dever amorosa-

mente, n��o interceptando o caminho do outro, n��o di-

tando normas de conduta nem se exasperando, porque

n��o correspondem os demais ��s suas expectativas ou aos

seus pontos de vista, certamente seremos sempre bem

recebidos, com aten����o e carinho, no local em que pe-

netrarmos, pois n��o desejamos obrigar ningu��m a aceitar

o nosso prato favorito. Com paci��ncia faremos mais pela

humanidade do que com intoler��ncia e intransig��ncia.

As normas de conduta variam muito, de

acordo com o n��vel educacional, mental e espiritual.

Sejam nossos amigos, filhos, parentes pr��ximos, n��o

temos o direito de deturpar-lhes o modo de ser. E se

formos bons psic��logos e soubermos aproveitar as opor-

tunidades que surgem, faremos como o escultor que,

177





Cenyra Pinto

com um simples toque dos dedos, aprimora e embeleza

a sua est��tua. No entanto, n��o lhe tira nunca a forma

original.

Cada um trouxe uma mensagem. Deixa que

essa mensagem chegue ao seu destino sem interfe-

r��ncia. Cada um deve lutar para conquistar a posi����o

a que faz jus.

A imposi����o e a austeridade afrouxam o car��ter,

tirando-lhe a sua caracter��stica pr��pria. S��, pois, cons-

ciente. N��o perturbes a caminhada dos teus irm��os, im-

pondo-lhes que caminhem pelo ritmo de tuas passadas.

N��o leves a vida a s��rio assim nesse sentido. Leva-na a

s��rio interpretando-a e vivendo-a tal qual ela ��. Assim,

colaborar��s mais eficientemente na obra universal.

178





A PROVA DE RESIST��NCIA

N �� O H�� MAIOR PROVA DE RESIST��NCIA QUE A PERSEVE-

ran��a, apesar das circunst��ncias desfavor��veis.

Aquele que tem um ideal e que, ao se dirigir ao

objeto de sua conquista, �� detido no caminho, assal-

tado, desprezado, injuriado e se, em vez de retroceder,

enfrenta todas as situa����es usando a lei da n��o-resis-

t��ncia ao mal, prosseguindo, cada vez mais convicto

de que o seu ideal merece todas as lutas, todos os sa-

crif��cios, mostra que �� possuidor de uma fibra de a��o e

que a sua t��mpera �� �� prova de fogo.

Todas as pedras do caminho, os precip��cios, as

tenta����es, enfim, tudo o que se anteponha �� realiza����o

do seu ideal �� a prova cabal de que ele �� nobre e tem

real valor.

179





Cenyra Pinto

As coisas f��teis, passageiras, em geral, s��o de

f��cil conquista, porque os caracteres que as engen-

dram s��o male��veis e n��o relutam em transigir, con-

tanto que lhes venha ��s m��os aquilo que o seu desejo

ainda prim��rio exige para seu gozo terreno.

Mas o ideal, o anelo, �� de alto pre��o e, para

obt��-lo, para realiz��-lo, �� necess��rio lutar e nos de-

frontarmos com aqueles que est��o incumbidos de nos

distrair, confundir ou impedir a caminhada.

Na Terra, h�� seres que desvirtuam o que ��

nobre, menosprezam o que tem valor e, n��o raro, bus-

cam, no fundo da criatura, aquelas armas de guerra

que correspondam ��s que eles usam. E aquele que se

dirige ao seu destino, ao destino do seu ideal, muitas

vezes t��m de reconhecer, para surpresa sua, que ainda

guardava no quartel general de sua personalidade tais

armas mort��feras e destruidoras. Ent��o a sua luta tem

de se virar para dentro de si mesmo e desencadear

uma verdadeira guerra interna.

Reconhecer que guardava instintos selva-

gens e procurar n��o utiliz��-los sem que estejam do-

mados e civilizados para mais adiante sublim��-los,

180





Levanta-te e anda.

eis a trajet��ria do ser humano, ao seu calv��rio, ��

sua reden����o.

Da crucifica����o haver�� a ressurrei����o, depois

do que o homem atingir�� o seu ideal divino e se con-

fundir�� no eterno. �� essa a sua prova de resist��ncia.

181





"N��O ATIREM P��ROLAS

AOS PORCOS"

COMO SERIA POSS��VEL CONVENCER ALGU��M DAQUILO QUE

ele n��o quer se convencer? Quais as provas que se

poderia apresentar a quem de antem��o se recusasse a

aceit��-las como ver��dicas?

Realmente n��o se pode for��ar ningu��m a acre-

ditar em coisa alguma. O tempo �� o ��nico mestre... o

grande mestre. Dentro dele est��o as provas espont��-

neas e apropriadas a cada um.

A verdade sempre est�� reconhecida, mas con-

venhamos que ela se apresenta sob v��rios aspectos, de

acordo com a capacidade de cada um para reconhe-

c��-la. Ela usa roupagens diferentes, pois a concep����o

de cada um varia muito.

182





Levanta-te e anda.

N��o se for��a, pois, algu��m a aceitar qualquer es-

p��cie de ensinamento de ordem espiritual. Tudo vem a

seu tempo. Tenhamos paci��ncia e jamais nos deixemos

impregnar pela irrita����o, decep����o ou outro sentimento

negativo, quando algu��m recusar a aceitar ou mesmo

a dar aten����o ��quilo que para n��s tem tanto valor.

Deixemos de falar vagamente de coisas dife-

rentes daquelas que aquele que nos ouve sabe ouvir e

entender. Apenas n��o usemos a linguagem vulgar, em

hip��tese alguma, nem des��amos a pilh��rias pesadas

para satisfazer o apetite dos glut��es de pratos in-

digestos. Sejamos apenas n��s mesmos, despretensio-

samente n��s. Simples, seguros, dignos, s��brios, mas,

sobretudo, bem-humorados.

O bom humor est�� n��o somente no olhar, no

sorriso, no aperto de m��o, na cordialidade amistosa,

mas tamb��m na palavra como no sil��ncio, quando a

criatura j�� o traz em si.

Finalmente, procuremos n��o externar nossos

planos secretos, nossos pontos de vista com qualquer

pessoa. Tenhamos cuidado com a palavra, assim como

com o sil��ncio.

183





Cenyra Pinto

Isso �� importante, pois, muitas vezes, o sil��ncio

que �� considerado de ouro pode esconder prop��sitos

intencionais e venenosos. Quando desejarmos espraiar

nossas id��ias, procuremos algu��m que como n��s tam-

b��m partilhe dos mesmos ideais e deseje, como n��s, su-

bir mais um degrau na escala espiritual. "N��o atirem

p��rolas aos porcos."15

15. M a t e u s , 7: 6 . ( N . E . )

184





APRENDER SEMPRE


APRENDER N��O �� J�� SER PROFESSOR. QUEM EST�� APREN-

dendo est�� sujeito a errar muitas vezes. N��o h�� desdouro

em errar. E necess��rio, todavia, que se reconhe��a o erro,

sem o que se tornar�� dif��cil e moroso o aprendizado.

Tamb��m o professor n��o �� infal��vel. Muitas

vezes ter�� de recorrer aos comp��ndios e buscar novos

conhecimentos, ou mesmo uma explica����o que lhe

escapa, algo que ele dever�� transmitir aos alunos.

A humildade de se sentir capaz de errar faz do

analfabeto um s��bio. Essa �� a sabedoria: saber que ainda

falta aprender muita coisa e n��o se envaidecer porque

conseguiu algo que a sua mem��ria foi capaz de reter.

N��o �� propriamente a mem��ria o mais impor-

tante na evolu����o. A mem��ria ret��m com maior ou

menor facilidade aquilo que viu, leu ou ouviu. Mas a

185





Cenyra Pinto

que nos interessa nesse momento �� a mem��ria sensitiva.

Sentir �� alcan��ar o valor de cada coisa e saber us��-lo

nos momentos oportunos, de acordo com a necessidade

e o entendimento daqueles a quem nos dirigimos.

H�� quem aprenda e saiba muito, por isso se co-

loca t��o alto, t��o acima do n��vel comum dos homens,

mas que nada oferece sen��o vaidade e presun����o.

Esse �� o saber do ignorante espiritual, do que

n��o calcula nem de leve a grandeza e a beleza da sabe-

doria universal, esparsa pelos mundos e ao alcance de

todos, principalmente das almas simples, aquelas que

j�� entendem a li����o da vida.

Aprende-se a cada passo com qualquer cria-

tura, com a natureza, com a pr��pria vida. Tudo �� li����o

para o disc��pulo atento. Recorrer, quando necess��rio,

aos que j�� passaram e deixaram rastros de luz, n��o se

constranger de fazer perguntas e transmitir tamb��m

seus conhecimentos �� o interc��mbio a que ningu��m

deve se recusar.

Permanecer no erro, depois de conhecer a lei,

�� estar acorrentado a puni����es amargas pelas conse-

q����ncias que teus erros espalharem.

186





Levanta-te e anda...

A escola da vida �� para todos os peregrinos

que aportam a esse grande porto e se incorporam ��

legi��o de aprendizes recalcitrantes.

Se queres, irm��o, ser mestre, aprende a ser

aluno. S�� obedecendo poder��s, um dia, ser obedecido.

Obedecer a voz da pr��pria consci��ncia, entender e

aplicar tudo o que essa voz superior ditar �� se pre-

parar para fazer parte do quadro de instrutores, em

dias vindouros.

Procura apurar teus sentidos para n��o de-

turpar as li����es que eles dever��o captar em todas as

dire����es, at�� poderem canaliz��-las e distribu��-las pelos

meios adequados, em cada setor de trabalho e para

cada consci��ncia.

Entender, pois, �� dar e receber a cada instante,

sem constrangimento por precisar pedir ou quando

for solicitado a dar. Aprender sempre, pois a isso se

destina a humanidade.

187





SEJAMOS COMPREENSIVOS


N O S S O M A L , N O S S O G R A N D E M A L , �� N �� O P E R M I T I R M O S

que as criaturas sejam sinceras conosco. Apreciamos

a lisonja, adoramos ser enaltecidos, embora saibamos

que, na maioria das vezes, essa adula����o �� a m��scara

da ironia, da censura, da zombaria.

Se algu��m mais experiente do que n��s nos

adverte da nossa cegueira, revoltamo-nos e tacha-

mos essa criatura, que nos vem auxiliar, de despei-

tada e invejosa, quando dever��amos agradecer-lhe o

benef��cio.

Se algumas vezes a censura, a cr��tica ostensiva,

�� perversa e esconde prop��sitos inconfess��veis, ela n��o

nos atingir��; como donos de nosso autodom��nio, te-

remos confian��a em n��s mesmos, em nosso trabalho e

188





Levanta-te e anda..

no poder de trabalharmos para o bem, no nosso modo

de agir. S�� nos revoltamos com as censuras quando

ainda estamos perdidos no mundo das paix��es.

Devemos fugir de estarmos sempre prevenidos,

como quem receia uma cilada ou inimigo oculto, que

poder�� surgir das sombras da noite...

Procuremos estabelecer uma linha divis��ria

entre a luz e as trevas, entre o bem e o mal, entre o c��u

e o inferno. Um come��a quando o outro termina.

Mais adiante perceberemos que tudo �� uma s��

coisa e que todos somos um. Enquanto palmilharmos

a estrada da vida, muitas coisas nos suceder��o.

N��o culpemos ningu��m pelos fatos desagra-

d��veis que nos sucedem, pois, quando algo de bom

nos acontece, raramente o atribu��mos a outrem: ao

contr��rio, sempre nos consideramos os donos exclu-

sivos de nosso sucesso.

A vida �� uma sucess��o de acontecimentos v��-

rios. Preparemo-nos para poder ouvir os elogios sem

vaidade e reprimendas, os conselhos ou meras opini��es

sem ressentimentos, aproveitando o que nos convier

e deixando passar o que n��o nos servir.

189





Cenyra Pinto

Assim criaremos uma atmosfera simp��tica, for-

mando amigos sinceros, ao inv��s de bajuladores fingidos.

Devemos igualmente usar da mesma lealdade com os

nossos irm��os, companheiros de jornada terrena,

dando-lhes o que de melhor e mais puro tivermos

em nosso cora����o.

Compreendamos que a paz e a felicidade s��o

reflexos do amor que emitimos aos outros. E assim

criaremos ao nosso redor um n��cleo, formado pelos

nossos melhores pensamentos e sentimentos, que nos

prestar�� os mais relevantes servi��os e nos ajudar�� a

deixar algo de bom �� posteridade.

190





DESNIMO

N��O PERMITAS QUE O DESNIMO SE APODERE DE TI. JAMAIS.

Reage. Luta com todas as for��as, mas n��o te entregues

a esse inimigo que, qual vampiro, suga as energias e

reduz suas v��timas a um farrapo de gente.

Lembra-te de que o trabalho do pr��ncipe das

trevas �� este: atrair para baixo. Mas, pensa, tamb��m,

que dentro de ti h�� um Senhor que s�� espera o teu

chamado, para enviar o socorro imediato, por mais

terr��vel que seja a situa����o em que te encontres.

O des��nimo, meu irm��o, �� amigo da descren-

��a. Mostra-lhe a cruz da f��, e ele fugir�� espavorido.

Sempre o precede uma comitiva de seus comparsas.

Trazem material convincente para desiludir as almas

incautas. Mostram quadros desoladores, perf��dias

191





Cenyra Pinto

cru��is, chagas profundas, que nos fazem duvidar de

Deus e das criaturas.

S�� o des��nimo tem poder perante as almas

sem f��, aquelas que se distanciaram do Pai.

N��o te entregues! N��o te deixes arrastar para

o caminho da destrui����o.

A criatura �� feita �� imagem do seu Criador. E,

como tal, traz em si poderes em potencial, que jazem

adormecidos no fundo do seu eu. Nenhum sentimento

negativo deve permanecer em n��s. Para isso, necessi-

tamos ficar alertas.

O des��nimo penetra em porta sem vigilante.

Uma vez dentro, recusa-se a sair. �� preciso que n��o

o deixes entrar! Ele traz mensagens de destrui����o e

morte! N��o lhe d�� ouvidos, irm��o amigo.

A ta��a de fel que todos fatalmente teremos

de sorver tem o prop��sito de nos preparar o paladar;

no caso, apreciarmos devidamente a ta��a do mel, que

a suceder��.

Levanta-te! Luta! Mas n��o desanimes, n��o

deixes impregnar o ambiente do teu lar com o odor

venenoso e contagiante desse terr��vel t��xico.

192





Levanta-te e anda..

Es senhor, e n��o escravo. Quebra agora mesmo

as algemas. Atira-as longe. Ergue bem alto a tua ban-

deira de f�� e lan��a o grito de liberta����o; o eco de tua

voz repercutindo em todos os recantos despertar�� e

concitar�� outras almas prestes a sucumbir, e outras

vozes tamb��m se erguer��o; o des��nimo perder�� o seu

dom��nio e a alegria verdadeira, baseada na esperan��a

e na f��, voltar�� a morar contigo para sempre.

193





PROCURA COMPREENDER


"Toda pedra que um homem, com rancor,

atira, fere-lhe os pr��prios p��s na estrada."

C . G . URUTIGARAY

E TU SOLU��AS, BLASFEMAS E TE ARRENEGAS DA VIDA! POR

qu��? J�� indagaste de onde prov��m a tua desdita? J��

examinaste o rec��ndito do teu eu? J�� puseste �� tua

frente o teu passado, com teus atos, pensamentos, pa-

lavras? J�� pensaste tamb��m que, sendo esp��rito imortal,

j�� viveste outras vidas e que esta tua vida atual �� uma

seq����ncia de outras vidas?

Se tens de reclamar da sorte, n��o �� a Deus que

deves dirigir tuas reclama����es, e sim a ti mesmo. Deus

n��o castiga e n��o premia, porque Ele �� amor e justi��a.

�� essa a Sua lei.

194





Levanta-te e anda.

N��s fazemos hoje o nosso amanh��, e o nosso

hoje n��s o preparamos ontem. Somos o arquiteto do

nosso destino, uma vez que nos foi concedido o livre -

arb��trio.

Transmuta, pois, a tua revolta em compreen-

s��o. V�� que ainda sofres pouco, comparado com o que

j�� fizeste e fazes outros sofrerem.

Muitas vezes nos julgamos com muita indul-

g��ncia. Sentimo-nos em paz com a nossa consci��ncia

s�� porque n��o matamos, n��o roubamos, nem comete-

mos atos indignos perante a justi��a da Terra. Todavia,

por palavras, por olhares e pensamentos, cometemos

crimes hediondos que de n��s mesmos queremos

ocultar. Mas teremos de prestar contas. A justi��a di-

vina a tudo assiste.

Eis, pois, a raz��o do nosso sofrimento. S��o

situa����es criadas por n��s, sem que muitas vezes nos

detenhamos para analis��-las. Chegado o momento do

ajuste de contas, revoltamo-nos e maldizemos a sorte.

Procuremos ser honestos e reconhe��amos que

n��o �� Deus que nos est�� castigando, mas estamos co-

lhendo o que semeamos. E fa��amos um apelo ao Mestre

195





Cenyra Pinto

Supremo para que aprendamos essa grande li����o da vida:

"Quem semeia vento, colhe tempestade."

Tenhamos paci��ncia no sofrimento e que Deus

nos ajude a corrigir as nossas falhas, para que o nosso

amanh�� seja radioso e possamos, em dias vindouros,

compreender melhor a vida.

196





"Eu sou o CAMINHO"

H�� MUITOS CAMINHOS �� NOSSA FRENTE. QUAL DELES

devemos trilhar? Um nos convida pela beleza da

vegeta����o, pelo perfume que se exala das suas flo-

res coloridas. Outro, com regatos mansos e arbustos

verdejantes, onde os p��ssaros canoros gorjeiam amo-

rosamente. Outro ainda nos oferece a plan��cie infinda

e, ao longe, como se o horizonte fosse o fim, o repouso,

a tranq��ilidade. E outros e outros, cada qual com seus

atrativos naturais e encantadores.

Nossa mente se extasia e leva ao nosso cora����o

essas miragens magn��ficas, e o cora����o se enternece

e os olhos choram. Tanta beleza �� nossa disposi����o!

Tanta coisa sublime, encantadora, e n��s, quantas vezes,

choramos porque nossas posses n��o nos permitem

assistir a espet��culos de divers��es mundanas!

197





Cenyra Pinto

Pois bem, irm��o! Deixei-te, de prop��sito, nessa

expectativa do caminho a escolher e te levei ao mundo

das coisas fict��cias para te mostrar o caminho, ou seja,

aquele pelo qual qualquer ser menos previdente pode

enveredar, ainda que �� tua frente estejam todos os lagos

serenos, todas as flores perfumadas, todas as montanhas,

todas as belezas naturais, o que seria o suficiente para

qualquer alma sentir-se feliz ao poder desfrut��-las.

Tudo est�� �� disposi����o de todos; �� frente de

todos; as criaturas ainda s��o como borboletas: n��o

se satisfazem em percorrer um caminho que as leve a

um fim determinado. Querem adejar, ora aqui, ora ali,

sempre ��vidas de novidades que supram a sua falta de

acuidade para avaliar o que realmente vale a pena

ser apreciado.

Almas desse calibre vivem a��, aos milh��es,

tontas, esvoa��antes, cheias de complexos, a se tortura-

rem intimamente por n��o poderem encontrar a vereda

que as liberte de suas defici��ncias. E p��em-se de bra��os

cruzados �� espera de que o milagre se fa��a. E se admiram

de que outras pessoas sejam felizes com o pouco de que

disp��em e as invejam e as caluniam e as perseguem.

198





Levanta-te e anda.

Ter muito �� saber viver com o que se tem e

sentir-se feliz em qualquer situa����o e em qualquer am-

biente. Quantos caminhos abertos? Mas na realidade,

s�� h�� um caminho...

"Eu sou o caminho"16...

Tudo mais �� miragem, �� Maia17.

As flores perfumadas simbolizam a ess��ncia das

almas puras; o regato manso, a serenidade; os arbustos, a

for��a viva da natureza que brota mesmo sem que a m��o

do homem semeie. E a vontade que deve brotar com

vigor, dentro do ser, para o impulsionar para a frente.

O c��u constelado �� o convite para que o ho-

mem, contemplando o firmamento, admirando tanta

grandiosidade, deixe o orgulho e a vaidade e procure

brilhar como as estrelas no c��u da sua bondade e

amor fraterno.

Enfim, tudo, todos os caminhos s��o simb��licos,

porque o homem �� o ser privilegiado que tem �� sua

frente tudo o que o possa faz��-lo feliz. O feio, o mau,

16. J o �� o , 14: 6. (N.E.)

17. A p a r �� n c i a ilus��ria d a diversidade d o m u n d o n a c o n c e p �� �� o hindu��sta.

(N.E.)

199





Cenyra Pinto

o odor desagrad��vel s��o produtos das paix��es e v��cios

que pululam no nosso ambiente.

Transmutemos, com vontade firme, tudo que

seja contr��rio �� evolu����o, em dons imperec��veis, e

o caminho se apresentar�� iluminado dentro de n��s,

e poderemos dizer como disse o Mestre: "Eu sou o

caminho"...

200





F��

"A ESPERAN��A �� INCENTIVO; A F�� �� LUZ; O AMOR �� VIDA."

Crer �� ter f��. Ter f�� �� apoiar-se, com seguran��a e con-

fian��a, em uma for��a superior, certo de que n��o tom-

bar�� nunca!

Essa for��a que se manifesta em n��s e que cresce

com o nosso desejo de crescer �� a fonte da coragem,

da paci��ncia; �� a chave que abre a porta da perseve-

ran��a; �� a luz que clareia a nossa estrada; �� o cajado

que nos ampara; �� a b��ssola que nos dirige, porque s��

ela, t��o pequena no seu formato e t��o grandiosa no

seu significado, nos levar�� at�� o infinito.

Almas sem f�� que perambulam pelos mundos!

Eu as lamento... E se me for concedido algo que mere��a

dos mestres, rogo que a luz se fa��a nessas almas, que

elas despertem e se tornem receptivas, a fim de que,

201





Cenyra Pinto

banhadas dessa grandiosa for��a, possam, um dia, libertas

do pessimismo avassalador, da descren��a dolorosa, do

ego��smo corrosivo, saturadas de f��, caminhar livres e

felizes em dire����o �� verdadeira p��tria celestial.

2 0 2





CORAGEM


CORAGEM DEVE SER O TEU LEMA. CORAGEM DE ENFRENTAR

as situa����es criadas por ti mesmo. Coragem de colher

o fruto cuja semente semeaste.

Coragem, enfim, de reagir e prosseguir na luta,

embora tudo pare��a tombado e destro��ado.

A vida �� a mestra que, de quando em quando,

convida-nos a enfrentar uma banca examinadora, para

que nos vejamos e encontremos no fundo de nosso ser

o Eu divino - que pouco tem se expressado por nosso

interm��dio - tal o vozerio louco do nosso eu inferior.

Muitas l��grimas, muita tristeza sentimos quando

percebemos que estamos nos arrastando ainda no lo-

da��al das paix��es mesquinhas. Por que ser�� que, para

nos vermos realmente, temos de ser arrastados pelas

circunst��ncias dolorosas da vida?

203





Cenyra Pinto

Caminhamos felizes, despreocupados, con-

victos de que estamos indo muito bem. De repente,

tudo muda. A vida nos p��e �� prova e nos leva a situa-

����es que, quando acordamos, sentimos que vivemos

um pesadelo, tal a sensa����o crucial em que nos acha-

mos. S��o, realmente, provas inesperadas, situa����es

surgidas de repente e n��s nos portamos como seres

pequeninos, inferiores.

Depois, as conseq����ncias... as dolorosas conse-

q����ncias... Quanto dar��amos para retroceder e fazer tudo

de novo, consertando ou evitando o erro cometido?!

S�� a coragem nos poder�� salvar de um desmo-

ronamento total. A coragem de n��o nos acovardarmos

e de reconhecermos que realmente cometemos uma

falta, mas que, para "os grandes males", h�� "grandes rem��dios".

Surgir��, por certo, uma solu����o, um modo de

corrigirmos o erro, uma vez que reconhecemos que

erramos e queremos corrigi-lo. "Tudo �� poss��vel ��quele

que cre .

18. M a r c o s , 9: 2 3 . (N.E.)

204





Levanta-te e anda..

�� importante entregar-se ��s m��os do Mestre

Jesus, implorar a sua miseric��rdia para a nossa fraqueza

e ter a certeza de que tudo ser�� resolvido do melhor

modo poss��vel.

N��o desanimemos, n��o nos revoltemos contra

n��s mesmos nem contra ningu��m. E fundamental ver

em tudo o que nos acontece apenas a li����o que a vida

nos oferece, a prova de cada dia, para que, em dias

vindouros, estejamos mais alertas, mais vigilantes e

sobretudo mais obedientes ��s leis do Pai, que nos quer

tanto e que deseja que n��s, aqui na Terra, sejamos

compreensivos, para poder nos libertar do sofrimento

causado pela invigil��ncia.

E um dia n��o teremos mais medo de quedas,

porque aprenderemos a caminhar corajosamente e nos

conduziremos �� altura do nosso Pai, e a vida n��o ter��

mais necessidade de nos p��r em frente a n��s mesmos,

de nos p��r �� prova.

Coragem, amigo! N��o desanimes quando tro-

pe��ares ou ca��res. Tudo �� necess��rio e oportuno.

Aprende sempre e n��o te envergonhes quando tiveres

de repetir a li����o.

205





Cenyra Pinto

Que o Senhor Jesus te aclare a mente. Que o

Pai te acalente e conforte nas duras provas para que,

em breve, estejas dispostos a enfrentar, de p�� e com

coragem, o temporal, o vento e a chuva sem revolta,

certos de que "ap��s a tempestade vem a bonan��a".

2 0 6





CAUTELA!

VIANDANTE! DEPARAR��S NO TEU CAMINHO COM MILH��ES

de obst��culos e precip��cios. Tu te sentir��s atra��do pelas

tenta����es que, em vestes reluzentes, te procurar��o

seduzir.

Muitas coisas, belas na apar��ncia, surgir��o

diante de teus olhos e tentar��o te encantar. Foge caute-

loso de tudo o que brilha demasiado. Seu reflexo poder��

deslumbrar-te e, cego, cederes aos prazeres... Procura o

meio termo, o s��brio, o real. O homem cauteloso, que

vive em Deus, n��o se deixar�� arrastar ao abismo.

Na Terra, tudo �� necess��rio! Tanto o belo

como o feio t��m o seu lugar. O bom e o mau t��m di-

reito a um lugar ao Sol. Tudo tem sua raz��o de ser,

para que a compara����o seja feita e a li����o aprendida

e aproveitada.

207





Cenyra Pinto

O homem f��tuo, v��o e tolo deixa-se arrastar

nas asas das sedu����es terrenas; mas aquele que est��

atento, olha, examina, medita e sabe como se libertar

delas. Aquele que j�� alcan��ou o dom��nio dos sentidos

�� um vitorioso. J�� chegou ao cl��max. J�� se superou.

2 0 8





NAO CRIES FANTASMAS


"QUANDO TE SENTIRES FRACO, DESAMPARADO E S��, CLAMA

pelo teu Pastor". Para que te atormentares com pres-

s��gios f��nebres? Para que procurares a tortura com

tuas pr��prias m��os? E por que tanto pessimismo?

V�� que a maioria dos sofrimentos que antes

aguardavas ficaram na tua imagina����o, n��o se con-

cretizaram. Sofreste, augurando o pior que n��o veio.

Todavia, viveste momentos de ansiedade e desespero

porque tinhas como certo aquilo tudo que profetizavas.

�� esse, meu irm��o, o inferno, onde os pessi-

mistas, os descrentes de Deus e de si mesmos vivem de-

sorientados. �� esse o tenebroso inferno que acompanha

o ser, ap��s a morte, porque ele o criou na sua mente.

Aquele que n��o tem f�� nem confian��a em

si, muito menos a tem em Deus. E deixa-se arrastar

2 0 9





Cenyra Pinto

nas ondas do pessimismo, e a desorienta����o �� como

uma tempestade que ruge dentro do seu peito, pe-

trificando-o.

N��o cries fantasmas. N��o procures ferir-te

com tuas pr��prias m��os. Cria na tua mente um mundo

bom e promissor. V�� em cada criatura um irm��o amigo,

e, para cada fato que suceder na tua vida, encara-o

com serenidade e confian��a, sabendo que quem fez

as leis n��o pode errar. Sendo assim, tudo �� necess��rio;

a luz e a treva, a tempestade e a bonan��a.

Ver��s que a alegria de viver te abrir�� novos ca-

minhos e que tudo de mau que auguraste eram fan-

tasmas criados por ti mesmo.

Olha para dentro de ti e sente a divina pre-

sen��a dirigindo a tua caminhada, e os espinhos n��o

te ferir��o, pois saber��s como tom��-los entre os dedos

para colheres a rosa que te aguarda no alto da roseira.

210





TUDO �� NATURAL

N��O VALORIZES DEMASIADO AS COISAS QUE ACONTECEM

contigo. S�� s��brio. O meio termo, o caminho do meio,

�� o caminho certo. Tudo �� natural.

A dor e a alegria s��o naturais. S��o estados emo-

cionais, de acordo com a sensibilidade de cada um. Se

dissecares as coisas, pouco encontrar��s que seja capaz

de causar p��nico ou demasiada alegria. Tudo acontece

naturalmente para fins ��teis.

A compreens��o humana fantasia ora com

vestes negras, ora berrantes, espalhafatosas, conforme

o acontecido.

Conhecer o car��ter das coisas, perscrutar-lhes

o interior, �� trabalho do homem que j�� descobriu a

raz��o de ser da vida. N��o se limitar aos fatos em si, e

2 1 1





Cenyra Pinto

sim descobrir-lhes a origem, e s�� ela deve ser encarada

e levada em considera����o.

S�� se vem ao planeta Terra para esse fim: tra-

balhar. Mas o trabalho que o homem conhece �� o que

d�� o sustento para o corpo f��sico. Sem d��vida, esse

trabalho �� o ��nico talvez que o homem comum possa

executar. Mas �� justamente na rotina, nas lutas pela

vida, nesse trabalho do p��o de cada dia, que se oculta

o seu sentido espiritual.

N��o h�� necessidade de algo especial, dife-

rente, para o homem evoluir no plano espiritual. N��o

se faz necess��rio embrenhar-se nas matas, recolher-se

a mosteiros ou levar vida de asceta.

O importante �� ser como a salamandra - entrar,

viver no fogo e n��o se queimar. �� em cada ato, em cada

situa����o, boa ou m��, que est�� oculta a chave que nos

abrir�� a porta do nosso santu��rio interno, onde reina

o nosso Cristo. E no meio da luta que se encontram

os bravos, os valentes, os her��is.

N��o procures situa����es �� parte da vida terrena

para alcan��ares a meta. Vive tua vida, essa vida que

Deus te deu, procurando no desenrolar dos fatos,

212





Levanta-te e anda.

contigo e a teu lado, o fio da meada, a causa que produz

os efeitos, e estar��s realmente desenvolvendo a tua

capacidade em todos os planos.

Portanto, s�� s��brio, equilibrado e n��o fantasies

a vida, n��o deturpes essa oportunidade magn��fica que

a Terra, m��e amant��ssima, te oferece.

213





ACEITA����O CONSCIENTE

PARA QUE NOS APOSSEMOS DE TODO MATERIAL COM O QUAL

teremos que trabalhar em cada per��odo da nossa evo-

lu����o, temos de estar em atitude de alerta para n��o

recusarmos nenhuma esp��cie de material que nos vier

��s m��os, pois nos trazem apenas aquilo que nos cabe,

aquilo que nos comprometemos a realizar.

N��o reconhecemos muitas vezes e nos rebe-

lamos quando v��m, at�� n��s, material cujo aspecto nos

repugna, nos constrange, nos entristece. Mas n��o nos

esque��amos de que nada vem com destino errado.

Tudo vem a seu dono, e o dever do dono �� reconhe-

cer a sua pr��pria bagagem.

N��o ��, absolutamente, aconselh��vel distri-

buirmos com os demais o trabalho que nos compete

realizar. Sem embargo poderemos, se nos foi confiada a

214





Levanta-te e anda.

atividade de distribuidores de atribui����es, preparar cada

inv��lucro de acordo com a capacidade e a aceita����o de

nossos companheiros de luta, distribuir atividades v��-

rias, quando essa for a nossa miss��o. Mas n��o estaremos

trabalhando no nosso of��cio quando estivermos prepa-

rando equipes de trabalho e distribuindo servi��os?

Nesse caso, �� o material de atividade de cada

um que deve ser encarado como aquele que compete

a cada um e nunca rejeitado como n��o condizendo

com a nossa aprecia����o.

"Que se pode entender por material de traba-

lho?", perguntar��o. Material de trabalho s��o as circuns-

t��ncias da vida, com seus pr��s e contras, com suas

situa����es, com tudo, enfim, que entrar na nossa vida.

N��o recusar ou n��o renegar isso significa entender a

vida e ver, em tudo o que nos acontece, o material

com que temos de trabalhar para a nossa evolu����o.

S��o situa����es cru��is ou alegres, que devem

ser vividas sem revolta e sem euforia. Entender que

cada situa����o traz em si uma li����o ou um material

que precisa ser trabalhado para entrar no plano do

equil��brio.

215





Cenyra Pinto

Assim, amigo, advirto-te que aceites sem re-

volta tudo o que vier at�� ti e que, antes de tomares ati-

tudes de repres��lia contra aqueles que trazem a ti tais

situa����es, deves meditar muito e s�� depois agir, dentro

de um plano de serenidade, de aceita����o consciente.

Paz e luz.

216





PESQUISANDO EM SIL��NCIO

EU ERA UM OBSERVADOR A S S �� D U O DE T U D O O QUE C O N -

cernia ��s atividades terrenas. N��o perdia ocasi��o de pe-

netrar em qualquer situa����o emaranhada para verificar

onde come��ava e em que se prendia o fio inicial.

Meus companheiros, conhecedores desse meu

tipo de trabalho, apiedavam-se do que eles chamavam

de mania, tolice ou, por que n��o dizer, come��o de

loucura.

Eu n��o me ofendia com essas insinua����es, mas

passei a ser mais reservado: j�� n��o comentava, nem

expandia as minhas id��ias e silenciava quanto ��s

minhas descobertas. Compreendi que n��o era opor-

tuno esse g��nero de conversa e passei a adotar ati-

tudes convencionais, como o ambiente exigia. Todavia,

jamais perdi uma ocasi��o de perseverar nas linhas de

217





Cenyra Pinto

investiga����es. A princ��pio, tomei esse g��nero de es-

tudo como passatempo; depois, com mais interesse e

finalmente por convic����o.

As grandes realiza����es na vida s��o produto

de investiga����es, pesquisas, an��lises e tenacidade. Os

grandes descobridores, os g��nios e os santos s��o o re-

sultado de s��culos de evolu����o por meio de estudos e

trabalhos incessantes. Cada um de n��s tem concorri-

do com uma parcela de trabalho para que esses seres

pudessem realizar a sua obra.

No anonimato, no sil��ncio, na obscuridade,

trabalhamos mais eficientemente. N��o necessitamos

gritar ao mundo que n��s vivemos; basta que a nossa

presen��a o ateste. Vivemos sim, e viveremos por meio

da obra que executamos no passado e as que plane-

jarmos para o futuro.

Por que eu pesquisei no recesso das coisas apa-

gadas e quase sem vida? Por que eu fui atr��s do fio que

transcende, deixando os fios que est��o vis��veis? Porque

eu quis entrar na consci��ncia c��smica, nela viver e ser

parte dela, conscientemente. As coisas superficiais s��o

sem subst��ncia, sem resist��ncia e sem profundidade?

218





Levanta-te e anda..

Para que n��o te suceda o que sucedeu comigo,

para que n��o menosprezem teus planos e tentem obs-

truir o teu caminho, pesquisa em sil��ncio. N��o fa��as

alarde, nem te demonstres empolgados, nem exteriorizes

o teu intento. N��o por ego��smo; n��o por maldade, mas

por necessidade, por dever.

E assim, podes legar �� posteridade o produto

de tuas pesquisas, de teu aproveitamento nesse imenso

laborat��rio que �� a Terra.

219





TRABALHO


POR CERTO, AQUELES QUE J�� PUSERAM "O P�� NO CAMINHO"

n��o desconhecem o verdadeiro sentido da palavra

trabalho. Qu��o velha e qu��o nova, se a analisarmos

no seu real valor. Quem n��o trabalha?!

Embora nem todos tenham o mesmo of��cio,

uns sejam ricos, outros pobres, uns ativos, outros ina-

tivos, uns adormecidos, outros despertos, todos tra-

balham. Se para uns n��o �� trabalho o mister pesado,

para outros, o simples gesto de levar a comida �� boca

j�� �� trabalho.

Por isso dizemos que a palavra trabalho �� velha

como as montanhas e ao mesmo tempo nova, como

um infante, para aqueles que s�� superficialmente co-

me��am a sentir-lhe o significado exato.

2 2 0





Levanta-te e anda..

Quando a mente come��a a dissipar as nuvens

que lhe obscurecem a visualiza����o, ela n��o tem outro

panorama ante seus olhos sen��o trabalho. E se analisar-

mos ainda mais a fundo, veremos que aquilo que ignor��-

vamos, aquilo que at�� ent��o era vulgar para n��s, cresce,

avoluma-se e toma fei����o nova.

Os voc��bulos simples e corriqueiros passam a

ser compreendidos de outro modo. Aquilo que parecia

simples coincid��ncia, simples acidente comum a todas

as criaturas, passamos a ver como efeito de certa causa.

E assim vamos, de degrau em degrau, galgando

essa imensa escada, toda feita de luta, ren��ncia, per-

d��o, sacrif��cio e toler��ncia.

Vemos, ent��o, que trabalhar n��o �� ser rotineiro,

n��o �� ser m��quina, mas sim p��r a alma em movimento.

�� viver e manter-se em equil��brio, embora o lugar que

pisamos seja falso e vacilante.

O que importa n��o �� onde estamos e sim o que

estamos fazendo. Estamos sempre no lugar em que se

faz necess��ria nossa presen��a, porque nosso ambiente

n��o �� preparado por m��o inexperiente, mas sim por

aquele que sabe o que faz.

221





Cenyra Pinto

Aproveitemos o momento que passa e n��o es-

peremos nunca o "daqui a pouco", que poder�� n��o vir.

M��os �� obra. Trabalha e vencer��s.

Trabalha e tudo te ser�� facultado.

Trabalha e n��o temas o amanh��, pois s�� no tra-

balho se encontra a paz e a alegria de viver.

Trabalhar �� orar e vigiar para n��o cair na prova.

Ao terminar a leitura deste livro, talvez voc�� tenha ficado com algumas d��vidas e perguntas a fazer, o que �� um bom sinal. Sinal de que est�� em busca de explica����es para a vida. Todas as respostas que voc�� precisa est��o nas Obras B��sicas de Allan Kardec.

Se voc�� gostou deste livro, o que acha de fazer com que outras pessoas venham a conhec��-lo tamb��m? Poderia coment��-lo com aquelas do seu relacionamento, dar de presente a algu��m que talvez esteja precisando ou at�� mesmo emprestar ��quele que n��o tem condi����es de compr��-lo. O importante �� a divulga����o da boa leitura, principalmente a da literatura esp��rita. Entre nessa corrente!

222







---------- Forwarded message ---------
De: Reginaldo Mendes 


Olá, pessoal:
                   Esta é mais uma revista de nossa campanha de doação de livros e revistas  espíritas e não espíritas para atender aos deficientes visuais.
                   Agradecemos ao Irmão Fernando pela doação e  digitalização.
                    Pedimos não divulgar em canais públicos ou Facebook. Esta nossa distribuição é para atender aos deficientes visuais em canais específicos
"A  MAIOR CARIDADE QUE SE PODE FAZER É A DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA. EMMANUEL"


O Grupo Allan Kardec lança hoje mais uma revista  digital !
Desejamos a todos uma boa   leitura !


Levanta-te e anda - Cenyra Pereira 

Livro doado e digitalizado por Fernando José
Sinopse:
Este livro é formado por uma coletânea de mensagens que elevam a alma.


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