D A
A L M A
S��RGIO LOUREN��O
VOZ
DA
A L M A
EDITORA LUZ NO LAR LTDA.
REVIS��O: Orlando Parolini
CAPA: Geraldo Cofr��
COORDENA����O: Godofredo J. Norte
1. EDI����O: 1987
a
Tiragem desta Edi����o: 5.000 exemplares
EDITORA LUZ NO LAR LTDA.
Avenida Cupec��, 3.117 - S/01
S��o Paulo ��� SP ��� Brasil
CEP 04365
CGC 56.010.762/0001-23
Telefone (011) 562-0111
��
Zita, Selma, Dora e Leila, companheiras de
meu ideal.
S. L.
��NDICE
Pref��cio, 9
Ajudar, 15
Divulga����o, 17
Consolador, 21
Caridade, 23
Desenvolvimento da mediunidade, 27
Di��logo, 29
Des��gnios divinos, 33
Educa����o, 37
F��, 39
Gra��as a Deus, 41
Gratid��o, 43
Liberdade, 51
Mediunidade de cura, 55
Medicina e terapia esp��rita, 45
Mediunidade, 61
Moral social, 63
O Esp��rito �� um el��tron que pensa, 67
O Direito de reclamar, 69
Os Aventureiros, 77
Obsessores, 73
O Espiritismo e a sociedade, 83
Os Cargos e os encargos, 87
7
Palestras esp��ritas, 91
Paz, 95
Paga, 97
Prece de Caritas, 99
Pensamento, 103
Propriedade, 105
Querelas dom��sticas, 107
Religi��o esp��rita, 109
Semeadura e colheita, 113
Sil��ncio, 117
Teremos o que doarmos, 119
Trabalho, 123
Tempo, 125
Tempo de provas, 129
Vida em doutrina, 133
Vidas passadas, 137
8
PREF��CIO
"Qual o homem que, nas horas de sil��ncio e
recolhimento, j�� deixou de interrogar a Natureza
e o seu pr��prio cora����o, pedindo-lhe o segredo
das coisas, o porqu�� da vida, a raz��o do Univer-
so? Onde est�� esse que n��o tem procurado co-
nhecer os seus destinos, erguer o v��u da morte,
saber se Deus �� uma fic����o ou uma realidade?
N��o h�� ser humano, por mais indiferente que
seja, que n��o se tenha enfrentado algumas
vezes com esses grandes problemas. A dificul-
dade de resolv��-los, a incoer��ncia e a multiplici-
dade das teorias que da�� derivam, as deplor��veis
conseq����ncias que decorrem da maior parte dos
sistemas conhecidos, todo esse conjunto con-
fuso, fatigando o esp��rito humano, o tem ati-
rado �� indeferen��a e ao cepticismo."
Leon Denis
Com esta observa����o o extraordin��rio fil��sofo e
cultor da ci��ncia, justa e merecidamente considerado
9
o fiel disc��pulo e seguidor do mestre Allan Kardec, abre seu pequeno-grande livro, O Porqu�� da Vida,
edi����o da Federa����o Esp��rita Brasileira ��� FEB.
Realmente, se o homem entender sua exist��n-
cia apenas no percurso que faz da maternidade ao
t��mulo, verificar�� que a vida n��o tem sentido e que
as dores n��o se justificam.
E assim fizeram com que a Humanidade vivesse
esse engodo por quase dois mil��nios ap��s a vinda
do Cordeiro de Deus.
Mesmo com os claros e insofism��veis ensina-
mentos que legou �� Humanidade, registrados para a
posteridade pelos Evangelistas, a Boa-Nova foi sendo
aos poucos adaptada ao sistema do poder e do man-
do, obscurecendo pelo medo as intelig��ncias e tor-
nando os homens cativos de um princ��pio.
Pela imposi����o da for��a e da coa����o todos fo-
ram se curvando. Todos foram sendo dominados. In-
clusive fulgurantes intelig��ncias foram cedendo. A
for��a e o poder, nesse per��odo, calaram o mundo. E
essa for��a e esse poder estavam naqueles que, por
destina����o hist��rica, deveriam dar continua����o aos
princ��pios e normas legadas �� Humanidade pelo Cris-
to de Deus.
Alguma coisa deveria acontecer para libertar a
Humanidade do jugo perverso que lhe era imposto.
O Cristo j�� havia anunciado, quando esteve presente
entre n��s que:
"Se me amais, guardai os meus mandamentos;
e eu rogarei a meu Pai e Ele vos enviar�� outro
10
Consolador, a fim de que fique eternamente con-vosco, o Esp��rito de Verdade, que o mundo n��o
pode receber, porque o n��o v�� e absolutamente
n��o o conhece. Mas, quanto a v��s, conhec��-lo-
eis e estar�� em v��s. ��� Por��m, o Consolador,
que �� o Esp��rito Santo, que meu Pai enviar�� em
meu nome, vos ensinar�� todas as coisas e vos
far�� recordar tudo o que vos tenho dito". (S.
Jo��o, XIV, 15 a 17 e 26)
Esse Consolador Prometido por Jesus �� o Espiri-
tismo. E veio para que todos pudessem recordar Suas
recomenda����es, abafadas no tempo pelos homens e
pelo poder.
Aos 31 de mar��o de 1848, na pequena cidade de
Hidesville, nos Estados Unidos da Am��rica do Norte,
o primeiro fen��meno chamou a aten����o da Humani-
dade. Dessa pequena vila, as m��diuns Fox deram a
conhecer ao mundo uma nova realidade.
Quando a intelig��ncia, a coragem e a for��a de
Allan Kardec se deram a conhecer com sua sublime
miss��o, a de libertar da ignor��ncia os homens, surgiu,
aos 18 de abril de 1857, a Codifica����o da Doutrina
Esp��rita. O caminho foi aberto com a luz de O Livro
dos Esp��ritos. Estava chegando e sendo instalada a ERA ESP��RITA. Estava entregue �� Humanidade, o
CONSOLADOR PROMETIDO.
O homem passou a viver uma nova realidade. A
Humanidade come��ou a sentir um novo alento e um
novo caminho por onde poderia, como pode, seguir
com seguran��a.
11
Em 1860, em comunica����o dada em Paris, o Es-p��rito de Verdade, confirmando a sublime destina����o
do Espiritismo, diz que:
"Venho, como outrora aos transviados filhos de
Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas.
Escutai-me. O Espiritismo, como o fez antiga-
mente a minha palavra, tem de lembrar aos in-
cr��dulos que, acima deles reina a imut��vel
verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz
germinar as plantas e se levantem as ondas.
Revelei a doutrina divinal. Como ceifeiro, reuni
em feixes o bem esparso no seio da Humani-
dade e disse: 'Vinde a mim, todos v��s que so-
freis' ". [O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Ed. FEB (pop.), p. 135}
N��o h�� mais, atualmente, lugar para os descren-
tes da Terceira Revela����o. O mundo vive observando
os fen��menos que explodem em todos os cantos do
globo. N��o h�� mais como ignorar essa Verdade.
As vozes dos que partiram deste mundo est��o
presentes. Diariamente alertam e conclamam a Hu-
manidade a uma nova tomada de posi����o. A conti-
nua����o da vida n��o �� mais segredo. Tudo est�� aberto
para a intelig��ncia, o racioc��nio, o discernimento e a
pesquisa. A ignor��ncia e o temor n��o mais poder��o
encontrar guarida nos cora����es que pulsam pelo co-
nhecimento e indaga����es da Verdade.
Esta �� a realidade do momento.
Este �� o chamamento divino.
12
Que a coa����o, o medo, a ignor��ncia e o absurdo fiquem com aqueles que, por raz��es suba! ternas,
disso fizeram uma profiss��o para sobreviver. Que os
agiotas se enganem a si pr��prios, porque a Humani-
dade, pelo Espiritismo, conheceu o verdadeiro cami-
nho livre para a salva����o e reden����o.
Tomando por base esses ensinamentos, urge que,
por amor ao pr��ximo, seja a Doutrina Esp��rita divul-
gada em sua pureza de conte��do.
Essa propaganda �� uma responsabilidade de to-
dos aqueles que, neste laborat��rio humano, amanh��
estar��o derramando essas not��cias em todo o mundo.
�� uma responsabilidade individual de cada um. �� pre-
ciso mostrar o porqu�� da vida neste mundo. �� preciso
mostrar com seriedade e conhecimento o que somos.
�� preciso que cada um dos convictos explique de
onde todos viemos. �� de absoluta necessidade que
se afirme com seguran��a e f�� para onde vamos ap��s
o t��mulo.
Com este procedimento estar�� falando A VOZ
DA ALMA.
Este tem sido, embora as nossas profundas limi-
ta����es pessoais, o nosso prop��sito ao longo do tem-
po que vivemos esta nova realidade, imerecidamente
aben��oados pelos Esp��ritos do Senhor.
Sem o prop��sito de fazer literatura, muito pouco
preocupado com a forma, sempre nos moveu a preo-
cupa����o do conte��do e a oportunidade de chegar at��
os cora����es tolerantes e generosos dos leitores. E
com essa inten����o, aqui reunimos alguns temas que,
esperamos, nos unam por breves instantes.
13
Falamos de Espiritismo, no seu fundamental e insepar��vel tr��plice aspecto: filosofia, ci��ncia e religi��o. Falamos aos simples, aos que sabem compreen-
der e lutam por perdoar. Falamos ��queles que, como
n��s, caminham nesta vida, ainda tr��pegos, mas em
busca de uma fonte segura para abrigo e descanso.
Falamos, enfim, para aqueles que, como n��s, sofrem
as afli����es e dores do caminho.
Que o Senhor abra sempre as nossas mentes
para o entendimento e os nossos cora����es para o
sublime sentimento do amor.
S��rgio Louren��o
14
AJUDAR
Todo o bem que possu��mos nesta vida, se cons-
ciente e imparcialmente examinado, veremos, com
alegria, que possu��mos com alguma sobra.
Todo esp��rito encarnado, por maior que seja a
sua prova����o e por maior expia����o que lhe seja re-
servada, sempre a miseric��rdia divina lhe concede
alguma coisa, por m��nima que seja, de que possa
dispor em favor de seu semelhante carente e des-
provido daquele bem.
Se nada de valor material possuir, resta-lhe o
valor espiritual da resigna����o da pr��pria situa����o,
que �� um grande exemplo para aqueles carentes de
f��. �� doa����o sublime.
Os exemplos s��o constantes de pessoas misera-
velmente carentes de bens materiais e que, al��m de
suportar essa dor, caminham em socorro de outros
com o mesmo ou maiores problemas.
Verdadeiros flagelados no f��sico, t��m a voz que
canta a gl��ria e a b��n����o do Senhor.
S��o almas que n��o se entregam e n��o se socor-
rem de autopiedade para viver sua dor. S��o fortes
15
porque compreendem e aben��oam suas desditas. S��o amorosas porque sabem o efeito para a reden����o.
S��o fi��is ao Cristo porque vivem para ajudar, so-
correr e consolar.
Quantas criaturas com imensas sobras de valo-
res materiais s��o paup��rrimas de paz e felicidade in-
terior, valores esses que n��o se compram com ouro.
Quantos carentes asilados na mis��ria material, s��o
sumamente felizes de resigna����o e de amor a Deus
e ao pr��ximo.
Vamos doar o que nos sobra, a come��ar pela
solidariedade e fraternidade, pois sempre haver�� um
cora����o aflito e necessitado �� nossa espera.
A honra que toca ao verdadeiro Esp��rita �� ajudar
sempre e mais, visto que a maior fortuna do homem
reside na paz da consci��ncia do dever retamente cum-
prido. E o dever est�� consubstanciado na Boa-Nova
pregada e exemplificada por Jesus.
�� preciso come��ar. A Seara �� grande e poucos
s��o os obreiros de boa vontade.
16
DIVULGA����O
"A maior caridade que pratica-
mos, em rela����o �� Doutrina Es-
p��rita, �� a sua pr��pria divulga-
����o."
Emmanuel
Dentre as muitas tarefas que nos apresenta a
Doutrina Esp��rita, uma se relaciona com a sua divul-
ga����o. Essa tarefa deve ser realizada tanto entre
aqueles que j�� a conhecem, como, e principalmente,
entre aqueles que ainda a ignoram.
Tal trabalho, no entanto, tem sido entendido por
muitos como uma oportunidade lament��vel de trans-
mitir n��o o consolo da esperan��a entre os irm��os afli-
tos, mas o azedume da mis��ria e do desequil��brio e,
lamentavelmente, um futuro invariavelmente sombrio
para as almas que caminham nesta vida.
Oportuna e sempre atual �� a mensagem do ilu-
minado esp��rito Emmanuel, endere��ada "AO EXPLI-
CADOR ESP��RITA", quando diz que: "Na tarefa da
17
explica����o dos princ��pios esp��ritas para a mente po-pular, medita na import��ncia dos servi��os que a Pro-
vid��ncia Divina te confiou".
Jamais o Pai, atrav��s de seus enviados, violen-
tou a esperan��a de seus filhos. Sempre os advertiu
amorosamente, orientando-os para o caminho do bem.
Por que seriam, pois, os atuais trabalhadores da seara
esp��rita autorizados a divulgar e orientar em contr��-
rio?
A melhoria da criatura �� problema eminentemen-
te ��ntimo e nunca ser�� imposta por azedas cr��ticas de
comportamento. A fonte de amor �� sempre a mesma
para todos, tanto para o que fala, quanto para o que
ouve: JESUS E KARDEC.
Assim, na mesma mensagem, vem o alerta para
que, "Antes do coment��rio elucidativo ou reconfor-
tante, ajusta o pensamento ��s disciplinas da prece.
A ora����o valer-te-�� por tomada invis��vel que te ligue
o sentimento e raz��o ao Plano Superior. Em seguida
aproveita os minutos com que o hor��rio te favore��a
e fala espontaneamente, trazendo o cora����o aos l��-
bios. Diante do erro, esclarece amando, para que a
corrigenda n��o tenha a for��a de uma imposi����o, e
sim a luz de uma b��n����o. Fala, sobretudo, compade-
cendo-te dos que te ouvem. Lembra-te de que, muitas
vezes, te diriges a companheiros desfalecentes e fati-
gados. Muitos vieram de longe ou se afastaram de
obriga����es urgentes do lar para receberem de ti um
apontamento de bom ��nimo que os mantenha nos
bons prop��sitos que abra��aram ou que os ajuda a
suportar, corajosamente, o fardo de prova����es que
ainda carregam".
18
Todos estamos nesta trajet��ria evolutiva lutando contra o monstro do mal, por que iremos nos trans-formar em profetas da desgra��a?
A divulga����o de uma id��ia ��, como dizem os di-
cionaristas, o ato de difundir, tomar conhecimento,
propalar, propagar. Portanto, fazer com que todos, ou
pelo menos aqueles que da id��ia est��o tomando co-
nhecimento, fiquem convencidos.
Em Doutrina Esp��rita, antes de qualquer adver-
t��ncia de comportamento, �� bom que se ressaltem
os valores de uma conscientiza����o das afli����es e o
consolo para as dores da Humanidade.
Antes e acima de tudo, �� a Doutrina Esp��rita o
Consolador. Faz com que os homens compreendam
o que s��o e o que est��o fazendo nesta vida, pela
aben��oada e misericordiosa Lei da reencarna����o.
Da dor, chegam os seus efeitos. N��o h�� neces-
sidade de se mexer em feridas t��o s��rias e de dif��cil
conviv��ncia. �� fundamental, e �� o que a Humanidade
precisa, a not��cia de que essa dor �� passageira e
que o Espiritismo �� o ��nico e seguro rem��dio indi-
cado e de resultado infal��vel.
Vale, pois, o conceito de que "o perfume sempre
fica nas m��os de quem oferece rosas".
Sirva, pois, toda a mensagem, de chave de so-
corro e ilumina����o do caminho t��o dif��cil que se-
guimos. A dor j�� �� do��da demais para que seja au-
mentada.
O b��lsamo analg��sico que a esperan��a propor-
ciona precisa ser sempre ministrado hoje, como o foi
pelo Excelso Jesus, o M��dico das Almas.
19
CONSOLADOR
A Doutrina Esp��rita surgiu no devido tempo para
confirmar a pr��dica de Jesus de que viria o Conso-
lador, e com a Humanidade permaneceria.
N��o �� doutrina que se assenta nas coisas ef��-
meras da vida, mas sim, com aquilo que temos de
eterno e imperec��vel que �� o Esp��rito.
Vem, na realidade, acudir a todos aqueles que
querem e permitem que sejam atendidos.
N��o ��, portanto, doutrina filos��fica impositiva,
vez que a aceita����o �� condi����o elementar para os
seus efeitos.
Aqui reside seus mais sublime valor. O homem
encontra a salva����o e a reden����o, n��o apenas por
ser esp��rita. Ser esp��rita n��o fornece credencial para
ningu��m. O homem sincero encontra o caminho para
a sua ascens��o e o segue. Seu progresso espiritual
�� alcan��ado pelo exerc��cio constante do que a Dou-
trina Esp��rita recomenda como base fundamental: a
caridade. �� pela caridade que o homem se renova.
Vivendo esse princ��pio, vive a pr��pria Doutrina.
21
A Doutrina Esp��rita cobre toda a Humanidade, como o Sol que a todos ilumina, conquanto ainda tenha que respeitar os recintos fechados que impossi-
bilitam a entrada da luz.
O Espiritismo n��o oferece mais do que o con-
forto, no mesmo alcance que o p��o vem saciar a
fome. No entanto, tanto o conforto espiritual, quanto
o p��o material, exigem, para serem assimilados, que
a criatura se conven��a da necessidade.
Para se ter um consolo devido nas afli����es, ��
condi����o b��sica que o homem procure consolar-se
atrav��s da compreens��o e aceita����o dessas mesmas
afli����es.
O maior mal do aflito �� entregar-se totalmente
�� crise, fazendo dela companheira perp��tua, aman-
do-a, acariciando-a, alimentado-a e procurando, assim,
medicamentos exteriores quando a real solu����o ��
eminentemente interior.
O Consolador prometido j�� est�� conosco.
Precisamos apenas aceit��-Lo e n��o continuar ne-
gando-0 como se fez h�� dois mil anos com o nosso
Mestre Jesus Cristo.
22
CARIDADE
A Doutrina Esp��rita, tendo como lema o princ��pio
de que "fora da caridade n��o h�� salva����o" mostra a todos o caminho certo para o necess��rio aprimora-mento espiritual. Mas ��, ainda, de dif��cil aplica����o o
princ��pio da caridade. A abundante imperfei����o que
ainda aflige o homem, o retarda nessa pr��tica.
Os recursos materiais, quando o g��rmen da Dou-
trina do Cristo j�� est�� se desenvolvendo no cora����o
do homem, s��o relativamente f��ceis de ser transfe-
ridos a outrem.
No entanto, quanto aos recursos e bens de or-
dem espiritual, esses, a eles o homem se apega
tanto, que a separa����o �� dific��lima. Na realidade, dar
o que temos �� f��cil, mas, dar a n��s mesmos, conve-
nhamos, �� sumamente dif��cil.
Como exemplo dessa separa����o dif��cil, est�� o
conhecimento que, por merc�� de Deus, o homem
conseguiu assimilar da Doutrina Esp��rita.
Quantos ainda sofrem por desconhec��-la. E a
desconhecem, ou por tradi����o religiosa, ou por pre-
23
ven����o sistem��tica quanto ��s mudan��as morais que exige como testemunho.
E �� muito comum ouvir-se que, quem n��o aceita
pelo amor, com a dor vir�� aceit��-la.
Quanta falta de caridade nessa express��o t��o
usada no meio esp��rita. ��, muitas vezes, pronunciada
com vis��vel desejo m��rbido.
Ora, se podemos explicar, atrav��s de contactos,
provas e exemplos, que a Doutrina Esp��rita �� o que
poder�� aliviar a dor do aflito, por que deixar que ele
chegue ao sofrimento para que venha a se redimir?
N��o se deixa uma pessoa tremer de frio, sem
que venha imediatamente o sentimento nobre de aga-
salh��-la; n��o se deixa uma criatura ao relento, sem
que se ofere��a um teto.
Est�� a�� a caridade material. Quando se transferem
os pr��prios bens, ou quando se organizam petitorios
movimentando toda a comunidade para atender a ca-
r��ncia de criaturas necessitadas de valores para so-
breviver. E isso se faz com relativa freq����ncia.
Por que ent��o deixar uma criatura desviar-se do
caminho, sem levar at�� ela o conforto do Evangelho
de Jesus?
Por que esperar o crescimento da enfermidade
daquele esp��rito, para depois oferecer-lhe o medica-
mento, quando, o mais das vezes, dado o adiantado
estado do mal, a medica����o poder�� n��o surtir mais
efeito?
Por que n��o prevenir cedo a enfermidade, apli-
cando o exato rem��dio, consubstanciado nos princ��-
2 4
pios que j�� se pensa conhecer bem e v��lidos para a pr��pria satisfa����o e reden����o?
Essa �� caridade dif��cil porque exp��e, geralmen-
te, a pessoa que oferece a situa����es delicadas pe-
rante a sociedade.
No entanto, �� no momento, o que mais reclama
a Humanidade que, embora confessando-se crist��,
muito longe vive d'Ele.
Os esp��ritas est��o com o rem��dio certo que po-
der�� aliviar e reconduzir criaturas para o caminho da
reden����o.
A Doutrina Esp��rita precisa ser divulgada para a
reden����o da Humanidade. Os Esp��ritos do Senhor nos
legaram esse patrim��nio que deve e precisa acudir
todos os Seus filhos.
25
DESENVOLVIMENTO DA
MEDIUNIDADE
"Mediunidade com Jesus �� ser-
vi��o aos semelhantes. Desenvol-
ver esses recursos ��, sobretudo,
aprender a servir."
Bezerra de Menezes
Muito se fala, tanto entre os ne��fitos quanto en-
tre os profitentes da Doutrina Esp��rita, em desenvol-
ver-se a mediunidade.
A qualquer desequil��brio, tanto f��sico quanto ps��-
quico, l�� vem a senten��a do "entendido": "Precisa desenvolver. Volte aqui no Centro tal dia e o coloca-remos na mesa . . . " .
De uma forma ou de outra todos somos m��diuns,
da�� n��o residir nenhum mist��rio na senten��a. No en-
tanto, poucos orientadores t��m a real preocupa����o de
desenvolver o m��dium antes de qualquer exerc��cio
medi��nico.
27
Quando a preocupa����o primeira �� o m��dium e n��o a mediunidade em si, consegue-se evitar muitos
e s��rios aborrecimentos.
A primeira preocupa����o do m��dium deve ser a
sua auto-evangeliza����o, porque ter�� muito mais pos-
sibilidade de contato com os bons esp��ritos, e, em
conseq����ncia, presta����o de melhor servi��o �� coleti-
vidade.
Se �� o m��dium um int��rprete, uma ponte entre
os pianos dos encarnados e dos desencarnados, che-
ga-se com facilidade �� conclus��o de que �� respons��-
vel direto por tudo o que vier a transmitir.
De que valeria uma excelente estrada, com todos
os melhoramentos t��cnicos poss��veis, se a ponte de
travessia de um rio fosse r��stica e de suporte para
pequena carga?
A estrada continuaria intransit��vel aos grandes
e modernos ve��culos.
M��dium sem instru����o doutrin��ria e evang��lica
�� int��rprete de limitados recursos para as grandes
tarefas.
2 8
DI��LOGO
"A verdade �� como j��ia que, no
peito, nos cabelos e nas m��os,
enfeita, mas, atirada no rosto,
fere."
Emmanuel
Tem sido muito comum ouvir-se que falta mais
di��logo ao homem para que seus pensamentos, bem
como o entendimento fraterno, sejam poss��veis. Isso
acontece em todas as ��reas de conviv��ncia.
De fato, as id��ias e os conceitos devem mere-
cer a transmiss��o aos membros de uma comunidade
para que sejam analisados e dosados os seus efeitos.
Nem sempre o que parece direito e correto para um,
o �� para os outros.
Nesse ponto reside, portanto, a efici��ncia do
di��logo, que nada mais �� do que a conversa����o entre
pessoas. Em primeiro lugar, deve ser animado pela
compreens��o de quem o realiza, sob pena de ser
transformado em improdutiva demonstra����o de tei-
mosia.
29
E todo homem reclama a oportunidade de dialogar. Quer, no entanto, transmitir seus pensamentos,
sem aceitar, pelo menos para um estudo desarmado
de preconceitos, a contra-argumenta����o. J�� sabe, a
priori, que a exposi����o da outra parte n��o representa a verdade.
Realmente existem diferen��as imensas de com-
preens��o das coisas.
�� necess��rio, para dialogar, que sejam respeita-
dos os alcances de cada um, pois s�� assim �� poss��-
vel atingir-se o entendimento. E o encontro de dois
planos de entendimento s�� �� poss��vel pelo policia-
mento tolerante daquele que �� menos imperfeito.
Passando o homem a conscientizar-se de que
dialogar �� falar alternadamente, �� conversar, natural-
mente ser�� poss��vel um encontro, e, gradativamente,
chega-se a compreender todas as fases da dif��cil
exist��ncia de que cada um �� portador.
Vale como fator principal do di��logo a predispo-
si����o de convencer, como tamb��m a aceita����o de
ser convencido.
A preocupa����o que a maioria dos homens tem
de ser coerente com seus pontos de vista, que nada
mais �� do que a pregui��a mental, �� que leva, quase
sempre, a discuss��o ao fracasso ou quando n��o, a
agress��es verbais que nada de ��til produzem.
No que tange aos conceitos da Doutrina Esp��rita,
tal fato at�� hoje ainda mostra um desn��vel de seus
aprendizes, gerando, quase sempre, um desacerto na
sua aplica����o, caracter��stica que muito longe nos
coloca da advert��ncia: AMAI-VOS e INSTRU��-VOS.
30
Somos um contingente de Esp��ritos caminhando para a sublima����o. E se estamos caminhando, l��gico
�� o entendimento de que n��o atingimos, ainda, o ob-
jetivo.
Da��, a car��ncia de valores de cada um para que
se tenha a vaidade de ser dono da verdade. Sabemos
a localiza����o da fonte e o meio de chegar-se at�� ela.
Temos sede, mas a nossa ociosidade n��o permite a
nossa caminhada. Esses conhecimentos adquiridos
nos fazem estagnar e n��o nos permitem aceitar e
nem participar de um di��logo, porque, aquele que n��o
parou no aprendizado, mais adiantado se torna, em-
bora mais novo de participa����o doutrin��ria.
O mesmo acontece com alguns jovens que pro-
testam na comunidade mas que, na realidade, n��o
sabem contra o que e porque protestam. Querem, no
entanto, ser ouvidos atrav��s do di��logo.
E como a sociedade humana, tamb��m em nossa
comunidade esp��rita, outros ��ngulos de progresso
s��o observados. Esse progresso jamais deve ser des-
prezado. Ele sempre representa mais uma oportuni-
dade de o homem seguir a sua triunfante caminhada.
Como podemos oferecer um di��logo ��queles que
procuram o Espiritismo para a busca de novos
rumos, se ainda estamos longe de aceitar conceitos
novos de vida? O verdadeiro esp��rita transforma-se
moralmente, ou, pelo menos, luta, e muito, para isso.
E a insatisfa����o de muitos no que respeita �� religi��o
�� exatamente a aus��ncia desse preceito necess��rio.
Apenas a freq����ncia aos templos e nada mais! O
Espiritismo, no entanto, exige obras e servi��o de seus
seguidores. Isso �� fundamental.
31
Armados como ainda estamos, �� dif��cil manter-se entendimento. Ou renovamos o nosso conceito para
o verdadeiro Espiritismo como o codificou o Mestre
Allan Kardec, ou continuamos confundindo os "is-
mos" que andam por a��. E essa confus��o tem sido
profundamente prejudicial �� Doutrina que elegemos
como caminho para a nossa reden����o.
O Espiritismo n��o compreende e nem estimula
o homem estacionai. Aquele que permanecer parado
�� espera da perfei����o, pode crer que acabar�� vendo
a imensa legi��o que passa por ele.
O Espiritismo ensina e nos conduz pelo cami-
nho certo. �� s�� seguir o indicador e teremos o pri-
vil��gio de atingir, mais cedo, a reden����o, para a qual
fomos criados.
32
DES��GNIOS DIVINOS
A jovem norte-americana Karen Ann Quinlan,
cuja hist��ria emocionou o mundo na d��cada de 70
desafiando a ci��ncia humana, chegou ao seu final
ap��s viver durante dez longos e sofridos anos em
estado de coma.
Tudo come��ou no ano de 1975, quando a jovem,
na ��poca com seus 21 anos de idade, durante uma
festa de jovens, sentindo-se mal, sofreu um desmaio.
Em raz��o da demora em recobrar os sentidos,
foi levada ��s pressas para o hospital da cidade, cons-
tatando os m��dicos ter a jovem mergulhado em es-
tado de coma profundo, causado por ingest��o de dro-
gas e bebidas alco��licas.
N��o mais acordou, vivendo sob o controle de
aparelhos mec��nicos. Aquele estado era irrevers��vel.
Informados os pais dessa situa����o, e sentindo o
sofrimento, no entender deles, de ver aquela vida
vegetativa, apiedados, foram �� Justi��a pedindo auto-
riza����o para que os referidos aparelhos mec��nicos
fossem desligados, proporcionando, assim, uma mor-
te digna �� sua filha.
33
Pretendiam, na realidade, aplicar a eutan��sia.
Para isso argumentaram que a ci��ncia humana estava
contrariando a vontade divina, pois, Deus queria a jo-
vem Karen, morta. Contava a fam��lia com o amparo
da religi��o, visto que todos os passos dados nesse
sentido foram acompanhados de um padre.
A popula����o indignada fazia amea��as ��queles
pais que lutavam pelo que entendiam melhor para a
sua filha. A imprensa noticiava com destaque todos
os lances da situa����o. O mundo tomou conhecimento
e, como natural, partido tamb��m. Eram contradit��-
rias as opini��es em todos os lugares.
Depois de ��rdua luta conseguiram vencer na
Justi��a. O Poder Judici��rio Americano autorizou que
os m��dicos desligassem os aparelhos que mantinham
com vida aquele d��bil corpo.
Por senten��a da Suprema Corte, de 31 de mar��o
de 1976, foram desligados os aparelhos e a�� veio a
grande e inesperada surpresa: Karen Ann continuou
com vida. Seu cora����o continuou a funcionar normal-
mente, representando, agora sim, a vontade de Deus.
Diante do fato, apenas os tubos que conduziam
alimenta����o para aquele corpo permaneceram liga-
dos, recebendo, a jovem, sua balanceada alimenta����o.
Aceitando o fato, os pais de Karen Ann permi-
tiram que assim continuasse, desvelando todo cari-
nho por aquele desafio. Essa situa����o permaneceu
at�� o desencarne que se deu por insufici��ncia res-
pirat��ria e por crise aguda de pneumonia.
A vida que Deus reclamava para Si, conforme os
argumentos apresentados pelos pais de Karen Ann,
n��o era para aquela oportunidade.
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N��o s��o os poderes da fr��gil e insignificante intelig��ncia humana que disciplinam os fatos. A vida
a Deus pertence.
Quantos d��bitos e acertos, nesse espa��o de tem-
po, �� poss��vel tenha esse esp��rito ressarcido. Foi um
exemplo para a Humanidade ter essa jovem conse-
guido viver sem os aparelhos que, diziam os profis-
sionais, eram o que a mantinham com vida.
Mais uma vez a ci��ncia humana v�� seus conhe-
cimentos profundamente limitados perante os des��g-
nios divinos.
Mais um argumento para estudo daqueles que
n��o cr��em no poder da Vida.
Com a Ci��ncia ou sem ela, com os homens ou
sem eles, o verdadeiro sentido da Vida repousa em
Deus.
35
EDUCA����O
Engana-se aquele que espera estar livre do auto-
burilamento. Quando ultrapassar os limites da vida
f��sica ir�� se defrontar com seus acertos e desacer-
tos. Ficar�� �� merc�� do que realizou nesta vida. Se
bons foram seus atos, o resultado ser�� bom tamb��m.
Se ruim foi seu proceder, o resultado ser�� desani-
mador.
Isso nos relatam os esp��ritos a todo instante. A
prova �� viva e sem contesta����o.
N��o �� l��cito a ningu��m pretender a substitui����o
no c��rculo de seus pr��prios deveres.
Educar �� fun����o inerente �� pr��pria vida. Auto-
educar-se ent��o �� provid��ncia com car��ter de urg��n-
cia.
A vida continua e com ela levamos o servi��o
que prestamos a n��s pr��prios e, principalmente, aos
nossos semelhantes.
Servindo estamos nos educando e, nos educan-
do, estamos nos iluminando para o Cristo.
37
As afli����es e dores que a criatura humana possa sentir nesta vida ter��o, no caminho da reforma ��ntima, a melhor maneira de cura.
N��o pode a criatura humana pretender uniformi-
dade na jornada terrena. �� de imensa varia����o a po-
si����o evolutiva dos Esp��ritos. Isso �� de f��cil assimi-
la����o, pois cada qual usufrui de suas pr��prias con-
quistas.
Quem procurar educar-se com convic����o pela
Sublime Escola do Mestre Jesus, achar�� por certo o
prazer do amor fraterno e puro aos semelhantes.
Todas as nossa necessidades representam valo-
res educativos quando sabemos, realmente, aprovei-
tar a oportunidade de leg��tima eleva����o.
Se pretendemos encontrar a Luz da Vida, deve-
mos fugir das trevas da ignor��ncia.
3 8
F��
O alicerce da f�� religiosa reside exatamente na
certeza que se tem no ��ntimo, da exist��ncia de Deus.
Ao aceitar Deus como a "intelig��ncia suprema
e a causa prim��ria de todas as coisas", importa pri-
meiro tenha o homem consci��ncia de suas pr��prias
limita����es.
Aceito o princ��pio, pode a criatura vislumbrar o
fim. E o fim daquele que tem f�� �� a ilumina����o vi-
brante e sentida, por ultrapassar os limites comuns
da cren��a.
Quando a Doutrina Esp��rita recomenda a abso-
luta necessidade de todos, em supremo esfor��o, cui-
darem da reforma ��ntima, �� absolutamente necess��-
rio convir ser o primeiro passo nesse caminho, a
consci��ncia da f��.
Tendo f��, tem condi����es a criatura humana de
mudar seu comportamento. Do interior �� que ter�� que
nascer o prop��sito reformador.
Nada mais ingl��rio para quem procura a reden-
����o do que a falta de certeza no pr��prio caminho que
3 9
segue. �� o mesmo que tatear no escuro. E essa certeza influi confian��a em todos que dela tomam co-
nhecimento. �� certeza que exemplifica.
Em particular o esp��rita nunca deve ser mera-
mente um crente, mas sim um convicto. �� absoluta-
mente necess��ria a convic����o alicer��ando a f��, para
que seja alcan��ada com serenidade a compreens��o
dos des��gnios de Deus.
O indeciso sofrer��, com o tempo, as conseq����n-
cias de sua pr��pria indecis��o.
40
GRA��AS A DEUS
Sempre que nos �� oferecida uma oportunidade,
seja em uma reuni��o esp��rita, seja em uma reuni��o
social, ou reuni��o familiar, ou mesmo na intimidade
de nossas conversa����es, ou at�� em um simples cum-
primento, dizemos: GRA��AS A DEUS.
No entanto, poucos meditam na grandeza da ex-
press��o. Nem sempre respeitamos a singeleza e o
sentido da frase. Nem sempre rendemos gra��as sin-
ceras ao Todo-Misericordioso pelos sofrimentos f��si-
cos e morais que redundam em nossa eleva����o.
S�� dizemos gra��as a Deus, quando tudo vai bem.
Quando todos os nossos desejos est��o sendo aten-
didos.
Devemos sim, quando ofendidos, e as ofensas
forem recebidas com toler��ncia e amor ao ofensor,
render gra��as a Deus pela oportunidade e compreen-
s��o que tivemos.
Devemos render gra��as a Deus todos os dias
por termos renascido. Cada dia que conseguimos
vencer, e na balan��a da consci��ncia tivermos saldo
positivo em nossas a����es, mais perto estaremos da
41
melhoria espiritual que almejamos e lutamos por alcan��ar.
Quando vemos o Sol pela manh��, rendamos gra-
��as a Deus por enxergarmos o nosso pr��prio cami-
nho. E ao vermos esse caminho, rendamos gra��as a
Deus por termos como nosso orientador e guia, um
Pai t��o Bom e Justo.
Quando a dor e a afli����o escolhem nossa casa
para abrigar-se, �� o momento de render gra��as ao
Senhor.
Quando vemos que grande parte da Humanidade
segue o caminho desviando-se da Boa-Nova e que
ainda muitos se negam a seguir com essa multid��o,
vamos render gra��as ao Pai por n��o termos sido d��-
ceis ��s tenta����es do mundo.
E os esp��ritas, convictos, vamos render gra��as
a Deus por termos compreendido e sentido o verda-
deiro objetivo das recomenda����es de Jesus e as di-
retrizes do Consolador.
Gra��as a Deus por podermos dizer alegremente
e felizes que somos esp��ritas.
4 2
GRATID��O
Somos sempre chamados ao servi��o do bem e
do amor em nome de Jesus, o Excelso Benfeitor da
Humanidade.
Atendendo ao chamamento procuramos ajudar
desde que a gratid��o daqueles a quem nossas horas
de trabalho se voltam, passem a reconhecer nossas
inten����es.
N��o aprendemos ainda dar sem receber e nem
ajudar sem ser reconhecido. A nossa m��o esquerda
est�� constantemente bisbilhotando o que a nossa
m��o direita faz.
Se Jesus �� o nosso Mestre e Guia, e que olha-
mos e temos como modelo que precisamos imitar,
por que n��o compreender, como Ele compreendeu a
Sua crucifica����o e a ingratid��o de que foi v��tima?
Mesmo assim, olhou a Humanidade que explodia em
��dio, como de pequenas e irrespons��veis criaturas
e pediu ao Pai que as perdoasse.
Se com Ele aconteceu tanta iniq��idade, porque
ter��amos n��s, m��seros aprendizes, que ser diferen-
tes? Ao ingrato devem ser sempre atribu��das suas
4 3
limita����es. H��, em quem assim procede, a incapacidade de reconhecer. E isso �� pr��prio de um desajus-
te. �� pr��prio do orgulhoso.
Permita-nos o Pai que possamos produzir con-
solo e n��o procurar ser consolados com a gratid��o
em raz��o de um poss��vel bem realizado.
A caridade �� uma estrada que nos leva �� eter-
nidade, mas condiciona que n��o se olhe para tr��s.
O que se faz, se faz pelo que deve ser feito. N��o se
faz o bem com esperan��a de reconhecimento.
Em mat��ria de doa����o de amor, quanto mais se
tem para dar, mais se �� solicitado. Hoje esse mate-
rial �� de absoluta car��ncia no mercado de cora����es.
O objetivo do Crist��o �� servir sem esmorecer.
Esse �� o m��rito do bem. Esse �� o caminho para a
reden����o. A gratid��o �� um sentimento nobre de quem
reconhece sua d��vida. Quem assim n��o procede arca
com a responsabilidade de seu ato.
A gratid��o �� um rem��dio renovador para as al-
mas humildes.
Quem a possui ganha espa��o no mundo dos
Bons Esp��ritos.
44
M E D I C I N A E TERAPIA ESP��RITA
Em raz��o de ser a maioria dos dist��rbios ps��qui-
cos uma atua����o ou influ��ncia de esp��ritos, o Espiri-
tismo tem cuidado dessa ��rea da mesma forma que
a Ci��ncia M��dica tamb��m dela se ocupa.
At�� o advento da Codifica����o Esp��rita, desconhe-
cido o fen��meno, o cuidado com estes pacientes vi-
nha ocorrendo, praticamente, no escuro. Raros os
cientistas que faziam alguma conota����o.
Assim, alicer��ado no Brasil o Espiritismo e,
conscientes os Esp��ritas da possibilidade de aliviar
as afli����es nesse campo da sa��de, voltaram seus
esfor��os em instala����es de hospitais especializados
para esse fim.
No entanto, o funcionamento dessas Casas de
Sa��de sempre encontrou grande resist��ncia por parte
dos profissionais da ��rea, salvo poucas mas honro-
sas exce����es.
H�� algum tempo, observamos um hospital do
g��nero. Informou-nos o dirigente que, assim que pas-
sou a orientar a referida casa, sentiu de imediato que
a terapia esp��rita n��o era aplicada nos pacientes. Era
4 5
uma recomenda����o da diretoria anterior. Tal medida era para n��o conflitar com a forma����o religiosa do
paciente, bem como com o tratamento m��dico que
este recebia.
Mesmo em r��pido exame, constata-se que a
terapia esp��rita, embora praticada por leigos em Me-
dicina, n��o tem nennuma contra-indica����o. O Evan-
gelho, o Passe, a Agua Fluida, n��o fazem mal a nin-
gu��m.
O que se verifica, verdade esta incontest��vel, ��
que falta autoridade e convic����o dos respons��veis
pela obra. �� uma obra Esp��rita, constru��da por esp��-
ritas, dirigida por esp��ritas e que tem responsabili-
dades imensas com os Esp��ritos.
Ent��o, por que n��o impor o tratamento paralelo
e alternativo? Os profissionais sabem a filosofia que
orienta a obra. Os pacientes e seus respons��veis,
tamb��m. Disso n��o se faz segredo. Inclusive, a maio-
ria dos hospitais do g��nero levam o nome de figuras
nobres do Espiritismo.
Assegura a legisla����o brasileira os direitos en-
tre empregados e empregadores. Exige, em contra-
partida, deveres entre as partes.
Os profissionais da ��rea que eventualmente dis-
cordam, t��m o mais leg��timo direito de n��o exercer
suas tarefas naquela casa. Agora, ficar e pretender
enfrentar as normas diretivas, �� um abuso.
Casa de filosofia esp��rita declarada, constru��da
por esp��ritas, administradas por esp��ritas, e se sen-
tir tolhida de ali exercitar o Espiritismo, �� um con-
tra-senso. Caso o profissional queira aplicar um m��-
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todo pr��prio e individual de tratamento, n��o admitin-do outra forma paralela, deve, por um dever de cons-
ci��ncia, desligar-se da obra, procurando outra casa
que com ele concorde, ou, ent��o, o que �� mais digno,
deve construir ou adquirir um hospital para seu tra-
balho. N��o deve, por uma quest��o de ��tica, ditar nor-
mas na casa alheia. Isso �� at�� uma demonstra����o de
educa����o. Ainda mais que exerce sua profiss��o re-
munerada. N��o faz o atendimento gratuitamente. Re-
cebe para isso. Tem at�� um sindicato para defender
os seus interesses e direitos. Portanto, embora sua
nobre profiss��o, �� um empregado que n��o pode ser
diferenciado dos demais trabalhadores.
Em absoluto se deve exigir que se torne esp��-
rita. Nem precisa. Deve, isto sim, exigir respeito ao
Espiritismo que �� a filosofia que norteia a casa.
Dir��o: e os pacientes?
O tratamento deve, tamb��m, obedecer a mesma
linha. Os parentes ou respons��veis pelos pacientes
sabiam, antes da interna����o, que a casa era Esp��rita.
Se aceitaram, assumiram todas as normas. Se enten-
dem que o Espiritismo vem ferir as suas convi����es
religiosas, que procurem outra Casa de Sa��de que
atenda seus desejos. Isso �� simples. O que se nota,
atualmente, no entanto, �� que o hospital �� procurado
exatamente por ser Esp��rita.
A observa����o de que o Hospital Psiqui��trico Es-
p��rita n��o �� esp��rita, porque os profissionais m��dicos
n��o s��o esp��ritas, n��o tem sentido. O m��dico, esp��-
rita ou n��o, tem sua responsabilidade e aplica a me-
dica����o que a Ci��ncia oferece.
4 7
A terapia esp��rita, consubstanciada na Evangeliza����o, no Passe e na ��gua Fluida, n��o conflita e muito
menos atrapalha. S�� beneficia. Quanto a isso n��o
pode existir a menor d��vida.
O que precisa �� haver respeito. Respeitando-se
mutuamente as partes, sempre ser�� atingido o obje-
tivo. E quando a parte que deve e precisa ter maior
respeito, por ser obediente de ordem e regime de
trabalho, assim n��o proceder, compete a quem tem
a responsabilidade de dirigir uma Obra Esp��rita, im-
por o cumprimento do devido respeito ��s normas e
destina����o da casa.
Aparentemente �� uma medida intolerante e dr��s-
tica. Mas n��o ��. Ningu��m tem o direito de transigir
com aquilo que n��o lhe pertence. O Esp��rita, partin-
do desse princ��pio, n��o tem o direito de transigir,
muitas vezes por comodismo, com o conte��do do
Espiritismo. Se o fizer, ser�� o respons��vel pelo bem
que lhe foi entregue e que dele fez mau uso.
Proceder assim, com esse rigor, nos hospitais
de outras filosofias religiosas, tem sido at�� natural.
Nenhum profissional reclama da a����o de religiosos e
religiosas. Aceitam. Isso n��o fere princ��pios. Mas,
se a Casa for Esp��rita, julgam-se no direito de con-
testar.
N��o podemos transigir, repetimos, com aquilo
que n��o nos pertence. Essa �� a grande verdade. O Es-
p��rita apenas administra. Embora o Espiritismo n��o
seja propriedade de ningu��m, o homem deve dar
conta pelo uso que dele fez e faz.
Um Hospital Psiqui��trico Esp��rita, quer queiram
quer n��o pacientes e servidores, deve e precisa apli-
48
car a metodologia de cura, consubstanciada na Evangeliza����o, no Passe e na ��gua Fluida. Essa medica-
����o, aliada ao tratamento convencional, d�� resultado
sempre positivo e, o que �� importante, sem efeitos
colaterais.
O que �� fundamental �� que sejam as normas de-
finidas e claras. Assim como os pacientes se subme-
tem �� medica����o para o f��sico sem que lhe seja dada
oportunidade de opini��o, a medica����o para o Esp��rito
deve e precisa seguir o mesmo princ��pio.
Se o Esp��rita entende que todo dist��rbio espiri-
tual reclama tratamento adequado, precisa agir e ser-
vir nesse sentido.
Os Centros Esp��ritas, todos, ou quase todos,
oferecem a medica����o do Passe, do Evangelho e da
��gua Fluida, para os aflitos que deles se socorrem.
Se assim procedem em rela����o aos semelhantes
que convivem na sociedade, por que n��o agir da mes-
ma maneira com rela����o ��queles que est��o, desgra-
��adamente, internados nas Casas Esp��ritas especia-
lizadas?
O que �� importante e necess��rio, nesta ��poca de
tantos desajustes, �� obrar com coragem e n��o tran-
sigir diante de preconceitos descabidos.
49
LIBERDADE
"A intelectualidade acad��mica
est�� fechada no c��rculo da opi-
ni��o dos catedr��ticos, como a
id��ia religiosa est�� presa no
c��rcere dos dogmas absurdos.
Os crist��os novos ter��o de mar-
char contra esses gigantes, com
a liberdade dos seus atos e de
suas id��ias."
Emmanuel
Sempre estamos, no curso de nossa vida, a re-
clamar liberdade para as nossas a����es. Queremos ser
livres. Isso se torna o mais procurado objetivo.
No entanto, �� importante que se fa��a um tra��ado
que ofere��a o limite para a liberdade que temos ga-
rantida, e a que pretendemos ter. Essa �� a voz da ra-
z��o e do entendimento.
Esse limite dever�� ser baseado na perfeita com-
preens��o, tamb��m, dos direitos e da liberdade de
51
nossos companheiros de caminhada terrena. Isso �� fundamental.
N��o podemos, em nome e usando a liberdade
que temos, ferir a liberdade e o direito das demais
criaturas humanas. S�� assim estaremos agindo com
responsabilidade, e usando a liberdade que nos foi e
�� concedida.
Liberdade sem a devida responsabilidade �� agres-
s��o frontal aos direitos de nossos semelhantes.
A Doutrina Esp��rita �� essencialmente uma dou-
trina de liberdade. N��o aprisiona seus adeptos aos
preconceitos e normas exteriores. N��o tem hierar-
quia aqui na terra. N��o tem p��lpito. N��o condena nin-
gu��m. Faz do livre arb��trio a raz��o primordial da re-
den����o humana.
No entanto, �� necess��rio que a nossa compreen-
s��o seja firmada pelos princ��pios b��sicos contidos
na Codifica����o Esp��rita do Mestre Allan Kardec, onde
est��, perfeitamente tra��ada, a norma de conduta do
Esp��rita, bem como o que seja e deve ser entendido
como Espiritismo.
N��o h�� como confundir sua aplica����o com outros
cultos. A adapta����o feita em nome da liberdade corre
por conta e risco de seus autores e a eles ser��o atri-
bu��das as responsabilidades como conseq����ncias
desses atos.
Qualquer desvio de conceito ser�� aplica����o er-
r��nea da Doutrina. Esses excusos caminhos sempre
macularam a pureza doutrin��ria e confundiram o povo.
Jamais, em nome da liberdade, podemos fugir dos
52
conceitos fundamentais e l��gicos contidos na Codifica����o.
O fen��meno medi��nico faz parte de um todo.
Jamais pode ser tido como um fim. O valor prepon-
derante na vida esp��rita �� a reforma ��ntima do homem
dentro dos princ��pios evang��licos.
Espiritismo �� o que codificou Allan Kardec. At��
hoje nada autoriza mud��-lo. Qualquer altera����o que
se fa��a, por m��nima que seja, altera-se o princ��pio
elementar do conjunto.
Embora din��mico, o progresso da humanidade
n��o caminhou o suficiente para superar t��o nobre e
claro ensinamento.
Assim como a Boa-Nova que Jesus nos legou
continua atual e ainda por muitos n��o entendida, o
Espiritismo, ap��s mais de cem anos, continua como
se fosse explicado h�� poucos dias.
53
MEDIUNIDADE DE CURA
"As teorias proclamadas pelo
Espiritismo s��o de um valor in-
calcul��vel, mas a incredulidade
arraigou-se tanto no esp��rito hu-
mano que s�� mesmo os fatos,
que s��o as demonstra����es des-
sas teorias, poder��o convencer
o homem de sua imortalidade."
Cairbar Schutel
Em que pese a for��a e a obstina����o de alguns
intelectuais para combater os ensinamentos esp��ri-
tas, o Espiritismo tem caminhado com decis��o, igno-
rando galhardamente esses obst��culos que a fraque-
za humana tenta lhe impor.
Ap��s seguidas decep����es, os combatentes ex-
ternos, diante dos fatos, foram aquietando seus im-
pulsos e cedendo pelo sil��ncio, numa demonstra����o
de derrota diante do que viam, sentiam e n��o sabiam
explicar.
55
Jesus, em sua magn��fica trajet��ria pela Terra, deu demonstra����o sublime do que podem e fazem os
Esp��ritos. Sua prega����o contida nos Evangelhos s��o
contundentes e n��o comportam a mais m��nima d��-
vida.
Jesus mostrou o caminho, partindo da mansid��o,
do amor e, principalmente, das curas dos enfermos.
O fen��meno da cura sempre foi o mais abrangente e
o mais forte argumento contra a incredulidade. La-
mentavelmente o homem precisa ver para crer e en-
tender.
A Doutrina Esp��rita que disciplinou o exerc��cio
da mediunidade sempre ressaltou essa particulari-
dade. A cura sempre foi o alvo daqueles que, deso-
lados e aflitos, procuram o amparo dos Esp��ritos.
E foram incont��veis pelo mundo os m��diuns que
se ocuparam dessa tarefa. S��o in��meros os que la-
boram nesse campo. A mediunidade de cura aflora
com os passes, com as receitas e com as opera����es.
Estas, pelo inusitado dos meios usados, s��o mais
convincentes.
No Brasil esse fen��meno come��ou a ser obser-
vado com o Iluminado Esp��rito Eur��pedes Barsanulfo.
Executava, esse admir��vel mission��rio, proezas ex-
traordin��rias. S��o comprovadas suas seguras inter-
ven����es cir��rgicas, principalmente quando amputou
a perna de um paciente e quando costurou ��� este ��
o termo exato, porque usou agulha e linha comum
de costura ��� longo e profundo corte no antebra��o
de um aluno de sua escola. Foi processado pela jus-
ti��a dos homens, relatam os autos arquivados no
cart��rio.
56
Posteriormente, no mesmo sentido, abalou o mundo o que realizou o m��dium Jos�� Pedro de Frei-tas, o Z�� Arig��. Realizava o seu trabalho com digni-
dade e jamais negou-se a ser examinado por cientis-
tas s��rios. Foi processado pelas autoridades por
duas vezes.
Mais recentemente surge o m��dium Edson Ca-
valcanti de Queiroz. Para desespero de muitos, �� esse
m��dium formado em medicina. Como m��dico trouxe
para a classe um novo sistema de trabalho: a me-
diunidade. Isso, evidentemente, n��o agradou ��queles
que, pela inoper��ncia e incredulidade, imp��em os limi-
tados conhecimentos humanos acima dos des��gnios
de Deus. Tamb��m foi processado. Tornou-se a ovelha
negra do rebanho.
No entanto, paralelamente a esses .m��diuns am-
plamente conhecidos pelos seus feitos, espalham-se
outros que, dentro de suas possibilidades e no cum-
primento de nobres miss��es, v��o curando enfermos
e divulgando o Espiritismo.
Infelizmente poucos, mas poucos mesmo se d��o
ao trabalho de exercitar pesquisas com esses dota-
dos. Toma tempo. E tempo �� dinheiro. �� muito mais
c��modo denegrir, duvidar, criticar do que examinar.
Mas quando se fala em examinar esses dotados, re-
clama-se que seja isso feito cientificamente, sem
preconceitos.
�� atual a recomenda����o de Cairbar Schutel quan-
do diz, na p��gina 96 do livro Vida e Atos dos Ap��sto-
los:
"Um dos principais caracter��sticos dos Ap��sto-
los era a cura dos enfermos. Pedro possu��a esse
57
dom em alta escala. As curas espirituais produ-ziam grandes contribui����es para a convers��o
dos incr��dulos. N��o s�� era o enfermo curado
que se convertia, mas todos os que tinham se-
guro conhecimento do caso. Dotado de faculda-
des magn��ticas e ainda auxiliado pelos Esp��ri-
tos, que constitu��am a Falange do Consolador,
que agiam em nome de Jesus, Pedro fez in��me-
ras convers��es, mais por meio de curas do que
mesmo pela palavra. �� que a cura �� um fato que
toca logo o cora����o, o sentimento, mais f��cil de
percep����o do que a palavra que precisa passar
pelo c��rebro e atravessar o crivo do entendi-
mento. O amor opera milagres, ao passo que a
Sabedoria �� tardia em sua a����o."
Ser esp��rita �� at�� relativamente f��cil. Existem mi-
lhares. Ser m��dium, tamb��m. Existem muitos. No en-
tanto, ser m��dium portador da mediunidade de cura
�� profundamente dif��cil. �� chamar para si toda a in-
compreens��o e ignor��ncia de pseudo-s��bios e cien-
tistas e, principalmente, do poder repressivo.
A dor campeia no mundo. Seus portadores em
desespero procuram todos os recursos e chegam at��
essas criaturas dedicadas �� mediunidade de cura.
Querem al��vio imediato. E s��o esses dotados que en-
frentam todo o desconforto imagin��vel. Junto a esse
desespero, ainda aparecem os fiscais da mediuni-
dade, os incr��dulos, exercendo dentro e fora do grupo
esp��rita severas e nem sempre fundamentadas cr��ti-
cas. Criticam porque n��o podem agir de outra ma-
neira.
58
Essas almas nobres que se entregam a aliviar as dores dos semelhantes seguem, em todos os rinc��es
seu missionato. N��o ser�� pela cr��tica de uns poucos
inadvertidos agentes de outras for��as que o fen��-
meno deixar�� de existir.
Basta o ass��dio das autoridades preconceituosas
que buscam, no il��cito penal, a solu����o para silenciar
os favores do Alto.
Eur��pides Barsanulfo, Z�� Arig��, Edson C. Quei-
roz, e tantos outros modestos seareiros, seguiram e
seguem seus caminhos com f�� e perseveran��a.
De uma coisa estamos e devemos estar conven-
cidos: FAZER O BEM NUNCA FAZ MAL. �� SEMPRE
BOM.
59
MEDIUNIDADE
N��o �� a faculdade medi��nica privil��gio da Dou-
trina Esp��rita. Antes de surgir o Espiritismo j�� o fe-
n��meno existia. Com o Espiritismo, no entanto, �� que
a mediunidade foi reconhecida e disciplinada.
Compete, portanto, aos Esp��ritas, manter o pres-
t��gio e a dignidade da mediunidade, n��o fazendo e
muito menos colaborando em sua vulgariza����o ou
descr��dito.
Uma das primeiras e mais recomendadas atitu-
des do m��dium �� a discri����o. Um m��dium discreto
valoriza seu pr��prio trabalho e agrada os Benfeitores
Espirituais.
�� fundamental que possa essa imensa falange de
almas em conflitos e afli����es encontrar no m��dium
esp��rita a seguran��a e o al��vio para os seus momen-
tos de crise.
O exerc��cio disciplinado da mediunidade compete
a todos os Esp��ritas preservar. �� de absoluta necessi-
dade procurar desvendar todo o seu alcance e sua
oportunidade.
61
A mediunidade �� ainda o maior, se n��o um dos maiores, alicerce de f�� para muitos que procuram o
Espiritismo, fustigados e macerados pela dor.
Conhecer a mediunidade em conson��ncia com os
princ��pios da Boa-Nova, �� da mais absoluta priori-
dade. Mediunidade sem instru����o �� o mesmo que
ve��culo sem condutor habilitado e cuidadoso: perigo
de um desastre pondo em risco pessoas inocentes.
6 2
MORAL SOCIAL
Ap��s uma confer��ncia esp��rita, o orador que
havia fluentemente abordado o tema da moral, �� ro-
deado por v��rios assistentes para cumprimentos e
algumas perguntas. Conviviam, todos, momentos fe-
lizes.
Esse comportamento dos esp��ritas, ao procurar
o expositor ap��s a palestra, �� formal e salutar. Mui-
tas d��vidas s��o, nesse espa��o, dirimidas.
Como n��o poderia ser diferente, quase todos fa-
lavam dos programas e filmes que a televis��o tem
mostrado. Uns, mais exaltados, chegavam a atribuir
o invento ao dem��nio . . . Coisas da vida.
O expositor calmamente, quando o grupo estava
rodeando, disse:
��� A moral �� um conjunto de leis e normas que
regem o comportamento humano. Isso j�� se disse
alhures. No entanto, irm��os, a moral �� mut��vel no
tempo e no espa��o. S�� �� imut��vel a Lei de Deus e
os ensinamentos do Cristo em seus Evangelhos.
Observando a aten����o dos interlocutores, conti-
nuou:
63
��� N��s damos muito valor aos nossos atos e nenhum ��s nossas responsabilidades. Fala-se muito do
pernicioso exemplo da televis��o. No entanto, ap��s o
advento desse ve��culo de comunica����o, a conviv��n-
cia, as visitas e os passeios diminu��ram assustado-
ramente. N��o cabe responsabilidade total aos pro-
gramadores e aos artistas. Todo aparelho tem um
bot��o que o desliga. Por que n��o desligar quando
nossa vergonha n��o permite ou n��o aconselha ver?
No grupo que ali se formara, um esp��rita fumava
com certo af�� o seu longo cigarro. Deu uma baforada
e disse a todos, sem o menor constrangimento:
��� E quem consegue? Se eu fizer isso l�� em
casa, durante essas novelas perniciosas, haver��, cer-
tamente, uma revolu����o dom��stica. Todos ir��o, mu-
lher, filhos e particularmente a minha sogra, achar
que estou louco. Corro at�� o risco de ser internado.. .
Caiu no recinto um sil��ncio absoluto. Em seguida
as despedidas. Mas nenhum coment��rio.
Realmente foi o orador muito feliz em seu con-
ceito. A televis��o, o ve��culo hoje mais atuante de
comunica����o, tanto pode ajudar quanto atrapalhar o
desenvolvimento moral da Humanidade.
A op����o �� de quem assiste. N��o �� necessaria-
mente obrigat��rio ver o que n��o se quer ou que se
entenda prejudicial. �� s�� desligar o bot��o. Nada mais.
No entanto, no caso do esp��rita que abriga em
seu lar um contingente t��o belicoso, �� outro proble-
ma.
64
Para se impor um comportamento moral �� ne-
cessariamente exigido que se tenha moral. Aquele
que �� fraco e em nome da toler��ncia se torna coni-
vente ou subserviente, arcar�� com toda a responsa-
bilidade de seu ato. O homem erra por a����o ou por
omiss��o. A conseq����ncia �� a mesma. N��o h�� ate-
nuante para o erro.
65
O ESP��RITO �� UM EL��TRON
QUE PENSA
"Cada esp��rito �� um mundo em
si."
Andr�� Luiz
A Universidade Estadual de Campinas ��� UNI-
CAMP, no Estado de S��o Paulo, abriu suas portas
para F��sicos, Matem��ticos, M��dicos, Ge��logos e ou-
tros cientistas para o estudo da exist��ncia do Esp��rito
e qual a sua constitui����o.
Representa essa atitude um fato novo. O assunto
discutido e estudado pelos que formam a elite do
saber de nosso Pa��s, sempre despertou interesse n��o
apenas para fil��sofos, te��logos e religiosos curiosos.
O cientista Waldyr Rodrigues, doutor em f��sica
te��rica pela Universidade de Turim, na It��lia, jovem
ainda, explica o fen��meno da exist��ncia do Esp��rito
�� sua maneira:
"Trata-se, de um el��tron consciente, que possui
propriedade de reflex��o, de comunica����o com
67
os seus semelhantes e que preserva essa me m��ria ao longo das gera����es. Sob o ponto de
vista da f��sica, essa part��cula inteligente est��
em intera����o permanente com os demais el��-
trons e obedecendo as mesmas leis gerais do
universo. A diferen��a entre um e outro �� que o
el��tron esp��rito comunica-se trocando informa-
����es, sem gastar energia, enquanto os demais
el��trons do mundo material que conhecemos
perdem informa����es em toda a����o".
J�� �� uma demonstra����o de interesse esse estu-
do, mas, que �� complicada a explica����o, n��o temos
d��vida.
Explicando o autor sua teoria durante o Simp��sio
de Psicof��sica, perante 300 professores, cientistas e
intelectuais da ��rea, muitos n��o entenderam.
O autor disse, na oportunidade, que o assunto
�� mesmo muito complexo e que, para entender os
fundamentos da teoria, �� preciso seu estudo durante,
pelo menos, um ano.
�� louv��vel a iniciativa de colocar o problema na
��rea dos homens de saber e de ci��ncia. O assunto
Esp��rito est�� reclamando essa aten����o.
Acontece que essas intelig��ncias encarnadas ex-
trapolam o limite do razo��vel e procuram explicar
com tanta complica����o, que o simples passa a ser
complexo.
Para se saber se o Esp��rito existe e qual a sua
constitui����o, �� s�� chegar at�� a Codifica����o Esp��rita
do Mestre Allan Kardec.
O resto �� prosopop��ia . . .
68
O DIREITO DE RECLAMAR
A reclama����o tem sido uma constante manifes-
ta����o do ser humano. Reclama sempre e, muitas ve-
zes, sem o menor sentido. H�� pessoas, inclusive, que
de tanto e constantemente viverem reclamando, pas-
sam a n��o mais merecer nenhuma aten����o e cr��dito
em suas manhas.
�� conveniente que se entenda que n��o se deve
perder o precioso tempo em pequenas ou grandes
revoltas, que, al��m de prejudiciais ao esp��rito, n��o
conduzem a nada.
Essa observa����o nos vem de um fato tirado do
dia-a-dia.
Est��vamos em um supermercado, e ap��s as com-
pras, entramos, tamb��m, com o nosso carrinho na
fila do caixa para o devido pagamento e a sa��da. ��
nossa frente estava um casal que apresentava uma
situa����o econ��mica boa. J�� o t��nhamos visto no re-
cinto alguns minutos antes.
Um pouco inquieto, o marido come��ou a depo-
sitar no balc��o, ao lado do caixa, suas compras e a
69
jovem que o atendia somava os valores e separava as mercadorias. Era um gesto mec��nico e que a coi-tada mo��a executava centenas de vezes ao dia. Esse
ritual se prolongou por algum tempo com aquele ter-
r��vel "clim-clim-clim" da m��quina registradora, representando os gastos do comprador.
�� cada " c l i m " , o homem balan��ava a cabe��a. E, seguem as compras .. . Dois carrinhos, dos grandes,
totalmente lotados. O homem balan��ando a cabe��a
e a m��quina no seu constrangedor "clim-clim-clim", tornava o momento at�� engra��ado.
Felizmente o 'clim" final . . . que al��vio . . . A triste not��cia do valor total. Balan��ando a cabe��a, o
homem preencheu o cheque correspondente ao valor
acusado pela caixa. O homem p��ra, vira-se para a
fila que se formava, e l�� veio o desabafo: "Assim,
amigos, n��o d��. Como esse governo permite tama-
nha carestia?".
Como tudo parou diante daquela cena, ele con-
tinuou numa reclama����o sem fim para todos que ali
estavam. Desabafou. Fez um discurso inflamado. To-
dos olhavam e alguns com leves movimentos, con-
cordavam. Outros, riam.
Observamos a rid��cula cena e ficamos pensando
a raz��o que levou aquele cidad��o a reclamar. Por que
reclamar quando, a nosso ver, deveria agradecer?
Vejamos. Foi feita a compra. Observamos que
nos dois carrinhos era grande a quantidade de mate-
rial sup��rfluo. Chegado o momento de pagar o valor
estipulado e marcado no pr��prio produto, tem ele, o
7 0
comprador, a quantia necess��ria para saldar o compromisso. Por que reclamar? Poderia, e at�� seria
compreens��vel a reclama����o, se naquele momento o
comprador n��o tivesse com o que pagar, tendo que
devolver a mercadoria. Mas, tendo o suficiente, como
vimos, deveria ser agradecido a Deus por ter e n��o
supor que outro n��o tenha. Ainda mais que era vis��-
vel, pendurado em seu pesco��o, um enorme e rico
corrent��o de ouro e uma medalha de Jesus crucifi-
cado.
Perdeu uma grande oportunidade. Naquele mo-
mento lhe foi oferecida a op����o. Agradecer a b��n����o
de ter o que tem, elevando sua oportunidade de viver,
ou reclamar desprezando as d��divas do Senhor. La-
mentavelmente optou por n��o ser reconhecido aos
favores do Alto.
Assim somos sempre. Reclamamos por reclamar.
Maldizemos as coisas por uma insatisfa����o injustifi-
c��vel. Se merecemos a b��n����o e a oportunidade do
recurso, porque imaginar os sofrimentos? Cada um
colhe o que plantou e a reclama����o, a insatisfa����o
n��o nos conduz a nada. Antes, isto sim, devemos
agradecer o que temos e com isso, embora pouco,
minorar o drama daqueles nossos irm��os que care-
cem do principal.
Antes de reclamar, precisamos ver, com muito
cuidado, o que estamos doando para aliviar essa
legi��o de carentes que jornadeiam conosco nesta
vida.
Fica a pergunta: ser�� que aquela criatura que
demonstrou tanta revolta participa com seus recur-
71
sos para minorar a car��ncia de quem ele, em inflamado discurso, defendia?
Vamos pensar mais nas nossas rea����es, pedin-
do menos, reclamando menos e agradecendo mais a
Deus que nos oferece o que hoje temos, embora n��o
seja o que gostar��amos de ter.
72
OBSESSORES
Emmanuel, na clareza de seus nobres e profun-
dos ensinamentos, nos adverte que o obsessor �� sem-
pre "aquele que importuna".
Assim deixa para nosso discernimento a con-
clus��o de quanto podemos ser agente ou v��tima desse
inconveniente: a obsess��o.
Dizemos agente porque, se todo "aquele que im-
portuna" �� obsessor, no argumento do respeitado
Benfeitor, temos que convir que n��s tamb��m esta-
mos, quase ou sempre, a importunar algu��m.
Importunamos com os nossos atos, com nossas
a����es, e, tamb��m, com a nossa presen��a.
�� evidente que o Iluminado Esp��rito Emmanuel
levou o desequil��brio pela obsess��o ao detalhe. De
acordo com o conceito do Mestre Allan Kardec, a ca-
racter��stica da obsess��o �� ter, como seu agente ativo,
um esp��rito mau. No entanto, o objetivo da influ��ncia
de esp��rito dessa categoria �� obter o desequil��brio
da v��tima.
No caso de quem importuna, embora a a����o n��o
seja de um esp��rito mau, o objetivo �� provocado, o
que vem a dar no mesmo.
73
Partindo dessa orienta����o, vamos chegar �� do-lorosa conclus��o de que tamb��m estamos na faixa
dos obsessores encarnados e, o que �� mais lamen-
t��vel ainda, fazendo sempre com que nos tomem,
aparentemente, como v��timas de nossos semelhan-
tes, embora nossos erros e falhas sejam vis��veis para
todos.
Tal fato �� muito comum entre os aprendizes do
Espiritismo que passam a for��ar uma toler��ncia san-
tificante com os outros, esquecendo-se de que somos
tamb��m tolerados. Muitas vezes recebemos, em pro-
por����o bem mais elevada, o que oferecemos.
Cabe aqui o exemplo daquele homem que era
tido com um prot��tipo de perfei����o no grupo esp��rita
que liderava. Em casa era tido como neurast��nico,
rude, grosseiro e intolerante pelos seus familiares.
Quando a queixa desse homem, pelo tratamento
que recebia em casa, chegou ao grupo, todos os de-
mais familiares foram considerados como membros
de uma falange de esp��ritos obsessores e que encar-
naram para test��-lo e tent��-lo no caminho doutrin��rio
que seguia.
Acontece que o referido esp��rita atuava com du-
pla personalidade. Em companhia dos elementos do
Grupo Esp��rita, agia dentro do mais perfeito compor-
tamento Evang��lico poss��vel. Ali tudo ag��entava e
tolerava.
No entanto, quando chegava em casa, descarre-
gava tudo o que suportou com hipocrisia l�� fora e se
tornava, realmente, um homem rude, neurast��nico,
grosseiro e intolerante.
7 4
Com esse comportamento importunava todos os familiares. Tanto era impertinente, que s�� ele da fa-m��lia era esp��rita. N��o havia conseguido converter
nenhum membro. Seu exemplo era p��ssimo.
Emmanuel tem a mais absoluta raz��o em dizer
que todo obsessor �� "aquele que importuna".
Quando somos importunados, estamos sendo v��-
timas.
Quando importunamos, estamos operando como
agente.
No curso da desarmonia, o mais dif��cil �� saber
realmente quando estamos importunando algu��m ou
quando estamos sendo importunados, ou seja, quan-
do somos os obsessores e quando somos os obse-
diados.
7 5
OS AVENTUREIROS
"O exerc��cio medi��nico depen-
de dos Esp��ritos. Necessitando
do medianeiro encarnado, os Es-
p��ritos n��o guardam uma depen-
d��ncia absoluta, para a reali-
za����o dos fen��menos indispen-
s��veis �� progress��o de nossa
Humanidade, de uma pessoa
determinada ou especial. Se
uma deixa de servi-los ou aten-
d��-los, eles buscam outras. Os
des��gnios do Alto n��o ficam
sujeitos a colabora����o dos ho-
mens. E ningu��m pode determi-
nar-lhes as manifesta����es. A
mediunidade depende, pois, dos
Esp��ritos. Deve ser, por tal, gra-
tuita."
Roque Jacintho
77
J�� ao tempo de Jesus, Mestre de Amor e Sabedoria, foi recomendado que se deve dar de gra��a
aquilo que nos vem de gra��a. Para o que n��o despen-
demos recursos financeiros, n��o �� justo e nem se
deve usufruir rendimentos com o seu exerc��cio.
Com o advento da Doutrina Esp��rita, esse prin-
c��pio foi refor��ado e recomendado. Isso para que se
adquira, principalmente, credibilidade no prop��sito de
servir.
No entanto, em raz��o da quase total inseguran��a
que gra��a pelo mundo, e o pouco resultado que t��m
produzido as ci��ncias na ��rea ps��quica, aqueles afli-
tos e desconsolados passaram a procurar os recursos
da mediunidade para al��vio e solu����o de seus pro-
blemas.
Muitos, alguns m��diuns e outros n��o, viram nes-
sa procura uma forma de ganhar a vida e profissio-
nalizar-se. Como essa atividade n��o �� nova, pois vem
desde antes de surgir o Espiritismo, a id��ia foi sendo
aplicada.
Embora inicialmente a a����o coercitiva do Estado
se fizesse, atualmente, j�� h�� uma grande liberdade
de a����o, o que torna o campo aberto para quem qui-
ser nele trabalhar.
Chegou a tal ponto que, o que antes era velado
e feito com muita discri����o, tomou um rumo aberto
e comercial confessado.
Os aventureiros se divulgam pelo r��dio, pela te-
levis��o, pela imprensa, e at�� atrav��s de volantes es-
parramados pelas ruas ou distribu��dos de porta em
7 8
porta, e a procura �� t��o grande que muitos s�� aten-dem com hora marcada.
Todos, sem exce����o, se prop��em a consertar a
vida dos futuros consulentes. At�� a��, nada de mais.
O al��vio de uma afli����o n��o tem pre��o. �� o equil��brio
de uma alma.
Acontece que o engodo come��a pelo an��ncio.
Na impossibilidade de qualquer refer��ncia pessoal,
apresentam-se como M��DIUM ESP��RITA. Essa condi-
����o, atualmente, d�� status ...
Como resultado da consulta, geralmente �� reco-
mendado, ao paciente, banhos disso, sacrif��cios v��-
rios, retornos, viagens, despesas etc. No fim o pa-
ciente sai do mesmo tamanho, quando n��o, pior.
E assim seguem esses aventureiros, vivendo, e
muito bem, �� custa de incautos e desesperados seres
que, tr��pegos, caminham em busca de informa����o e
equil��brio.
Isso n��o �� mais segredo para ningu��m.
Certo dia chegou ao Centro Esp��rita uma jovem
desesperada. H�� tr��s meses seu noivo fora assassi-
nado. Chegou e logo foi contando sua dor e pergun-
tando se era poss��vel saber como ele estava. Disse,
tamb��m, que havia consultado uma mulher na cidade,
m��dium esp��rita, que trabalha na pr��pria resid��ncia.
Que essa mulher lhe havia informado que o homem,
para se purificar, passa por sete reencarna����es. S��
depois da s��tima, ele atinge a plena vida espiritual,
n��o necessitando mais viver na terra. Que o noivo
da jovem havia cumprido a quarta reencarna����o, es-
7 9
tando, portanto, ainda em grande afli����o. No entanto, com algum trabalho especial, ele voltaria. Mas, para
isso, como especial trabalho em favor do jovem de-
sencarnado, a jovem noiva precisava, durante v��rias
semanas, comparecer diante da m��dium, para descar-
regar seus males.
Acontece que a m��dium cobrava por cada visita
e trabalho. A jovem j�� estava desistindo, de t��o caro
que estava ficando aquela situa����o.
Paralelamente, ainda aflita, essa mesma jovem
havia consultado um homem que tamb��m se apre-
sentava como m��dium esp��rita. Com ele, as recomen-
da����es foram outras. Deveria a jovem tomar v��rios
banhos de ervas, porque, assim, seu noivo seria li-
bertado das trevas que o cobriam. A jovem tomou
alguns dos banhos recomendados mas o odor que
permanecia em seu corpo era t��o forte que n��o podia
nem trabalhar. Sem coment��rios.
O dirigente do Centro Esp��rita, homem equilibra-
do, procurou com muito cuidado recompor a f�� na-
quela jovem e recomendou que retornasse para ouvir
o Evangelho de Jesus, servir-se do Passe curador e
beneficiar-se da ��gua Fluida, enquanto acudia o seu
noivo desencarnado com preces.
A jovem n��o retornou mais ao Centro Esp��rita.
Disse para algumas amigas que queria e precisava
de alguma coisa mais concreta e mais eficiente.
O dif��cil, nesses casos, �� a paciente desligar-se
desses aventureiros. Precisa muita for��a de vontade
e disposi����o.
80
�� por isso que, com muita raz��o, a Doutrina Es-p��rita precisa e deve ser divulgada.
�� sem d��vida, o cuidado que demonstrou o Men-
tor Emmanuel, quando recomendou que, hoje, a maior
caridade est�� na divulga����o da Doutrina.
As almas andam aflitas e na busca de solu����es
para seus problemas emocionais e ��ntimos. S�� o Es-
piritismo �� o caminho e a solu����o.
No entanto, Doutrina Esp��rita se faz em Centro
Esp��rita e, sempre sob o conceito da Codifica����o do
Mestre Allan Kardec.
Se o m��dium opera e executa seu trabalho indi-
vidualmente, em sua casa ou consult��rio, deve ser
testado sempre, porque n��o demonstra sinceridade
de prop��sitos e muito menos seriedade.
Se o m��dium recomenda, para esses casos, ati-
vidades fora do Evangelho, do Passe e da ��gua Flu��da,
n��o ��, certamente, esp��rita.
Se o m��dium tabelou o seu trabalho, fuja dele.
Os Bons Esp��ritos n��o conhecem e nem se im-
portam com finan��as.
O pre��o �� outro.
81
O ESPIRITISMO E A SOCIEDADE
A sociedade humana apresenta, no curso da his-
t��ria, o seu desenvolvimento em raz��o do progresso
intelectual e moral de seus membros. Somente a
soma desses dois fundamentais valores pode, real-
mente, significar o desenvolvimento da Humanidade.
Quanto ao progresso intelectual, a Humanidade
atinge, atualmente, conhecimentos que at�� h�� bem
pouco tempo eram tratados como fic����o. O homem
transita pelo espa��o, chegou �� Lua e, parece-nos,
muito em breve estar�� visitando outros astros do
Universo, pessoalmente.
Inventos extraordin��rios diminu��ram dist��ncias e
fizeram o homem chegar e conversar com seus se-
melhantes a milhares de quil��metros. Tudo mais
sofisticado, tornando a vida mais f��cil de ser enfren-
tada. O conforto que hoje o homem desfruta faz com
que se apiede de como viviam seus ancestrais h��
alguns s��culos atr��s.
Todo esse conforto, fruto da intelig��ncia e dedi-
ca����o de esp��ritos reencarnados, seria o caos se a
Humanidade n��o sentisse os efeitos do progresso
83
moral. Para tanto, sempre a Provid��ncia Divina, atrav��s de mission��rios e dotados, procurou alertar o
homem para que pudesse distinguir, com lucidez, o
Bem e o Mal, sentimentos que adiantam ou atrasam
o homem, ser permanente do Universo, em sua mar-
cha para a reden����o.
Assim a Humanidade veio progredindo e chegou,
com muito esfor��o, a situar-se no plano em que se
encontra.
Por��m, os maravilhosos ensinamentos de Jesus,
embora grafados para conhecimento e aplica����o, fo-
ram sendo, pela Humanidade, esquecidos ou quando
n��o, adaptados a determinados comportamentos, in-
dividuais ou grupais.
Com o surgimento da Doutrina Esp��rita, foi anun-
ciado um novo ��ngulo da vida moral da Humanidade.
Rompeu-se o limite, antes terminal, do t��mulo. A Hu-
manidade aumentou de n��mero. Antes, o que se con-
tava era o que se via. Atualmente, o que se conta ��
o que se v��, ouve e sente. Uniram-se ao mundo fisica-
mente vis��vel, os seres invis��veis.
E com o passar do tempo essa situa����o vem se
tornando t��o real, que n��o pode mais ser ignorada.
O homem vive ap��s o t��mulo.
Trocando a antiga cren��a das penas perp��tuas e
os gozos perenes, pela realidade do progresso con-
forme as pr��prias for��as, a Humanidade ficou mais
consciente. Sabendo que gozar�� ou sofrer�� conforme
tenha individualmente obrado, a Humanidade ficou
mais respons��vel.
�� certo que ainda caminha quase que no ponto
inicial dessa longa estrada. �� certo que esse conhe-
84
cimento ainda produz pouca convic����o. No entanto, tamb��m �� certo que �� muito recente a indica����o desse caminho. Poucos dele tomaram conhecimento.
A Doutrina Esp��rita, h�� pouco mais de um s��culo
revelada, tem um grande papel social no progresso
da Humanidade.
Embora seja abrangente e total o seu prop��sito,
primeiro procura a busca do indiv��duo, como objetivo
maior. Ap��s a conscientiza����o do indiv��duo, com a
soma de todos, atingir�� a Humanidade, compreendida
na totalidade de encarnados e desencarnados.
Esse �� o grande e monumental efeito do Espiri-
tismo na sociedade. Reformar o homem. A partir
desse ponto, tudo no futuro ser�� mais feliz e reinar��
a harmonia.
Esse objetivo n��o pode ser obra de improviso.
N��o adianta mudar s�� por mudar. �� preciso estar con-
victo do papel que representa essa mudan��a e no
que resultar��.
Nada se consegue e nem se produz por imposi-
����o. �� preciso a decis��o. �� fundamental a certeza.
Assim, quando o n��mero de homens mudados e
conscientes do Bem for a maioria, as injusti��as e
desacertos ser��o evidentemente menores, e at�� dei-
xar��o de existir. Com essa destina����o foi o esp��rito
criado.
Dentro do princ��pio doutrin��rio esp��rita, n��o �� a
sociedade que forma o homem, mas sim, o homem
que forma a sociedade. A sociedade em seu compor-
85
tamento global �� sempre resultado de seus compo-nentes.
A sociedade boa, m��, justa ou injusta, �� sempre
reflexo do comportamento dos homens que a com-
p��em.
Assim o Espiritismo n��o s�� contribui, mas �� o
pr��prio progresso moral da Humanidade porque pre-
ga, como princ��pio b��sico, a reforma ��ntima do ho-
mem, trazendo-o para o verdadeiro sentido da cari-
dade.
86
OS CARGOS E OS ENCARGOS
�� evidente que a Doutrina Esp��rita, no seu tr��-
plice aspecto de Ci��ncia, Filosofia e Religi��o, trouxe
para grande parcela da Humanidade que realmente
sentiu e sente, viveu e vive, seus postulados com
dignidade crist��, o consolo e a disposi����o de traba-
lhar para a reden����o pr��pria e dos que seguem, tam-
b��m, esta jornada encarnat��ria t��o dif��cil.
N��o que o exerc��cio da Doutrina Esp��rita exija
Templos, Igrejas, ou outro qualquer local determinado
para se fazer presente. Como o Cristo, o Espiritismo
tem como Templo o Universo e, primordialmente, a
criatura humana.
No entanto, como medida de respeito ��s normas
sociais, preciso se faz que a organiza����o de seus
seguidores receba o devido tratamento.
O Centro Esp��rita �� o local para esse fim. Repre-
senta, para o Esp��rita, a sua Casa de F��. �� um local
encarado como uma escola, uma oficina de trabalho,
como um lar e ��, enfim, o local que proporciona a
demonstra����o da convic����o pr��pria e o trabalho para
a transforma����o para o bem do semelhante.
87
A partir do Centro Esp��rita organizado, dentro das conven����es e determina����es administrativas do
Poder Temporal Constitu��do, passa a exigir e ter re-
presentatividade social.
Algu��m ou alguns precisam assumir a responsa-
bilidade de dirigir seu caminho e responder, perante
as autoridades p��blicas, sobre o cumprimento das
obriga����es.
No entanto, para o exerc��cio dessas tarefas, mui-
tos se negam, por personalismo, a atender as exig��n-
cias dos cargos e dos encargos. Preferem agir e ca-
minhar sozinhos e independentes.
Outros, por paradoxal que possa parecer, tam-
b��m, por personalismo, procuram e disputam os car-
gos como realiza����o pessoal. E v��o acumulando todos
os cargos que s��o oferecidos e os que n��o s��o ofe-
recidos.
Disputam como se fossem honrarias, e o fazem
diretamente ou por insinua����o. E sem limite. Na rea-
lidade fogem, essas almas, ao bom-senso.
Geralmente nesses casos o resultado �� catastr��-
fico. Pouco se faz pelo ac��mulo de muito que se tem
por fazer. �� um ato de disciplina e de descuido com
o tempo. �� poss��vel que sejam poucos os que obram
nesse sentido. No entanto, existem. �� lament��vel. E
com esse desequilibrado comportamento, v��o desna-
turando e proporcionando o descr��dito das Institui-
����es. A representatividade decai por absoluta falta
de autocr��tica. Nesse ac��mulo de cargos e encargos,
alguma coisa tem que perecer. Infelizmente as horas
do dia n��o aumentam em raz��o do volume indiscipli-
nado de tarefas que se assumem.
88
Como as responsabilidades v��o exigindo o cumprimento, e as cobran��as aparecendo, geralmente o
primeiro encargo que sofre o descuido �� o lar. Jus-
tamente aquele onde as responsabilidades s��o maio-
res perante a vida. A fam��lia passa a ser considerada
como mais uma ��rea de depend��ncia do hor��rio.
As horas s��o divididas parcimoniosamente para
que todos os encargos e responsabilidades sejam
atendidos. E, como quem assume com indisciplina
opera com desequil��brio, tudo passa a ser de afoga-
dilho.
Quando as pessoas que assim procedem acor-
dam, ou est��o desmoralizadas ou perturbadas.
Antes de assumir qualquer compromisso, �� pre-
ciso discernir como se vai cumprir tal responsabili-
dade.
O pouco com Deus �� muito, sem d��vida.
89
PALESTRAS ESP��RITAS
Como parte integrante e de fundamental impor-
t��ncia do processo de divulga����o da Doutrina Esp��rita,
as comunidades e os Centros Esp��ritas, periodicamen-
te organizam palestras para exposi����es doutrin��rias.
Para isso o movimento conta com seareiros dispostos
e que, integrados nessa tarefa, realizam sacrif��cios
que poucos compreendem.
Partindo do princ��pio de que "santo de casa n��o
faz milagres . . . , em todos os eventos s��o os esp��-
ritas de outras cidades convidados a ocupar a tribuna
nessas ocasi��es. Convencionou-se trat��-los de orado-
res esp��ritas, embora nem todos os que est��o nesse
campo de trabalho o sejam realmente. O mais das
vezes s��o expositores que, embora as limita����es na-
turais, levam ��ngulos da Doutrina muito bem expli-
cados e muitas d��vidas podem ser sanadas na mente
daqueles que t��m ouvidos abertos para ouvir.
De fato, os oradores da pr��pria cidade que orga-
niza o evento apresentam alguma inibi����o em tratar
de assuntos mais s��rios, pois, por conviverem mais
intimamente com todos da localidade, conhecem seus
problemas e poderiam ser mal interpretados no uso
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de determinadas express��es. �� o triste problema da
"carapu��a". Assim, outro orador, estranho ao meio, mais e melhor ser�� acatado e interpretado em sua
exposi����o.
No entanto, algumas comunidades ainda n��o con-
seguiram entender muito bem o que seja esse tra-
balho e muito menos a luta que travam esses expo-
sitores para servir a Causa Esp��rita. �� uma luta essa
que se caracteriza desde a pr��pria imperfei����o do
orador, at�� o disp��ndio de energias e recursos. Isso
sem contar, o mais importante, que �� a substitui����o
do pr��prio lazer da fam��lia. �� sem d��vida um sacri-
f��cio que fazem em nome do Senhor.
Por falta de compreens��o, muitos s��o desconsi-
derados, inclusive por capricho pessoal de l��deres, ou
desaten����o pelo trabalho alheio, com cancelamento
de palestras em cima da hora, colocando esses no-
bres seareiros em situa����es constrangedoras. E per-
guntar��o: mas isso acontece? Pasmem. Acontece de
verdade. E por rid��cula a atitude, rid��culos tamb��m
s��o os argumentos usados.
Infelizmente a desarmonia no movimento esp��rita
�� um fato que n��o �� desconhecido e nem ignorado
por ningu��m. Raros s��o os n��cleos coesos, pois,
id��ias e lideran��as n��o raro divergem. Existem, inclu-
sive, lamentavelmente, diverg��ncias pessoais irrecon-
cili��veis e perigosas. �� um mal que cresce assusta-
doramente, desagregando almas que est��o no lugar
onde o amor, a fraternidade, a toler��ncia, a resigna-
����o e a compreens��o deveriam ser a t��nica da pr��-
pria vida.
9 2
Criaturas assim deveriam furtar-se aos cargos pela incapacidade ��tica de assumir os encargos. Mas
n��o. S��o os primeiros a disputar as lideran��as e, de-
pois, tripudiam no trabalho alheio. Isso �� desamor.
Isso �� ind��cio claro de infiltra����o espiritual negativa.
Isso desagrega e desestimula pessoas que, embora
limitadas em seus dotes, s��o fi��is e sinceras segui-
doras do Cristo. No fundo, o movimento esp��rita sofre
as conseq����ncias da inc��ria de uns poucos despre-
parados, que ainda n��o conseguem compreender e
respeitar os seus semelhantes.
O clero cat��lico foi e est�� aos poucos desmoro-
nando, em virtude da imposi����o hier��rquica de seus
membros. A rigidez da hierarquia protestante tamb��m
levou a unidade para as v��rias e diferentes ramifica-
����es que vemos hoje. O Espiritismo, por ser a pr��-
pria liberta����o, dispensa hierarquia e endeuzamentos
pessoais. A organiza����o fica por conta dos homens
que, no entanto, precisam entender que jamais as
vontades pessoais se imp��em em detrimento da Ver-
dade Esp��rita e, particularmente, do esp��rito de soli-
dariedade e respeito que deve nortear as decis��es.
Quem n��o tem equil��brio suficiente para romper as
barreiras do "ego", n��o pode pretender explodir e arrombar disposi����es alheias. Quem n��o sabe como
comportar-se em casos in��ditos, n��o pode pretender
liderar grupo dentro do movimento esp��rita.
Cancelar uma promo����o �� prova inequ��voca de
falta de planejamento, e o Movimento Esp��rita n��o
pode nunca ser obra de improvisos desconcertantes.
Antes de se programar alguma promo����o, devemos
planejar o seu andamento prevendo, inclusive, um
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poss��vel insucesso, fato normal e perfeitamente explic��vel por ser obra dos homens. E esse cuidado ��
importante porque uma repercuss��o negativa atinge
n��o s�� os esp��ritas mas, e principalmente se reflete
fora do arraial esp��rita.
Para esses nobres e valorosos esp��ritas que com
desinteresse pessoal est��o sempre dispostos a levar
e cantar ao mundo as Verdades do Cristo, deve ficar
sempre o preito de gratid��o de todos. Quando se
deslocam algumas dezenas ou milhares de quil��me-
tros para o cumprimento de compromissos assumi-
dos em nome do Senhor, levam e retornam consigo
a paz interior de um ap��stolo.
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PAZ
Seria lamentavelmente desesperador se n��o pu-
d��ssemos vislumbrar com convic����o para o futuro, a
paz real e duradoura que almejamos. Para essa cer-
teza a Doutrina Esp��rita, como o Consolador Prome-
tido por Jesus, veio florir os nossos dias.
Por mais dif��cil que se nos apresente a prova����o
desta vida, sabemos que ela continua infinita e que
fomos criados para a perfei����o e a felicidade.
Para esse entendimento �� o esp��rita convocado
e lhe compete dar curso aos ensinamentos sublimes
que abundantemente recebe do Mundo Maior.
E essa paz pode e deve ser ensinada por aque-
les que, mais felizes, animam a pr��pria vida com a
luz e a alegria de Jesus; por aqueles que nunca se
arrependeram de haver propugnado pelo bem, pela
verdade e por tudo de ��til que a vida oferece.
A paz �� conseq����ncia da harmonia, do entendi-
mento, da coopera����o, que a criatura humana achar
por bem exercer.
Enfrentando a cal��nia, a difama����o, a inj��ria e
outros pesados tributos, precisamos nos munir do en-
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tendimento fraterno. Desarmados de preconceitos, cada um ter�� o seu dia na caminhada do progresso.
�� o alicerce da F�� e da esperan��a de viver.
Nada vale pregar a nossa convic����o por palavras
se n��o a pregamos, antes de tudo, pelo exemplo.
Como exigir a convers��o do semelhante quando
ainda n��o se est�� convertido e convencido do cami-
nho que se segue?
A paz �� um patrim��nio que primeiro deve ser
oferecido para, depois, ser pedido.
Assim procedeu o Meigo Rabi da Galileia. Sem-
pre ofereceu Sua paz. Ainda hoje. Ele no-la oferece.
Apenas, despreocupados, n��o percebemos.
96
PAGA
Disse Jesus que devemos amar nossos inimigos,
esquecendo as ofensas e procurando sempre voltar
o nosso cora����o aos desafetos.
N��o �� suficiente o esquecimento e o perd��o aos
ofensores.
�� importante, mas muito importante mesmo, que
o homem esteja disposto a obrar no bem em favor
daquele que o feriu.
Se �� dif��cil esquecer as ofensas; se �� dif��cil vol-
tar o cora����o aos desafetos, como poderemos fazer
o bem aos nossos inimigos?
Particularmente ao esp��rita que j�� tomou conhe-
cimento da reencarna����o e sabe da indiscut��vel lei
de causa e efeito, os inimigos devem representar,
sempre, uma oportunidade de reden����o.
O sentimento de rea����o aos atos prejudiciais do
semelhante n��o pode ser abrigado nos cora����es vol-
tados e caminhando para o bem. Antes de, erronea-
mente, esperar que os outros venham a pagar o que
entendemos de mal que nos �� feito, n��s estamos pa-
gando e ressarcindo, isto sim, um mal que j�� fizemos
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J�� advertiu o Mestre Allan Kardec, que, "Conhece-se o verdadeiro Esp��rita pela sua transforma����o
moral, ou pela luta que faz para domar suas paix��es
inferiores".
Ao Esp��rita que, pelos in��meros meios que o
Mundo Maior vem proporcionando ao longo do tempo
sobre a necessidade de n��o se pouparem energias
para a reforma interior, esse conceito deve e precisa
ser seguido.
Transformar ou lutar constantemente para domi-
nar as imperfei����es, �� o caminho. Quem, embora en-
contrando muita dificuldade de conseguir a transfor-
ma����o, lutando com disposi����o, for��a e equil��brio, j��
est�� no rumo certo.
�� nesse conceito que o Esp��rita deve enquadrar-
se sob pena de ser apenas um ass��duo freq��entador
de Centros Esp��ritas e nada mais.
98
PRECE DE CARITAS
"Se a inquieta����o te bate a por-
ta, busca a prece e medita."
Emmanuel
No dia 25 de dezembro de 1873, em comunica����o
dada em Paris, um Nobre Esp��rito que se identificou
como Caritas, nos legou uma das preces de con-
te��do e sentimento mais lindo que a humanidade j��
conheceu.
T��o profunda e abrangente foi esse sentimento
que se tomou a PRECE DE CARITAS, conhecida e
cantada em todo o mundo, n��o s�� no meio esp��rita,
mas tamb��m fora dele, no curso de todos esses anos.
Particularmente aqui no Brasil essa mensagem
j�� recebeu milhares e milhares de reprodu����es, todas
servindo, invariavelmente, de modelo para aqueles
que necessitam e clamam por socorro do Senhor.
Os esp��ritos n��o recomendam um modelo abso-
luto de prece. A Doutrina Esp��rita conclama a todos
99
para uma comunh��o com Deus atrav��s da esponta-neidade dos sentimentos. Nem sempre o homem se
encontra em condi����es e sabe como deve se dirigir
ao Senhor. S��o inibi����es perfeitamente justific��veis.
Isso n��o desmerece ningu��m.
Os pr��prios Ap��stolos, sentindo essa dificuldade,
consultaram Jesus de como deviam orar. E o Mestre
Jesus nos legou a prece de PAI NOSSO. Outros men-
sageiros do Senhor, como Caritas, nos ofereceram e
muitos ainda oferecem a id��ia e ponto de conver-
g��ncia de inten����o. Esses mensageiros com suas pre-
ces orientam aqueles mais inibidos e embara��ados,
como chegar ao Pai. Mostram o caminho.
Quando ouvimos companheiros em reuni��es se
socorrerem desses modelos, sempre somos tomados
de muito sentimento e, com eles, voltamos nossas
vibra����es ao Senhor.
Louvado seja toda alma que canta louvores a
Deus, com disposi����o e sinceridade do amor.
A Prece de Caritas, transmitida por via medi��ni-
ca, exatamente no dia do Natal de Jesus, �� a gl��ria da-
queles que reverenciam o Mestre como o Emiss��rio
Divino e condutor das almas sinceras para a reden-
����o junto ao Pai.
Vibremos sempre com a prece, seja ela espont��-
nea ou decorada. O sentimento da criatura que a
profere n��o �� pass��vel de medida por ningu��m, sen��o
por ela mesma.
Somente assim adquirimos a for��a moral neces-
s��ria e imprescind��vel para vencer as nossas dificul-
100
dades e, acima de tudo, seguirmos o caminho do Senhor.
Quando, em dia t��o significativo, o Esp��rito C a -
ritas orou ao Senhor, deixou para a Humanidade um
raio de luz para a eternidade.
101
PENSAMENTO
Somos sempre fruto de nossos pensamentos.
Com isso podemos compreender e sentir que cate-
goria de Esp��rito desencarnado convive conosco.
Constantemente somos tentados a manter id��ias
n��o muito nobres. Ainda somos portadores de larga
margem de imperfei����o. Isso �� ��bvio e n��o pode ser
ignorado.
E essa caracter��stica �� meio de atra����o aos esp��-
ritos desencarnados que se comprazem nesse campo
mental.
�� medida que mais azo damos a essa infiltra����o,
mais e mais nos colocamos na faixa mental do de-
sajuste.
Da�� para a obsess��o �� curto o caminho. Infeliz-
mente �� fato que o orgulho, ego��smo, v��cios, n��o
permitem libertar.
Tal fato se d�� porque muitos consideram esta
encarna����o como ponto culminante e ��nico da cria-
����o Divina. Nada mais existe e nem �� considerado
al��m do curto per��odo que medeia entre a materni-
dade e o t��mulo.
103
Sabiamente o Ap��stolo Paulo j�� advertia a Humanidade, dizendo "Pensai nas coisas que s��o de
cima".
Realmente �� necess��rio que se tenha suficiente
for��a de vontade para pensar e agir em torno das
coisas perenes do Esp��rito.
Esquecer, pelo menos um pouco, as coisas ef��-
meras da mat��ria, e voltar os pensamentos para as
coisas transcendentais �� um impositivo de urg��ncia.
104
PROPRIEDADE
J�� sabe de sobejo a criatura humana que todos
os bens que possui ou vier a possuir na Terra lhe
s��o e ser��o cedidos por empr��stimo e a t��tulo de apli-
ca����o para a melhoria pr��pria e a alheia.
Nada se leva para o t��mulo . . . E muito menos
para depois do t��mulo . . .
S�� o que representa patrim��nio real, perene, ��
o volume de virtudes que adquire e que passa a fazer
parte integrante do Esp��rito. Deve pois, o Esp��rito, ser
um reposit��rio dessas virtudes.
Ainda assistimos criaturas aumentando a qual-
quer pre��o o seu patrim��nio material. Quantas injus-
ti��as e quantas iniquidades se produzem, numa ��nsia
louca de ter mais e mais poder.
Quantas criaturas caminhando estropiadas pela
vida �� procura de uma migalha que sobra em m��os
de alguns poucos. Quantos lamentos ir��o chorar ama-
nh��. Quantas sofridas vidas se perdem no labirinto
da riqueza material mal administrada para o bem.
105
Quanto desprezo para as recomenda����es de Jesus, o s��mbolo do respeito e do amor aos semelhan-
tes.
O reino de Deus, para o qual segue a nossa des-
tina����o, �� o mundo sublime do Esp��rito redimido de
suas faltas e de suas impurezas morais.
Aprimorando o Esp��rito, atrav��s de valores su-
blimes, est�� realmente a criatura capitalizando com
juros para a Vida Eterna.
Quanto ao mais, representa apenas alguns mo-
mentos de transit��ria felicidade. E s��!
N��o ser�� compreens��vel que continuemos insis-
tindo na obten����o da paz verdadeira, quando ainda
disputamos acirradamente os bens e a posse dos va-
lores ef��meros para a mat��ria.
106
QUERELAS DOM��STICAS
A educa����o deve ser ministrada no lar e na es-
cola, prev�� o princ��pio b��sico da harmonia social.
A instru����o Doutrin��ria Esp��rita n��o pode ser
encarada de outro prisma, sob pena de vir em detri-
mento de seus pr��prios fins. O Espiritismo deve ser
ensinado e exemplificado no lar e no Centro Esp��rita.
De nada adianta a procura incessante do Evan-
gelho de Jesus nas Casas Esp��ritas quando, no lar,
olvidam-se os princ��pios adquiridos nessas oportuni-
dades.
Com a excelente campanha de evangeliza����o in-
fantil pelas Casas Esp��ritas, tem surgido a oportuni-
dade de se levar para as crian��as as primeiras not��-
cias da vida Esp��rita.
No entanto, como sempre acontece em outros
ramos do comportamento humano, nem sempre
esses ensinamentos adquiridos no trabalho de evan-
geliza����o t��m continuidade no lar. A pr��tica deve e
precisa ser assumida pelos respons��veis no lar.
A teoria mostra, informa, mas, a pr��tica �� que
ensina e educa.
107
Todas as mazelas e obst��culos no lar s��o reais oportunidades que tem o Esp��rita de testar a poten-cialidade de sua f�� e que est�� armazenada em seu
��ntimo.
A real escola que a vida nos oferece ��, sem d��-
vida, o lar.
Se sabemos que reencarnamos para suprir e
tapar arestas ainda existentes, por que n��o usar a
resigna����o e a toler��ncia para enfrentarmos os pro-
blemas? No entanto, �� bem mais f��cil e simples se-
guir pregando e n��o exemplificando.
Vivemos inteiramente voltados a um constante
aprendizado mas n��o conseguimos reter o m��nimo
do que nos �� ensinado.
Amor e instru����o, primeiro passo que devemos
dar junto ao nosso pr��ximo mais pr��ximo que ��
aquele que conosco caminha dentro da vida ��ntima
dom��stica.
108
RELIGI��O ESP��RITA
Vez ou outra v��m �� tona certos fatos que, por
serem pol��micos, sempre trazem ou provocam um
certo aborrecimento entre os esp��ritas.
N��o se pode nunca perder de vista que o Espi-
ritismo �� uma Revela����o Divina aos homens. Que
veio suceder as duas Revela����es anteriormente ofe-
recidas pelo Senhor a Mois��s e Jesus Cristo. Por-
tanto, as tr��s Revela����es, particularmente a de Jesus
que nos trouxe a Boa-Nova, ocuparam Esp��ritos Su-
periores e que fogem de nossa limitada capacidade
de an��lise.
Jesus, cujo ensinamento serve de modelo e
norma de conduta para os homens, tem seus concei-
tos, que ultrapassaram o tempo e o espa��o, ap��s
dois mil anos, atuais e presentes.
Tanto Mois��s quanto Jesus enfrentaram, cada
um em sua ��poca, uma Humanidade no mais abso-
luto desequil��brio e hostil para o entendimento das
coisas transcendentais, pois, os homens eram mate-
rialistas e insens��veis aos problemas dos semelhan-
tes.
109
Pregando o amor a Deus e a disciplina, Eles fu-giam da realidade das ��pocas e perturbavam os po-
derosos do mundo. Jesus, modelo perfeito, sofreu
toda a sorte de persegui����es dos poderosos pela Sua
prega����o. Ap��s a sua partida, seus ap��stolos, os cris-
t��os, representaram a chaga que corro��a a corrup����o
e o inescrupuloso comportamento das Cortes do
Imp��rio Romano que dominava o mundo e os homens,
at�� em suas id��ias.
Mas como tudo que �� nobre e digno se esquece
e modifica, tamb��m o legado Crist��o foi sendo paula-
tinamente modificado e esquecido pelos homens.
De tanto cair, aquele grupo que auto-elegeu-se
representante do Cristo na Terra, e o ��nico passapor-
te para a eternidade, atingiu a n��doa m��xima quando,
em 1203, instala o Tribunal do Santo Of��cio ��� a Inqui-
si����o ��� que torturou a humanidade mais que todas
as guerras juntas.
Ainda sob esse clima, surge por miseric��rdia
Divina, a Terceira Revela����o que �� o Espiritismo. E
surgiu n��o como uma manifesta����o humana, mas
como uma d��diva dos Esp��ritos do Senhor e, pelas
m��os de um Mission��rio escolhido, o Mestre Allan
Kardec.
�� evidente, e isto manda o bom-senso e a cau-
tela, que pelo poder que exercia o Clero, n��o poderia
este, como n��o o foi, ser combatido aberta e siste-
maticamente, pois, acima da coragem do Codificador
em cumprir sua miss��o, estava o ��xito do programa
e da Revela����o, previamente acordado no Mundo
Maior e de que a Humanidade carecia muito.
110
Essa a raz��o de Allan Kardec ter primeiro divul-gado os fatos, procurando n��o confundir as coisas.
Falou em Filosofia, Ci��ncia e Moral, dando, a este
��ltimo alicerce doutrin��rio, o sentido da religi��o es-
p��rita.
Mesmo assim, sofreu o ataque de celerados do
Clero, com o famigerado Auto-de-F�� de Barcelona,
onde a indigesta Inquisi����o determinou a queima, em
pra��a p��blica, de 300 exemplares de obras esp��ritas.
No entanto, como os Crist��os que superaram
pela f�� e pela persist��ncia o poderoso Imp��rio Ro-
mano, Allan Kardec e o Espiritismo, j�� uma realidade
incontest��vel, superaram a persegui����o do Clero e
seus adeptos. Termina, com l��gica, como uma reli-
gi��o efetivamente, visto que os seus postulados s��o
baseados nos ensinamentos do Cristo e, como con-
seq����ncia, ligam a criatura ao Criador.
Assim como Jesus ensinou aos seus disc��pulos
a orar, legando-nos a prece de PAI NOSSO, Allan
Kardec, compreendendo a dificuldade de muitos, dei-
xou-nos um livro de preces Esp��ritas.
Em sua obra juntou a mais sublime forma de
comunh��o e rogativa ao Pai, que �� a prece de Caritas.
Com o tempo, foram surgindo novas ora����es, atrav��s
de Esp��ritos altamente evolu��dos como Bezerra de
Menezes, Cairbar Schutel, Am��lia Rodrigues, Maria
Dolores, Emmanuel, Joanna de Angelis, e muitos ou-
tros, todas elas nos ligando pelo pensamento e pelo
sentimento a Deus.
Hoje somos uma Religi��o, com a mais absoluta
liberdade de manifesta����o. No entanto, n��o foi sem-
pre assim como nos conta a hist��ria.
111
A Doutrina Esp��rita em seu tr��plice aspecto, e por extens��o os esp��ritas, embora no passado tenha
com dignidade enfrentado o poder do Clero, vem, com
o tempo, se firmando perante a sociedade. E como
tal deve e precisa ser preservada. E como tal tem a
sua pureza. E como tal nos foi legada.
Por n��o ser um patrim��nio pessoal de ningu��m,
n��o comportando p��lpito e determina����es, deve ser
respeitada, por caridade, a convic����o de cada um.
Isso compete a todos que se agasalham no Es-
piritismo. Mudar apenas por mudar, sem nenhuma l��-
gica na proposi����o, �� personalismo. ��, no m��nimo,
uma forma esdr��xula de aparecer.
Quando a nossa car��ncia de conhecimentos n��o
nos permite ainda abra��ar a Filosofia ou a Ci��ncia
Esp��rita, vamos com ardor abra��ar o Evangelho de
Jesus e seguir com dignidade a Religi��o Esp��rita que,
certamente, �� o caminho que nos liga ao nosso
Criador.
Que os Esp��ritos bons e puros nos conduzam
por esse caminho aben��oado para que possamos che-
gar ao porto seguro, onde o amor prevalece e que ��
emanado do Alt��ssimo.
112
SEMEADURA E COLHEITA
Disse Jesus que a semeadura �� livre, mas obri-
gat��ria ser�� a colheita. O que semeamos, indiscuti-
velmente teremos que colher.
Essa semeadura se refere aos atos e a����es que
dermos causa no curso de nossa vida terrena. �� o
reflexo de nosso comportamento.
Se esses atos e essas a����es refletirem o mal,
colheremos, no futuro, nesta ou em outras vidas, re-
sultados maus. Se o nosso comportamento, no en-
tanto, refletir o bem, o resultado ser�� colheita boa.
As m��s a����es e os maus atos s��o simples e f��-
ceis no cotidiano da vida. A todo instante somos por
eles testados e tentados. As boas a����es e os bons
atos, entretanto, s��o verdadeiramente de dif��cil pr��-
tica.
A semeadura e a colheita representam o resul-
tado de nosso comportamento de vida.
Entre todos os meios que nos s��o colocados nas
m��os para um comportamento voltado para o bem,
por miseric��rdia divina, est�� a doutrina religiosa que
esposamos, o Espiritismo.
113
Como estamos engajados nesse caminho religioso que nos alimenta a alma e nos alivia e consola,
est�� a�� o caminho para a pr��tica da fraternidade e do
amor: difundi-lo. Quanto mais levarmos aos nossos
semelhantes, companheiros de jornada nesta vida,
tamb��m v��timas de afli����es, o meio que encontramos
para romper esses obst��culos, mais estamos pr��xi-
mos da caridade.
Acreditamos que s�� difundir a doutrina esp��rita
n��o basta. Algo mais compete como complemento e
cuidado. �� necess��rio que paralelamente �� difus��o
doutrin��ria se tenha o cuidado de zelar para que junto
com os seus conhecimentos n��o sejam germinadas
deturpa����es que possam desvi��-la de seu verdadeiro
e puro sentido.
�� o mesmo que se um lavrador semeasse a terra
e esperasse para colheita do fruto sem os cuidados
necess��rios da elimina����o das ervas daninhas. Jun-
tamente com a planta boa, seria crescido o inconve-
niente e indesejado, dando, no fim, colheita desvalo-
rizada por impuro o produto.
No entanto, se durante o crescimento da semea-
dura boa tiver o lavrador o cuidado e o zelo de ir
eliminando o que for indesej��vel, colher�� ele, no fim,
frutos puros e isentos de elementos estranhos.
O mesmo se d�� quando divulgamos os conceitos
da Doutrina Esp��rita. Devemos pregar e difundir com
muito vigor e muita disposi����o o Espiritismo, mas,
acima de tudo devemos zelar pelo seu crescimento
nos cora����es daqueles que aceitaram o caminho, para
que n��o seja a Doutrina deturpada pela conveni��ncia
humana, fato t��o comum nos homens.
114
A divulga����o doutrin��ria e o cuidado que se deve ter com sua aplica����o correta, �� um dever de
caridade diante de tanto sofrimento que campeia
pelo mundo.
O fruto ser�� a transforma����o da Humanidade,
com reflexos positivos no futuro. A Doutrina Esp��rita
nos mostra, desvendando os mist��rios da vida ap��s
o t��mulo, a grande responsabilidade que nos assiste
diante dos atos e decis��es que tomamos.
Semear �� f��cil. Dif��cil mesmo �� colher. Para se
ter consci��ncia dessa dificuldade, hoje estamos co-
lhendo o que ontem plantamos e, amanh��, iremos
colher o que hoje estamos semeando. Se a colheita
de hoje n��o nos agrada, temos que, logicamente, to-
mar muito cuidado com o que estamos semeando.
Isso �� fundamental.
115
SIL��NCIO
Em sil��ncio continua o Cordeiro de Deus a es-
perar, atrav��s de todos os problemas que estamos
vivendo, para que seja sentido o toque de alerta a
toda a Humanidade. Espera por aqueles que t��m ou-
vidos para ouvir e olhos para ver.
Quantas vezes somos alertados veladamente pela
Espiritualidade Superior a mudar de rumo a nau que
ocupamos, porque a tormenta est�� �� nossa frente.
Essas advert��ncias s��o clarinadas que soam com
muita freq����ncia.
No entanto, o quanto caracteriza a nossa igno-
r��ncia, ficamos sempre e continuamente no rumo an-
teriormente tra��ado, embora sabendo que seguimos
em erro.
E quando chega a nau �� tormenta, naturalmente
sossobramos e, n��ufragos, procurando em desespero
uma t��bua segura. Desesperados poucas sa��das en-
contramos. As dificuldades aumentam.
Depois de muitas dores, l��grimas e afli����es vol-
tamos ao ponto de partida. Retornamos ao que, em
sil��ncio, Jesus nos vinha indicando: O EVANGELHO.
117
Quem tem ouvido de ouvir, ou��a antes que tarde.
O chamamento �� constante. Precisamos pensar mais
no caminho que nos leva, em seguran��a, para a feli-
cidade eterna.
118
TEREMOS O QUE DOARMOS
"Um dia, que ser�� noite em teus
olhos, deixar��s pratos cheios e
m��veis abarrotados, cofres e
enfeites, para a travessia da
grande sombra; entretanto, n��o
viajar��s de todo nas trevas, por-
que as migalhas de amor que
tiveres distribu��do, estar��o mul-
tiplicadas em tuas m��os como
b��n����os de luz."
Meimei
Tem sido a Humanidade atingida por uma preo-
cupa����o materialista que chega a assustar. Em todas
as ocasi��es s�� se ouve falar de como e onde aplicar
melhor os bens.
Poucos, embora existam, apresentam preocupa-
����o mais sublime. Poucos se interessam em acudir
aqueles mais necessitados. Poucos se voltam para
solucionar as dores dos aflitos.
119
As grandes desgra��as que a imprensa vem rela-tando diariamente provocam reflex��es mais profun-
das, mas de concreto, para aqueles infelizes que
transitam ao nosso lado, nenhuma solu����o �� ofere-
cida.
E esse fen��meno �� comum a todos os caminhos
religiosos. Nunca se falou tanto em Jesus como atual-
mente. Nunca se esteve t��o distante Dele como hoje.
As Na����es consomem valores incalcul��veis em
objetos e meios de destrui����o. A Humanidade vive
perplexa diante de tanta viol��ncia. No entanto, popu-
la����es inteiras passam fome. Lutam com o flagelo
das epidemias e concorrem com o abandono.
As institui����es de car��ter assistencial, de todas
as filosofias religiosas, que se dedicam a minorar
um pouco a car��ncia do semelhante, vivem, constan-
temente, lutando para continuarem seus aben��oados
fins. Zelosas almas, poucas, oferecem seu tempo e,
geralmente parcos recursos, para essa finalidade.
Quantas criaturas sem ter o que vestir, e quan-
tos arm��rios lotados; quantas mesas vazias e quantos
se banqueteando em seus lares, em um desperd��cio
louco: quantos, agressivamente desfilando suas ri-
quezas pelas colunas sociais, enquanto miser��veis
aflitos clamam por um pouco que a eles sobram.
Resta-nos meditar nas palavras de advert��ncia
desse esplendoroso esp��rito Meimei. Que essa clari-
nada sirva de chamamento a todos. Que se forme a
grande cruzada em torno das recomenda����es de
Jesus.
120
Se nada �� poss��vel ser feito sozinho, vamos entregar nossos esfor��os e nossa contribui����o ��queles
poucos que est��o engajados no atendimento ao se-
melhante.
Uma coisa n��o mais podemos, propositalmente,
ficar ignorando: teremos amanh�� aquilo que hoje
doarmos.
�� da Lei.
121
TRABALHO
O homem ap��s tomar consci��ncia dos valores
transcendentais que lhe oferece a Doutrina Esp��rita
apoia toda sua for��a no amor ao pr��ximo, visto que
passa a sentir como absoluta necessidade de, direta
ou indiretamente, servir.
Se n��o realizar a coopera����o hoje, fica em d��-
bito para o amanh��. O tempo n��o p��ra aguardando
sua indecis��o. As horas e os dias correm sem cessar.
A realiza����o do bem pede urg��ncia.
Os recursos que as horas oferecem s��o ultra-
passados sem que o homem seja consultado.
Todo o bem que �� praticado, em trabalho honesto
realizado, representa meios que podem, amanh��, ser
usufru��dos em favor da pr��pria eleva����o. O homem
ajuda hoje, para ser ajudado amanh��.
Toda a dificuldade que tiver, mesmo quando fe-
rido em seu ��ntimo, s��o momentos supremos para
que sejam superados os problemas e compromissos
de ontem.
123
O trabalho em favor do semelhante �� a senha para que a Humanidade possa chegar ao Senhor.
�� importante que o trabalho para servir ao seme-
lhante tenha proveito e que seja fundamentado, n��o
em quantidade, mas sim, em qualidade.
Nem sempre quem serve muito, serve bem.
�� preciso discernir e trabalhar com disciplina e
avaliando, sempre, o resultado.
124
TEMPO
"Todas as criaturas gozam o
tempo e, raras, aproveitam-no."
Andr�� Luiz
J�� disse o fil��sofo ingl��s J. Keell, que "a falta
de tempo �� a desculpa de quem perde tempo por
falta de m��todo".
Realmente, embora aparentemente rigoroso o
conceito, prevalece com mais clareza nos dias atuais.
�� preciso ter o tempo devidamente planejado.
Com tanto avan��o da Ci��ncia e da Tecnologia,
tudo passou a exigir mais a����o do homem. O traba-
lho, a manuten����o, o lazer, enfim, tudo ficou mais
dif��cil. Tem sido uma constante a luta do homem
com o tempo. E este parece, pelas preocupa����es das
criaturas, que passa mais r��pido.
Tornou-se, o tempo, um algoz. Tudo a ele �� atri-
bu��do. E ele, o tempo, sem a mais m��nima conside-
125
ra����o segue o seu curso, sem preocupar-se com aqueles seres que dele dependem.
Como o tempo passa sem preocupar-se com os
homens, estes tamb��m deveriam despreocupar-se
com ele. O tempo �� danado no seu alucinante ritmo,
e a criatura humana, sempre aproveitadora das cir-
cunst��ncias, disso faz o seu meio e forma de n��o
realizar o que lhe compete.
O homem ser�� feliz e conseguir�� realizar alguma
coisa quando despreocupar-se, n��o der import��ncia,
tamb��m, para o tempo. Ele segue e o homem tam-
b��m. Como ele vai passando, desprezando a vontade
do homem, este tamb��m deve ir trabalhando e se-
guindo sem essa preocupa����o.
Esta observa����o vem a prop��sito de muitas cria-
turas humanas n��o realizarem seus compromissos
por absoluta falta de tempo. �� uma desculpa cons-
tante e muitas vezes aceita e at�� respeitada.
N��o �� o tempo que nos conduz. Outros fatores a
ele s��o superiores, sem d��vida. O tempo n��o realiza.
Ele apenas proporciona a realiza����o.
Quantas fal��ncias de ideais se observam em
nome da falta de tempo. Quantos sofrem por n��o
t��-lo aproveitado com disciplina e convic����o.
Um jovem, com seus 40 anos de idade, dizia da
tribuna esp��rita que, "lamentavelmente havia conhe-
cido o Espiritismo t��o tarde . . . " E acrescentava: ���
Ser�� que d�� tempo? . . .
O que teria sido da extraordin��ria miss��o do
Mestre Allan Kardec se, aos 54 anos de idade, tives-
126
se perdido a oportunidade que o tempo lhe oferecia, fazendo a mesma pergunta? Pura e simplesmente o
Codificador desprezou o tempo e trabalhou. E hoje
estamos, todos, usufruindo dessa b��n����o, legada por
quem n��o teve medo do tempo.
Que seria de uma miss��o t��o nobre se o m��dium
Chico Xavier olhasse e clamasse com o tempo? Que
seria se o tribuno esp��rita Divaldo Pereira Franco, se
preocupasse e se entregasse ao tempo?
E todos esses esp��ritos mission��rios viveram e
vivem com o tempo. Apenas o trabalho, para eles, ��
o que conta. O tempo �� secund��rio.
Apenas aconteceu que o homem condicionou seu
comportamento dentro do tempo que limitou. Nada
mais.
Para o trabalho, exerc��cio fundamental da Vida,
s�� existe e conta a disposi����o e a vontade. Para es-
tender o trabalho em benef��cio dos semelhantes, o
melhor exemplo �� seguir os que caminham nesse
sentido.
Sempre os mais ocupados s��o os que mais ser-
vem. H�� tempo, disposi����o e vontade. Aquele que
nada realiza ser�� engolido pelo tempo e responder��,
amanh��, pela in��rcia, pela acomoda����o, pela inope-
r��ncia.
Se �� noite ou �� dia; se �� per��odo da manh�� ou
per��odo da tarde; se o rel��gio anda ou p��ra, nada
disso importa.
A afli����o, a dor e a car��ncia n��o marcam hor��-
rio. Est��o sempre a procurar ref��gio nos homens
dispostos a servir.
127
O Esp��rita, que conhece o verdadeiro sentido da caridade e sabe que fora dessa a����o n��o h�� como se
salvar, deve desprezar o tempo e servir com dispo-
si����o.
Amanh��, na P��tria Espiritual, vamos ver que o
tempo n��o conta.
128
TEMPO DE PROVAS
"Tudo tem o seu tempo deter-
minado e h�� tempo para todo
prop��sito debaixo do C��u."
Salom��o
Quase sempre tem sido para os esp��ritas uma
v��lvula de escape a Lei do Carma, como solu����o e
justificativa para todas as afli����es. Vez por outra se
ouvem certas queixas que se encerram sempre com
a express��o: "�� o Carma que tenho . . . " .
Deve sempre ser perguntado qual a provid��ncia
que est�� sendo tomada para que essa afli����o seja eli-
minada ou, pelo menos, diminu��da em sua intensi-
dade.
Tamb��m, de ordin��rio, vem uma s��rie de raz��es
sobre d��bitos do pret��rito, ficando a queixa em lugar
de destaque e o problema na mesma propor����o.
A Lei Divina nunca foi e nem ser�� assim t��o r��-
gida. Mesmo porque, parte do d��bito do passado ser��
129
sempre liquidado no presente, com a intensidade que nossa reforma ��ntima permitir. Assim, os males ser��o
abreviados, nesta exist��ncia, �� medida que o compor-
tamento da criatura humana permitir.
Para justificar essa miseric��rdia do Alto, conta-
nos o esp��rito Humberto de Campos a hist��ria da-
quele homem bom que teve esmagada a ponta de um
dos dedos da m��o, deixando seus amigos, e ele pr��-
prio, surpresos com o fato, considerando-se seu
imenso amor aos semelhantes e o bondoso cora����o.
Aparentemente, para todos, aquilo que aconteceu foi
uma grande injusti��a de Deus. At�� a aparente v��tima
ficou um pouco convencida da injusta situa����o que
estava atravessando.
Consultado o Guia Espiritual da v��tima, este dis-
se-lhe que deveria, ao inv��s de reclamar, louvar o
Senhor por tanta miseric��rdia. Acontece que, no pas-
sado, aquele homem fora propriet��rio de escravos e,
muito rigoroso e impiedoso, havia determinado o es-
magamento de um dos bra��os de um infeliz servo,
em uma moenda de cana, pois, o escravo havia rou-
bado, do celeiro, algumas provis��es. Deveria, ent��o,
receber nesta vida, um mal que viesse ressarcir
aquele d��bito. No entanto, pelo comportamento alta-
mente Crist��o e a grande dedica����o para com os se-
melhantes, seu d��bito foi ressarcido com apenas o
esmagamento e a perda da ponta de um dos dedos
da m��o.
�� f��cil de se ver, pois, que nem tudo �� t��o r��gido
quanto se quer fazer parecer. O diapas��o da senten��a
�� o comportamento da criatura humana diante da Lei
Divina.
130
No entanto, o fato se toma mais agudo quando o problema �� de ordem f��sica. Enquanto estiver o
homem labutando com a harmonia com seu seme-
lhante, ele vai, de uma forma ou de outra, suportando.
Sempre encontra algum meio de superar a dif��cil
conviv��ncia. No entanto, quando a dor �� f��sica e o
mal n��o encontra solu����o na ci��ncia humana, �� a hora
do desespero e do desequil��brio.
N��o se deve pensar nunca que o Carma come��a
quando os recursos da ci��ncia se esgotam. N��o.
Quando esses recursos se mostram impotentes, ou-
tras fontes devem e precisam ser procuradas.
Somente Deus pode determinar as dores. Por-
tanto �� Ele que deve representar o nosso ��ltimo
reduto de esperan��a. Quando tudo nos parecer termi-
nado, resta, ainda, Deus que, atrav��s de seus Emis-
s��rios, poder�� socorrer o homem se assim sua f�� e
merecimento permitirem.
Para tanto, al��m da a����o direta desses benditos
mensageiros do Senhor, ainda existem m��diuns que
se colocam no servi��o desse campo, prestando ines-
tim��vel colabora����o aos Esp��ritos Superiores.
Aben��oadas almas essas que, em nome e por
Deus, lutando contra uma enorme press��o e indisfar-
����vel preconceito, curam as doen��as f��sicas e espiri-
tuais consideradas pelos homens como incur��veis.
Ao Esp��rita, que conhece esse fen��meno, com-
pete o dever primeiro de respeitar e divulgar esse
recurso. Quantas dores ser��o aliviadas. Quantas afli-
����es ser��o resolvidas. O Espiritismo �� o Consolador
131
das almas em conflitos com os problemas que su-portam.
N��o pode o homem ficar ignorando o tempo de
provas e expia����es que o est��gio de evolu����o imp��e.
132
V I D A EM DOUTRINA
Uma das mais felizes express��es de que toma-
mos conhecimento veio atrav��s da intelig��ncia desse
admir��vel m��dium Chico Xavier.
Disse ele para alguns esp��ritas mais ��ntimos, que
poderia ser considerado, ou melhor, que ele se con-
siderava "uma besta esp��rita, mas n��o um esp��rita
besta".
Ora, nada mais certo do que isso para ser apli-
cado a todos como ensinamento de uma disciplina
necess��ria e exigida ��queles que, de uma forma ou
de outra, se prop��em a estudar e adotar o Espiritismo
como caminho de f�� para sua salva����o.
Como "besta esp��rita", devemos todos encarar
nossas responsabilidades dentro dos postulados dou-
trin��rios, onde carregamos princ��pios para ensinar
atrav��s da divulga����o e do exemplo que devemos for-
necer a toda a comunidade que nos abriga.
N��o pode ningu��m jactar-se de ser um Esp��rita
quando o muito que faz �� apenas freq��entar Sess��es
Pr��ticas uma vez por semana ou mais, n��o importa,
como era feito, no passado, com refer��ncia �� missa
133
cat��lica. Presen��a r��pida, diga-se, para logo em seguida continuar o restante da semana inteiramente
voltado ao pecado, bem como preocupado com a so-
breviv��ncia material.
Recomenda-nos a consci��ncia que devemos arcar
com os compromissos assumidos dentro da Doutrina
Esp��rita, disciplinadamente, durante toda a exist��ncia.
Precisamos fazer da encarna����o que merecemos, um
postulado totalmente voltado para as coisas do Esp��-
rito. Para isso somos advertidos de que devemos com-
bater tanto quanto poss��vel nossos erros e v��cios.
E �� maravilhosamente bom quando a criatura
humana pode, conscientemente, ter-se como uma
"besta de carga", carregando coisa t��o boa e pura, como �� a Doutrina Esp��rita. Quantos ainda esperam,
um dia, poder usar essa express��o, que poucos, pe-
los dotes que possuem, e pela dedica����o que apre-
sentam, t��m essa autoridade pela ren��ncia que de-
monstram.
No segundo sentido da frase, considerar-se um
"esp��rita besta", �� outra advert��ncia para o uso da raz��o, da intelig��ncia, da ativa����o aos meios de, com
l��gica, alicer��ar a pr��pria f�� naquilo que entendeu
certo como caminho para a Vida Verdadeira.
Quantos ainda esperam que todos seus atos se-
jam determinados e controlados pela Espiritualidade,
dando, com isso, completo descr��dito ao livre arb��-
trio.
N��o �� porque determinado Esp��rito, ou mesmo
algum velho esp��rita disse que se deve agir desta ou
daquela maneira que vamos cegamente aceitar a de-
134
termina����o como se ainda estiv��ssemos no tempo do
"ou faz, ou morre . . . " . Esquecer a pr��pria raz��o e intelig��ncia, e mais, a vontade e necessidade de pro-gredir, n��o justifica a in��rcia da espera.
Devemos e precisamos, isto sim, analisar tudo o
que vem dos outros, particularmente ativando ao m��-
ximo o discernimento, para que se tenha, amanh��, a
oportunidade de poder crescer junto com a legi��o da-
queles que se voltaram para o bem.
S�� assim teremos tido a no����o certa do que seja
Espiritismo com f�� raciocinada, bem como a consci��n-
cia absoluta do que estamos fazendo, e mais, arcando
inteiramente com a responsabilidade de nossas de-
cis��es.
Se tudo dependesse dos Esp��ritos e do destino,
pergunta-nos a raz��o: o que �� que estamos fazendo
neste mundo?
�� importante que entremos logo para a legi��o
dos "bestas esp��ritas", saindo o quanto mais cedo poss��vel do bloco dos "esp��ritas bestas", porque a�� ser�� tudo diferente, tanto para n��s, como para a Doutrina Esp��rita.
135
VIDAS PASSADAS
Gomes era um homem de seus 40 anos de idade
e que vivia uma atribulada e perturbada exist��ncia.
Estava constantemente lutando pela sobreviv��ncia
pr��pria e da fam��lia, com quem, por sinal, n��o vivia
muito bem. Como trabalhador aut��nomo, seus ganhos
sofriam altos e baixos. E, como conseq����ncia, sua
vida, tamb��m. Em raz��o disso, jamais manteve um
padr��o social adequado ao que aparentava.
Embora n��o fosse esp��rita, estava sempre �� pro-
cura de pessoas que pudessem consertar sua vida.
Peregrinava constantemente nesse sentido. Era s��
saber de algu��m trabalhando nesse campo, l�� estava
o Gomes atr��s de solu����es m��gicas.
Certo dia, acabrunhado, passava em frente a um
Centro Esp��rita. Martelava sua cabe��a a necessidade
de saldar alguns compromissos no dia seguinte.
Como viu o Centro Esp��rita aberto, com as luzes
acesas, muita gente entrando, quase sem sentir aca-
bou entrando tamb��m.
O sal��o do Centro era modesto e n��o muito gran-
de, apresentando-se j�� quase lotado. Gomes procurou
um local e sentou-se. Ao seu lado um homem idoso.
137
Curioso, perguntou:
��� O que vai acontecer aqui?
Respondeu com muita calma e educa����o o con-
sultado, que era dia de uma reuni��o Esp��rita de estu-
dos do Evangelho Segundo o Espiritismo e, tamb��m,
aplica����o de Passes.
Como nada entendia do assunto, Gomes aguar-
dou. Pelo menos estava sentado, pensou.
Iniciada a reuni��o, ap��s a prece feita com muito
sentimento por uma mulher, a exposi����o do Evange-
lho, feita por um homem j�� de idade, com muito boa
dic����o e palavras f��ceis, come��ou a chamar sua aten-
����o. Gostou. Logo ap��s recebeu, no pr��piro local em
que estava, n��o sabendo por quem, um Passe.
Terminada a reuni��o, procurou saber quando era
a pr��xima reuni��o, pois estava se sentindo muito
bem. Foi devidamente informado e saiu feliz com o
que tinha presenciado e ouvido.
Foi uma semana de expectativa para o Gomes.
Na noite marcada, l�� estava ele no Centro Esp��rita.
Desta vez foi acompanhado pela esposa e pelos fi-
lhos. Estava alegre e disposto. Sorria e cumprimen-
tava todos, como se fosse velho conhecido na Casa.
E assim foi freq��entando com assiduidade o
Centro Esp��rita e procurando integrar-se ao grupo e
no trabalho que a Casa mantinha.
Passou, Gomes, a estudar muito o Espiritismo.
Era ass��duo em consultar a pequena biblioteca do
Centro e tomar livros emprestados.
138
Ap��s um ano de ativa freq����ncia ��s reuni��es e atividades do Centro, j�� era, o nosso Gomes, o respons��vel pela biblioteca e coordenava o Clube do
Livro Esp��rita. Embora de pouca cultura, era um apai-
xonado pelo livro e lia, tamb��m, v��rios peri��dicos
esp��ritas que assinava. Era um ledor.
Certa feita, ap��s preparar os livros do m��s para
o Clube, tarefa que fazia quest��o de executar sozi-
nho, desde a embalagem at�� a entrega nas resid��n-
cias dos s��cios, chega ao seu lado o Silveira, tamb��m
freq��entador do Centro, um de seus diretores, que,
brincando, lhe diz:
��� Gomes, amig��o. Voc�� que vive metido com
Livros Esp��ritas, deve ter, no passado, participado da
queima das obras de Allan Kardec, em conseq����ncia
do Auto-de-F�� de Barcelona. Cuidado! Para saldar
esse compromisso vai ter que colocar muito livro
por a �� . . .
Gomes ouviu, sorriu e ficou pensando naquilo.
Afinal o Silveira, que era m��dium no Centro, devia ter
algum motivo para dizer o que disse.
O tempo foi passando e o Gomes sempre lem-
brando daquela observa����o do Silveira.
O que realmente preocupava o Gomes �� que, em
Barcelona, foram incinerados 300 exemplares de
obras Esp��ritas de Allan Kardec. Ele estava, h�� mais
de um ano, lutando com o Clube do Livro Esp��rita e
n��o conseguia Chegar aos 300 s��cios. Chegava at��
298 e depois ca��a para 290. Subia novamente para 299
tornava a cair. Chegou, o Gomes, inclusive, a inscre-
ver a mulher e os quatro filhos como s��cios. Nada.
139
Mesmo assim, Gomes n��o conseguia chegar �� casa dos 300 s��cios, o mesmo n��mero de obras queimadas
pela Inquisi����o. N��o havia como. Chegou a falar com
a esposa sobre isso.
Certa feita, estavam conversando, Gomes, Silveira
e M��rio, o Presidente do Centro Esp��rita. Ocupavam
a sala da Diretoria para uma reuni��o administrativa,
quando Gomes resolve desabafar a sua grande preo-
cupa����o. E conta com detalhes.
Silveira, novamente relata o fato da queima dos
livros e acrescenta, brincando:
��� Voc�� Gomes, n��o deve ter sido o Bispo que
ordenou fossem os exemplares queimados. Voc�� n��o
tem, hoje, cultura para isso. No entanto, deve ter as-
sistido a queima e, talvez, at�� ati��ado um pouco o
fogo.
Gomes que j�� n��o havia gostado da primeira ob-
serva����o, menos ainda aceitou desta vez. Voltou-se
para o Silveira e disse:
��� Acredito que voc�� est�� com a raz��o. Realmen-
te saldamos hoje os compromissos e d��bitos de
ontem.
E continuou:
��� Veja o seu caso, Silveira. Pelo que sei, voc��
est�� dirigindo a Creche que o Centro mant��m, h��
mais de 10 anos. A creche n��o existiria sem voc��.
�� uma dedica����o total. At�� recurso financeiro para a
manuten����o, quando falta, voc�� coloca de suas reser-
vas pessoais. �� impressionante essa dedica����o. Es-
tive pensando muito sobre isso tamb��m. Quando Je-
140
sus nasceu, por ordem de Herodes foram todas as crian��as sacrificadas. Foi uma matan��a brutal. Herodes e os soldados, pela Lei de Causa e Efeito, devem
ou j�� pagaram o ato cometido. Os soldados, meros
executores da ordem, pela l��gica, devem menos. He-
rodes, o fasc��nora, teve o maior d��bito. No seu caso,
por esse envolvimento para cuidar bem das crian��as,
e, pelo seu comportamento, n��o acredito que tenha
sido apenas um dos soldados. Eu acho que voc�� ��
uma das reencarna����es de Herodes. E vai ter que lu-
tar muito, sem d��vida.
Sil��ncio no ambiente. Silveira ficou p��lido. Go-
mes sorriu.
M��rio, homem astuto, sorriu e mudou de assun-
to, volvendo ao tema que estava sendo tratado ante-
riormente.
Decorridos uns 40 minutos, encerraram o encon-
tro. Todos tinham compromissos.
Despediram-se e Gomes, brincando, dirige-se ao
Silveira e diz:
��� Vamos Herodes. Eu dou a carona hoje.
Silveira, meio acabrunhado e encabulado res-
pondeu:
��� Vamos Fogueira. Aceito a carona.
Sa��ram os tr��s calmamente. Gomes mais aliviado
e Silveira pensando no massacre determinado por
Herodes e sua afei����o pelas crian��as carentes da
creche.
��� : o : ���
141
Est�� a�� o resultado das observa����es impensadas.
�� recomend��vel que se cumpra o dever de servir.
Nada autoriza vincular as atividades nobres de hoje
com as atrocidades do passado. Para isso Deus nos
concede a bendita Lei do esquecimento.
Quem fala o que q u e r . . .
142
FABIANO DE CRISTO,
O PEREGRINO DA
CARIDADE
Roque Jacintho
Um livro tocante e encantador!
A doce figura de Fabiano de Cristo, na sua es-
pl��ndida viv��ncia da caridade, com p��ginas inspira-
das pelos Esp��ritos de Bittencourt Sampaio e Be-
zerra de Menezes.
Cenas marcantes e sensibilizantes.
Uma sucess��o de fatos inesquec��veis, narrados
em forma de pequenos e tocantes casos reais, que
tocam o cora����o de quem l��.
Formato: 13 x 18
DEUS �� AMOR
Roque Jacintho
Um pequeno livro de grande encantamento.
As cartas do Ap��stolo Jo��o, o Evangelista, en-
sinando a conhecer e amar a Deus. Dirigidas aos
n��cleos primeiros do cristianismo, exortando ao tra-
balho e �� caridade. Com cap��tulos curtos e decisi-
vos sobre a conduta no m u n d o , a no����o de Justi��a
Divina, o discernimento dos esp��ritos e outros.
S��o temas atuais, numa vers��o atual.
Formato: 9 x 13
RENOVAR-SE
E VIVER
J. Manahen e
Roque Jacintho
P��ginas para a vida di��ria!
Toda a milenar sabedoria, versando sobre as
quest��es de fam��lia, de filhos, de neg��cios, de edu-
ca����o, de conviv��ncia social, docilidade, deveres
para com o pr��ximo.
Uma cole����o de pensamentos brilhantes!
Voc��, a partir de seu primeiro encontro, neste
livro ter�� um conselheiro de cabeceira e um ma-
nual de vida, respingado com luzes do cristianismo
e com os horizontes Esp��ritas.
Formato: 13 x 18
De: Reginaldo Mendes <
"A MAIOR CARIDADE QUE SE PODE FAZER
O Grupo Allan Kardec lança hoje mais um livro digital. Desejamos a todos uma boa leitura ! Voz da Alma - Sérgio Lourenço Livro doado e digitalizado por Fernando José Sinopse: Páginas do coração de notável obreiro da Doutrina Espírita em que se examinam os mais diversos temas do dia-a-dia, em linguagem simples e fraternal, de alma para alma Mais uma vez pedimos não divulgar esta obra em canais públicos ou Facebook. Esta distribuição exclusiva para canais específicos de deficientes visuais. https://groups.google.com/forum/?hl=pt-br#!forum/grupo-espirita-allan-kardec Nosso grupo parceiro: https://groups.google.com/forum/?hl=pt-BR#!forum/grupo-de-livros-mente-aberta | |||
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Abraços !
Reginaldo Mendes /
Nossos Grupos
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