De: Dr. Mauricio Garcia
João Do Rio – A Mulher E Os Espelhos
Reunião de várias narrativas cujo tema central é a mulher. Somando esse tema instigante ao talento de João do Rio temos uma obra fascinante, na qual o autor apresenta várias mulheres, sem a intenção de desvendá-las, pois mostra que é impossível entendê-las.
O Rio é o cenário para os dramas de amor, os encontros furtivos, e desenvolvimento de fatos que trabalham com as questões da fidelidade, sedução, paixão, conformidade, desigualdade social, violência e exploração. Enfim, mais uma obra-prima de João do Rio.
Percorrendo miragens textuais do estetismo decadentista, João do Rio publica em 1919 um conjunto de 18 contos, onde no entender de J. Carlos Rodrigues – o estilo do autor "alcança o auge do cinismo e sofisticação".
Prezando o tema do "eterno feminino", a sedimentação narrativa de A Mulher E Os Espelhos traz por leitmotiv a imagem da Sereia, divisando o sensualismo decadente cujo canto de sedução faz a Carta-Ofera comentar: "As sereias desencadeiam tais apetites que levam os homens à pobreza e à morte".
Fragmento, ao que tudo indica, atravessado pelo conto "O Pescador E Sua Alma", publicado por Wilde em 1891, assim como pela máxima animada em Uma Mulher Sem Importância (1893): "A história das mulheres é a história da pior forma de tirania que o mundo já conheceu."
Ao intensificar a sede de possessão da mulher romântica, em seu cruzamento do amor com a morte, a imagem da mulher no Decadentismo instituiu Salomé como um dos grandes emblemas finisseculares, presença que – divulgada pela peça de Wilde – levaria João do Rio a formular "Salomé esta em todas as mulheres e todas as mulheres estão em Salomé".
Como observa Richard Ellmann, Salomé, "tendo dançado no imaginário de pintores e escultores ao longo de séculos, no século XIX dirigiu seus jogos sedutores à literatura"', ali encontrando ampla receptividade e especial
consagração nas páginas dos decadentistas, que coreografariam para ela os passos com os quais deslocaria os códigos da tradição romanesca.
Atiçado por essa coreografia, A Mulher E Os Espelhos trama no canto da Sereia a vertigem da Salomé decadentista.
Entrelaçamento articulado desde o primeiro conto que registra: "Devia ter sido assim Salomé" – referência que chancela os textos seguintes, onde – "cantando para o naufrágio das vidas" – a Sereia não apenas devora seus apaixonados, mas especialmente levas à loucura, ou à "neurasthenia", a exemplo de A Linda Desconhecida, cujo enredo move o dandy Justino Pereira, relatando suas experiências e recorrendo às injeções de "strychnina".
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