sexta-feira, 7 de outubro de 2011 By: Fred

<> livros-loureiro <> [livro] Em Nome da Mãe - VITORINO DE SOUSA

ESCOLA DO PERDÃO


http://www.vitorino.desousa.com


EM NOME DA MÃE


DIÁLOGOS ENTRE

O LEIGO QUE FALA ALTO

E O

GRANDE SÁBIO QUE FALA BAIXINHO

Vitorino de Sousa
2002


APRESENTAÇÃO


Esta obra apresenta 72 diálogos – em poesia - com o Eu Superior. Há quem lhe chame Mestre Interno.
Pela minha parte preferi chamar-se, o Grande Sábio Que Fala Baixinho.
Os temas abordados nestas trocas de impressões são os seguintes:


Mente racional – I – II – III
Vaidade
Carinho – I – II – III
Julgamento
Amor – I – II – III
Cepticismo
Coragem – I – II – III
Confiança
Cura – I – II – III
Tolerância
Quietude – I – II – III
Renúncia
Insensatez – I – II – III
Escolha
Fraqueza – I – II – III
Indolência
Rebeldia – I – II – III
Cegueira
Fraternidade – I – II – III
Humildade
Ignorância – I – II – III
Iluminação
Perdão – I – II – III
Inocência
Alienação – I – II – III
Carma
Liberdade – I – II – III
Discernimento
Medo – I – II – III
Ascensão
Desapego – I – II – III
Despertar
Compaixão – I – II – III
Sexo
Morte – I – II – III
A Grande Decisão


Tudo isto EM NOME DA MÃE - a polaridade feminina do Criador Supremo - que, nestes tempos
que vamos vivendo, novamente se apresenta relembrando a necessidade de carinho, amor, perdão,
compaixão, receptividade, dedicação, adoração e todos os outros atributos que caracterizam
a Matriz Humana Original.

Portanto, trata-se aqui dos desafios que o medo – esse filho dilecto do ego - tem vindo a colocar
a todos os seres humanos, através da falta de tolerância, da raiva, do ódio, da agressão, da culpa,
da morte, etc. – esses atributos que não fazem parte da Matriz Humana Original!

Saber responder correctamente a este chamamento dos nossos núcleos superiores (internos) implica
adquirir uma nova forma de nos colocamos perante o Universo e o Cosmos. Ou seja, ganhar
uma nova consciência do Ser, através da relembrança de que, enquanto seres físicos, somos Luz
congelada e que, enquanto seres espirituais, somos entidades cósmicas, multidimensionais e
multicivilacionais.


ADVERTÊNCIA


Nos poemas, as intervenções do LEIGO QUE FALA ALTO, são apresentadas em estilo
normal; as do GRANDE SÁBIO QUE FALA BAIXINHO, em negrito.


Sobre a Mente Racional

I

Por que precisas de ter razão? Essa demência ancestral
deixou, a partir de agora, de ter qualquer fascínio.
Põe a Mente Superior no lugar da ditadura racional
para que o que esqueceste te chame ao seu Domínio.

Não dizes nada?... É uma pena que prefiras ser seduzido
pelo que te consome, quando por mim poderias ser nutrido!


Sobre a Mente Racional

II

Achas que racionalizo?... Ah! Afinal, sempre estás aí, à escuta!
Bom, quando a tua mente fervilha, expulsa-me de casa.
Mas o teu ego delicia-se, rebola-se, insiste e desfruta.
Admiras-te que, assim, eu tenha de voar só com uma asa?


Vejamos: sempre que racionalizo, perco a tua resposta?

Se a minha balada não se ouve, por ti não foi composta!


Sobre a Mente Racional

III

Se eu libertar a Alma, o que acontece à mente racional?

A Alma não se liberta porque não pode ser apresada.
Se queres reconhecer o teu Criador, rejeita o negro sal
que cobre a vida e usa o branco, que a põe adocicada.

E o que faço dos meus pensamentos? Nada. Usa o encanto
do "não sei" e decerto verás secar muito do teu pranto!


Sobre a Vaidade

Como poderei reconhecer-te e, com isso, perder a vaidade?

Se aceitares esta Voz deixarás de te envaidecer.
E, nota, que eu não posso desiludir-te. A minha verdade
é um atributo da Luz que dá, aos teus olhos, o poder de ver.


E passarei a ser feliz? Não. Passarás a caminhar na esteira
de quem já reciclou o lixo velho que retinha na peneira!



Sobre o Carinho

I

Prometes que acordarei; dizes que, por causa disto que me mina,

o Ser se recolhe... Quando o coração se cala, a vida reclama!
Ouve: quando o Amor está inerte é o medo que domina.
Queres ser a faísca que se apaga sonhando com a chama?
Quando susténs o toque, porque recusas o gesto,
a mão rejeita a pele, porque a ouve pedir o resto!


Sobre o Carinho

II

Por isso, acarinha. O plano da Consciência que te espera,
mostra que o Amor continua em ti, sem saberes, florescendo.
Ignora isto e jamais verás iluminado o teu novo corpo/esfera.

Talvez seja como dizes. Mas, mesmo sem carinho, cá vou vivendo.

Viver desse modo não é viver; é durar, cheio de sonhos agitados.
Dedos há que gelam no vazio porque o afecto os põe paralisados!


Sobre o Carinho

III

Sendo assim, como acabarei, finalmente, com esta resistência,
com esta renitência em deixar de sentir o frio da minha cruz?

Tu não és quem crês ser. Aceita isto e serás a frequência
da doçura - essa vibração que se irradia dos Filhos da Luz.

E, se vires Luz nos outros, acariciarás o teu ser incompleto

- isso que polui o templo interno, desde o chão até ao tecto!

Sobre o Julgamento

Para reconhecer essa Origem de que falas, tenho que me livrar
de tudo o que seja intolerância no meu comportamento?

Acabas de citar a verdade! Reeduca, pois, o teu olhar.
E, para que a Mãe seja contigo, recusa o julgamento.

Assim, aceita todas as diferenças. Quem o futuro desflora
e quem procura sê-lo, sabe que o Ser por tudo isto implora!


Sobre o Amor

I

Tu te acenderás com O Que És, pois eu sou o Comando
que, finalmente, encerrará a tua longa história terrena.
Só tens de me ouvir, em silêncio, e ser paciente. Optando
por me virar p'ra dentro, verei que, na Luz, tudo é Glória plena?

De facto, basta o poder do Amor para tudo poderes amar.
Quando falo, porém, o breu do ego desata logo a protestar!


Sobre o Amor

II

O ego tem-me sido tão útil! Tu, porém, dizes que ele me mata e esfria...

Digo, porque o seu olhar nega a Luz, em ti e nos teus irmãos.
Usando os olhos do ego, renuncias ao Amor que te anuncia
como Quem És. Logo, só um vazio podre enche as tuas mãos.

Permite que o Amor da Mãe derrote essa tua ignorância velha
para que sintas, verde, a esmeralda que ainda está vermelha!


Sobre o Amor

III

Perdoa a minha ignorância e diz-me: que punição sombria
paira sobre mim se não deixar de olhar pró meu umbigo?

Não há punição; há consequências! Se esta Voz não te alicia,

o teu Portal do Ser não passa, ainda, de um mísero postigo.
Silencia-te. E ama a vibração que, vinda de dentro, te conduz.
Amando-a, sem dizer nada, expressas o idioma que tem a Luz!


Sobre o Cepticismo

Se eu persistir em escolher o caminho do cepticismo
comporto-me como aquele ceguinho que não quer ver?

Tu o disseste! Porém, se chegaste a esse amorfismo,
é porque, na Terra, a dúvida quase sempre aflige o Ser.

Seja como for, evita ser como o céptico resistente,
porque esta minha Voz, afinal, não é nada recente!


Sobre a Coragem

I

Sabes, o meu empenho tem estado noutro tipo de combate.

Sim, sei. Nisso que só exalta quem detém o maior ego.
Não preferes expurgar o enorme orgulho que te abate,
abrindo as mãos àquilo que Eu Sou e aqui te entrego?

E como farei? Tem a coragem de beber o teu próprio Sumo.
E o dos outros também, para que todos fiquem a prumo!


Sobre a Coragem

II

Bom, tenho mesmo de aceitar a tua Voz, em vez de continuar à espera.

Convém, dado que o Ser só germina depois do fel estar coado.

E como poderei eu acabar com tudo o que me desespera?

Põe-te a caminho, que sempre me sentirás, aqui ao teu lado.

Respeita, porém, o ritmo interno; e trata do ego com tolerância.

Céus!... Quanto é preciso p'ra me livrar de tamanha ignorância!


Sobre a Coragem

III

O que preciso de fazer, então, para reconhecer o teu doce abraço?

Trata de aceitar aquele irmão dormente que não se questiona,
que prefere lidar com aquilo que já deixou de ter espaço,
sem se aperceber que o que parece funcionar, já não funciona.

Tens a certeza?... Tenho!... Queria tanto acompanhar-te nesta escalada.
Não precisas. O Ser, porque é Tudo, não precisa de querer nada!


Sobre a Confiança

Se vives recusando, és sem grandeza e montas a implusão
do teu projecto pessoal. É assim que a queda interna se anuncia.
Se te alegras troçando, és sem pureza e atrais a colisão
com um punhal afiado. Já sei: este que forjei e que te arrepia!

Nem mais! Se me deres os medos que, em ti, julgas contidos,
eu apagarei as dores dos erros, noutros tempos cometidos!


Sobre a Cura

I

Abre-te à Luz! Daqui para o futuro, sente essa energia
anunciando-se, serenamente, na palma de cada mão.

Por favor! Vou-me já embora se te pões a falar de magia.
Quem te ouvir até poderá julgar que perdeste a razão.

Escolhe: podes subir à Fonte da Verdade que tudo cura,
ou descer ao Poço da Descrença, que nada te assegura!


Sobre a Cura

II

Ai, por onde andará a serenidade? Irmão: sou eu a serenidade!
Não podes perder-me, porque eu uso o teu corpo como templo.
E não te lamentes, pois estás enganado. Recupera a Idade
do Sorriso e passa a ouvir-me, a mim que te dou o meu exemplo.

Guarda-me obediência e permite que te livre dessa loucura.
Só eu - a Matriz Original - tem o poder de resgatar a tua cura!


Sobre a Cura

III

Ah! Como eu gostaria de voltar a sentir alegria e experimentar

o teu doce coração, que o Nosso Senhor refresca e ilumina!
Pois, então, entrega-te em silêncio. Sê como aquele luar
que resplandece até de dia porque a paz interna descortina.

Sentindo que o silêncio, e tudo o resto, está em ti, serás parceiro
de Quem, através de Mim, a ti te cura, propondo-se como Roteiro!


Sobre a Tolerância

E não desprezes o irmão que não te aprova ou compreende.

Se defrontar quem me critica comprometo o avanço desejado?

Certamente que sim. Face à aceitação, qualquer ego se rende
à força destas novas vibrações, provindas do Outro Lado.

Enquanto não te decidires por esta renovação do pensamento,
limitas-te a ser igual àqueles que desprezas a 100%!


Sobre a Quietude

I

Portanto, renasce na quietude... Tu és tão misterioso...
Cala-te, por favor, e ouve esta Voz por baixo do teu ruído.

Cada vez percebo menos!... Então, é esse ruído anguloso
que não me deixa mexer no que dizes que trago poluído?

Nada trazes poluído; só a mim trazes esquecido no teu peito.
... Não admira que essa tua parte podre me tenha rarefeito!


Sobre a Quietude

II

Deixa ver se entendi: é preferindo a quietude que, em consciência,
altero esta forma de ser, que só me devolve ódio e agressão?

Ah! Afinal, sabes do que te falo! Pratica, pois, a tua Essência:
«ama o outro como a ti mesmo» e seremos em comunhão.

Para que assim seja, prefere a Paz Interna. Sendo o seu encanto,
serás inspirado pelo perfume que se desprende do seu manto!


Sobre a Quietude

III

É que, se continuas distraído, nunca mais atravessas o Portal.
Por isso, desperta e canta. P'ra mim, tudo isto é muita complicado!
Talvez seja. Mas esta bela proposta, que ainda te soa tão mal,
sempre foi muito clara. P'los vistos... E vou continuar neste estado?


Se queres sentir a Quietude Interna e o seu encantamento,
livra-te de ti mesmo e senta a paz no trono do pensamento!



Sobre a Renúncia

Quer dizer: lá tenho de passar a fazer tudo há tua maneira...

Corta a raiz dessa ironia! Sobre o ego faz descer o pano,
pois a sua avidez, embora parecendo macia, é só matreira.

Dessa forma, passarei a ser como tu, em vez de ser desumano?

Desumano?!... Envolve-te com os desafios aqui presentes
e ouve o que te dou, se queres deixar de rilhar os dentes!


Sobre a Insensatez

I

Ensina o que reformará o mundo ultrapassado,
aprendendo a mudar os teus próprios valores.

Se eu desatar a apregoar o amor, serei recompensado
e muita famoso como foram os grandes instrutores?

Perde essa mania de que o Céu te dará uma prenda.
Haja paciência!... Não há meio de teres emenda!


Sobre a Insensatez

II

Não preferes largar essa mania? Estando nela, teimosamente,
não assimilas todas estas relembranças que trago, para te dar.

Tu só falas de ascensão; só dizes p'ra escarafunchar internamente...
Que cansaço!... Já tenho a cabeça zonza, com tanto martelar.

Tu podes tudo: podes nutrir a ilusão, ignorar-me ou até fugir.
Seja como for, evita optar por tudo aquilo que tens para cuspir!


Sobre a Insensatez

III

O ego é atraente, mas tu... Chega! Que coisa desnorteada
essa tua ignorância, que te põe teimoso e arrogante!
A Outra Forma de os olhos verem, da insensatez é divorciada,
porque não esquece Quem criou e Quem eleva para diante.

Desconsiderando Quem oferece a Luz que curará o teu coração,
andas sempre atrás do mesmo rabo, como na dança circular do cão!


Sobre a Escolha

Bom... então, como posso acabar com este viver desastrado?

Escolhe colaborar com a essência de cada momento.
Contrariando-me não És. Qualquer humano desatinado
parece a rosa que, crendo-se um cacto, vive em tormento.

Passa a escolher bem para que possas ser um proclamador
desta outra dimensão, que é feita só de Luz em vez de dor!


Sobre a Fraqueza

I

A compaixão é o fruto inevitável da mente transcendida.

Pois sim. Mas quando sou compassivo, dizem que sou piegas.

Para que serve essa opinião alheia que a mente dá por recebida?
Irmão: aquieta-te. Sorri a essa frustração a que te entregas.

Ainda crês que não te oiço? Creio, sim. Vês nisso algum mistério?
Não... Mas, com tanto desafio, não tarda nada vou parar ao cemitério!


Sobre a Fraqueza

II

Talvez vás, talvez não. Mas por que insistes em evitar
tudo o que tens que fazer para te relembrares de Quem és?
Por que recusas iluminar-te com o que te estou a dar?
Porque é que essa astenia não se despega dos teus pés?

Não te aborreças comigo e ajuda-me a sanear o que me está matando.
Muito bem. Então, faz o que te digo! Se não for agora..., quando?


Sobre a Fraqueza

III

Assim sendo, tenho de sair da escuridão... Olha os narcisistas
e o louco fim que tecem, embora queiram morrer em paz!
Ouve: já que o Túnel Sem Luz também gera muitas pistas
desperta para O Que És para podermos mostrar como se faz.

Bom, suponho que tenho de perder o medo e preferir a paz global.

Exacto. Uma coisa te garanto: o que é Lei não pode ser irreal!


Sobre a Indolência

Mas, afinal, quem és tu?... Com essa pergunta evitas
beber este cálice de Amor, que te trago e te apoquenta.
Porém, essa estranha abstinência a que sempre te incitas
é algo que te mata, enquanto julgas que bem te alimenta.

Em vez de rejeitares o cálice, rejeita antes a preguiça,
e reconhece que só assim poderás proclamar a Justiça!


Sobre a Rebeldia

I

Em vez de te revoltares contra mim, toma a decisão.
Comigo acordado em ti, passarás a viver harmonizado.
O que é que isso quer dizer?... Serei amado? Abre o coração
e traz à Luz o esconso onde tens vivido encurralado.


Sê livre sendo a paz que és. Olha: pode não parecer,
mas a tua rebeldia só agrava o que te faz entristecer!



Sobre a Rebeldia

II

Descrês desta verdade? Pois hoje é um bom dia
para corrigir esse engano, que trazes entranhado.

Mau! Mas eu não descreio. O que eu acho é que a rebeldia
não me põe, da Divina Matriz, esquecido e separado.

Bom, tu lá sabes por que preferes alimentar a falsidade.
Mas é naquilo que não vês que se guarda toda a verdade!


Sobre a Rebeldia

III

E se eu não ligar nenhuma àquilo que me estás a dizer?

Bom, logo sentirás o que tal decisão te reserva.
Mas, se ouvires o que te digo, acabarás por saber
que a Verdade em ti, de dentro de ti te observa.

Mas sossega. Na eternidade, do medo já eu te livrei.
Portanto, relembra agora o que sabes, tal como eu sei!


Sobre a Cegueira

Também vou ter que deixar de ligar às religiões instituídas?

Sim, para que a tua vontade seja como a de Quem mais pode.
Que Amor poderás encontrar nas Mil Seitas construídas

- essas que rejeitam ou matam quem ao seu altar não sobe?
No entanto... sim... essa cegueira tem de ser erradicada,
porque, se multiplica os crentes, esquece o resto da tabuada!


Sobre a Fraternidade

I

Afinal, o que é isso de fraternidade? Trata-se de esquecer
e, depois, entregar a vontade pessoal. Bom... gostaria de aproveitar
esta oportunidade. Então, decide acordar e deixa-te surpreender.
Contribui para que o mundo se renove, em vez de só se alterar.


Aprendendo com os irmãos que se mostram fraternais,
manténs-te longe dos que se dizem profetas radicais!



Sobre a Fraternidade

II

Se não passares a ser fraternal, podes ter a certeza
que ficarás atascado na velha escória, que só te prejudica.
Opera o milagre da tua mente ou irás sofrer a surpresa
de ver que... Já sei, já sei! Continuar a julgar não me purifica!

Se já sabes isso, esperas o quê?... Bom, procura entender
que, se assim te falo, é porque sei que podes renascer!


Sobre a Fraternidade

III

Porque é que a tua Voz se mostra tão atractiva?

Porque provém da Fonte da fraternidade anunciada.
No entanto, qualquer desejo pessoal incentiva
a corrosão desta simbiose, há tanto tempo desejada.

Assim, importa que o egoísmo caia – já! - do seu pedestal,
para que possamos beber o que se guarda dentro do Graal!


Sobre a Humildade

Quer dizer: na tua ideia não paço de um arrogante, um vaidoso
que insiste em não te obedecer. Bom, limito-me a fazer como sei.

Certo. Mas por que teimas em ser como o ateu sem repouso,
que alça o nariz garantindo: Vai falando, que eu é que sei!?

Deixa essa cobra sossegada! Se incentivas a sua erecção
és como o fogo que, em vez de aquecer, espalha destruição!


Sobre a Ignorância

I

Se eu me inspirar em ti, acabarei com as confusões?
Se ouvir a tua Voz, porei fim às devoções enganosas?

Decerto. Continuarás, porém, a levar encontrões!
Assim, é bom que renasças longe das vias oleosas.

Sempre que aceitas o que o ego diz ser permanente,
comes o pão daqueles cujo medo é o seu regente!


Sobre a Ignorância

II

Porque és assim tão inspirado? Tens a natureza de Deus?

Deus é, apenas, uma palavra que refere a Criação.
Porque Eu Sou - e tu és eu! - os dons que te dou são já teus.
Portanto, nada tenho para te dar senão esta dedicação.


Ouve bem: eu não sou virtual. Se ainda vives nessa crença
aceita que, entre ti e a escuridão, não há qualquer diferença!



Sobre a Ignorância

III

Ignorando esta Voz – que, nota, não dita nenhuma sentença! demonstras
que nem sequer sabes trautear este meu canto.
Mais: nem te dás conta que à tua arrogância dás licença
para negar o que, em oração, me pedes. Ora! Ninguém é santo!

Agora a sério: ao ignorar-te, parece-te que reforço a minha culpa?

Olha: quem o Divino ignora, não tem qualquer desculpa!


Sobre a Iluminação

Procura desapegar-te daquilo que já te alimentou,
daquilo que foi servindo para chegar onde chegaste.
Ouve bem o que te digo: se o sofrimento perdurou,
é hora de conheceres a paz pela qual tanto esperaste.

Vou ser iluminado, vou?... Bom... sê-lo-ás, inevitavelmente.
O primeiro passo, porém, é fechar os olhos e calar a mente!


Sobre o Perdão

I

Perdoar significa iluminar. Medita bem nesta verdade
pois quem já não vê ofensas, reintegrou-se no Ser Maior.

Então, isso de perdoar é o principal atributo da Eternidade?

É porque, longe do perdão, a alma só vê negro ao seu redor.

Acredita em mim e faz com que o ódio não te faça implicativo,
pois que a ti mesmo te magoas quando escolhes ser vingativo!


Sobre o Perdão

II

Para que não voltes a sentir o mesmo, decide embeber

o teu olhar em mim, e passarás a ver de outra maneira.
Ora, de que me serve essa conversa toda se continuo a sofrer,
se continuo a não saber como poderei soltar-me desta ratoeira?

Acaso já experimentaste desapegares-te dessa escuridão
perdoando àqueles a quem pedes e parece que nada te dão?


Sobre o Perdão

III

Afinal, toda esta trabalheira só p'ra experimentar
uma coisa que eu ainda estou p'ra saber se funciona.

Essa tua ignorância nem sequer te põe a pensar,
porque quem fala assim, não progride, estaciona.


Tu não perdoas o que queres, mas sim o que aceitas.
Céus!... És incapaz de ser assim e, contudo, ainda me rejeitas!



Sobre a Inocência

Eu bem tento, mas tudo isto me apanhou de surpresa.
Sabes? Eu não te conheço mas parece que sempre te pressenti.


Esta Voz sempre falou baixinho. Mas olha para essa tristeza
e repara bem no equívoco que tens vindo a fazer de ti.

De mim?... E descrer de ti é pouco inteligente? Não. É banal!
Enfim. Como estás ainda no princípio, não te levo a mal!


Sobre a Alienação

I

Devo, então, acabar de vez com a minha antiga atitude
se quiser acalmar as forças deste meu caos interno.

Que outra coisa farás para seres a Eterna Quietude?
Que outra coisa farás para não seres o velho inferno?

Em vez de o cortejares, abandona esse fel que te mata,
pois ele impede que eu chegue à tua porta e nela bata.


Sobre a Alienação

II

Se eu iluminar as sombras que cantam o meu fado,
Sentir-me-ei mais consciente, mais feliz e mais inteiro?

Tenta sentir o que aqui está a ser relembrado.
Doutra forma, jamais voltarás ao Ser verdadeiro.

Se não fingires, verás que reprimir o que é brilhante
faz a vida negra e mata o que ela tem de emocionante!


Sobre a Alienação

III

Ainda não percebi porque devo acabar com este imobilismo...

Para largares o controle do que não pode ser controlado.
Respeita a tua Origem e tem cuidado com o saudosismo:
não guardes o que crês ser teu, mas deve ser de ti apartado.

Se recusares este trabalho e seguires o método dos moucos,
com muita dor perceberás que eu não sou coisa de loucos!


Sobre o Carma

Qualquer tomada de consciência baseia-se no passado
e naquilo que, sem pressa, espera no seu fundo escuro.
É a isso que chamam carma? Sim. Mas vê-o como um aliado.
Carma não é fatalismo; é, somente, o que deves ao futuro.

Tal Lei só aflige quem de martírio e de medo se alimenta.
Tu, se disso te afastares, afastarás o que a dor sustenta!


Sobre a Liberdade

I

Tenho medo quando me dizes p'ra me afastar da personalidade.

Tem de ser, se queres deixar de negar o que desconheces.
Decide-te a aceitar o Santo Cálice da minha liberdade,
para que se acabe a enorme confusão que ainda teces.

Toma esta paz e alegria - corpo e sangue da Fortuna,
pois a lepra de que sofres, com o Amor, não se coaduna!


Sobre a Liberdade

II

O medo sempre se recusa a libertar-te. É esta negação
que gera o esquecimento que, agora, te surpreende.

Ora! Ainda não estou convencido que possas ter razão.
E porque chamas "esquecimento" àquilo que me prende?

Quando te lembrares da Voz que faz ressoar a Essência,
recordarás que, afinal, és Amor... livre de concorrência!


Sobre a Liberdade

III

Pára e o Amor te ascenderá. Estranho que me digas isto
sabendo tu que o ser humano sempre lutou p'ra ter harmonia.

Se lutou, perdeu! Tão grande insensatez só abafou Cristo,

- essa Luz do Homem que tu julgaste que em ti esmaecia.
Liberta-te nesta Voz - que é a Luz Dele - e ficarás surpreso
ao veres como é tão fácil libertar quem julga que está preso!


Sobre o Discernimento

Porque é que as minhas escolhas erradas te põem inactivo,
impedindo-me de ser a Origem que, em toda a parte, reside?

Enquanto me negares, em ti mesmo negas o que é vivo.
Escolhe o que, em ti, agora, só EM NOME DA MÃE decide.

Prefere isto e rejeita tudo o resto que Dela te desliga.
Os cavalos, quando divergem, destroçam a quadriga!


Sobre o Medo

I

O que tens a dizer sobre o medo – isso que leva à repressão?

A vibração do medo é irmã da recusa e a origem do arrepio.
Por isso, oxalá o teu quinhão de medo, manhoso e frio,
feito de ideias condenadas, não te aparte da compaixão.

É algo que se mascara quando reprime: se, ronronando,
ele cicia que estás a progredir, estás somente recuando!


Sobre o Medo

II

O medo detesta a paciência. Por isso, tem de a eliminar
para que ela não venha a transformar-se em coragem.

Ai é?!... Então... se eu passar a ser paciente deixo de mostrar
aquilo que, quando tinha medo, dava cabo da minha imagem?

Repara: quando perdes a calma, sempre cais na repressão.
porque receias perder o que controlas com tanta devoção!


Sobre o Medo

III

Realmente, só agora reparo como tenho sido cru e azedo
para aquelas pessoas que já deixaram de ser irritantes...

O medo reprime a árvore e, também, o arvoredo;
e só usa a vida da forma como estava e era antes.

Se duvidas, olha para a Sombra dentro de ti soterrada
e repara se, ao ver a Luz, a Fera em ti não fica irritada!


Sobre a Ascensão

Por que rejeito sempre o que me dizes e que provém da tua Luz?

Porque insistes em querer ser o que, de facto, não és.
Considera bem o que se acumula nos braços dessa cruz,
a que chamas tua e onde, tu mesmo, pregaste os pés.

Carrega só com o Ser Sem Peso. A ascensão não espera
por quem nega o Irmão Superior e os outros não tolera!


Sobre o Desapego

I

Julgas-te infeliz porque a vida te tem molestado?
Porém, ainda te apegas. Vá lá, não olhes; vê mais além.

Ora, apego-me porque ainda não te sinto bem ao meu lado.

Se mentes a ti mesmo, como terás o que te fará bem?

Só viverás em paz e em harmonia – eternamente! quando
voltares a ser e a estar desprendidamente!


Sobre o Desapego

II

O teu concelho é, pois, que abandone a posse, esse instinto
que tudo toma como seu e não aceita nada de transitório.

Sem dúvida. E atenta em tudo isto, que te dou e sinto,
para não voltares a ter qualquer noção de território.

Desapega-te e verás que a Sombra a si mesma se dissolve.
Quanto mais soltares o Ser, maior será a Luz que te envolve!


Sobre o Desapego

III

Diz-me: quando me sentirei tranquilo? Não tenhas pressa.
Quando a calma vem – e sempre vem serenamente envolve
a inquietação numa tão macia compressa,
que a vibração do medo desaparece imediatamente.

Então, onde achar a ganância? E o ciúme, que já não é preciso?
Portanto, vê se tratas de relembrar como é ser desprendido!


Sobre o Despertar

Devo então abrir mão de tudo o que sustenta a minha torre?

Decerto! Mas não chores o que, assim, mandas embora.

Vamos ver se entendi: é esta seiva velha que me percorre
que tem impedido que a tua Voz se faça ouvir cá fora.

Nem mais! Fugir àquilo que, pela Mãe, foi abençoado
é o mesmo que amordaçar o que tem de ser revelado!


Sobre a Compaixão

I

Ouve: tenta «ser»; nunca dependas do «ter». Muda a cor!

Queres dizer que é sobre essa ideia que devo-me concentrar?

Conversa amenamente com o que julgas ser a tua dor
e verás onde parece que estão os nós que tens de desatar.

Então, é «sendo», em vez de «tendo», que me livrarei da aspereza?

Quem para si mesmo é compassivo, nem a própria dor despreza!


Sobre a Compaixão

II

Tem este ensinamento como o filão que não exploras,
sempre que te assustas com o que sempre rejeitaste.
Mas larga tudo isso, pois és sagrado... Por que choras?
Por favor, decide-te a dar-me tudo isso por que passaste.

... Dar-te todos os meus erros rejeitados?... Sim! Dá-mos. A rir.
Só assim poderás passar a ser Aquele Que Não Pode Ferir!


Sobre a Compaixão

III

Portanto, irmão, abandona o teu recanto sombreado.
Sai para este novo tempo, feminino e envolvente,
que a compaixão é a Luz que anima o Amador e o Amado.


Dessa forma, deixarei de ser intolerante e passarei a ser influente?

Se me deres todas as más vivências que atravessaste,
serás tocado pelo que te espera e ainda não encontraste!


Sobre o Sexo

Evita usar os outros com base no que julgas ser amor

- isso que te convence que amas quem é só desejado.
Tu não estás bem!... Agora queres tirar-me o sexo? Tu... Que horror!

Ouve uma coisa: que ganhas tu com o sémen despejado?

Bom... Sabes como é... Sei. Mas fica sabendo que tal sexualidade
só empresta prazer; dar, não dá nada... Muito menos, felicidade!


Sobre a Morte

I

Ouve bem o que te digo: difundirás um outro encanto
se pensares na razão por que te escusas a ser imortal.

Valha-me Deus!... Então, esse Amor, onde não cabe o pranto,
será capaz de sanear totalmente o que me torna tão boçal?

Porque És quem És, relembra-te de Ti. E decide-te a reconhecer
que é depois do que chamas morte que existe o que te falta ver!


Sobre a Morte

II

Ama e, em breve, serás na eternidade. Disso não podes fugir,
apesar de ainda haver muito boa gente a vestir a velha pele.

Mas, afinal, que lucro eu com isso? Que ganho por amar e sorrir,
por viver esse Amor que, na tua opinião, todos os medos repele?

Bom, ganharás a vivência da última e profunda mudança:
passando a amar o que te assusta, verás que a morte é mansa.


Sobre a Morte

III

Pronto, rendo-me! Reconheço a Força a ser explorada.
Agora, sinto como é importante estar contigo, de novo.

Pois, então, que a nossa aliança seja à Luz devotada.

Mas... sempre é verdade que a morte não existe?... Tudo volta ao Ovo?

Queres que te resuma tudo numa espécie de norma?
Pois bem: A Mãe nada cria, nada perde; tudo transforma!


CONVERSA FINAL

Sobre a Grande Decisão

Já que és o Arauto do Amor, faz com que me livre deste medo
e faz-me sentir aquilo que se sente quando se irradia o perdão.

Folgo que já queiras ser o Fruto... Todavia, ainda é cedo.
Se pretendes ser Como És, toma primeiro a Grande Decisão:

Deixa de hesitar, de querer coisas e de escolher a porcaria.
Quando me ouvires sem estranheza, saberei que chegou o dia!


Em Nome da Mãe - VITORINO DE SOUSA

Link (pdf): http://www.ziddu.com/download/16694444/EmNomedaMe-VITORINODESOUSA.pdf.html

"Esta obra apresenta 72 diálogos – em poesia - com o Eu Superior. Há quem lhe chame Mestre Interno.
Pela minha parte preferi chamar-se, o Grande Sábio Que Fala Baixinho."
Boa leitura
Abraços.

M. Loureiro

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"Tudo aquilo que não podemos incluir dentro da moldura estreita de nossa compreensão, nós rejeitamos."

Henry Miller





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