Enciclopedia do Emagrecimento Emagrecer não é mais sofrimento
Dietas de fome cedem lugar a planos alimentares flexíveis mas o uso deremédios deve ser criterioso
Fórmula mágica é inimigo pior do que a balança
Até pouco tempo, emagrecer era sinônimo de sofrimento. Dietas de fome, exercícios tediosos e remédios que causavam terríveis efeitos colaterais. Após semanas ou meses de sacrifício, os quilos perdidos voltavam e o desespero se tornava cada vez pior. Felizmente isso mudou. Na estratégia moderna de controle do peso não há lugar para o sofrimento. Velhas dietas de fome cederam lugar a planos alimentares flexíveis, que trazem de volta o prazer de comer bem,e de forma saudável. A atividade física deve ser feita com prazer,aliando saúde e bem-estar.
Quando o excesso de peso coloca em risco a saúde e os resultados esperados não são obtidos com estas mudanças de hábitos, pode ser necessária uma ajuda a mais. Não é para perder 2 ou 3 quilos, compensar excessos de uma viagem de férias ou eliminar uma gordurinha que se acumula aqui ou ali. Considera-se necessário o uso de medicamentos quando a pessoa tem um excesso de peso considerável,mais ou menos uns 8 ou 10 quilos acima do limite, no mínimo. Aí há risco. A chance de surgir diabetes, pressão alta ou problemas de colesterol torna inadiável o emagrecimento. E tem gente que, mesmo com recomendações corretas, não consegue perder peso. Não é por falta de "vergonha na cara". Pode ser uma tendência herdada. Genes que favorecem a gula ou genes que fazem a pessoa poupar o excesso de calorias que come para armazenar como gordura. Aí entram os remédios. Não como a solução mágica, mas como um aliado em um programa inteligente de alimentação saudável e atividade física. Não é para ser tomado por 2ou 3 meses. São necessários 6 ou 12 meses para que os novos hábitos se consolidem e o remédio seja interrompido sem o risco de se engordar de novo.
Mas que remédios tomar? Mais de 200 substâncias têm sido usadas em tratamentos para emagrecer. De todas elas, nove tiveram eficácia demonstrada por estudos científicos. Até prova em contrário, o resto é placebo. É importante entender como funcionam estes remédios. Podem diminuir a ingestão de alimentos, aumentar o gasto de energia ou reduzir a absorção de gorduras pelo intestino. Entre os que controlam a alimentação, temos os inibidores do apetite e outros medicamentos mais modernos, com outro tipo de ação. Em vez de tirar a fome, fazem a pessoa sentir-se satisfeita com uma quantidade menor de alimentos. A diferença parece sutil, mas traz grande vantagem, que é facilitar o desenvolvimento de um novo hábito alimentar, justamente por não tirar a fome. Outro mecanismo de ação é a redução da absorção de gorduras pelo intestino. Hoje dispomos de um remédio que, sem chegar à circulação, faz o organismo eliminar 30% das gorduras ingeridas.
Mais um desafio nos tratamentos é controlar a compulsão por comida. Esta forma de compulsão, cada vez mais freqüente, afeta mais da metade das pessoas que procuram tratamento para emagrecer. Se não for dominada, o fracasso é quase inevitável. É nesta área que surgiram as principais novidades, principalmente nos últimos 2 anos. Alguns remédios que eram usados para tratar outras doenças se revelaram úteis para diminuir a compulsão alimentar, com resultados animadores.
Mas nenhum destes remédios, dos que realmente funcionam, você vai encontrar em anúncios de televisão, revistas ou jornais. Eles só podem ser usados com receita e acompanhamento de um médico. Com saúde não se brinca. Na busca desesperada de uma fórmula mágica para emagrecer, quase sempre o que se consegue é encontrar no tratamento um inimigo pior do que a própria balança.
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