domingo, 2 de março de 2014 By: Fred

{clube-do-e-livro} LANÇAMENTO: RIE - REVISTA INTERNACIONAL DE ESPIRITISMO

Atualidade de Allan Kardec


Na fase que vive nossa Humanidade, clama ela
por paz, justiça, igualdade, fraternidade, liberdade
e, sobretudo, entendimento do porquê de tanta injustiça,
desigualdade, egoísmo, preconceitos e discriminações.


O espírita estudioso e sincero, alicerçado nas obras
de Kardec, tem resposta para todos esses anseios e
indagações.

Tem, em O Livro dos Espíritos, a base de suas
convicções mais íntimas, filosoficamente falando,
sobre as questões que preocupam e angustiam o
quadro do mundo atual, graças às 1.018 perguntas aí
formuladas aos Espíritos que o orientaram na obra
da Codificação, às pertinentes respostas, bem como
às oportunas e valiosas notas de Kardec, sempre imbuídas
do característico bom senso do Codificador.

Tem, em O Livro dos Médiuns, a orientação segura,
cientificamente falando, para o exercício da
boa sintonia, de cujo resultado depende do relacionamento
mental que estabelece com os Espíritos,
vinte e quatro horas por dia, seja no estado de
vigília, seja no de desprendimento proporcionado
pelo sono físico.

Tem, em O Evangelho Segundo o Espiritismo,
religiosamente falando, o fortalecimento de sua fé
raciocinada, compreendendo que a Doutrina Espírita
representa o Consolador prometido por Jesus
em uma de suas predições, a terceira revelação, portanto,
que resume toda lei e os profetas no: amar a
Deus sobre todas as coisas e fazer ao próximo o que
deseja para si. Entende que o estágio no mundo físico
é efêmero e visa sempre o seu progresso, na direção
de estágios espirituais mais avançados, tendo claro
no seu âmago que a vida espiritual é que é a definitiva.
Sabe que há muitas moradas na Casa do Pai Maior,
representando as reencarnações na Terra, ensejo de
provas e expiações que, bem vivenciadas, sem queixumes
e lamentações, lhe propiciarão avanço na senda

espiritual. Tem por lema a caridade, sabendo que sem

o exercício dessa virtude fundamental permanece estagnado
na esfera da reforma íntima, cuja finalidade
é a mudança de hábitos orgulhosos e egoístas por
hábitos verdadeiramente cristãos: sabe que verdadeiro
espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma
coisa. Entende a oração como ponto de ligação com
o Plano Maior, e a exercita. Compreende o culto do
evangelho no lar como sendo forma de preservar e
intensificar o seu campo vibratório positivo.
Tem no livro A Gênese ensinamentos preciosos
sobre o caráter da revelação espírita, Deus, o bem e

o mal, os milagres, as predições, entre tantos outros.
Tem, no livro O Céu e o Inferno, ensinamentos
preciosos sobre as penalidades e recompensas futuras,
seguidos de numerosos exemplos acerca da situação
real da alma durante e depois da morte física.

Tem, na Revista Espírita, de 1858 a 1869, um
acervo imenso de relatos, fatos, mensagens, reflexões
de Kardec, entre muitos outros assuntos, que merecem
o estudo do espírita dedicado. Inumeráveis
questões científicas e filosóficas, religiosas, morais
e sociais, são aí analisadas com profundidade.

Eis, em poucas palavras, o universo que a obra de
Kardec desdobra à nossa mente, ao nosso sentimento,
enfim, ao nosso espírito.

A atualidade de Kardec, para o espírita que estuda
a Doutrina com empenho, é inquestionável, seja
no seu aspecto filosófico, científico ou religioso.

A nível ideal, é importante que todo espírita em
geral, e o espírita trabalhador em especial, leia e releia
Kardec. Estude e reestude a Codificação como
um todo, fortalecendo cada vez mais seu conhecimento,
seja para transmiti-lo fielmente aos que o
ouvem e lêem, seja, principalmente, para exercitar
no seu dia-a-dia aquilo que já conseguiu assimilar
do acervo imenso de orientações aue o Esniritismo
nos passa.



Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 395


Ponto de vista



396 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


O CLARIM completa 102 anos


Editora comemora 102 anos de divulgação do Espiritismo no Brasil e
no mundo, continuando o trabalho de seu fundador Cairbar Schutel *

Redação

Como tem ocorrido todos
os anos desde sua fundação
em 15 de agosto de 1905, a
comemoração de mais um ano
do jornal O Clarim se deu em
clima de festa e confraternização.
A comunidade espírita
do município celebrou mais
um ano de existência da editora
e a memória de seu idea


lizador, Cairbar Schutel.

A homenagem ao centésimo
segundo aniversário do jornal
foi realizada em duas ocasiões: a
primeira, no dia 15 de agosto, na
Câmara Municipal de Matão, e a
segunda no dia 18 de agosto, no
Centro Espírita O Clarim.


Homenagem na
Câmara Municipal
O Dia de Cairbar Schutel - 15
de agosto - foi criado pela Lei
Municipal na 3.012 de 06/06/2000
em homenagem ao dia de fundação
de "O Clarim", e também
pela importância do trabalho social
que o patrono deste jornal
realizou em favor do município
de Matão. A Câmara Municipal
realiza anualmente uma solenidade
que consiste em, além de
relembrar a figura de Cairbar
Schutel, entregar um troféu para

Ao centro Mirian Perche Bonini e Carlos Vital Olson
ladeados por vereadores de Matão


um colaborador da editora. O homenageado
deste ano foi Ângelo
Watson Campelo.

A celebração aconteceu na noite
de 15 de agosto de 2007 e contou com
a presença da diretoria do Centro
Espírita O Clarim, funcionários da
editora e confrades do movimento
espírita local. Para receber a homenagem,
a sobrinha de Watson Campelo,
Mirian Perche Bonini, compareceu
acompanhada de familiares.

Fizeram uso da tribuna: o vereador
Moacir Matturro; o advogado
Luiz Francisco Fernandes representando
o prefeito da cidade de Matão,
Adauto Aparecido Scardoelli; José
Luiz Marchesan, presidente da USE
Municipal de Matão e finalmente
Carlos Vital Olson, presidente da
instituição homenageada, que falou
da contribuição que esta editora tem


oferecido ao Espiritismo em âmbito
nacional e internacional, ressaltando
a importância do trabalho de
Watson Campelo. Em seguida, o
presidente da Câmara Municipal,
Vereador Jose Edinardo Esquetini
e o Vereador Moacir Matturro
entregaram o "troféu Cairbar
Schutel" para Mirian Perche Bonini,
que agradeceu emocionada.


Palestra comemorativa
no Centro Espírita O Clarim
No dia 18 de agosto às 20 horas
realizou-se no Centro Espírita O
Clarim uma palestra com José
Carlos Hori. de Jaboticabal (SP).
Hori é prefeito daquela cidade,
diretor do Centro Espírita Universal
e fundador da Fazenda Terapêutica
Joanna de Angelis que trata
de dependentes químicos.

400 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


Parte do público no Centro Espírita O Clarim


Sob a direção de Aparecido
Belvedere, que apresentou
o palestrante e fez a
prece de abertura, a conferência
teve início. José
Carlos Hori propôs importante
reflexão sobre o porquê
de os maus se sobrepujarem
aos bons na Terra, conforme
pergunta de Allan Kardec
em O Livro dos Espíritos,
lembrando que gestos simples
como o sorriso no nosso
dia-a-dia constroem um
clima de paz que estimula o
respeito a nós próprios e aos
nossos semelhantes. Com

muita simpatia, envolveu o
público, que em exercício proposto,
pôde olhar para o seu
companheiro de banco e dizer:
Você é especial!

Ao final da conferência,
Carlos Vital Olson, teceu algumas
palavras em homenagem aos 102
anos do jornal O Clarim e os esforços
para mantê-lo fiel aos propósitos
de seu fundador.

Olson lembrou também

o nome de vários colaboradores
que permitiram
a continuidade da
editora até nossos dias.
"Cairbar Schutel não
conseguiria obter êxito
sem o concurso destes
abnegados trabalhadores",
enfatizou Carlos
Vital Olson.
Ao final da conferência
foi servido bolo
e refrigerantes aos participantes
do evento.

• Ângelo Watson Campelo
O homenageado deste ano
nasceu em Campinas (SP) a 4 de
abril de 1882. Formado em Odontologia
em 1908, exerceu a profissão
até os 77 anos de idade.

Desde 1928, Campelo prestou
valioso concurso a Cairbar Schutel
como tradutor, pois era poliglota.
Conhecia o idioma inglês, francês,
alemão, espanhol e italiano, além de
primoroso conhecimento de latim e
português.

Naquela época, a RIE era composta
em grande parte por trans-

quais Cairbar mantinha correspondência
direta. Watson Campelo
era um dos principais tradutores
destes periódicos.

Após a desencarnação de
Cairbar Schutel em janeiro de
1938, Campelo mudou-se para
Matão para se dedicar mais diretamente
como redator das publi


cações "O Clarim" e

Carlos Vital Olson José Carlos Hori


crições traduzidas e autorizadas dos
periódicos "Light", "La Revue Spirite",
"Luce e Ombra", "The Two
Words", entre outros. Assinavam os
artigos renomados pesquisadores do
passado como Sir Oliver Lodge,
Sir Arthur Conan Doyle, Camille
Flamarion, Ernesto Bozzano, com os

Revista Internacional de
Espiritismo. Casou-se
com Antónia Perche da
Silveira Campelo, que
era gerente geral da
editora desde o falecimento
de Cairbar.

Em 1958, quando de


sencarna José da Costa
I Filho, que também foi
1 dileto servidor da casa,
I assumiu a direção de re


dação dos dois órgãos,

permanecendo até o
final de sua existência terrena, em
19 de março de 1963.

A partida de Campelo para o
outro plano da vida deixou uma
lacuna que somente foi preenchida
dois anos mais tarde, com a vinda
de Joaquim Alves, o "Jô", e Wallace
Leal V. Rodrigues.


Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 40 1


IX Encontro de Trabalhadores
Espíritas de Natal/RN


Giseti Marques (RN)

gisetimarques@bol. com. br

Cerca de aproximadamente 500
(quinhentos) trabalhadores espíritas
reuniram-se nos dias 03 e 04 de
agosto com o objetivo de participarem
do IX ENCONTRO DE
TRABALHADORES ESPÍRITAS
DE NATAL/RN (IX ENTRENAT),
com o tema "Administrando a
Casa Espírita: Diretrizes e
Avanços para o Século XXI". O
evento ocorreu na Sociedade Espírita
de Cultura e Assistência (SECA),
promovido pela Federação Espírita
do Rio Grande do Norte (FERN) e proferida pelo presidente da SECA, Francisco Ferreira Xixi, falou sobre
realizado pela Comissão Regional Augusto Freire da Costa, e o tema as diretrizes gerais do evento e FranEspírita
de Natal (CRENATAL). central foi discorrido pela presidente cisca Alves, coordenadora do IX

No dia 03 agosto houve a aberda
FERN, Sandra Maria Borba PeENTRENAT,
saudou aos presentes,

tura do evento. A prece inicial foi reira. O coordenador da CRENATAL,
ressaltando a importância da participação
de todos os espíritas, como
meio de integrar e desenvolver ordenadamente
a casa espírita.

No dia 04 agosto o evento foi
desenvolvido em três momentos:

- Das 08:20 às 09:20H, os participantes
tiveram a oportunidade
de optarem por uma das sete salas
temáticas distribuídas na seguinte
ordem: Sala 1 - Planejamento de
atividades na casa espírita - Análise
e reflexão - Eden Lemos (l2
vice-presidente da FERN); Sala 2
- O modelo organizacional do movimento
espírita no RN - Francisco
Ferreira Xixi (coordenador da CRENATAL);
Sala 3 - Articulação e
402 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


Coordenadores e subcoordenadores de Área e do evento


integração no movimento espírita

- Sandra Borba (presidente da
FERN); Sala 4 - Formação e gerenciamento
de equipes para o
centro espírita - Cristina Barreto
(subcoordenadora da área de unificação
da CRENATAL); Sala 5 - Assistência
e Promoção Social Espírita
- Aspectos legais - Núbia Cavalcante
(presidente do Núcleo
Espírita Nosso Lar); Sala 6-0 trabalhador
espírita e a ética na casa
espírita - Jomar Morais (expositor
espírita) e Sala 7-0 trabalhador
e a tarefa na casa espírita - José
Morais (conferencista espírita).
- Das 09:30 às 12:30H houve as
oficinas dirigidas pelos subcoordenadores
de áreas: Área da Infância
e Juventude -O Evangelizador Maria
Jucione; Área de Assuntos
Mediúnicos - Desafios para a educação
mediúnica - Francisca Alves;
Area de Assistência e Promoção
Social Espírita - Fundamentos constitucionais
e legais da Assistência

Francisca Alves,
coordenadora do evento


Social - Marta Miranda; Área do
Estudo Sistematizado da Doutrina
Espírita - Fortalecimento da
Unidade Doutrinária - João Melo;
Atendimento Espiritual - Recepção
na casa espírita - Aldenir Dantas e
Área de iniciantes - O iniciante, a
formação doutrinária e a participação
no movimento espírita Assis
Pereira.

- Das 14:00 às 15: 00H houve
uma mesa redonda discutindo o tema
"Os desafios e avanços na formação
do trabalhador espírita", tendo como
facilitadores Ricardo Torres (l2 Secretário
da CRENATAL e presidente
do Centro Espírita André
Luiz) e Francisca Alves (coordenadora
do IX ENTRENAT). A mesa
redonda foi realizada pelos dirigentes
de oficinas, tendo como
convidada especial Sandra Maria
Borba Pereira (presidente da FERN).
O encerramento do evento
contou com uma apresentação cultural.
Esteve presente fazendo a cobertura
geral pela televisão (TVI
canal 17/aberto e Rede TV canal 21/
cabo), o Programa Espírita "Caminhos
de Luz", que vai ao ar todos
os domingos, das 08:30 às 09:30FL
Parabéns a todos que fazem a CRENATAL
pelo êxito obtido no IX ENTRENAT,
fortalecendo cada vez mais
os laços de união entre as várias

instituições espíritas de Natal/RN.


INFORME PUBLICITÁRIO


Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 403


Primeira Marcha Cívica Nacional em
Defesa da Vida - Brasil sem Aborto


Redação

Dia 15 de agosto ficará marcado

como a data da Primeira Marcha Cí


vica Nacional Em Defesa da Vida

- Brasil Sem Aborto. A Federação
Espírita Brasileira integrou a Comissão
Organizadora juntamente
com representações da Sociedade
Civil e Entidades Religiosas. Cerca
de vinte mil vozes lutando em defesa
da vida e pelo Brasil sem aborto.
A Marcha saiu defronte a Catedral
de Brasília e caminhou pela Esplanada
dos Ministérios em direção ao
Esq/direita: Cesar Perri, Marlene Nobre e Nestor Masotti

Congresso Nacional, onde estava

montado um palco. Ocorreram apreoradores,
o representante da CNBB, (Conselho Interdenominacional de
sentações artísticas e manifestações bispo auxiliar da diocese de São Paulo. Igrejas Evangélicas do Brasil), o prede
personalidades religiosas, políDom
Pedro Luiz Stringhini, o pastor sidente da FEB, Nestor João Ma


sotti, Marília de Castro (SP), Mar


ticas e do meio artístico. Entre os Fad Faraj, representando o CINEB
lene Nobre (AMEB), representante
da FEDF; políticos, como a ex-senadora
Heloísa Helena, deputado
Luiz Bassuma e outros. Houve comparecimento
de espíritas de vários Estados,
inclusive caravana de Goiás.
Nos dias anteriores houve carreata
em vários locais do Distrito Federal
e farta distribuição de material
sobre a Marcha. A FEB montou uma
tenda de apoio e de distribuição de
material próximo ao palco, com
ampla entrega do Suplemento de Reformador
(de agosto) sobre Aborto
e outro folheto com os textos do
opúsculo sobre Aborto, de sua
Campanha Em Defesa da Vida. A
Marcha foi coordenada por Jaime
Ferreira Lopes e foi definido que ela

será repetida anualmente.


404 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


Participantes da Marcha em Brasília



Mais uma instituição
centenária no Interior Paulista


Instituição em Rio Claro (SP) comemora
cem anos com música, palestra de
Richard Simonetti e grande festa

Parte do público presente na comemoração


Redação

No dia 5 de agosto de 2007 o
Centro Espírita Fé e Caridade da cidade
de Rio Claro (SP) completou 100
anos de existência. Para comemorar
tão significativa data, os diretores da
casa organizaram uma bela homenagem,
ocorrida na noite de 4 de
agosto. Com um público superior a
300 pessoas, a instituição centenária
convidou o escritor e conferencista
bauruense, o articulista da RIE,
Richard Simonetti.

O evento teve início às 19 horas,
com a apresentação dos jovens integrantes
da Orquestra Sinfônica de Rio
Claro, que tocaram famosas peças
musicais eruditas.

Em seguida, Simonetti proferiu
uma palestra repleta de ensinamentos
que emocionou a todos. Ele utilizou

o recurso musical com muita propriedade.
Com a música Imagine
- instrumental ao
fundo - de John Lennon,
produzida em 1971, que se
tornou um hino em favor
da paz no mundo, o conferencista
declamou sua letra
em português, e, usando-
a como ponto de partida,
fez desdobramentos
baseados nos conceitos
espíritas. No encerramento,
repetiu a música,
reforçando sua mensagem
a favor da paz. Convidou todos a vencer

o egoísmo, para fazer um pouco mais
do que os "sonhadores" da paz. Nas palavras
do convidado da noite, "temos
que arregaçar as mangas, colocarmo-nos
em ação, para que sejamos verdadeiros
realizadores da paz".
Após a prece de encerramento feita
pelo atual presidente da casa, Joaquim
Felício de Souza, todos se levantavam
de seus lugares para partir, quando
foram surpreendidos com mais homenagens
à instituição aniversariante:
Ana Maria de Amorim Golfieri,
Décio Semensatto e Giorgia Labuta
apresentaram ao violão o hino
do Centro Espírita Fé e Caridade, inédito,
de autoria deles próprios. Para
selar com êxito a solenidade, um
delicioso bolo acompanhado de refri


gerantes foi oferecido para todos os
participantes.

Richard Simonetti ainda autografou
suas obras, disponibilizadas ao
público. Também foram distribuídos o
Jornal O Clarim, que não poderia faltar
neste evento comemorativo do "Fé e

Caridade", que no passado
recebeu Cairbar Schutel e
outros estandartes do Espiritismo
no Brasil.

O vice-presidente da
instituição, Nelson Luiz
Golfieri, disse que a comemoração
do centenário terá
continuidade: no dia 15 de

setembro haverá uma pa£
lestra com Alkindar de
I Oliveira e no dia 9 de de-

N

o

s. zembro Paula Zamp e
Allan Vilches.

Joaquim Felício de Souza Richard Simonetti


Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 405


Entre nós Cairbar Schutel



Manifestações
espontâneas e provocadas


Aparição de espíritos desencarnados constitui
as provas da imortalidade da alma


s manifestações espíritas
podem ser, como
se sabe, espontâneas
ou provocadas, mas,
quer de uma quer de

outra forma, elas se acham sujeitas
a uma lei invariável que rege de certa
forma esses fenômenos.

Quer isto dizer que todas as experiências
insubmissas a essa lei inflexível
não podem, absolutamente,
dar resultado.

Todas as manifestações espontâneas
são regidas pela lei espiritual
necessária à sua produção; todas a
manifestações provocadas, cujos resultados
ilustram as obras da já bem
acrescida biblioteca psíquica, foram
submetidas a essa mesma lei que rege
os fenômenos ostensivos.

Nada se pode conseguir arbitrariamente.
Assim como a física tem
suas leis, a química ordena rigorosa
observância nos fenômenos de transformação
da matéria, sem perigo para
os experimentadores, assim também
para se entrar no laboratório do Mundo
Espírita é preciso que se guarde todas
as precauções e se observe com meticuloso
critério todos os resultados
que se for obtendo nesse novo campo
de estudo e de pesquisa.

Lendo-se com sigilo, precaução
e método como os sábios investigadores
abordaram o fenômeno espírita
e as belas conclusões que tiraram
dessas produtivas experiências, nós
podemos perfeitamente, desde que
obtenhamos um médium que nos
queira prestar o seu concurso, chegar
aos mesmos resultados a que eles
chegaram.

As leis que regem a comunicação
espírita não isentam a evocação,
não proíbem que invoquemos os
"mortos", assim como não proíbem
que os "mortos" nos evoquem. São
leis gerais, de caráter eterno, irrevogável,
sem privilégios nem exclusões.
O que elas requerem é que sejamos
submissos aos seus preceitos, assim
como nos sujeitamos às leis que
regem os processos da fotografia, etc.

Passando um lance de vistas na
história nós vemos logo que a evocação
dos Espíritos era praticada
antigamente com freqüência, e que,
a seu turno, as manifestações espontâneas
se davam constantemente, a
ponto de não deixar dúvida alguma
naqueles que as haviam observado.

De um lado vemos durante o paganismo
grego e romano que a evo


cação dos Espíritos de ilustres personagens
que viverem na Terra teve
tanta influência que chegou a constituir
um elemento dc Governo.

No Ia Livro de Reis, do Antigo
Testamento, narra a evocação que o
rei Saul fez do Espírito de Samuel,
pela pitonisa do Endor.

Nos tempos modernos se constata
o grande número de sábios que,
sucessivamente, com o fim de se cientificarem
da sobrevivência, ou seja,
da imortalidade da alma, se reúnem
em seus gabinetes e evocam os Espíritos,
com quem conversam e de
quem obtêm provas necessárias à sua
conclusão.

Não é preciso, e seria impossível
citar os nomes de todos aqueles que
têm provocado e têm obtido relações
com os "mortos".

Basta lembrar William Crookes
que por anos consecutivos conversou
com o Espírito de Annie Morgan;
Cesar Lombroso que evocou, com o
auxílio da médium Paladino, o Espírito
de sua mãe, que o converteu
do materialismo para o Espiritismo;
Sir Oliver Lodge que conversou com

o seu filho Raymundo, morto na
grande guerra, e milhares de outros,
cujos nomes se acham registrados nas
obras que tratam do Psiquismo e do
Espiritismo.
Quanto às manifestações espontâneas,
em todos os tempos e em
todos os países se tem registrado esses
fenômenos. Nenhum homem de peso
e livre dos preconceitos do mundo
poderá negar. S. Agostinho, S. Thereza
de Jesus, S. Cirilo, todos os
"santos" relatam aparições de almas
com quem conversavam. Os generais
Hamilton Waddi Thompson e Robert
Campbell chegaram a obter de Calhoun,
na presença de outros amigos

406 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


deste estadista, um documento feito
pelo próprio punho do Espírito de
Calhoun e com a firma deste.

Em 1850, o Espírito de Benjamin
Franklin pronunciou um discurso e
escreveu o seu nome usando a firma
que tinha quando vivo. Isto consta
de um documento firmado pelos
assistentes da reunião. (Table pari.
Jun. 1854).

Os historiadores romanos referem
a aparição do Espírito de Júlio César
a Décio Bruto, em sua tenda localizada
no meio de um campo de batalha.
Bruto chegou a perguntar: "É
acaso a debilidade de minha vista ou

o cansaço de meu cérebro que forma
esta visão monstruosa?" Esfregando
os olhos e revestindo-se de serenidade
viu o Espírito se retirar e desvanecer-
se — o que levou-o a dizer:
"Covarde, agora que eu estou em
pleno uso dos meus sentidos e da
minha energia, agora que me proponho
a combater-te, é que foges!..."
Finalmente, a evocação e aparição
dos "mortos" constitui as
provas da imortalidade, da sobrevivência
individual.

Sir Oliver Lodge, eminente reitor
da Universidade de Birmingham,
respondendo a um artigo do Dr.
Donkin publicado no Times logo após
a guerra, disse:

"Nós constatamos que a ciência
está fora do seu verdadeiro mecanismo
e, ao mesmo tempo, que a
sobrevivência é um fato sensível e
natural. Certamente continuamos a
viver depois da morte.

"Por que eu digo isto? Digo sob

o ponto de vista verdadeiramente
científico. Digo porque sei que certos
amigos meus que faleceram, existem,
pois tenho conversado com eles.
"A comunicação é possível, mas
se deve obedecer às leis, buscando
primeiro as condições. Não digo que
isso seja fácil, mas que é possível.

Eu conversei com meus amigos defuntos
exatamente como posso conversar
com uma pessoa qualquer

deste auditório. Sendo homens de
ciência esses amigos, deram provas
da sua identidade, provas que foram
realmente eles e nenhuma personificação
ou coisa emanada de mim.

"Tratamos de publicar algumas
destas provas; outras serão deixadas
para mais tarde.

"Direi com toda a força de
emoção, que persistimos depois da
morte, que os defuntos continuam
tomando interesse pelo que se passa
no mundo, e a este respeito sabem
muito mais do que nós; enfim, de
vez em quando encontram meios de
se comunicar conosco.

"Se bem que esta informação é
muito séria, e a conclusão é de gravidade,
ela, por isso mesmo, é de
grande importância. Eu sei que
outros homens de ciência compartilham
minha opinião, assim como
muitas pessoas que não pertencem
à esfera científica. E se um homem
consagra 30 ou 40 anos de sua existência
a essas investigações, tem o
direito de sustentar o resultado a que
chegou. Necessitais provas, sem
dúvida. Essas provas se acham
registradas nos volumes de uma
Sociedade Científica e aumentarão
sempre.

"Por minha parte, dúvida alguma
tenho a respeito, embora durante um
grande número de anos, no século
passado, eu tratasse de recorrer a
todas as teorias, toda a sorte de explicações
diferentes; mas pouco a
pouco foram excluídas umas após
outras e eu obtive a prova que os
seres que se comunicam conosco são
na realidade o que dizem ser.

"Aqui neste planeta somos limitados
sob vários pontos de vista e
não podemos saber o que se passa;
mas, eu já disse, estamos rodeados
de seres que trabalham conosco e
nos ajudam de várias maneiras,
seres que os clarividentes podem ver
em parte; e creio que é muito certo
que o Mestre mesmo nos presta

apoio ".


Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 407


conhecer as ciências, ouvir música, de
enxergar a criação divina sem distinção.
Portanto, a idéia das vidas sucessivas ou

Uma, ou muitas vidas?

das várias encarnações não estaria fe


Luciano Ribeiro

salgadonbeiro@bol.com.br


osso texto é uma reflexão,
não importa se você leitor
acredite ou não em outras
vidas, sabemos que nem
todas as^pessoas têm o

mesmo entendimento, esqueçamos as
regras de fé, pois isso pode atrapalhar
esta reflexão.

Se aceitássemos a idéia de apenas
uma existência, pensaríamos: Eu nasci
perfeito fisicamente com oportunidades
de estudo e trabalho, moro num lugar
tranqüilo, numa casa bonita e cheia de
flores, tenho muitos amigos e cheguei aos
setenta anos de idade com saúde e ainda
faço caminhada.

Mas conheço uma pessoa que nasceu
surda-muda e vive num barraco lá em
cima na favela, não tem emprego, anda
suja e não tem o que comer, ela já está
com oitenta anos e não tem ninguém que
possa ajudá-la a se movimentar, pois suas
articulações já não são mais as mesmas.

Uns até diriam que isso é o reflexo de
um problema social. Sim, é. Mas o que
levou aquela alma a ter de nascer daquele
jeito e naquelas condições? Por que eu tive
oportunidade e ela não teve? Se, só se vive
uma vez. e depois da morte iremos ficar
ao lado cie Deus, por que Este, que é pleno
amor e bondade não deixou todos viverem
da mesma forma? Não está escrito que
"Deus não faz acepção de pessoas?" Que
culpa tem aquelas pessoas de nascerem
cegas, e não ter tido o privilégio de ver o
sol se pondo, ou de não ter o prazer de ver
a natureza que Deus criou? Enquanto que
vejo a beleza das flores e tudo de belo que

o mundo me mostra, ela nada vê. Por que
eu posso ouvir os ensinamentos dos meus
professores e as mais lindas melodias, e
ela não tem este direito? Obra do acaso?
E Deus não poderia anular este acaso? E
se pode. por que não fez? Ora, para isso
tem que haver uma explicação, pois senão
estaríamos vivendo sem justiça. Alguns
acreditam que depois da morte estaremos
ao lado de Deus eternamente; se assim for,

o ficar sem fazer nada se tornará algo enfadonho,
o que nos parece uma filosofia
muito infantil. Nós não estaremos ao lado
de Deus, nos já estamos ao Seu lado, porque
Deus é onipresente. Se houvesse
apenas uma única vida não haveria sentido
em viver na Terra, pois qual a serventia
disso se muitos nascem cegos e
aleijados, se depois todos viverão eternamente
no céu'.' Por que, então, Deus não nos
criou logo para viver neste paraíso que pregam,
sem tennos que passar pela Terra?
Imagine o leitor se ao chegannos lá no
céu encontrássemos os mais renomados
cientistas de todos os tempos, os intelectuais
de todas as épocas, pensando, agindo
de forma que lhes é peculiar, misturados
aos primatas dos tempos das cavernas ou
aos canibais. Isso, para este último, seria
algo sem sentido, pois ele não entenderia
como estaria vivendo entre pessoas cultas
e mais evoluídas. Os homens civilizados,
por sua vez, teriam problemas com esses
espíritos que por sua natureza própria
têm uma outra visão da vida, e que, por
sua vez, não tiveram condições de um
aprendizado mais apurado.

Imagine uma senhora que teve o beneplácito
divino de ser mãe, tendo um
filho sadio, enquanto uma outra tem um
filho defeituoso; pode haver justiça se
houvesse uma só vida terrena? Seria obra
do acaso? Mas então alguns poderiam
alegar que foi má-formação congênita,
pois a mãe consumia drogas. Correto.
Mas o que aquela alma tem a ver com
isso? Se a alma é criada por Deus no
momento da fecundação, segundo a idéia
de muitos, aquele espírito já estaria
sendo designado ao sofrimento antes
mesmo de nascer; isso é justiça divina?

Mas havendo outras vidas então a
história começa a mudar de figura, pois
teríamos oportunidade de aprendizado
numa outra vida, de nascer perfeito, de

rindo em nada as leis do Criador, muito
pelo contrário, estaria sendo uma oportunidade
muito mais justa que a primeira
idéia. Lembre-se, estamos falando de filosofia,
que por estar dentro de um raciocínio
lógico e justo, forçoso é estar embasado
nas leis divinas, e deveria estar
sendo aceito pelas outras religiões.

Por outro lado, se ainda assim o leitor
acredita que isso não faz sentido, menos
ainda faz a idéia de viver apenas uma
única vez. Se a reencarnação não existe
para uns, então gostaria de conhecer os
argumentos mais lógicos e inteligentes
do que este. Se a palingênese não existe,
então podemos dizer que Deus faz
acepção de pessoas, o que é contrário ao
que se disse Dele.

No âmbito da religião, a maioria das
pessoas que não aceita a doutrina dos
renascimentos como fato. crê no inferno
e num Deus de "oito ou oitenta".

Perguntamos: Mesmo que você não
acredite na reencarnação, o que preferiria
escolher: reencarnar para resgatar suas
dívidas, de forma a pagar até o último
ceitil, ou ir direto para o inferno eterno
onde nunca conseguirá pagar?

Pense nisso, e não deixe o líder de
sua religião dizer no que você tem de
acreditar, mas deixe, sim. o seu senso de
justiça falar mais alto.

A resposta, independente de qual seja,
guarde-a para si. quem sabe você não
descobre algo mais justo nisso tudo?

Para finalizar, as palavras do teósofo
biblista. José Reis Chaves, autor do livro
"A Reencarnação na Bíblia e na Ciência",
já na 7a edição.

"As doutrinas não ensinadas por
Jesus, mas apenas pelos teólogos, são os
pecados mais cabeludos das igrejas
cristãs. Ademais, elas não contribuem para
com a evolução espiritual das pessoas,
emperram o cristianismo, além de expo


rem-no ao deboche dos incrédulos ".


O autor é consultor empresarial e atua na
Associação Espirita Bezerra de Menezes, em
Barra Mansa, RJ.

408 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


Recordando Allan Kardec



Movimento
espírita nascente


"As idéias verdadeiras devem ser aceitas pela
razão e o bom senso"


o ensejo do quinto aniversário
da Sociedade
Parisiense de Estudos
Espíritas, comemorado
no dia l2 de abril de
1862, Allan Kardec discursou para os
Espíritas presentes à efeméride, destacando
o auxílio recebido dos Espíritos
e falando sobre a expansão do Espiritismo,
bem como das dificuldades
enfrentadas. Eis o que disse naquela
ocasião especial1:

"Senhores e caros colegas,

A Sociedade Parisiense de Estudos
Espíritas jamais começou um ano
social sob melhores auspícios que
neste seu quinto aniversário.

Seria supérfluo vos relatar a modesta
origem da Sociedade, assim
como as circunstâncias, de alguma
forma providencial, de sua constituição.
Vós vos lembrais, senhores,
teve suas vicissitudes; tinha em seu seio
elementos de dissolução, provenientes
da época em que se recrutava muito facilmente,
e sua existência foi mesmo um
instante - comprometida. Naquele
momento, coloquei em dúvida sua utilidade
real, não como simples reunião.

mas como sociedade constituída. Fatigado
com esses desacordos, estava resolvido
a me retirar; esperava que, uma
vez livre dos entraves semeados sobre

o meu caminho, nela trabalharia tanto
melhor na grande obra empreendida.
Disso fui dissuadido por numerosas comunicações
espontâneas, que me foram
dadas de diferentes lados; de uma
delas, entre outras, creio útil hoje vos
dar a substância, porque os acontecimentos
justificaram as previsões. Ela
estava assim concebida:
"A Sociedade formada por nós com

o teu concurso é necessária; queremos
que ela subsista e subsistirá, apesar da
má vontade de alguns, como o reconhecerás
mais tarde.
Quando um mal existe, não se cura
sem crise; ocorre assim com o pequeno
e o grande; no indivíduo como nas sociedades;
nas sociedades como entre os
povos; entre os povos como o será na
Humanidade. Nossa Sociedade, dizemos,
é necessária, e quando cessar
de o ser sob sua forma atual, se transformará
como todas as coisas. Quanto
a ti, não podes, não deves te retirar; nós
não pretendemos, não obstante, acor


rentar teu livre arbítrio: dizemos somente
que tua retirada seria uma falta
que lamentarias um dia, porque ela
entravaria nossos desígnios..."

Desde então, dois anos se escoaram,
e, como o vedes, a Sociedade felizmente
saiu dessa crise passageira, das quais
todas as peripécias me foram assinaladas,
e das quais um dos resultados
foi nos dar uma lição de experiência,
que aproveitamos, e que provocou as
medidas das quais não temos senão que
nos aplaudir. A Sociedade, desembaraçada
dos cuidados inerentes ao seu
estado anterior, pôde prosseguir seus
estudos sem entraves; seus progressos
também foram rápidos, e cresceu a
olhos vistos.

Sua preponderância não se prende,
de nenhum modo, ao número de seus
membros; está nas idéias que estuda,
que elabora e que divulga; não faz propaganda
ativa; não tem agentes nem
emissários; não solicita a ninguém para
vir a ela.

Se as idéias espíritas fossem falsas,
nada lhes poderia fazer tomar raiz, porque
toda idéia falsa não tem senão uma
existência passageira; se elas são verdadeiras,
estabelecer-se-ão, quando
mesmo pela convicção, c o pior meio
de propagá-las seria impô-las, porque
toda convicção imposta é suspeita e trai
sua fraqueza. As idéias verdadeiras
devem ser aceitas pela razão e o bom
senso; ali onde elas não germinam é
porque sua estação não chegou; é preciso
esperar e se limitar a lançar a semente
ao vento, porque, cedo ou tarde,
encontrar-se-ão algumas sementes que
caíram sobre uma terra menos árida.

O número dos membros da Socie


dade é, pois, uma questão muito se


cundária; porque hoje. menos que

nunca, não poderia ter a pretensão de

absorver todos os adeptos: seu obje


tivo é, pelos seus estudos conscien


ciosos, feito sem preconceitos e sem


Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo 409


partidarismo, de elucidar as diversas
partes da ciência espírita, de procurai-
as causas dos fenômenos, e de recolher
todas as observações de natureza a esclarecer
a questão tão importante, e
tão palpitante, do estado do mundo
invisível, de sua ação sobre o mundo
visível e das inumeráveis conseqüências
que disso decorre para a Humanidade.
Por essa posição, e pela multiplicidade
de suas relações, ela se
encontra nas condições mais favoráveis
para observar bem e sempre. Seu
objetivo é, pois, essencialmente moral
e filosófico; mas o que sobretudo deu
crédito aos seus trabalhos, foi a calma,
a seriedade que ela lhes coloca; é que
tudo ali é discutido friamente, sem

paixão, como devem fazê-lo as pessoas
que procuram, de boa fé, se esclarecer;
é porque se sabe que ela não
se ocupa senão de coisas sérias.

Também a linha que ela segue traz
seus frutos; os princípios que professa,
baseados sobre observações conscienciosas,
servem hoje de regra à imensa
maioria dos Espíritas.

A doutrina da reencarnação é o princípio
que foi mais controvertido, e seus
adversários nada pouparam para atacá-
la vivamente, nem mesmo as injúrias
e as grosserias, este argumento
supremo daqueles esgotados de boas
razões; enfim, nada se encontrou de mais
racional para se colocar no seu lugar.

No entanto, há um sistema, do qual
se faz mais do que nunca, a exibição
hoje: é o sistema diabólico. Na impossibilidade
de negar os fatos das manifestações,
um partido pretende provar
que eles são obras exclusivas do diabo.
A obstinação que a isso se leva prova
que não está bem seguro de ter razão,
ao passo que os Espíritas não se comovem,
absolutamente, com esse
desdobramento de forças que deixam
perder-se. Neste momento se faz fogo
sobre toda a linha: discursos, pequenas
brochuras, grossos volumes, artigos de
jornais; é um ataque geral, para demonstrar
o quê? Que os fatos que, em
nossa opinião, testemunham do poder
e da bondade de Deus, testemunham
ao contrário, do poder do diabo; de

onde resulta que só o diabo podendo
se manifestar, é mais poderoso do que
Deus. Atribuindo ao diabo tudo o que
é bom nas comunicações, é retirar o
bem a Deus para com ele homenagear

o diabo. Cremos ser mais respeitosos
do que isso para com a Divindade. De
resto, como disse, os Espíritas em nada
se inquietam com esse levante geral
que terá por efeito destruir, um pouco
mais cedo, o crédito de Satã.
(...) Não podemos senão nos felicitar
pelo estado da Sociedade no ponto


de vista moral; e não há pessoa que não
haja notado do espírito dominante uma
diferença notável, comparativamente ao
que era no princípio, do qual cada um
sente instintivamente a impressão, e que
se traduziu, em muitas circunstâncias,
por fatos positivos. É incontestável que
ali reina menos embaraço e menos
constrangimento, ao passo que se faz
sentir um sentimento de mútua benevolência.
Parece que Espíritos trapalhões,
vendo sua impossibilidade em
semear a desconfiança, tomaram a
sábia resolução de se retirar.

Não podemos também senão
aplaudir ao feliz pensamento, de vários
membros, de organizar, entre eles. reuniões
particulares; elas têm a vantagem
de estabelecer relações mais íntimas;
além disso, são centros para uma mul


tidão de pessoas que não podem ir à
Sociedade; onde se pode haurir uma
primeira iniciação; onde se pode fazer
uma multidão de obsen ações que vêm,
em seguida, convergir ao centro comum;
são, enfim, estufas para a formação dos
médiuns. Agradeço muito sinceramente
às pessoas que me deram a honra de
me oferecer para tomar sua direção,
mas isso me é materialmente impossível;
lamento mesmo muito não poder
ali ir tão freqüentemente quanto o dese


java. Conheceis minha opinião com
respeito aos grupos particulares; faço,
pois, votos pela sua multiplicação, na
Sociedade ou fora da Sociedade, em
Paris ou em outro lugar, porque são os
agentes mais ativos de propaganda.

(...) Sem o Espiritismo, eu estaria
tranqüilamente em minha casa. na Avenida
Ségur. e não aqui. obrigado a trabalhar
de manhã à noite e, freqüentemente,
da noite até a manhã, sem
mesmo poder ter um repouso, que,
algumas vezes, me seria muito necessário:
porque sabeis que sou único para
bastar a uma necessidade da qual dificilmente
se imagina a extensão, e que
aumenta necessariamente com a extensão
da Doutrina.

(...) Não creiais, senhores, que
quero com isto me fazer um mérito;
agindo assim, sei que sirvo a uma causa
perto da qual a vida material não é
nada. e à qual estou todo pronto para
sacrificar a minha. Quiçá talvez um dia
eu tenha imitadores...

De resto, estou bem recompensado
pela visão dos resultados que obtive.
Se lamento uma coisa, é que a exiguidade
de meus recursos não me
permitem fazer mais; porque com os
meios de execução suficientes, empregados
a propósito, com ordem e para
coisas verdadeiramente úteis, avançarse-
ia de meio século o estabelecimento
definitivo da Doutrina."


1 - KARDEC, Allan. Revue Spiríte. junho/
f862.Araras:IDE, 1993, p.p.161-170.

O autor é Presidente-fundador da
Soc. Muriaense de Estudos Espirita,
expositor e escritor.

410 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


Contradição abortista


"Portanto, se alguém tem ao seu alcance os
meios de evitar uma gravidez, mas mesmo
assim, engravida, não poderá classificá-la
como indesejável"

F. Altamir da Cunha
altamir.cunha(3)bol. com.br


população brasileira
vive um dos mais graves
momentos, a lhe exigir
profundas reflexões.
Está sendo votado no

Congresso Nacional, o Projeto de Lei,
que descriminaliza a prática do aborto.
É um desafio ao livre exercício da democracia.
Sem dúvida, o Brasil estará
dividido; mas, espera-se que prevaleça

o bom senso e o sentimento de respeito
à vida.
O Ministro da Saúde, José Gomes
Temporão, é favorável a um plebiscito
a respeito do assunto. Outros políticos
influentes, assumem uma atitude ambígua:
afirmam não concordar com a
legalização do aborto, mas, dizem que
assumirão uma posição de neutralidade
a respeito do assunto - atitude
idêntica a de Pilatos com relação ao
julgamento de Jesus.

Entre os defensores desta causa,
especialmente, as dirigentes de movimentos
feministas, os principais argumentos
apresentados são os seguintes
(analisaremos cada um):

a) Exercício de um direito democrático
(o corpo é da mulher,
ela pode fazer o que quiser dele)

- Esta justificativa preocupa qualquer
pessoa de bom senso; pois se é verdade,
que o corpo lhe pertence, não será
menos verdade, que a vida e conseqüentemente
o corpo, que são gerados
através do seu, não lhe pertence; é outro
ser. Ela permitiu que ele fosse gerado,
ele tornou-se hospede em seu corpo. O
fato de hospedarmos alguém em
nossa casa, não nos dá o direito de
atentarmos contra a sua vida; conseqüentemente,
nenhuma mãe tem o
direito de atentar contra a vida do
filho que abriga em seu ventre.

Reportemo-nos a O Livro dos Espí



ritos, para conhecermos o pensamento
da Espiritualidade sobre o assunto:

880 - Qual o primeiro de todos os
direitos naturais do homem?

- O de viver. Ninguém tem o direito
de atentar contra a vida de seu
semelhante nem fazer o que possa
comprometer sua existência física.
Partindo deste princípio, qualquer
outro direito será secundário quando o
tomamos como referência. Aceitar que
se abra o precedente de infringi-lo,
rotulando-o de exercício do direito democrático
será também aceitar, que
os chamados inimigos da sociedade,
exerçam direito semelhante sobre suas
vidas (tornando-se criminosos, assaltantes,
estupradores, etc), sem o
mínimo respeito à vida e à liberdade
dos outros.

Certamente, os próprios defensores
do aborto, interpretariam como absurda
esta conquista. Em verdade, qualquer
pessoa de bom senso desaprovaria esta

paradoxal conquista, pois seria um atestado
de insensibilidade e desumanidade.

Apresentamos esta situação inaceitável,
mas que jamais foi cogitada, para
compararmos e concluirmos que a
outra (legalização do aborto) cogitada
e defendida, é mais absurda. No entanto,
está em discussão com possibilidade
de se tornar realidade, caso não
prevaleça o sentimento de humanidade
e respeito à vida.

Para chegarmos à esta conclusão,
analisamos um aspecto importante -a
capacidade de defesa das vítimas
nas duas situações - nos assaltos,
sequestros, estupros e outros similares,
as vítimas podem apresentar alguma
forma de defesa; seja argumentando,
gritando por socorro, reagindo de
qualquer forma possível; no aborto
porém, a vítima é executada sumariamente
sem a mínima condição de defesa.
Portanto, é realmente um crime
mais hediondo.


Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 41 1


b) Direito de interromper uma
gravidez indesejada - No mundo
contemporâneo, agraciado pelas conquistas
maravilhosas da ciência nas
mais variadas áreas, especialmente, a
da saúde, torna-se inaceitável a afirmativa:
"gravidez indesejada". Esta reflete
na maioria das vezes descaso ou
leviandade. São inúmeros os métodos
contraceptivos, que podem ser utilizados
com segurança, tornando a gravidez
opcional.

Se, a mulher no exercício do seu livre
arbítrio, escolhe ter uma vida sexualmente
ativa, sem o compromisso com a
maternidade, ela tem todos os recursos
da ciência a seu favor (os métodos já
mencionados), sem no entanto, fugir da
responsabilidade pelos seus atos. De
forma que, a mulher poderia utilizando
tais recursos, instituir como direito legal
sem atentar contra a vida de seres inocentes:
"o direito de não engravidar".

Portanto, se alguém tem ao seu alcance
os meios de evitar uma gravidez,
mas mesmo assim, engravida, não poderá
classificá-la como indesejável.

c) Eliminar das estatísticas, as
mortes causadas por abortos
clandestinos - Eis outra defesa inaceitável:
Legalizar o aborto, para evitar
que o mesmo seja praticado clandestinamente,
causando inúmeras mortes.

Seus defensores apresentam-se
como lobo com pele de cordeiro. De


fendem a vida de pessoas, que se submetem
de forma consciente ao risco de
morte, em detrimento da vida de inocentes
indefesos.

Quem valoriza e respeita a vida,
jamais defende a morte. Existem outras
alternativas para que se preserve a vida
dos dois (a mãe e o filho).

A morte das mães, que praticam o
aborto clandestino, não deve justificar
a morte das indefesas criaturas, mesmo
que seja de forma legal. Legalizado ou
não pela lei dos homens, o crime é o
mesmo perante a lei Divina.

Portanto, com base na resposta à
questão 880 de O Livro dos Espíritos,
que nem mesmo os não espíritas
poderão contestar, apresentamos para
reflexão a questão 358:

Constitui crime a provocação do
aborto, em qualquer período da
gestação?

"Há crime sempre que transgredis
a lei de Deus. Uma mãe, ou
quem quer que seja, cometerá
crime sempre que tirar a vida a uma
criança antes do seu nascimento;
por isso que impede uma alma de
passar pelas provas a que serviria de
instrumento o corpo que se estava
formando."


O autor é bacharel em matemática, escritor e
expositor espírita no Rio Grande do Norte.

INFORME PUBLICITÁRIO


412 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


De centurião a codificador


"Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa, mas dize
somente uma palavra e o meu criado há de sarar". Mateus, VIII, 5-13

Cláudio Airoldi

airoldi@iqm.unicamp.br


ssa passagem do Evangelho
é amplamente
discutida sobre vários
prismas por diferentes
correntes religiosas, cujas

interpretações às vezes deixam de ser
coerentes com o fato relatado. O pedido
inflamado de súplica ao amado
Mestre Jesus fora feito com toda
devoção de quem procura servir ao
próximo, como demonstrou enfaticamente
o centurião Quirilius Cornélius,
por tentar como última instância,
salvar o servo que estava em
graves condições enfermas em sua
residência1.

O jovem culto centurião dominava
várias línguas, pertencia a uma abastada
família romana, e fora influenciado
pelo avô para que seguisse a carreira
militar da família, cujo objetivo
era transformá-lo em senador, muito
embora se inclinasse ao estudo de filosofia
do oriente2. Recebera a missão
de trabalho na Palestina para servir os
interesses do Império, em auxilio a
Pôncios Pilatos, ainda com redobrada
incumbência de vigiar a vida do nazareno,
filho do carpinteiro José e
Maria, que diziam andar pela Galileia
fazendo milagres. Ao se fixar em Jerusalém
teve oportunidade em saciar
a sua curiosidade sobre a figura decantada,
passou a ter respeito pelas
idéias novas, principalmente por ser

admirado com devoção por todos e
conduzia habilmente multidões com
palavras e exemplos sábios e convincentes
sobre a vida.

Pelo fato de ter aprendido em curto
prazo a língua e se adaptado aos costumes
locais tornou mais fácil a tarefa
vinda do escalão superior para
averiguar a presença do que os nativos
chamavam Rei de Israel. Na primeira
oportunidade, reuniu os subalternos
e foi ao encontro do Mestre em
Jerusalém. Sentiu, de imediato, um envolvimento
muito acentuado quando
aproximou de Jesus, que diante dele
disse: Centurião, agora que minha
palavra tocou o teu coração, tu estarás
comigo. Aqueles que insinuaram
a teu chefe que eu devia ser vigiado
têm em mira algo que tu desconheces,
renuncia, portanto, a tua tarefa. As
palavras do Mestre deixou o centurião
pensativo, envolto em lembranças
contínuas, como fosse um claro chamamento
à nova filosofia, como jamais
havia sentido.

Em outra missão militar com seus
subordinados seguiu ao encontro do
Mestre Jesus em Cafarnaum, que
vinha acompanhado por uma multidão,
e sentindo-se envolto por
enorme emoção, aproximou-se e
disse: Senhor, o meu criado jaz em
casa paralítico, padecendo horrivelmente.
O Mestre ouviu e acrescentou:
eu irei curá-lo. Com enorme surpresa

o centurião acrescentou: Senhor, eu
não sou digno de que entres em minha
casa, mas dize somente uma palavra e

o meu criado há de sarar. A súplica atingira
o Mestre de maneira profunda e
dirigindo-se aos acompanhantes disse:
em verdade vos afirmo que nem mesmo
em Israel encontrei tamanha fé. De
fato a fé imensa do centurião salvaria

o servo e a conversão se concretizaria
a partir daquele momento.
Numa das atribuições militares do
centurião coube a vigia da prisão em
que o Mestre estava sob as ordens de
Pôncios Pilatos. Sentiu ali a oportunidade
em retribuir a graça recebida,
além de estar totalmente convencido
da causa que abraçara. Deu ordem reservada
aos subalternos para que sozinho
diante de Jesus tivesse a condição
de agir prontamente, sugerindo
a troca imediata das vestimentas, para
que Ele pudesse abandonar aquele
local. Apresentou-Lhe a chave da
prisão e também já havia providenciado
ajuda de outros seguidores para
que O levasse. Argumentava assim,
que a vida de um soldado obscuro
como ele teria pouco valor. O Mestre
ouviu tudo com muito carinho e ponderou:
"em memória de meu nome,
como tantos outros seguidores, estou
vendo nas chamas da fogueira, num
futuro longínquo". Estava ali selado o
futuro do centurião em defesa à causa
cristã em reencarnações futuras.

Depois de muitos anos voltou a
Roma e foi entusiasticamente recebido
pela família, porém, quando souberam
da conversão religiosa, foi con-


Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 413


siderado como um demente, recebendo
apenas o apoio da mãe. Mais
tarde, com idade avançada, reclama a
herança em Herculanum, divide-a
com os mais necessitados, e refugia-se
em uma gruta com o cognome de Pai
João. Ali, atende os carentes e converte
mesmo os romanos influentes no
governo. Como ainda acontece nos
dias atuais, a cura mediúnica caracteriza
uma denúncia como milagreiro e
a perseguição que sofrera dos soldados
levou-o ao desencarne de maneira
brutal. Fora enterrado na mesma
gruta em que morava, com semblante
suave de um grande espírito que
partira. Completava assim o centurião
Cornélius, por volta do ano 80, mais
um ciclo de vida, dentre tantas outras,
que se dedicara como sacerdote, em
várias civilizações.

Em 1369 nascia em família camponesa
na Boêmia, Jahn Hussinet,
abreviação Huss, que em tcheco quer
dizer ganso ou pato. Estudou com
muita dificuldade em Praga, onde se
tornou professor de teologia, chegando
até Reitor da Faculdade de Filosofia
em 1402. Viveu em etapa bastante
conturbada devido o choque cultural
e de costumes com os alemães,
que migraram ao país em busca da
abundância agrícola tcheca. O poder
temporal procurava aproximar tchecos
e alemães sem muito sucesso, dado à
posição de opulência e cheia de privilégios
do poder religioso, atribuídos
aos alemães, o que causava mal estar
à população de Praga, com manifestações
de revolta contra essa situação,
aliada às convulsões sociais da nação.

Entendia Huss que a reforma da
igreja traria a preponderância nacional
da Boêmia, sem com isto querer
desentender com as autoridades eclesiásticas,
através da palavra fácil e riqueza
de proposições, o que o levou a
perder o cargo de pregador da Capela
de Belém, em Praga.

Nesse estado conturbado conhecera
o teólogo Jerônimo, mais tarde
conhecido como Jerônimo de Praga,
que defendia entusiasticamente os

princípios dos tratados do seu mestre
Wycliffe, da Universidade de Oxford,
Inglaterra. Aliados nos mesmos ideais
propunham a fonte da verdade e de fé
baseada na bíblia, com renovação espiritual
da Boêmia, alicerçando o desenvolvimento
cultural do povo, com
rompimento das tradições romanas da
igreja, isto também porque nessa
época havia três papas, sendo dois na
Itália, em Roma e Pisa e outro na
França em Avignon. A reação pronta
da igreja foi a condenação à queima


dos livros de Wycliffe e excomunhão
dos seus seguidores. Houve em vão
resistência com interferência do
próprio rei, com aprofundamento
sério da crise, pelo fato de que Jerônimo
queimaria as bulas papais em
frente à igreja, além de se opor abertamente
à cobrança das indulgências.

Nessa situação tensa o papa instalou
com grandes pompas o concílio
de Constança, que determinou a extinção
do cisma dos três papas, seriam
hereges os seguidores de Wycliffe e
Huss e a débil reforma da igreja, que
de fato não aconteceu. Além do mais,
foram promulgadas duas sentenças: a)
condenava Huss à fogueira e b) caso
se retratasse teria prisão perpétua,
pelos escândalos, em um convento
sueco, com entrada fechada por muro,

com apenas uma abertura inclinada
para receber alimentação e água.

Em pleno desenvolvimento do
concílio, no dia 6 de junho de 1415,
Huss caminhou para a fogueira com
um chapéu escrito: esse é herege. Caminhou
sereno para o suplício, às
margens do rio Reno, entoando cânticos
ao Pai. Enquanto era amarrado
pelos carrascos se expressou: "tomo
Deus como testemunha, jamais ensinei
ou escrevi o que me acusam os
falsos testemunhos. Meus discursos,
meus livros, meus escritos, tudo fiz no
único pensamento, com o objetivo de
libertar as almas à tirania do erro. Eis
porque, cheio de energia assinarei
hoje, com meu sangue, essa verdade
que ensinei, que escrevi, que publiquei
e que é confirmada pela lei divina".
Antes de se transformar em cinzas lançadas
ao rio, ainda teve tempo para
novamente afirmar: "agora assais um
ganso, mas, daqui a cem anos virá um
cisne que não podereis assar".

Estava assim confirmada a profecia
do Mestre, o seu fiel centurião
morreria nas chamas e a previsão de
Huss remetia a acontecimentos futuros
do reformador Lutero, os quais
a igreja teve que se curvar'.

No caminhar de progresso e dedicação,
no século XIX, o espírito do
Professor Hippolyte Leon Denizard
Rivail estava preparado para abrir as
portas dos templos secretos, transferindo
o conhecimento espiritual diretamente
para os povos, através de
regras e princípios sensatos para o
progresso humano. Conseguiu com
sua capacidade de espírito superior e
conhecimento amplo, angariar os princípios
da fenomenologia mediúnica
comprovada pelas culturas de povos
como as da Atlântida, Lemúria, China,
Hebréia, Egito, Pérsia, Caldeia, Cartago,
Assíria, Grécia, Babilônia, índia,
Germânica ou Arábica.

O Prof. Rivail, antes centurião
Cornélius depois Huss e lembrado
pelo espírito Zéfiro, que numa reencarnação
fora sacerdote druida com o
nome Allan Kardec, que passou a

414 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007



adotar como pseudônimo, não elaborou
as regras e os postulados fundamentais
da doutrina espírita somente
no decurso de sua última existência
física, na França. Deu corpo
disciplinado a princípios espirituais
que investigou, fixados na sua memória
espiritual, após três milênios de
várias encarnações, oriundas das mais
diversas latitudes geográficas do orbe.
A seriedade desse codificador pôde ser
comprovada após ter adotado os ensinamentos
e postulados, depois de submetê-
los à opinião semeadora e unânime
dos espíritos a serviço da doutrina,
confirmando assim, a predição
do Espírito de Verdade sobre o envio
do Consolador e, confirmar definitivamente
a Terceira Revelação4.

O incansável Prof. Ri vai 1 desencarnou
com incompletos 65 anos de
idade, na manhã de 31 de março de
1869, deixando as obras fundamentais
para o Espiritismo, com publicação

INFORME PUBLICITARIO

em abril de 1857 de "O Livro dos Espíritos",
janeiro de 1861 de "O Livro
dos Médiuns", abril de 1864 "O
Evangelho Segundo o Espiritismo",
agosto de 1865 "O Céu e o Inferno" e
janeiro de 1868 "A Gênese".

Bem recentemente, no dia 18 de
abril de 2007, foram feitas merecidas
comemorações justas ao sesquicentenário
do lançamento da primeira obra,
a qual veio revolucionar a filosofia de
vida, de entendimento e de busca do
amor ao próximo, com incremento de
seguidores que buscam a aplicação
dos ensinamentos do Mestre, como
doar em vez de receber, estender a
mão para servir em troca do pedir,
apresentar a face e não agredir, enfim,
são princípios que nortearão passo a
passo a evolução da Terra, para torná-
la um planeta, onde no futuro imperará
o verdadeiro amor entre todos
os irmãos.

Em conclusão, o legado incalculável
de Allan Kardec é imensamente
engrandecido por exercer a orientação
a irmãos que necessitam conhecer os
ensinamentos do Nosso Pai, ainda
mais por alicerçar o Evangelho com a
pedra fundamental "fora da caridade
não há salvação"


1 - Schutel, Cairbar. Parábolas e Ensinos
de Jesus, 14a ed., Casa Editora O Clarim,
Matão, SP, p.159, 1997.
2 - Rochester, J.W., Cornélius. O Centurião
que viu Jesus, psicografia de Maria
Gertrudes Coelho Maluf, 8a ed., Lírio
Editora Espírita, Araguari, MG, 2000.
3 - Miranda, Hermínio C. As marcas do
Cristo, Federação Espírita Brasileira, Rio
de Janeiro, 1974.
4 - Kardec, Allan, O Evangelho Segundo

o Espiritismo, 175s ed., Instituto de Difusão
Espírita, Tradutor: Salvador Gentile,
Araras, SP, 1994.
O autor é professor do Instituto de Química
da UNICAMP e atua na Morada Espírita Prof.
Lairi Hans, Campinas, SP.

Agora ficou mais fácil colecionar e encadernar a Revista
Internacional de Espiritismo. Ao completar o recebimento anual

A finalidade deste livro é a abordagem do amor. do ponto de vista

dos 12 números da "RIE", o leitor poderá providenciar a

como o ser humano o vê. pensa ver: sente ou diz sentir, nas suas

encadernação na Encadernadora de sua preferência.

variadas formas e acepções, algumas das quais equivocadas,

As capas duras são confeccionadas em cartão reforçado,

mas que fazem parte do seu cotidiano. Busca explicar as diversas

na cor azul-marinho, com ótima apresentação e gravadas com

variantes de sensações e sentimentos atrelados ao amor, que

letras douradas. Já estão disponíveis para os anos

constituem a prova maior de muitos na sua trajetória rumo ao

de 2004 a 2007. Para outros anos. queiram consultar.

contínuo aprimoramento espiritual e moral.

Descontos especiais para distribuidoras, grupos espiritas e clubes do livro
Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 415


O Pan, o vôo da morte
e os propósitos da vida


Devemos ser setas indicativas de luz para
clarear o caminho dos que vêm na retaguarda

Jaime Facioli

jaimefacioli. adv@ vivax. com. br


resposta que carecemos
da vida, nos
questionamentos que
fazemos no dia a dia,
é sobre os propósitos

de nossa existência. De onde viemos,
para onde nos dirigimos, qual a finalidade
dessa viagem pelo mar revolto
em que transitamos nas provas
e expiações, num mundo que nos sobressalta
o espírito, ao se tomar conhecimento
pela mídia das guerras
fratricidas, dos homens-bombas, dos
assaltos, dos furtos e roubos, os estelionatos,
os desmandos na política, o
malversar dos recursos destinados ao
bem estar da população, a queda do
vôo 3054 da TAM, tudo isso estiola
os mais puros sentimentos d'alma e
nos leva a questionar, com razão, o
propósito da vida.

Será que há uma causa ou nossa
vida é por acaso? Por que muitos
nascem na bem aventurança e outros
carregados de dificuldades das mais
pungentes dores? Há ricos de recursos
de toda espécie, quando
outros o pouco que têm mal dá para
as necessidades primárias. A vida é
um mosaico de incógnitas. Afinal,

o que cada um de nós está fazendo
neste planeta de Deus? Se a vida for
somente tentar aproveitar o máximo
possível as horas e os minutos dessa
reencarnação, a viagem por esse
mundo não faz sentido.

Há em cada filho de Deus uma
centelha de vida eterna que nos
confere a certeza de que tudo que
fazemos em nossas vidas tem o propósito
básico de nos fazer evoluir espiritualmente
e aprender a amar, na
mais pura excelência da palavra
amor, como nos ensinou o Homem
de Nazaré.

Por isso, todo o nosso patrimônio
não é nosso, é empréstimo da Divindade.
Somos apenas espíritos, provisoriamente
vestindo a indumentária
do planeta Terra, com o nome de
almas que devem aproveitar todas
as oportunidades que a vida nos
oferece para o aprimoramento de
nossos espíritos.

Nesse sentir, recordemo-nos de
que os "fracassos" são ferramentas
pedagógicas nas mãos do pedagogo
para nos fazer vencer os momentos
difíceis, nos quais os filhos de Deus
carecem para encontrarem a razão
maior de suas existências, para continuar
em frente na jornada existencial
em direção às estrelas que
rutilam nos céus de nossas vidas.

As atitudes que nos convidam a
superar as aziagas da vida, fazem de
nós pessoas melhores, transformando
o homem velho em um ser
novo e rico de experiências para lhe
dar arrimo a fim de preservar-se das
tempestades, construindo o seu castelo
nas rochas. A nossa capacidade
de resistir, pela prece, às tentações,
aos desânimos, é que nos faz competidores
de primeira grandeza para
continuarmos no caminho da vida.
Ninguém veio a este mundo com a
missão de juntar dinheiro e comer
do bom e do melhor, embora se alimentar
faça parte da cesta básica de
nossa existência, mas isso não se
constitui em sua causa primária.

Os espíritos evoluídos narram, a
respeito do tema em apreço, uma história
comovente, consentânea com a
realidade do PAN 2007, do vôo 3054
da Tam e das olimpíadas da vida.
Conta-se que alguns anos, por ocasião
das paraolimpíadas de Seattle,
entre os participantes dos jogos encontravam-
se nove participantes dos
jogos especiais, todos deficientes
mentais, que se alinharam para a largada
da corrida de 100 metros rasos.

Ao sinal, todos partiram, não exatamente
em disparada, mas com vontade
de dar o melhor de si, terminar
a corrida e experimentar os ramos da
vitória.

Ocorreu que no percurso da corrida
um dos garotos tropeçou no asfalto,
caiu e começou a chorar. Os
outros ouviram o choro, diminuíram

o passo, e olharam para trás. Ao constatarem
a queda do concorrente, sem
distinção, todos retornaram e, apesar
das deficiências que carregavam no
corpo físico, demonstram o seu gesto
de solidariedade.
Uma das meninas, portadora da
Síndrome de Down, achegando-se ao
menino caído no solo, ajoelhou-se e

416 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007



Não podemos nos deixar levar por uma
existência vazia, distorcendo a verdade da missão
que nos foi confiada, pensando somente em
acumular riqueza e bens materiais. Recordo


Jesus: Antes acumulai tesouros nos céus onde as
traças não roem e os ladrões não roubam


deu um beijo no garoto e disse: Pronto,
agora vai sarar. Em seguida, todos
os competidores deficientes deram
os braços e andaram juntos até a
linha de chegada. Foi nesse instante
que o Estádio inteiro levantou-se e
os aplausos se fizeram ouvir durante
longo tempo, pois os que se encontravam
naquele logradouro compreenderam
que os atletas eram deficientes
mentais, mas não eram deficientes
nos propósitos da vida.

Essa postura, de espíritos deficientes
no corpo físico, não era de
deficientes no amor ao próximo, sabendo
eles que aos filhos de Deus não
importa ganhar ou vencer a sós. E
preciso ajudar os outros a passar nas
provas e expiações, mesmo que vez
por outra isso signifique diminuir os

nossos passos. Cabe anotar, assim,
que todos devemos nos esforçar para
evitar os desastres e os acidentes de
percursos da jornada evolutiva.

É o que a propósito ensina o espírito
benfeitor da humanidade,
Joanna de Angelis: "Em nossa jornada
devemos ser setas indicativas
de luz para clarear o caminho dos
que vêm na retaguarda". Registre-se,
nesse considerando, as propostas de
Martin Luther King, Mahatma
Gandhi, Madre Thereza, Divaldo


Pereira Franco, Dr. Bezerra de
Menezes, Eurípides Barsanulfo,
Cairbar Schutel, Irmã Dulce, Francisco
Cândido Xavier, Bill Gates e
sua esposa Belinda, Angelina Jolie,
Antonio Ermírio de Morais, aqui pelo
nosso arraial e incontáveis espíritos
amorosos que anonimamente lutaram
c lutam para melhorar a vida dos mais
fracos e oprimidos.

Essas vidas jamais estiveram vocacionadas
pela idéia primária de
"ganhar" dinheiro, encher os bolsos,
comer, beber e farrear, ser solitário,
mas dar sentido em sua jornada de
solidariedade, razão por que foram
movidas pela generosidade operosa
no trabalho do bem, na filantropia e
no altruísmo, sem desistir do propósito
nobre que lhes caracterizam e ou

caraterizaram a presença entre nós.

A isso se dá o nome de Consciência.
Consciência daquele que
através do seu trabalho está realizando
sua parte no trato com a vida,
desenvolvendo a força capaz de
levá-lo às cumeadas da fraternidade
e aos paramos celestiais. Não
podemos nos deixar levar por uma
existência vazia, distorcendo a verdade
da missão que nos foi confiada,
pensando somente em acumular
riqueza e bens materiais. Re


cordo Jesus: Antes acumulai tesouros
nos céus onde as traças não
roem e os ladrões não roubam.

Quando se chega ao fim da jornada,
como no vôo 3054 da TAM,
percebe-se que o caixão que servirá
de abrigo ao corpo físico não tem gavetas
e somente levaremos conosco,
na viagem de regresso à Pátria Celestial,
o patrimônio do amor que praticamos,
pois todo o bem que realizarmos
nessa existência advogará a
nosso favor em qualquer parte do
Universo da Providência Divina.

Assim, quando tomados de angústia,
amigos, procurem ser uma
pessoa solidária em vez de procurar
ser uma pessoa de sucesso, pois o
sucesso é conseqüência de bem proceder
no curso da viagem terrena, e

a angústia que vez por outra experimentamos,
ou a dor dos que partiram
na grande viagem, é sinal de
alerta para que possamos refletir
sobre as nossas atitudes, pois são
nesses momentos que nossos espíritos,
o ser imortal que habita nosso
corpo físico neste orbe, nos convida
para o avanço e a reforma íntima dos

valores ínsitos da alma.


O autor é advogado e vice-presidente da USE
de Americana e Nova Odessa.

Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 41 7


As últimas experiências do
Dr. Geley com o médium F. Kluski


Sessão de 3 de junho de 1924, às 22:30
horas, em casa de Kluski

Dr. Gustavo Geley


ssistentes; Dr. Geley,
que faz o controle da
direita; Mme. X... que
assume o controle
da esquerda; Sr.

Charpentier, M. Y.

O médium acusa uma grande fadiga.
Além disso teve uma grande
contrariedade antes do começo da
sessão. Embora com êxito, a sessão
é inferior às precedentes.

Ao cabo de um quarto de hora, as
luzes habituais, a principio discretas,
depois intensas, grandes, duradouras.
Percebo o odor de ozone habitual.
Mas, ao mesmo tempo, um perfume
especial que nos chega em baforadas.

Diversos contatos são percebidos
por mim e pelo Sr. Charpentier. As
mãos que nos tocam são quentes e
têm os caracteres de mãos humanas,
ora mãos de crianças, ora de adulto.

Em cima da mesa de experiências
estava o balde de parafina. Tínhamos
tido a idéia de substituir a tina habitual
por uma lata cilíndrica de 50
cm de altura. Eu esperava, por esse
meio, obter um molde da mão e do
antebraço inteiro.

Com grande surpresa nossa, vemos
mãos luminosas virem por cima do
tubo, hesitar, depois se afastarem sem
se mergulharem na parafina.

Finalmente, dedos impregnados
de parafina quente vêm nos tocar, ao
Sr. Charpentier e a mim.

Depois uma longa espera (1/4 de
hora), sem ouvirmos o ruído especial
da imersão na parafina.

Por fim ouvimos o barulho esperado,
a parafina transborda do vaso e
escorre sobre a mesa e sobre as
nossas pernas, felizmente protegidas
por aventais; dois moldes são logo
depostos, quentes e moles, entre as
nossas mãos.

Um momento de calma.

Depois manifestações sucessivas
de duas entidades que se mostram
com o auxilio dos écrans.

A primeira é a entidade de "Baltisti"
com os característicos descritos
nas sessões precedentes. A segunda
é um oficial polaco familiar. Noto que


o seu quepe está admiravelmente
materializado. Distingo os quatro ângulos
de estofa, a viseira de couro.
A entidade mostra-me isso com insistência;
depois toca com o écran a
viseira de couro. Ouve-se o ruído do T
choque.
Como sempre, noto a aparência de
vida natural nos traços do rosto.

Nesse momento o médium tem
soluços, e suspende-se a sessão.

Tenho duas observações a fazer:

I
I
a) Notei a hesitação das entidades
em mergulhar as mãos no tubo de parafina.
Ora, essa hesitação é absolutamente
natural: nós havíamos esquecido
de colocar o tubo dentro de
uma bacia, para evitar que a parafina,
durante a operação da moldagem, escorresse
por toda parte sujando o aposento
e as nossas roupas. As "entidades"
tiveram maior bom senso do
que os experimentadores.

Não imergiram as mãos senão
com o máximo cuidado, e em lugar
do grande molde de antebraço que eu
desejava, só obtive dois moldes de
mãos de criança.

2
2
2) Admira-me a insistência com
que as entidades me fazem observar
os seus acessórios habituais (fíchú.
quepe, botões de uniforme). Sabe-se
qual é a dificuldade de interpretação
dessas criações efêmeras de objetos.
Sem dúvida tenho muito que aprender
a esse respeito!

Sessão de 11 de julho de
1924, às 23 horas

Realiza-se a sessão depois de um
lauto jantar oferecido a amigos pelo
Sr. Kluski.

Disposição do círculo: médium,
Dr. Geley; controle da direita, Sr.
Sypniowski: Sr. T. Pawlowski, Dr.
Starzowski, coronel Okolowicz; Sr.

418 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007



B. Walukiewicz, conde Ostorog
Wolski, tenente Madrze-jewki, que
faz o controle da esquerda. Precauções
habituais.
O médium adormece depressa.

Primeiramente vêem-se magníficas
séries de luzes. Essas luzes por
vezes são em número de 8 a 10. Simultaneamente,
vêem-se em toda
parte, no aposento, essas luzes,
muito alto e muito longe do médium.
Há algumas grandes como uma
moeda de cinco francos.

Numerosos contatos são percebidos
pelos assistentes. Certa mão
fina acaricia-me o pescoço. Abraçam-
me a cabeça.

Mãos luminosas flutuam por cima
da mesa ao redor do balde de parafina.
São tão luminosas que aclaram
a mesa toda, o balde, o médium e o
círculo de assistentes.

Mãos imergem-se com ruído na
parafina e vêm tocar-me com dedos
impregnados de parafina.

Dois moldes quentes e ainda
moles são depostos entre as minhas
mãos.

Depois o balde de parafina é levantado,
transportado por cima das
nossas cabeças e deposto ao solo,
atrás de mim.

Uma calma de alguns instantes.
Logo depois começa o desfilar dos
fantasmas.

"Baltisti" aparece em primeiro
lugar. Ele se mostra bem. Digo-lhe:
"Tendes uma mensagem para o professor
Santoliquido". Ele responde
simplesmente dando-me tapas amistosamente
nas costas.

Depois mostra-se o jovem da segunda
sessão, filho do Sr. Przybylski.
Queixa-se ternamente da ausência
do pai.

Depois um oficial polaco morto
nas fileiras do exército russo, durante
a guerra. Traz uniforme russo. Um
dos assistentes, o coronel Okolowicz,
diz reconhecê-lo.

Depois a mãe de Okolowicz.

Depois um fantasma, cujo olho
direito acha-se coberto por uma
venda preta. Um dos assistentes diz que
é um dos seus amigos, morto de um
câncer no olho; ele usava uma venda
preta nos últimos meses de vida.

Depois, uma manifestação magnífica.
Vemos, atrás de Okolowicz, a
três metros do médium, vivos clarões
múltiplos. De repente duas grandes
mãos luminosas iluminam o aposento.
Ao seu clarão vemos um homem
vestido com roupas flutuantes. A cabeça
está envolta em véus finos.

A aparição dura pelo menos cinco
segundos. As mãos luminosas esboçam
gestos incompreendidos.

Por fim o maior dos nossos écrans
é apanhado por uma outra entidade
que vem imediatamente a mim, entre
eu e o médium. Vejo um belo rosto
com bigodes. Os traços são enérgicos
e graves. Um turbante de musselina
branca circunda-lhe o crânio. Dizem
os assistentes: "E o turco!" Ele vai
sucessivamente mostrar-se a todos.
Exclamam: "Viva a Turquia!" Ele
responde, muito distintamente, em
turco: "Viva a Polônia!"

Ele me diz ao ouvido algumas
palavras que não compreendi e repousa
o écran.

Todos esses fantasmas são vivos,
dão impressão de seres vivos, tão
normais como os outros seres vivos.

Durante todo o curso dessas aparições,
não cessaram de mostrarem-se
magníficas luzes. Revestiam todas as
fornias: pontos brilhantes, nebulosas,
largas faixas, girándolas.

Muitas mãos luminosas.

Um forte odor de ozone se desprendia,
misturado por vezes com um
perfume já percebido que faz lembrar

o de rosa.
A sessão encerra-se à meia noite
e um quarto.


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DPL Editora: Rua Cinco de Julho, 59 - Ipiranga, São Paub - SP / Tel: (11) 5061-8955 / Site: www.dpl.com.br - Email: dpl@dpl.com.br

Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 419


Casamento espírita


Transportar para dentro da casa espírita rituais semelhantes às
cerimônias dos templos que se dizem cristãos, implica, segundo o
autor, em uma subversão dos objetivos do Espiritismo

José Carlos Monteiro de Moura

jcarlosmoura@terra.com.br

1. Periodicamente, vem à tona a
questão do casamento espírita. Alguns
defendem ardorosamente a sua introdução
nas Casas Espíritas, argumentando,
entre outras coisas, que o Espiritismo
deve ser visto no mesmo pé de
igualdade das demais religiões. Sustentam,
ainda, que a sua aceitação não
traria malefícios doutrinários, implicando,
pelo contrário, uma inestimável
forma de divulgá-lo, tarefa
que se inclui entre aquelas cometidas
ao Movimento.
Recentemente, o assunto foi novamente
reaberto, em face da decisão
proferida pelo Tribunal de Justiça da
Bahia, no recurso interposto por Itamar
Cardoso e Cristina Leal contra uma
decisão desse mesmo Tribunal, que
havia, anteriormente, indeferido o reconhecimento
civil do casamento realizado
no Centro Espírita Cavaleiro da
Luz, de Salvador, por entender que os
espíritas não detêm competência para
oficiar essa celebração. O fato foi noticiado
pelo Jornal do Brasil de
14.03.06, que, contudo, não entrou em
maiores detalhes. Conclui-se, no entanto,
que se tratou de um julgamento
controvertido, em virtude de sua
própria votação (11 votos contra 10).
Segundo a mesma notícia, o médium
José Medrado - que realizou a ceri


mônia - "classificou o resultado como

uma vitória da cidadania" (sic).

Não se tem notícia de outras decisões
semelhantes em nossos tribunais.
A Professora Débora Vanessa Caús
Brandão, em trabalho publicado no site
Jus Navigandi1, lembra que, a respeito,
há uma grande escassez de manifestações
do Judiciário. Esclarece,
ainda, com base em dados do Professor
Arnold Wald que, no Rio de
Janeiro, por exemplo, só se tem notícia
de um acórdão, proferido pelo Tribunal
de Alçada do antigo Estado da
Guanabara, e em sentido oposto ao do
Tribunal baiano. Não conhecemos,
também em Minas Gerais, qualquer
decisão acerca do tema.

2. Do ponto de vista do Espiritismo,
parece-nos, não obstante o respeito
devido aos que defendem o contrário,
que não é crível nem admissível
a celebração de casamento em qualquer
de suas instituições.Tal acontecimento
implica uma incontestável distorção
doutrinária, caracterizando um indesejável
apêndice, que não pode prosperar
e que, definitiva e antecipadamente,
deve ser extirpado, como autêntica
medida preventiva para resguardar
a integridade dos verdadeiros
postulados da Doutrina.
A questão envolve, preliminarmente,
a retomada da discussão a
respeito de o Espiritismo ser, ou não
uma religião. Tudo gira em torno da

confusão que se estabeleceu entre religiosidade
e religião, entre o aspecto
ou lado religioso da Doutrina com uma
Religião Espírita.

Entendemos que se verifica, na espécie,
a mesma equivocada identidade
que se observa entre Cristianismo e Catolicismo.
O primeiro, obra do Cristo,
conseqüência de seus ensinamentos e
exemplos. O segundo, mera criação
humana, visando atender muitos mais
aos interesses mundanos e imediatistas
de mando, poder e glória. No primeiro,
prevalece a imorredoura lição que
Jesus nos legou no seu diálogo com a
samaritana, quando afirmou expressamente:
"Deus é espírito e importa
que os que o adoram o adorem em espírito
e em verdade" -Jo: 4, 24.

No segundo, predomina o dedo do
homem, sua preocupação de sobrepor-
se aos demais, sua ânsia de dominação,
seu apego às manifestações
exteriores de pompa, enfim todas as
mazelas típicas de qualquer obra de
sua autoria.

3. Além dos inúmeros pronunciamentos
de Kardec constantes da Codificação,
ele, na Revista Espírita, por
mais de uma vez se posicionou abertamente
contra a idéia de o Espiritismo
ser uma religião, exatamente em virtude
dos vícios e distorções que, ao
longo dos tempos, essa palavra tem
propiciado. Sobretudo no que tange ao
sacerdócio profissional (organização
420 I Revista Internacional de Espiritismo I Setembro de 2007



No particular caso dos espíritas, nada há que impeça ou desautorize, do ponto
de vista doutrinário, a realização de uma prece ou de uma cerimônia familiar com
o intuito de abençoar a vida em comum que se inicia, desde que não seja
transportada para dentro da casa espírita


eclesiástica), aos objetos de

culto, aos sacramentos, e aos ri


tuais preconcebidos (liturgia),

há uma total incompatibilidade

com os princípios doutrinários.

Isso, não obstante possa parecer
paradoxal e contraditório, não
exclui o seu caráter religioso,
em virtude, principalmente, de
esse caráter ser inerente à
própria natureza do ser humano,
que, em nenhuma etapa
de sua romagem terrena, dele
prescindiu. A religião é, pois,
um fato natural ínsito ao homem,
ensejando, conseqüentemente, a
distinção que costumeiramente
se faz entre religião moral ou filosófica
e religião social. Sob o
primeiro aspecto, é que se admite
a natureza ou o lado religioso
do Espiritismo, mas daí a
dizer que ele é uma religião,
semelhante, por exemplo, às
muitas que se desenvolveram a
partir do Cristianismo, há uma
grande distância.

Na Revista Espírita de dezembro
de 18682, Allan Kardec
esclarece a questão de forma
clara e incontestável, a saber: "O
laço estabelecido por uma religião,
seja qual for seu objetivo,
é, pois, um laço essencialmente

moral, que liga os corações, que
identifica os pensamentos, as aspirações,
e não somente o fato de compromissos
materiais, que se rompem à
vontade, ou da realização de fórmulas
que falam mais aos olhos do que ao
espírito".

Depois de acentuar a importância
que tais laços acarretam em relação à
fraternidade e solidariedade, prossegue
dizendo: "Se assim é perguntarão:
Então o Espiritismo é uma religião?
Ora, sim, sem dúvida, senhores. No
sentido filosófico, o Espiritismo é uma
religião, e nós nos glorificamos por
isto, porque é a doutrina que funda os
elos de fraternidade e de comunhão de
pensamentos, não sobre uma simples
convenção, mas sobre bases mais só


lidas: as mesmas leis da natureza. Por
que, então, declaramos que o Espiritismo
não é uma religião? Porque não
há uma palavra para exprimir duas
idéias diferentes, e que, na opinião
geral, a palavra religião é inseparável
de culto, desperta exclusivamente uma
idéia de formas, que o Espiritismo não
tem. Se o Espiritismo se dissesse uma
religião, o público não veria aí senão
uma nova edição, uma variante, se se
quiser, dos princípios absolutos em
matéria de fé; uma casta sacerdotal
com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias
e de privilégios; não o separaria
das idéias de misticismo e dos
abusos contra os quais tantas vezes se
levantou a opinião pública. Não tendo

o Espiritismo nenhum dos caracteres
de uma religião, na acepção usual do
vocábulo, não podia nem devia enfeitar-
se com um título sobre cujo valor
inevitavelmente se teria equivocado.
Eis porque se diz: doutrina filosófica
e moral". Isso não desmerece em nada

o Espiritismo. Pelo contrário, somente
o engrandece porque o aproxima
muito mais da verdadeira doutrina do
Cristo, que dispensou templos e sacerdotes,
rituais e formalismos e que,
apesar de toda a maléfica ação do
homem nos dois mil anos de sua existência,
permanece, no que diz respeito
à sua faceta ética e moral, extremamente
atual e insuperável.
4. A nosso ver, as palavras de
Kardec inviabilizam toda e qualquer
tentativa de se falar em casamento
Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 421


espírita, nem se pode postular, quando
equivocadamente realizado, o seu reconhecimento
sob o pretexto de que se
trata de casamento religioso com efeito
civil, pelo simples fato de que o Espiritismo
não é uma religião nos termos
que normalmente a palavra traduz e é
entendida. Ademais há que se levar em
conta que essa modalidade de casamento
não passa de uma lamentável
seqüela da época em que o Estado se
submetia à Igreja e em que vigorava o
costume da religião oficial, a exemplo
do que ocorreu no Brasil até a proclamação
da República. Suas origens remontam
ao Concílio de Trento (1545).
que, preocupado em afirmar a supremacia
do Catolicismo sobre o recém-
nascido Anglicanismo, estabeleceu a
sua exclusividade para a realização dos
casamentos. Data também dessa época

o fato de a Igreja deixar de reconhecer
aqueles realizados por protestantes de
todas as ramificações que se seguiram
à reforma, os quais, em sinal de represália,
adotaram idêntico procedimento
em relação aos celebrados por católicos.
Esse fenômeno se observou no
Brasil até a Constituição de 1890. Dela
adveio o Decreto 181, de 24.01.1890,
de autoria de Ruy Barbosa, responsável
pela laicização do casamento no país,
tido, até então como ato de alçada quase
que exclusiva da Igreja Católica.

5. O casamento é um contrato, regido
pelo Direito Civil e sujeito, por isso
mesmo, às mesmas exigências de validade
de qualquer ato jurídico. Diante
da inexistência de clero organizado e
hierarquicamente constituído, a única
conseqüência jurídica decorrente de um
matrimônio celebrado em um Centro
Espírita é a sua nulidade, porquanto
oficiado por quem não detinha autoridade
para tal. Conquanto se note entre
alguns confrades uma certa preocupação
em atribuir-se uma autoridade
religiosa, tal figura inexiste no Espiritismo.
A respeito Caio Mario da Silva
Pereira' muito embora revele, nas entrelinhas,
uma indisfarçável má vontade
para com o Espiritismo - fato
comum no meio jurídico em face da notória
ignorância de seus membros a respeito
do que ele é - confirma esse
ponto de vista, ao afirmar: "Válido o
matrimônio oficiado por ministro de confissão
religiosa reconhecida (católico,
protestante, mulçumano, israelita). Não
se admite, todavia, o que se realiza em
terreiro de macumba, centros de baixo
espiritismo (sic), seitas umbandistas, ou
outras formas de crendices populares,
que não tragam a configuração de seita
religiosa reconhecida como tal".
Entendemos, data vénia, que essa
modalidade de casamento deveria ser
definitivamente banido do nosso orde


namento jurídico. O casamento religioso
deve limitar-se, única e exclusivamente,
ao âmbito da profissão religiosa
dos nubentes, e nunca extrapolar
esses limites.

No particular caso dos espíritas, é
indiscutível o direito de os nubentes
desejarem que a vida em comum que
iniciam seja abençoada pela Espiritualidade.
Nada há, pois, que impeça
ou desautorize, do ponto de vista doutrinário,
a realização de uma prece ou
de uma cerimônia familiar para esse
fim. Transportá-la, contudo, para o recinto
de uma Instituição Espirita, revesti-
la de aspectos formais e ritualísticos,
submetê-la a algumas palavras
de ordem, dar-lhe uma conotação
social e religiosa semelhante às pomposas
cerimônias dos templos que se
dizem cristãos, implica, a nosso ver,
uma incontestável subversão dos objetivos
do Espiritismo. •

1 - Jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp/
id=2662
2 - REVISTA ESPIRITA, Editora Cultural
Espirita Ltda - EDICEL, SP, S/D, pp 351/360.
3 - INSTITUIÇÕES DE DIREITO CIVIL, Ed.
Forense, Rio, 1985, Vol. V, p. 323.


O autor é aposentado e dedica-se
atualmente à divulgação espirita. Vincula-se
ao Centro Espirita Francisco de Assis, em
Belo Horizonte-MG.


INFORME PUBLICITARIO


422 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


Enfoque psicodinamico espirita no
tratamento das doenças mentais


"...com dignidade e respeito, o terapeuta transfere ao paciente a
responsabilidade pelo êxito ou fracasso do tratamento"

Geremias Rodrigues Villela*


m artigos anteriores expusemos
o conceito de doenças
mentais, vinculando-
as aos mecanismos de
defesa do Ego, em face às

desarmonias íntimas da alma, perturbando
sua relação com o meio ambiente
e encontrando, numa elaboração
complexa de sintomas, um recurso para
se afastar da relação com o meio e, conseqüentemente,
do perigo do surgimento
de uma situação traumática.

Vimos também que as situações
traumáticas, que a pessoa inconscientemente
evita na sua relação com o
meio, constituem vivências anteriores,
seja da infância ou de vidas pregressas,
as quais se encontram registradas no
corpo mental sob forma de representações
de experiências conflitivas. No
caso de vivências infantis representam
fantasias de comportamentos que não
se ajustam aos padrões morais, significativos
na personalidade infantil. No
caso de vivências pregressas constituem
representações de experiências
realmente vividas, e que foram desarmonizadas
com as Leis divinas, consubstanciadas
no Bem total para todas
as criaturas.

Dependendo do grau de intensidade
dos núcleos conflitivos anímicos e personímicos
a pessoa apresenta maior ou
menor insegurança na sua relação com

o meio ambiente. Dependendo desse
grau de insegurança e de determinadas
condições do ambiente, em que haja
alguma relação com as experiências
traumáticas, vivenciadas anteriormente,
exacerba-se o grau de insegurança
levando o Ego a elaborar o complexo
sintomático de múltiplos quadros
da patologia mental.
E nessas condições que o paciente
recorre às clínicas psiquiátricas, aos
consultórios de tratamento psicoterápico,
aos Terreiros de Umbanda e aos
Centros Espíritas em busca de alívio
para os seus sintomas.

A eficácia de qualquer tratamento,
seja de doenças físicas ou mentais, se
prende à profundidade causal que o
mesmo atinja.

No caso das doenças mentais, habitualmente
as terapêuticas em voga, nas
clínicas psiquiátricas e psicoterápicas,
os tratamentos apenas aliviam os sintomas
das disfunções neurofisiológicas,
através de psicotrópicos que, com muita
freqüência acabam se tornando mais um
fator de dependência para um paciente
já extremamente dependente. Com relação
às psicoterapias, instituídas por
várias escolas psicológicas, em muitos
casos ajudam os pacientes se libertarem
de certos conflitos, especialmente
os mais superficiais, mas, com muita
frequência, se tornam fatores de reforço
da dependência dos pacientes.

Na nossa Hipótese de Trabalho: Psicodinâmica
espírita, onde procuramos
estabelecer uma integração dos princí


pios psicanalíticos com os postulados
científicos, filosóficos e religiosos da
doutrina espírita, codificada por Allan
Kardec, entendemos que estamos fazendo
o esforço de enfocar a mente
humana, tanto nos seus aspectos ditos
normais como patológicos, na sua mais
ampla dimensionalidade.

A psicanálise Freudiana surgiu no
final do século passado como o mais
avançado método para o entendimento
da mente humana. A teoria da sexualidade
infantil; a constatação da existência
de impulsos reprimidos; a observação
dos efeitos de conflitos, de
instituições psicológicas na mente humana;
a teoria dos conteúdos inconscientes;
tudo isso fez da psicanálise a escola
psicológica que melhor compreendeu
a mente humana, tanto nos
seus aspectos normais, como patológicos.
Entretanto, a psicanálise apenas
aprofundou alguns metros no imenso
oceano da mente humana. A teoria do
inconsciente evidenciou apenas alguns
fragmentos de conteúdos reprimidos da
existência atual), significativos em
certos aspectos mórbidos e na explicação
de determinadas alterações da
conduta normal da pessoa.

A teoria evolucionista espírita, mostrando
que o Homem é um Espírito,
numa progressão infinita de valores intelectuais
e morais, com início no princípio
inteligente, o qual se uniu ao protoplasma,
dando origem às primeiras
manifestações de vida organizada no


Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 423


planeta e seguindo a trajetória da evolução
filogenética, alcança a condição
de alma humana nas suas primeiras
manifestações de pensamento contínuo,
de razão e sentimento, emergindo-se
assim o Homem, da animalidade irracional,
e, alcançando um novo plano de
evolução, a evolução anímica, aprimorando
nas suas múltiplas existências, físicas
e espirituais, a razão e o sentimento,
conduz às imensas profundidades
da mente humana, compreendendo-
a formada por múltiplos estratos
de representações de experiências vivenciadas,
na evolução filogenética,
constituindo os estratos do inconsciente
pré-anímico onde situamos os impulsos
libidinosos (sexuais) e autoconservadores
(nutrição e agressão) e de
representações de experiências vivenciadas,
na evolução anímica, até a fase
atual da humanidade, constituindo os
estratos do inconsciente anímico, e as
representações das experiências vivenciadas
na existência amai, constituindo
os conteúdos do inconsciente personímico
e os conteúdos conscientes,
também personímicos.

Os arquétipos junguianos, constituintes
do seu inconsciente coletivo, na
realidade não constituem experiências
coletivas, e sim, experiências pessoais,
vivenciadas nas múltiplas existências,
nos planos físico e espiritual, constituindo
os múltiplos estratos do inconsciente
anímico. Ajustificativa de Jung.
de que os conteúdos arquetípicos são
coletivos porque representam experiências
comuns da humanidade ancestral,
refutamos, pelo entendimento de que
nos primeiros estratos do inconsciente
anímico, ou seja, nos seus estratos mais
profundos, estão as representações de
experiências que realmente são mais
comuns a todos; entretanto, são experiências
individuais e pessoais. Com a
progressão evolutiva as experiências
vão sendo mais diferenciadas, caracterizando-
se, cada vez mais, a condição
individual e pessoal.

Com o enfoque psicodinâmico espírita
da mente humana o tratamento
dos desajustes mentais da pessoa objetiva
alcançar os fatores predisponentes.

desencadeantes e agravantes. Nos primeiros
situamos, na maior profundidade,
as experiências desarmonizadas
com as Leis divinas, vivenciadas nas
existências pregressas, pois, os desajustes
mentais se vinculam aos conflitos
da personalidade que, por sua vez, se
relacionam com os conflitos anímicos
e estes são frutos de vivências desarmonizadas
com as Leis superiores da
Vida. Os fatores desencadeantes e agravantes
constituem experiências atuais
que se relacionam emocionalmente
com as experiências pregressas desarmonizadas,
representando para o Ego


as chamadas situações de perigo que o
levam a promover defesas sob a forma
de complexos sintomáticos com o objetivo
de evitar o surgimento de novas
situações traumáticas.

Se o Ego promove as defesas é
porque ele se sente inseguro para enfrentar
as situações atuais que para
serem superadas se faz necessária a superação
dos conflitos existentes no
interior da pessoa, registrados no seu
corpo mental, e que guardam íntima
relação com as mesmas. Dessa forma,
entendemos que uma terapia só é verdadeiramente
eficiente quando leva o
paciente à conscientização de que a sua
doença, seja neurose, psicose, heteroobsessão
espiritual, etc, tem origem nas
suas desarmonias íntimas, resultantes
de experiências transgressoras das Leis

divinas, e que a sua cura está na dependência
da automobilização de suas
próprias energias, na sua interação com

o meio ambiente, em atividades harmonizadas
com as Leis superiores da
Vida, pois só a atividade no Bem é
capaz de neutralizar os arquétipos do
mal instalados nos estratos profundos
da mente humana.
O Homem, na sua insegurança e
movido pela lei do menor esforço,
procura sempre o alívio para as suas
dores, sejam físicas, emocionais ou espirituais,
através de meios mágicos, de
ajudas externas, que prometam resultados
positivos e que nada lhe exijam
de mudanças internas de esquemas
comportamentais. Se se sente atormentado
por espíritos obsessores busca a
libertação dos mesmos, por exorcismos,
por práticas de mediunismo nos "Terreiros",
ou nos Centros espíritas cujos
orientadores nada lhe exijam em termos
de reforma íntima, mudanças comportamentais,
vivências evangélicas, que
demanda esforço, vigilância e empenho
em tomar o Evangelho de Jesus como
diretriz de sua vida.

As terapias analíticas, quando realizadas
por profissionais competentes
e honestos, podem ajudar o paciente,
conscientizando-o dos motivos inconscientes
de sua conduta patológica, predispondo-
o a liberar as energias fixadas
nos conflitos inconscientes. Entretanto,

o paciente deverá ser orientado e estimulado
para a aplicação das energias
mentais que foram liberadas dos
conflitos, em múltiplas atividades, na
sua interação com o meio ambiente em
que os padrões do Evangelho de Jesus
constituam a sua diretriz comportamental.
Dessa forma, com a profunda
consciência de ter cumprido o seu
papel, com dignidade e respeito, o
terapeuta transfere ao paciente a responsabilidade
pelo êxito ou fracasso
do tratamento.


Matéria originalmente publicada na RIE

- Revista Internacional de Espiritismo,
edição de dezembro de 1988.
* O autor desencarnou em Ribeirão Preto, SP,
no dia 27 de janeiro de 1990.
424 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


O brilho transitório


"A cobiça ajunta a prata e o ouro da Terra
como quem amontoa pedras incendiadas
sobre a própria cabeça." - Emmanuel

Ricardo Orestes Forni

¡ost@terra.com.br


revista "VEJA",
edição 2016, de 11 de
julho de 2007, traz
uma reportagem sobre

o luxo do palácio de
Versalhes na França, e que abrigou
três reinados: a de Luís XIV e seus
sucessores. Nesse palácio havia um
espaço físico de 73 metros de extensão
por 10,5 metros de largura denominado
de Galeria dos Espelhos
que, como o próprio nome indica, é
composto de 375 espelhos recobrindo
dezessete arcadas que ocupam
a parede interna da galeria, as quais
têm como contraponto, do outro lado.

dezessete portas também em arcos
que se abrem para os magníficos
jardins do palácio. Essa Galeria dos
Espelhos foi construída entre 1678 e
1684, ocupando o que era, até então,
um terraço aberto interligando os vastíssimos
aposentos do rei e da rainha.
Devemos destacar que espelhos naquela
época eram raríssimos e, portanto,
objetos de alto luxo. Os franceses
teriam subtraído a arte de confeccioná-
los aos italianos através de
um serviço de espionagem. Continuando
com as informações da reportagem
citada, o rei Luís XIV atravessava
todas as manhãs o esplendor
barroco da Galeria dos Espelhos, a
caminho da capela, momento em que
a corte lhe prestava reverência. Além
da quantidade exuberante de espelhos,
a galeria exibe paredes de mármore,
lustres de cristal e, no teto, trinta
pinturas de Charles Le Brun que res


salta a ascensão ao trono e as conquistas
militares do rei Luís XIV.
Resta a informar que a recuperação
da Galeria dos Espelhos custou a
fortuna de 12 milhões de euros. Se
você achou muito, atente para essa
outra informação: o projeto que pretende
reformar todo o palácio, composto
de 700 aposentos, 2153 janelas,
352 chaminés, está estimado em 350
milhões de euros!

Isso posto, lembramos as palavras
de Emmanuel no livro "Fonte de
Paz", Ia edição da Editora IDE, na
página intitulada "Tesouros": "Os
museus jazem repletos das baixelas
preciosas de quantos se supuseram
senhores exclusivos do pão, das armas
fidalgas de quantos zombaram dos
direitos do próximo e da indumentária
brilhante daqueles que transformaram
o domínio indébito em sua
feroz paixão..."

Mudemos de professor citando
agora os ensinamentos de Joanna de
Angelis no livro "Alerta", psicografado
por Divaldo, Ia edição da LEAL,
na página "Triunfador Perene": "Os
triunfadores, que assinalaram os
fastos da História com as suas conquistas
e grandezas, sustentavam a
coroa e o cetro sobre as multidões
esfaimadas e vidas ceifadas nos
campos de batalhas..."

Continua a nobre Mentora:
"Logo depois, porém, passavam o



seu período, a sua glória, o poder, devorados,
por sua vez, pela fauce inexorável
da morte que os nivelava às
vítimas, quedando relegados ao oprobio
e ao desprezo da posteridade..."

Na sua opinião, amigo leitor, prezada
leitora, o mundo de hoje através
dos noticiários que, infelizmente, repletam
a imprensa escrita, falada e
televisionada está muito modiiicado
em relação ao culto aos bens materiais?
Tem o homem atual, transcorridos
mais de dois mil anos de cristianismo,
se comportado de modo diferente?
Se abstrairmos o palácio de
Versalhes, a atitude moral, as escolhas
diante do poder do mundo transitório
está substancialmente modificada
para melhor? Aprendeu o ser humano
vendo a realidade da morte todos os
dias a retirar daquele que parte os bens
do mundo, a investir em valores que
conseguem atravessar a barreira do
túmulo? O que você acha? Confira
se a sua opinião está de acordo com a
de Joanna de Angelis quando ela
afirma no mesmo livro o seguinte:
"Ainda hoje, infelizmente assim
ocorre, no mundo, não poucas vezes,
quando se perseguem os triunfos e as
conquistas exteriores."

Kardec comenta na questão de n.°
714 do L.E. que "O homem que pro



cura, nos excessos de todo gênero, um
refinamento dos prazeres, coloca-se
abaixo do animal, porque o animal
sabe se deter na satisfação da necessidade.
Ele abdica da razão que Deus
lhe deu por guia e, quanto maiores
seus excessos, mais dá à natureza
animal império sobre sua natureza
espiritual."

Fico a pensar de onde nasce esse
pensamento de imortalidade que
torna o ser humano insensível à realidade
da morte com o inevitável

reencontro do ser com a própria
consciência.

É de novo Joanna de Angelis no
livro "Leis Morais Da Vida", psicografia
de Divaldo, 3a edição da
LEAL, quem faz o alerta: "Um dia,
sem que o queiras (destacamos), deixarás
todas as coisas e valores, ante

o impositivo da desencarnação, seguindo
contigo, apenas, os valores
morais legítimos, decorrentes dos
bens materiais que converteste em
esperança, alegria, progresso e paz,
qual semeador de estrelas que, após
transitar por um caminho de sombras,
conseguiu transformá-lo numa via-
láctea de brilhantes celestes."
Lembro-me bem de quando Jerônimo
Mendonça contava a história de
um homem humilde que todos os
dias, através da prática do bem, enviava
para o mundo espiritual um tijolo
de luz, acabando por construir
uma maravilhosa morada na outra
dimensão da vida. Enquanto isso,
lamentavelmente, a maioria constrói
a sua morada definitiva na Terra
das ilusões finitas e extremamente
passageiras...


O autor é escritor e expositor. Participa no
movimento espírita de Tupã-SP.

INFORME PUBLICITARIO


A Editora Francisco Spinelli, da Federação Espírita do Rio ôrande do Sul,
está lançando mais um livro ilustrado infantil: "A Borboleta Amarela".
O livro tem como tema "Deus, Pai e Criador". Destaca as belezas naturais
da criação divina. Estimula, na criança, a observação, o respeito e o amor
à natureza, bem como a possibilidade de sua interação positiva com a
mesma. A história ajuda a criança a descobrir-se como ser integral e a
penetrar na sua essência divina.

Pedidos: Federação Espírita do Rio Grande do Sul
Telefone: (51) 3224-1493 ou pelo e-mail livraria@fergs.com.br

426 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


A dor que não dói


Para que o ser imortal se realize é necessário
que enfrente os desafios buscando soluções

Adesio Alves Machado

meimeiadesio57@brasilvision.com.br


Doutrina Espírita será,
sempre, um permanente
convite para que tenhamos
urna nova visão
da vida. Com isto a dor

será sentida de uma forma totalmente diferente
da atual, por parte do ser humano.

Vianney, cura d'Ars, foi classificado
por Allan Kardec como um homem virtuoso.
Certa feita foi ele evocado a curar
uma pobre moça que havia perdido a
visão (1). Na oportunidade, o cura d'Ars
deixou uma memorável mensagem que
difere totalmente da então existente, ou
seja, a de que a dor dói. Quis mostrar o
virtuoso personagem que ela não dói
quando é vista através de outra ótica.

Mostrou, inicialmente, que ninguém
sofre por acaso e que Deus não pune, mas
sim que somos nós que nos punimos, ou
nos castigamos, toda vez que incorremos
na prática de atos contrários à Lei Divina.
Somos o que temos feito de nós.

E da Física que tudo quanto projetamos
para cima volta ao plano donde
partiu. Assim também são os nossos atos
e ações equivocados. Retornam à fonte
onde foram gerados.

Esse homem diferente, o cura d'Ars,
aditou que a alma precisa curar-se antes
do corpo e que a carne necessita ser castigada,
se necessário, para que a alma se
eleve. Os privados da visão deveriam ser
considerados bem-aventurados da expiação,
sentir-se-iam felizes, porque os
olhos teriam sido causa de escândalos em

das transatas. Filosoficamente adiu:

"...a cegueira dos olhos é, muitas vezes,
a verdadeira luz do coração, ao passo
que a vista é, com freqüência, o anjo
tenebroso que conduz à morte ".

Ainda em "O Evangelho Segundo o
Espiritismo" (2) temos o ensejo de
aprender que a desgraça real não está na
miséria, no credor que ameaça, na fome,
na desencarnação de um bebê, na angústia
da traição... Está, sim, nas conseqüências
de um fato, mais do que no
próprio fato. Exemplifica com a tempestade
que purifica o ar, dissipando os miasmas
insalubres que podiam causar a
morte. Foi mais adiante, quando, ao usar
de uma verdadeira hipérbole acrescentou:

"A infelicidade é a alegria, é o prazer, è

o tumulto, é a vã agitação, é a satisfação
louca da vaidade... ".
Importa chegarmos felizes, gloriosos
no reino celeste, e isto nos será mais
fácil vivendo bem, digamos assim, os
sofrimentos e as dificuldades, pelas quais
temos forçosamente de passar. Elas são.
sabemos, as conseqüências do que realizamos
em vidas passadas. Os prazeres
e facilidades terra-a-terra são, muitas
vezes, chagas morais que mantemos
abertas, bem vivas em nossa condição
interior.

Se todas as bênçãos que beneficiam

o corpo da criatura humana fossem regiamente
consideradas, como também as
concessões desfrutadas, ela somente
teria motivos para agradecer a Deus.
nunca para reclamar. Aliás, vale lembrar:
"O homem, em geral, somente busca
Deus para reclamar o que não tem,
nunca para agradecer o que tem ".

O ser humano tem necessidade de
evitar os excessos e abusos e saber aceitar.

com júbilo, os recursos que lhes chegam
da Providência Divina. Com tal atitude
tudo se lhe tornaria bem mais fácil.

Sendo a reencarnação um manancial
de ensinamentos divinos de impostergável
utilidade, dentro do processo evolutivo
da criatura na Terra, torna-se urgente
que o homem possua tal visão, para
que assim possam ser respondidas as suas
inúmeras e insistentes interrogações.
Tornar-se-ia mais agradável e rica sua
caminhada, com certeza, porque deixaria
de ver o mal onde só existe o bem.

Milhões vivem destituídos de bens
materiais e mantêm a alegria, como
também aqueloutros que passam por
duras provações sem perder o sentido da
existência, mantendo-se dignificados na
experiência iluminativa marcada pela dor.

Necessário que assim seja para que
nele desperte a claridade da fé e o avanço
evolutivo. Os insatisfeitos, caso soubessem
disso, bendiriam o pouco que
pensam ter (tudo que diz respeito ao
corpo pertence a Deus. tudo que diz respeito
à alma pertence ao Espírito) e os
prazeres (desgastantes), que supõem ser
merecedores de possuí-los, deixariam de
ter tanta importância cm suas vidas.

Paz e gratidão existiriam em todos os
limitados e sofredores, caso descobrissem
as razões que os tornaram "infelizes",
menos afortunados. Passariam a valorizar
os percalços, os impedimentos que hoje
lhes dilaceram a alma.

O Espírito calceta e imprudente, vivendo
debaixo de um corpo dilacerado
pelas deformações congênitas, tendo
mesmo tolhida a liberdade de locomoção
por injunções afugentes, caso permaneça
com sua lucidez mental, tais adversidades
significarão oportunidades incomuns
que o levarão à cumeada evolutiva.
Todo este quadro de dor faculta a
sua recuperação tendo em vista a sua
eternidade.

Assim, também, acontece com uma
organização física que tem a governá-la
uma mente debilitada ou possuidora de
transtorno do comportamento, impedindo
o raciocínio: significa valiosa
dádiva de Deus, desejando apressar os


Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 427


Precisamos viver felizes e agradecer a Deus a oportunidade de estarmos
encarnados, mesmo diante das dificuldades


resgates indispensáveis, considerando
que tal criatura marcou com gravames suas
experiências reencarnatórias transatas.

Precisamos viver sempre felizes, contentes,
agradecendo a Deus por havermos
renascido na carne, mesmo que estejamos
debaixo de chuva de granito, que nos faz
sofrer, ou cumulado de concessões de
saúde, dinheiro, beleza, inteligência,
poder e fama.

Aos poucos vamos aprendendo a
viver resignados com o que a vida nos
propicia e, com isso, tomamos amenos
os dias, pelo fato de anularmos a angústia,
o dissabor, convertendo-os em
esperança por melhores dias, os quais
chegarão pela porta do conhecimento de
nossa realidade espiritual, ofertado pelo
estudo do Espiritismo.

Os valores morais/espirituais, e os
pródromos da felicidade que se acham

ínsitos no ser humano, em verdade se
constituem num laboratório espiritual
pedindo estudo, análise, observação profunda
para levar o Espírito à sua destinação
feliz.

O Espírito Joanna de Angelis (3)
afirma categórica: "Se te encontras sob
chuvas de dificuldades e açoitado por
incompreensões e sofrimentos, sem
qualquer manifestação masoquista, alegra-
te, porque estás liberando débitos
perturbadores enquanto constróis patamares
que te facultarão ascender na
escada do progresso ".

As existências mais amenas parecem
ensejar oportunidades melhores de auto-
realização e júbilos, o que nem sempre
acontece, porque os que estão hoje em
amargos desafios, duras provações, no
passado também desfrutavam igualmente
desses momentos de aparente gozo e

428 | Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007

felicidade, e, no entanto, malbarataram

todas as ensanchas.

Para que o ser imortal se realize, não
se faz necessário que fuja de amargos
desafios, mas sim que os enfrente buscando
soluções.

E ainda Joanna de Angelis (4), página
104, capítulo 16, que assinala: "As
cumeadas de um monte somente são
atingidos por aqueles que conhecem as
baixadas que o sustentam ", mostrando
a Mentora que a necessidade de adquirirmos
experiências é o que nos leva a
encontrarmos a porta de saída do primarismo,
sendo então impulsionados para
as cumeadas da nossa destinação onde
nos aguarda, a felicidade.

Também diz a querida Mentora que

"As dores que chegam aos corações, em
luta de redenção, não têm caráter punitivo,
antes constituem técnicas de educação,
de que se utiliza o Pai Amoroso,
convocando o filho rebelde à educação
interior, à reparação dos próprios erros ".

Adita mais o outro lado da questão:

"Júbilos, facilidades, conforto, beleza e
saúde são concessões espirituais de
que os seus possuidores terão de
prestar contas, conforme o uso que
deles façam ".

Jesus, em todos os momentos de sua
estada terrena, nunca deixou de dar demonstração
de alegria de viver, principalmente
quando cantou a sinfonia das
bem-aventuranças, acenando com a felicidade
para todos os sofredores, e
mesmo após a crucificação não deixou de
pedir, alegremente, ao Pai, que perdoasse
aqueles Seus crucificadores, porque eram
crianças espirituais: por conseqüência,

não sabiam o que faziam.


(1) "O Evangelho Segundo o Espiritismo",
cap. VIII, item 20, edição FEB.
(2) id ibidem, cap. V, item 24, mensagem
do Espírito Delfina de Girardin, Paris, 1861.
(3) De Angelis, Joanna, livro "Nascentes
de Bênçãos", editora LEAL, capítulo 19,
página 122, psicografia Pereira Franco.
Divaldo.
(4) De Angelis, Joanna, psicografia Franco.
Divaldo Pereira, livro "Desperte e seja
feliz", página 104.
O autor é escritor, palestrante espírita e atua
também em programas radiofônicos.


A questão do pronome


Através das reencarnações temos tido
conhecimento do progresso da humanidade

Sergio Carvalho de Castro

sergio_c_castro@yahoo.com.br


emos informações de que

antes de reencarnar na

França, o sr. Hippolyte

Leon Denizard Rivail foi

a reencarnação de Jan
Huss, sacerdote tcheco e precursor da
Reforma Protestante, tendo nascido na
antiga Boêmia no ano de 1369.

Em 1400, foi ordenado sacerdote
e passou a ocupar o cargo de Reitor
da Universidade de Praga. Assim, a
partir desta data, começava a formar-
se o grande intelectual que era
Jan Huss: Reitor de uma universidade
européia e sacerdote, permitindo
que, neste mundo abençoado
por Deus, o seu progresso já fosse
feito com as duas asas. Como pregador
da capela de Praga, sua popularidade
cresceu e a universidade de
Praga abriu as portas para a intelectualidade
criativa.

Mas Jan Huss esteve entre nós
por apenas 46 anos. O Concílio de
Konstanz o condenou a morte na
fogueira em 1415. Temos conhecimento,
também, que ele foi um sacerdote
druida, vivendo na Gália,
área atualmente ocupada pela
França, por volta do ano 58 a. C.
Tentando nos aprofundarmos um
pouco mais nas vidas sucessivas do
mestre lionês, vamos ao texto de
Obras Póstumas, na comunicação do
dia 26 de março de 1856, na casa do

sr. Baudin, nesta data em sua última
reencarnação como o sr. Hippolyte
Leon Denizard Rivail. E que o sr.
Rivail estava preocupado com algumas
pancadas que ele havia ouvido em sua
casa na rua dos Mártires n2 8, na noite
anterior. Ele desejava algumas informações
e pergunta:

- "Meu espírito familiar, quem
quer que tu sejas, agradeço-te o me
teres vindo visitar. Consentirás em
dizer-me quem és?" (1)
E claro que este espírito de alta
envergadura não era aquele que pro-

Jan Huss


)cava as pancadas da noite anterior
n sua residência. Sabemos perfeita-
ente que este espírito familiar utiliiva-
se de outros espíritos capazes de
lusar estes fenômenos. Mas também,
io somos capazes de imaginar a psi)
sfera daquela sala na casa do sr.
audin, quando servia de médium a
ta. Baudin, que deveria ter, naquela
)oca, no máximo 16 para 17 anos
; idade.

As vibrações dulcíssimas flulavam
no ar, no ambiente, mas a
:rgunta estava lá, "quem és?" e a
:sposta veio:

- "Para ti, chamar-me-ei a Veride..."(
l)
Releio a resposta algumas vezes
)mo que procurando alguma coisa a
iais, mas chego a conclusão que está
ido lá, nada mais há que se possa
iicionar.

Na noite seguinte, releio tudo
avamente. A intuição me manda
verificar o mesmo texto no original
em francês.

- "Je vous remercie d'être venu
me visiter. Voudriez-vous me dire
qui vous êtes?"
- "Pour toi, je m'appellerai La
Vérité" (Oeuvres Posthumes- Paris,
1890)
Eu reli este texto no original por
uma infinidade de vezes, pois entendi
que ele possuía uma informação
importantíssima sobre as
vidas passadas do sr. Rivail. E que
a tradução, feita pelo nosso grande
Guillon Ribeiro, manteve o pronome
"tu" tanto na pergunta feita pelo sr.
Rivail como na resposta que veio a
seguir. Tal fato não aconteceu no
texto em francês, pois a pergunta
foi feita no pronome "vous" como
é norma entre os franceses, mas a
resposta veio no tratamento "tu"
(pour toi...).

O fato é que sabemos do rigor
que têm os franceses na questão do


Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 429


tratamento, rigor esse mantido até os
dias de hoje. Qualquer pessoa desconhecida,
seja na rua, numa reunião, em
um restaurante ou casa de comércio
deve ser tratada com a polidez do tratamento
"vous". Todavia, todos os
nossos íntimos e familiares podemos
tratá-los por "tu". Este tratamento, na
língua francesa, significa intimidade!

Voltando então ao texto original,
pude compreender a pergunta do sr.
Rivail que, com todo o respeito de um
bom cidadão francês, questionava
àquele ser superior que ali se encontrava,
usando a polidez do tratamento
"vous"; todavia a resposta daquele
espírito, que se propunha a não só ajudá-
lo na codificação da Doutrina que
florescia naqueles dias, como também
presidir e coordenar a sua publicação,
aparecia no tratamento "tu" (Pour toi...)

Assim, ao analisarmos a resposta
dada ao sr. Rivail, iremos ver que o
espírito que ali se encontrava tratava-o
com intimidade; na realidade, como se

o conhecesse há muito tempo. Tal fato
nos permitiu deduzir que certamente
o sr. Rivail não tinha certeza da superioridade
do espírito que ali se encontrava,
como ele mesmo declara: "A
proteção deste espírito, cuja superioridade
eu então estava longe de imaginar
...(1)
Tal não acontecia com a resposta
dada ao sr. Rivail, mostrando-nos que

o espírito tratava àquele ser reencarnado
com certa intimidade, como se
já o conhecesse, que era um ser familiäre
respondia: "Pour toicom o
quem diz: "eu te conheço de longa
data...na realidade de alguns milênios,
quando preparávamos a tua
descida até este orbe..."
Tal fato pode ser confirmado
através de um diálogo mostrado em
Herculanum, ditado pelo espírito de J.
W.Rochester(2), em que o Centurião
Quirilius Cornelius, na cela em que o
Mestre se encontrava preso diz:

- "Deixa-me salvar-te . toma a
minha armadura, este manto e esta
chave; abre a portinha que ali vês e
que dá para um estreito corredor ao
fim do qual te encontrarás numa viela
deserta."

E o Mestre agradecendo aquele
devotamento, ainda responde:

- "Não, amigo, eu não deploro a
minha sorte, a mesma que tiveram os
profetas que me precederam, mortos
pelos homens. Mas, não supunhas,
também, que eu desdenhe o sacrifício
da tua vida (parou com os olhos no
vácuo, dando à fisionomia uma feição
singular), pois tu hás-de morrer por
mim e estou a ver as chamas da fogueira
que te espera... Mas isso não
será por agora..."

Em nota de rodapé, na mesma
página do livro em referência, encontramos
a informação "João Huss, queimado
em Constança em 1415."

Em realidade, em nossa pequenez,
não somos capazes de imaginar como
se prepara um missionário; todo o
trabalho de elevação de um ser que irá
servir à humanidade. Mas o Espírito
Verdade estava ali, ajudando a seu
pupilo na missão que ele deveria
cumprir e mostrando que aquele ser
encarnado era um íntimo Seu e justamente
por isso o tratava por "tu" :
"Pour toi..."

Por outro lado, o Sr. Rivail não
sabia quem falava naquele momento,
mas o Espírito Verdade sabia ...é a
conclusão que podemos chegar!

Ainda temos a considerar, com referência
a esta reunião na casa do sr.
Baudin, em 25/03/1856, a superioridade
do ser encarnado ali naquele
momento, o sr. Rivail, que recebia um
ser angelical, da evolução do Mestre,
que o tratava com intimidade, demonstrando
conhecê-lo de outros tempos e
épocas. É claro que este ser que mais
tarde se chamou Allan Kardec é dt
uma superioridade que fica difícil imaginarmos;
pois o Mestre vinha pan
com ele dialogar e o ajudar, na intimidade
de uma residência terrena! É qu<

o Mestre sabia da importante missã<
que deveria ser desempenhada pele
Codificador!
Todavia, com relação a tudo isso
fica ainda a questão: que ilações po
demos tirar sobre a superioridade dest
espírito, Allan Kardec, que era tratadi
na intimidade pelo Mestre? O govei
nador do planeta chegava até aquel
sala e falava ao seu pupilo, seu intime
que compromissos assumiu no mund
espiritual para levar a bom termo a su
missão? Que perigos estariam re
servados em sua trajetória por est
mundo de seres encarnados? Consc
guiria cumprir sua missão?

As vidas sucessivas são uma fonl
inesgotável de informações sobre
progresso da humanidade; por iss<
sugerimos que o leitor complemen
este estudo passando os olhos na b
bliografia complementar e que
meigo rabi Galileu continue a olh;
por todos nós.

Bibliografia
1 - Obras Póstumas - Allan Kardec - pági
273 - Meu Guia Espiritual - 23a ed., Brasí
-DF- Editora FEB.
2 - Rochester (Espírito) - Herculanum
psicografado por ] W. Krijanowsky 10 e
Brasília -DF- Editora FEB, 2a parte car

- O eremita.
3 - A REENCARNAÇÃO na 416 - ANO L>
- Primeiro Semestre/98 - "Como se const
um educador" - Porto Alegre -RS.
430 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


Incrédulos de
má vontade


A existência da vida após a morte deverá se
tornar crença geral dentro em breve

J.Garcelan

jgarcelan@uol.com.br


ada vez mais verificamos
que o materialismo
é a "religião" predominante
na população
das classes mais favo


recidas que habitam nas grandes cidades
em todo o mundo, apesar das
seitas orientais e religiões outras, proliferarem.
Muitas das orientais, pregando
inclusive a reencarnação e a
razão do porquê de aqui voltarmos
muitas vezes, chamando a isso de
carma. Muitos se envolvem com o
misticismo de ambas as orientações
espirituais, visando sempre o seu ego


centrismo e por atenderem, principal


mente, aquilo que mais desejam, ou
seja, o seu bem estar.

Para isso os meios de comunicação
aí estão com seus apelos consumistas
exagerando na dose (fato reconhecido
por eles mesmos recentemente). Os
noticiários exibidos na televisão, nos
jornais, revistas, etc. nos mostram
todos os dias, adolescentes e adultos
oriundos de famílias de poder aquisitivo
alto, envolvendo-se em crimes das
mais variadas espécies, principalmente

. contra o patrimônio e tráfico de
drogas. Outros ainda, por não acre


ditarem ou por serem INCRÉDULOS
DE MÁ VONTADE, prejudicam os
mais ingênuos e fracos por estarem
em situação de poder, pois acham que
a vida termina com o último fechar
de olhos.

No capítulo III, item 22 de O Livro
dos Médiuns - Traduzido da quarta
edição francesa por Eliseu Rigonatti
em 1966 - Edição Especial - Editora
Lumem Allan Kardec diz: "Ao lado
dos materialistas propriamente ditOS,
há uma terceira classe de incrédulos
que, apesar de materialistas, ao menos
de nome, não são menos refratários;
são os incrédulos de má vontade. Estes
se desgostariam de crer porque isso
lhes perturbaria o sossego nos gozos
materiais; temem ver nisso a condenação
de sua ambição, de seu egoísmo
e das vaidades humanas das quais
fazem suas delícias; vedam os olhos
para não ver e tapam os ouvidos
para não ouvir. Não podemos senão
lamentá-los".

A falta de religião na educação de
nossos filhos, principalmente nas duas
últimas gerações, teria sido uma das
causas desse estágio conflitante entre
o crer com fervor na Divindade e o
viver que a Porta Larga mencionada
no Evangelho menciona.

"Não Ouço", "Não Falo", "Não
Vejo", estas frases tradicionais nas

figuras dos três macacos, poderia ser
acrescentada de "Não Penso" (mais
um macaco). Pois o ser humano, cego
e surdo aos apelos do Evangelho, se
envergonha ou se submete à velha história
da carochinha, "O Rei está Nu".
Para os que não sabem, dois vigaristas
vendem ao rei um tecido invisível e o
convencem de que só as pessoas inteligentes
veriam o tal pano. O rei, vaidoso
e ignorante, compra o tal tecido
pagando uma fortuna por ele. Seu
séquito, composto de inúmeras pessoas,
também é envolvido pela trama
dos velhacos, pois todos têm medo de
serem chamados de ignaros. Assim, os
alfaiates "fazem" uma roupa que será
usada no desfile anual do reino, tendo
à frente o Rei. Chega o grande dia! Os
súditos do reino, a par das "propriedades
do tecido", lotam ambas as
margens da alameda. Todos na verdade
vêem que o Rei está nu, mas o
medo de serem chamados de estúpidos
faz com que calem a boca. Mas, eis
que surge a verdade! Uma criança na

sua inocência grita; 0 Rei está Nu!

Assim, meus irmãos, um dia todos
nos veremos a nudez da mentira o
constataremos que a verdade nos foi
ensinada há dois mil anos quando recebemos
de Jesus os ensinamentos
para que pudéssemos ter uma vida
segura e evoluir cada vez mais até
atingir o estágio a que todos nós cstamos
destinados.

Cientistas de várias partes do
mundo já constataram a existência da

vida após a morte e continuam sua

busca para provar de uma maneira
eficaz que a nossa existência verdadeira
é em forma de espírito que vive
liberto, fora do corpo carnal. Já provaram
que mente e cérebro são coisas
diferentes. Mas para que o mundo
saiba disso é necessário que a mídia
materialista se envolva no assunto de
maneira absoluta. Bastaria essa mídia
se perguntar por que as sociedades

Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 43 1


médico-espíritas estão se espalhando
pelo mundo e qual a razão dos seres
humanos serem tão diferentes uns dos
outros. Quando isso acontecer, escutaremos
o "Rei está Nu".


Dar-se-á àquele que tem
No Capítulo XVIII, item 13 do
Evangelho Segundo o Espiritismo IDE
- Tradução de Salvador Gentile
-40a. Edição, assim está escrito: "Seus
discípulos se aproximando, lhes disseram:
Por que lhe falais por parábolas?
E, lhes respondendo, disse: É
porque para vós outros foi dado conhecer
os mistérios do reino dos céus,
mas para eles, não lhes foi dado:
Porque a todo aquele que já tem se
lhe dará ainda, e estará na abundância;
mas para aquele que não tem, se lhe
tirará mesmo o que tem. Por isso eu
lhes falo por parábolas; porque vendo
eles não vêem, e escutando não ouvem,
nem compreendem. E a profecia de
Isaias se cumpre nele quando disse:
escutareis com vossos ouvidos e não
ouvireis; olhareis com vossos olhos e
não vereis. (São Mateus, cap. XIII,

v. 10 a 14).
* * *

Recentemente, assisti ao filme
"Minha Vida na Outra Vida". Uma


história que é baseada em fatos reais.
O enredo começa nos Estados Unidos
e termina na Irlanda. Uma mulher
"sonha" com fatos de uma encarnação
passada. Sua agonia a leva até a Irlanda
onde busca descobrir onde se encontra
a sua família daquele pretérito.
Sua família atual fica preocupada, pois
mesmo acordada a heroína do filme
se desliga, ou seja, fica em estado sonambúlico
e vê quadros vivenciais da
outra existência. Finalmente, descobre
que sua missão é unir todos os filhos

que teve naquela vida, pois havia desencarnado
em 1938 e seus filhos se
espalharam por razões que os que
assistirem ao filme descobrirão.

Nesse filme há uma passagem que
ilustra este artigo, daí mencioná-lo.
Um sacerdote na Irlanda, interrogado
a respeito da reencarnação, responde
não acreditar nesse fato, mas que, em
certas ocasiões Deus permite que em
casos especiais aconteça um milagre
e um espírito se manifeste através
de uma pessoa para comunicar algo
importante. Mesmo tendo todas as
provas: a história, o túmulo, a família
da desencarnada, etc. o religioso recusa-
se a ver, escutar e a raciocinar.

O DVD tem uma parte "EXTRA"
onde estão inseridas palestras do Dr.
Décio Iandoli Jr., do Presidente da
Federação Espírita Brasileira, entre
outros.

Frases de Allan Kardec, Gabriel
Delanne, Leon Denis entre outros
estão em evidência no filme.

A película teve lançamento mundial
e penso eu que a partir de agora o
abrir das cortinas será um pouco mais
rápido.


O autor é Oficial da Polícia Militar Reformado
e atualmente dedica-se ao estudo e
divulgação espírita.


O QUE ENSINA O ESPIRITISMO

LIVRO DE GERSON SIMÕES MONTEIRO É LANÇADO
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O QUE ENSINA O ESPIRITISMO SE CONSTITUI NUM CURSO RÁPIDO SOBRE O
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432 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


"Renúncia" no teatro


Peça baseada no romance psicografado
por Chico Xavier ganha os palcos brasileiros

Redação

Em cartaz nos principais teatros
desde maio de 2005, a peça teatral
Renúncia tem emocionado platéias
em todo o Brasil.

O espetáculo, adaptação do livro
psicografado por Chico Xavier pelo
Espírito Emmanuel, trata de uma
história de amor que relata a existência
de Alcione, Espírito que
passa por uma encarnação de renúncias
e dedicação a todos que a
cercam, demonstrando heroísmo e

soras. Quem não se recorda da peça
lealdade, na frívola Paris do rei


teatral Laços Eternos, que ficou em
nado de Luís XIV. cartaz durante doze anos, e O Amor
Alcione, um espírito abnegado, Venceu, também exibida por longo

volta à luta terrestre para estar com período, apresentada em mais de 350
Carlos, o ser por quem havia intercidades
do Brasil e assistida por mais
cedido no plano Espiritual, propondo-
se a ajudá-lo nas provas,
expiações e reparações da nova
existência na Terra. O grande
amor do passado, os acertos e
desacertos desse grupo que reencarna
em conjunto para novas
conquistas espirituais e a dedicação
amorosa de Alcione servem
de moldura para o desenrolar ágil
e envolvente dessa trama, marcada
também por sentimentos
violentos, alertando-nos para a
ilusão da matéria ante as realidades
eternas do Espírito.


Vocação para o sucesso
Renúncia foi concebido a
partir do êxito de suas anteces-

Renata Sarti e Sidney Francischini


de 800 mil pessoas com absoluto
sucesso?

A Adaptação para o teatro e a
Direção estão a cargo de Dirceu
Capuchinqui, que utilizou todos os
recursos adquiridos durante a sua
formação teatral como Bacharel em
Direção Teatral pela Escola de

Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo,
e dos anos em que dirigiu
Laços Eternos e O Amor
Venceu.

Para manter o alto nível
do espetáculo, a peça conta
com a participação de um
experiente elenco formado
por onze atores e quatro
técnicos, sem contar a cenografia
e o figurino impecáveis
da época.

Até o fechamento desta

edição, não tínhamos a programação
das próximas apresentações
do grupo. Para maiores informações,
entre em contato com Cadir
Produções: Telefone 11-3277-5575,
e-mail cadirprod@superig.com.br ou
acesse http://cadir.multiply.com


Cena retratando baile do século XVII

Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 433



Chico Xavier em
DVD inédito


Lançado DVD duplo com imagens exclusivas
do médium em valioso acervo histórico

Redação

No dia 7 de julho de 2007 foi
lançado Chico Xavier inédito de
Pedro Leopoldo a Uberaba.

A obra reúne quatro filmes inéditos
e históricos com o grande
médium Espírita Francisco Cândido
Xavier (1910 - 2002), realizados
em 1951,1955,1983 e 2007
nas cidades de Pedro Leopoldo,
Uberaba e Belo Horizonte.

Nunca exibidos em cinema, TV
ou vídeo, os filmes foram produzidos
por César Burnier (1951),
Lauro Michielin (1955), Caio de Alcântara
Machado (1983) e Oceano
Vieira de Melo (2007).

A Versátil, através de seu selo
Vídeo Spirite, conseguiu reunir
todo este acervo em dois DVDs
por intermédio de minucioso trabalho
de pesquisa e recuperação
de imagens.

Para quem conheceu Chico
pessoalmente, terá a rara oportunidade
de revê-lo em várias situações
e em diversos períodos de sua
vida, servindo ao próximo, dando
exemplos de humildade e sempre
oferecendo ensinamentos preciosos.
Para quem não conviveu com Fran


idade, e até seus familiares estão
disponíveis nesta obra.

Vale destacar os inúmeros depoimentos
de pessoas que foram
beneficiadas através dos conselhos
ou das cartas psicografadas pelo
saudoso médium. São testemunhos
emocionados de pessoas que, após
sentirem a dor pela desencarnação
de um familiar e estarem à beira
da desesperança, recuperaram a
força e a esperança para prosseguirem.
Alguns até passaram a se
engajar nos trabalhos espíritas,
tamanho o convencimento da imortalidade
da alma que recebiam.

Os vídeos extras são outra fonte
histórica muito rica: entrevistas,


cisco Cândido Xavier, poderá ter uma
idéia de o porquê ele ser ainda tão
querido e respeitado.

Além da história do grande médium,
depoimentos de espíritas como
Hernâni Guimarães Andrade, Jerônimo
Mendonça, Clóvis Tavares,
Carlos Baccelli, Marlene Nobre, entre
outros, abrilhantam ainda mais a
obra. Imagens de Chico Xavier recebendo
o espiritualista Pietro
Ubaldi, ou psicografando em velocidade
inacreditável aos 45 anos de

homenagens, um programa sobre os
50 anos de mediunidade de Chico,
a entrega do título de cidadão paulistano
em 1973, à sombra do abacateiro,
dentre outros, completam

o acervo deste DVD.
Para adquiri-lo, acesse
www.dvdversatil.com.br ou telefone
para 11 3670-1960.


434 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


Acontece entre os dias 30 de
novembro e 02 de dezembro o XI
CONECE - Congresso Espírita do Estado
do Ceará, com o tema "Livro
dos Espíritos: Uma viagem pela Ciência,
Filosofia e Religião". O evento
acontecerá no Hotel Oásis Atlântico
Imperial (Av. Beira Mar, 2500 - Meireles
- Fortaleza, CE) e contará com
os seguintes conferencistas: João
Nestor Masotti (DF), Ricardo Di Bernardi
(SC), Suely Caldas Schubert
(MG), Alberto Almeida (PA), Simão
Pedro de Lima (MG), João Figueiredo
(CE) e Samuel Nunes Magalhães (CE).

Maiores informações através do
telefone 85-3212-4268, e-mail
fe_espirita@yahoo.com.br ou ainda no
site www.feec.org.br


O projeto apresentado pela deputada
Iraê Lucena que propôs a criação
de 18 de abril como Dia Estadual do
Espírita na Paraíba foi sancionado,
ficando assim instituída a data no calendário
oficial do estado. A deputada
autora da propositura é também
autora do projeto que instituiu a "Comenda
da Paz Chico Xavier". Propôs
sessão especial para comemorar os 90
anos da FEPb e os 150 de Espiritismo,
sendo esta conjunta com a Câmara
Municipal de João Pessoa, através do
vereador Flávio Eduardo (Fuba).

O Instituto de Pesquisa e Ensino da
Cultura Espírita (IPECE) realizará entre
os dias 26 e 28 de outubro a 2a edição
do Congresso Ciência e Espírito. Com

o tema "O Mecanismo do Processo
Reencarnatório associado às teorias
de Darwin e Kardec", o evento ocorrerá
no Vacance Hotel, em Águas de
Lindóia, SP. Inscrições pelo telefone
11-3081-7208.
Acontece entre os dias 10 e 13 de
outubro no Tribunal de Justiça do Estado
da Bahia, em Salvador, o IV Congresso
Brasileiro dos Magistrados Espiritas.

Com o tema central "Direito, Justiça,
Espiritismo", o evento terá em pauta a
espiritualização do Direito e a humanização
da Justiça, a tarefa de julgar, e os
desafios do dia-a-dia da vida profissional,
Bioética e Direito, humanização
do sistema penitenciário, aborto e
questões outras que dizem com a missão
e responsabilidade do juiz espírita.

Maiores informação na Associação
Brasileira dos Magistrados Espíritas
através dos telefones 61-3329-5846/
3328-0956, fax 61-3326-8986, no e-mail
abrame@abrame.org.br ou ainda no site
www.abrame.org.br


A FEB, Federação Espírita Brasileira,
juntamente com a CEERJ, Conselho

Espírita do Estado do Rio de Janeiro
programou para o segundo semestre
deste ano uma série de seminários
destinados aos trabalhadores e dirigentes
espíritas. Dia 22/09, das 9h00
às 12h30, Marlene Rossi Severino
Nobre com o tema "Medicina, Espiritismo
e questões bioéticas"; 20/10,
das 9h00 às 16h00, Cecília Rocha com

o tema "Pelos caminhos da evangelização";
24/11, das 9h00 às 12h30,
Richard Simonetti, com o tema "O
Espiritismo e o sonho cristão" e
finalizando, dia 15/12, das 9h00 às
12h00, Altivo Ferreira e o tema
"Encerramento dos 150 anos do
Espiritismo".

Os seminários serão realizados na
sede histórica da FEB (Av. Passos,
30 - Centro - Rio de Janeiro, RJ).
Maiores informações através do telefone
21-3078-4747.


Ill Seminário Sobre Educação
Dra. Maria Del Mar Gonaler Franco



No dia 15 de setembro, sábado, das
9h00 às 17h30, acontece em Caxias
do Sul, RS, no Teatro São Carlos (Rua
Feijó Júnior, 778 - b. São Pelegrino)

o III Seminário sobre educação. O
tema central "A grande transformação"
será desenvolvido pela
Dra. Maria Del Mar Gonzales
Franco, São Paulo, SP, psicóloga e
espírita há mais de 25 anos. Maiores
informações através do telefone
54-3223-8052 com Carmen ou no
e-mail perettij@terra.com.br
Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 435


Depois do grande sucesso de
"Há dois mil anos", o grupo teatral
Arautos da Luz apresenta a peça
"Amargo despertar", de Victorien
Sardou e direção de Alna Ferreira.
Até o dia 23 de setembro os espetáculos
estarão sendo realizados
aos sábados e domingos, às 16:00,
no Teatro Santo Agostinho (Rua
Apeninos, 118 - Liberdade - estação
Vergueiro do metrô - São
Paulo, SP - telefone 11-3209-4858).
Contatos para espetáculos e caravanas
podem der feitos através do
telefone 11-9409-3729.


O Centro Espírita Operários da
Verdade, localizado na Rua Brasil,
244 - Bairro de Vila Arens - Jundiaí
/ SP) completa 66 anos de atividades
no dia 28 de setembro de 2007.
Para comemorar a data está programada
uma feira de livros, palestra
e seminário com Suely Caldas
Schubert. Acompanhe a programação
de aniversário:

Feira do livro espírita, de 15 a 30
de setembro (de segunda a sexta-feira
das 19h00 às 21h30 - Sábados das
13h30 às 17h00 e aos domingos das
09h00 às 12h00);

Palestra com Suely Caldas
Schubert no dia 28/9 às 20hs com o
tema "As leis da consciência";

Seminário com Suely Caldas
Schubert no dia 29/9 das 14h30 às
18h30h com o tema "Dimensão espiritual
do Centro Espírita". Participe!


Sediada em Goiânia (GO), a
OMNI foi criada para estimular a
comunicação e a interconectividade
entre pessoas e instituições.
O projeto inovador visa também
colaborar com instituições educacionais
e de pesquisa. A OMNI conta
com estúdios de áudio e imagem,
ilha de edição e vários servidores de

informática, para sustentação de seus
portais na internet, assim como para
hospedar sites e blogs de pessoas
e instituições de caráter espírita.
Aceitam ainda artigos breves para a
divulgação em seus portais na internet,
desde que aprovados pelo seu Conselho
Editorial.

Visite http://www.omninet.org.br/.


Orson Peter Carrara e Emanuel
Cristiano ladeando a Sra. Irene
Guião, dirigente da Comunhão
Cristã de Maputo, Moçambique

Os expositores Emanuel Cristiano e
Orson Peter Carrara realizaram uma série
de palestras e entrevistas entre os dias
20 e 30 de julho em três países do continente
africano: Moçambique, Angola
e África do Sul. A jornada iniciou-se
em Maputo, Moçambique, onde foram
recepcionados pela Comunhão Espírita
Cristã, única instituição do país, que
inclusive já foi visitada por Divaldo
Franco. Na oportunidade, os anfitriões
destacaram o importante estímulo de
Divaldo, Raul Teixeira, dentre outros,
relataram suas dificuldades e conquistas
além de manifestar imensa alegria pelo
encontro internacional.

Em Luanda, Angola, realizaram
palestras e participaram de programa de
variedades e entrevistas no período da
tarde em emissora de TV local. Essas
atividades estiveram sob responsabilidade
da União Espírita Cristã de
Angola. Visitaram ainda a Sociedade
Espírita Allan Kardec, que realiza
expressivo trabalho social em prol da
comunidade carente da região. Encerrando
a jornada, os expositores estiveram
em Johannesburg, na Africa do
Sul, em visita ao Centro de Redenção
Francisco de Assis.

Contatos com as instituições visitadas:


Moçambique - Comunhão Espírita
Cristã:

asicandar@millenniumbim.com.mz
margo_3000@yahoo.com

ecarneiro@milleniumbim.com.mz;

Angola - União Espírita Cristã de
Angola:

adalomba@hotmail.com
jotasaraiva@yahoo.com e Sociedade

Espírita Allan Kardec:

ameliaccazalme@yahoo.com.br;

África do Sul - Centro de Redenção
e auxílio Francisco de Assis:

cneponuceno@mweb.com.za

carnep@hotmail.com


Ney Prieto Peres

No dia Io de julho, próximo ao local
onde no passado foi a residência do
vidente sueco Emanuel Swedenborg,

o Grupo de Estudos Espíritas Allan
Kardec, da Suécia, promoveu evento
comemorativo aos 150 anos do Espiritismo
com a presença dos palestrantes
Ney Prieto Peres e Dra.
Maria Júlia P. M. Prieto Peres, de
São Paulo. SP.
• Os temas "A vida após a morte"
e "Regressão de memória - evidências
científicas e modelos explicativos"
foram abordados de maneira
pedagógica e inteiramente calcada nos
postulados da Doutrina Espírita, demonstrando
o grande conhecimento
científico e doutrinário que ambos
possuem, despertando grande interesse
do público presente.
436 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


Quando todos
são culpados


Perdoar é um ato de sabedoria

Octávio Caúmo Serrano

caumo@veloxmail. com.br


o item 5 do capítulo X de O Evangelho
Segundo o Espiritismo, há uma observação
de Jesus, segundo relatado no
Evangelho de Mateus, sob o título "Reconciliar-
se com os adversários".
Na referida lição, parte do capítulo que diz "Bem-
aventurados os Misericordiosos", somos aconselhados
a consertar-nos sem demora com nossos adversários,
enquanto estamos a caminho com eles. Se perdermos a
oportunidade, nós seremos aprisionados e de lá não
sairemos antes de pagar até o último ceitil.

Para o espírita, tal advertência reveste-se de importância
maior porque sabemos de vida eterna, de reencarnação
e de obsessão.

O que queremos destacar é o mecanismo do perdão
para que a reconciliação se efetive, ou pelo menos seja
intencional, para que se amenize o ódio entre as pessoas.
Quando há a reconciliação em "vida" economizamos
inimigos na "morte".

A simbologia da prisão a que se refere Mateus e o
pagamento do último centavo significa o aprisionamento
espiritual do homem a si mesmo, pela consciência
pesada e pela perturbação que sofre ou provoca a
um terceiro.

Negar o perdão significa manter a outra parte presa
ao erro, sem receber a misericórdia da desculpa de nossa
parte, tão necessitados, também, da bondade e do
perdão dos outros.

Para não ter que se reconciliar com os adversários,
a saída mais inteligente é não ter adversários. Adversários,
ou inimigos, iá nos explicou Chico Xavier, é

Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 437


438 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


sempre quando conquistados com o próprio esforço,
todo exibicionismo desnecessário é geratriz de sofrimento.
Nosso e dos outros.

Infelizmente o homem ainda não percebeu que é preciso
contentar-se com um pouco menos a fim de que o
outro tenha o mínimo para sobreviver. Não se trata de
fazer voto de pobreza, mas de oferecer aos irmãos pelo
menos as migalhas da mesa farta. Só falta o homem
despertar desse sonho secular para que o mundo se
transforme. Enquanto não o fizer, sentirá na carne a
dor da sua insensatez e acomodação.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo
XVI, item 11 - Emprego da Fortuna - um espírito protetor
- Cracóvia 1861, aconselha-nos o seguinte: "Rico,
dá do teu supérfluo; faze ainda mais; dá do teu necessário,
porque o teu necessário é também supérfluo, mas
dá com sabedoria ". Diante da desigualdade da riqueza,
que é distribuída numa divisão mal feita e gananciosa,
temos de aprender a usar a fortuna material para gerar

o tesouro espiritual. Preparar com os tesouros da terra
o que serão nossos tesouros do Céu. Só fazem isso os
que já têm sabedoria. E Jesus já advertiu que só esse
tesouro é que o ladrão não pode roubar nem a traça
pode comer nem a ferrugem pode destruir. Tudo o mais
é provisório e efêmero.
Perdoa incondicionalmente as faltas alheias como
você precisa do perdão da Justiça Divina; facilita a vida
dos outros para não ter inimigos; reconcilie-se com
eventuais inimigos que você fez até agora, por invigilância
ou desconhecimento. Sai do mundo para entrar
na vida sem levar máculas que pesam e obstruem a

felicidade. Mas faz tudo isso agora!


Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 439


Homenajes a
Allan Kardec
Desde el Bicentenário de nacimiento del Codificador
y ahora con el Sesquicentenário de la publicación del
Libro de los Espíritus, instituciones de los 32 países que
integran el Consejo Espiritista Internacional han realizado
importantes homenajes. Destacamos algunas en función
de lo que abarca y otras, significativas, porque fueron realizadas
en locales donde vivió Kardec.
• Brasil
Sobre las dos efemérides, la Federación Espiritista
Brasileña realizó eventos en su sede y acciones de su Consejo
Federativo Nacional, incluso con la aprobación del
pionero "Plan de Trabajo para el Movimiento Espiritista
Brasileño 2007/
2012". La FEB lanzó la colección de la
Revista Espiritista (1858-1869), edición especial del Libro
de los Espíritus y de Suplementos de
la revista Reformador. La FEB logró
de los Correos el lanzamiento de dos
estampillas en homenaje a Kardec
(2004 2007).
La del Bicentenário
fue la estampilla más vendida, totalizando
800.010, por los Correos.
Evento importante del Sesquicentenário
fue el 2o . Congreso Espiritista
Brasileño, promovido por la FEB
(Brasília, 13 a 15/04/2007), con el
tema central "El Libro de los Espíritus
en la Edificación de un Mundo
Mejor". Más de tres mil inscritos, y
en cada día de acceso libre, en el
Gimnasio de Deportes, comparecieron
más de siete mil personas. Acompañaron
en vivo a la TVCEI 12.500
internautas, de 33 países y de Brasil.
La Cámara de los Diputados promovió Sesiones solemnes
en homenaje al Bicentenário y por el Sesquicentenário
(Brasília, 27/04/2007) y también varias Asambleas
Legislativas de los Estados y Cámaras de Concejales.
Marcante, con 15 mil participantes al final, fue el Encuentro
del Sesquicentenário de Sao Paulo (21/04/2007),
promovido por varias Entidades del Estado.
440 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007

A RIE también enfatizo ambas conmemoraciones con
ediciones especiales.

• País natal del Codificador
El CEI y la Unión Espiritista Francesa y Francofônica
promovieron el 4o. Congreso Espiritista Mundial (Paris,
2 a 5/10/2004), con el tema central: "Alian Kardec - el
Edificador de una Nueva Era hacia la Regeneración de la
Humanidad". Comparecieron representantes de 30 países
En el evento, fue lanzada Estampilla Postal y Sello Obliterativo,
por el Bicentenário de Kardec, simultáneo a Bra



sília, contando con representantes de La Poste (Correos
de Francia) y del Embajador de Brasil. Fueron lanzados
libros sobre Alian Kardec y ediciones especiales de revistas,
como La Revue Spirite (Ed. CEI/USFF) en francés,
inglés, español y esperanto.

En la tierra natal de Kardec hubo la exposición "Lyon,
corazón del Espiritismo, Alian Kardec y los espiritistas
lioneses", en la Biblioteca de Lyon, de 15/10/2004 a
15/01/2005. En la misma ciudad, el día 18/04/2005, fue
inaugurado monumento en homenaje a Kardec en la avenida
Quai Docteur Gailleton, esquina con a Calle Sala,
donde existía la casa en que nació Rivail, con presencias
de los representantes del Alcalde de Lyon y del Alcalde
del 2o arrondissement de Lyon, de la USFF, del CEI y de
la FEB.

Alusivo al Sesquicentenario, el CEI mantuvo stand en
el Salon du Livre de Paris, de 21 a 27/03/2007, exponiendo
sus obras en francés, asi como diez del médium
Francisco Cándido Xavier, "Alian Kardec - El Codificador
y el Educador" (Thiesen y Wantuil), edición conmemorativa
en francés del Libro de los Espíritus, la Revista
Espiritista, y expone obras de Les Éditions Philman.
En el propio Salón del Libro, el CEI promovió mesa
redonda sobre el Sesquicentenario y, en el mismo día,

Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 44 1



442 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007


os achados das Neurociências sobre os
estados de consciência ampliados; os

II Jornadas Portuguesas de sinais Biomoleculares que indiciam o

momento exato da reencarnação, a Se


xualidade e a Espiritualidade na visão

de Kardec-Emmanuel, a Espirituali


Medicina e Espiritualidade

dade, a Religiosidade e a Depressão, Ser

Rosário Caieiro - Portugal

750 pessoas estiveram reunidas no
fim de semana de 7 e 8 de julho, esgotando
a lotação do Auditório da Faculdade
de Medicina Dentária da Universidade
de Lisboa, para assistirem pelo
segundo ano. consecutivo às Jornadas
Portuguesas de Medicina e Espiritualidade,
organizadas pela Associação
Médico-Espírita Internacional e pelo
GEB - Grupo Espírita Batuíra.

Este ano contou-se ainda com a
presença dos membros da recém-
criada Associação Médico-Espírita de
Portugal, tendo alguns deles sido os
moderadores das várias Mesas.

O evento decorreu sob o lema
"Com Kardec e Chico Xavier, 150
anos a construir o paradigma médico-
espírita", tendo-se assim prestado
homenagem ao centésimo quinquagésimo
aniversário do lançamento de O
Livro dos Espíritos (18 de Abril de
1857) e também aos 80 anos do início
da abençoada mediunidade missionária
do nosso muito querido Chico Xavier
(8 de julho de 1927).

O objetivo das II Jornadas foi o de
continuar a divulgação para o público
em geral, a classe médica e profissões
afins em particular, o paradigma médico-
espirita e a sua visão holística da
saúde, o qual considera que todos os
processos mórbidos são essencialmente
mentais e comandados pelo espírito.

Sízundo a Dra. Marlene Nobre, presidente
da Associação Médico-Espírita
Internacional e anfitriã destas Jornadas
"sob esta óptica, a saúde e a doença
fazem parte, em muito maior medida,
dos atributos da alma do que do corpo

físico, dado que é da competência da
alma a metabolização e integração de
todos os fenômenos que a influenciam,
quer estes sejam físicos, biológicos,
sociais, culturais ou espirituais."

Ao longo destes dois dias, pudemos
ouvir oito médicos brasileiros: o Dr.
Roberto Lúcio Vieira de Souza, o Dr.
Décio Iandoli Jr., a Dra. Kátia Mara-

Conferencistas e membros da Associação Médico-Espírita de Portugal


buco, o Dr. Júlio Peres, o Dr. Alberto
Almeida, o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira,

o Dr. Fábio Nasri, e a própria Dra. Marlene
Nobre, Presidente da AME-Internacional
e da AME-Brasil, abordarem
alguns temas da Medicina Espiritual,
a qual se baseia na integração corpomente-
espírito.
As conferências focaram temas
importantes como a regressão de memória
e a vida intra-uterina, os mecanismos
de ação do perispírito, a mediunidade
e os transtornos psiquiátricos, a
Psicologia espírita e a Transpessoal, a
Obsessão e as suas várias "máscaras",

Médico e Ser Humano, e Jesus, o Terapeuta
Transpessoal, entre outros.

Todas estas apresentações mostraram
como e quanto a Espiritualidade
pode ajudar a humanidade a superar
as doenças.

O que o paradigma médico-espírita
deseja é levar a alma à Medicina e, para
isso, enfrenta este desafio em duas
frentes: por um lado, estudando, investigando
e procurando a confirmação ci


entífica da existência do espírito e da
ação que este exerce sobre a matéria; e
por outro, realçando o valor da bondade,
do calor humano e da solidariedade
com que o médico deve dedicar e
amparar o seu paciente.

Ao fazer com que a área espiritual
seja incluída na prevenção e tratamento
da saúde, conseguir-se-á que a Medicina
da Alma seja, de fato, a Medicina
do terceiro milênio.


informacoes@grupoespiritabatuira.pt
www.geb-portugal.org

Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 443


Espiritismo nas Universidades de
Cambridge e Oxford, Inglaterra


O Professor Doutor Luís de Almeida, cientista português da Agência
Espacial Européia (ESA) e da Agência Espacial Norte-Americana (NASA)
levou a Doutrina Espírita aos rigorosos meios acadêmicos das
Universidades inglesas de Cambridge e Oxford

José Santos - Espinho, Portugal

zy. santos@gmail. com


a respeitada Universidade
de Cambridge que
deu ao mundo oitenta e
um "Prêmios Nobel" e
albergou nomes como

Sir Isaac Newton, Bertrand Russell, J.

J. Thomson, Ernest Rutherford, Niels
Bohr, Paul Dirac, Max Born, James
Watson, Steven Weinberg e Stephen
Hawking entre tantos outros... o cientista
português levou a cabo duas conferência
sobre "O que é Espiritismo, e
o que não é Espiritismo" e outra sobre
"O Papel do Espiritismo na sociedade
vigente e a importância do Espiritismo
na vida de um cientista". O evento decorreu
no dia 14 de Julho, às 9 horas e
segunda conferência às 14 horas e teve
lugar no conceituado "Instituto de
Ciências Matemáticas Isaac Newton",
dirigido, atualmente, pelo Professor
Doutor Stephen Hawking, com o título
de professor lucasiano (nome que se
dá a uma cátedra) outrora ocupada por
Isaac Newton.
É a primeira vez que um espírita
profere uma palestra sobre o Espiritismo
na conceituadíssima Universidade
de Cambridge, Faculdade de
Matemática da Universidade de Cam-


Professor Doutor Luís de Almeida

bridge e no Instituto de Ciências
Matemáticas Isaac Newton do Reino
Unido, e para um público totalmente
europeu, onde só constavam cientistas,
professores e estudantes universitários.
O auditório totalmente lotado comportou
cerca de 500 pessoas.

Tudo começou com uma brincadeira
entre cientistas ingleses, irlandeses
e escoceses com o cientista português.
Face á racionalidade com que o
Prof. Dr. Luís de Almeida "fala" sobre a
Doutrina Espírita no seio da "família"
de cientista, esta despertou o interesse
dos seus colegas que sem ele saber

tinham agendado uma conferência espírita,
exclusiva ao meio acadêmico.
Conferência essa que nem sequer foi
divulgada e o pesquisador português até
a desconhecia. Soube dois dias antes,
já que tinha que se deslocar à Universidade
de Cambridge em trabalho.

O cientista Luís de Almeida abordou
sempre de forma magistral um paralelismo
constante entre Espiritismo e
Ciência (Astrofísica e Cosmologia):
falando-nos primeiramente dos fenômenos
espíritas, que despertou interesse
ao longo da história da humanidade,
levando a vários cientistas como

o físico-químico inglês Sir William
Crookes, o astrônomo francês Camille
Flammarion e o pedagogo francês
Hippolyte Léon-Denizard Rivail
(Allan Kardec), entre tantos outros
homens de ciência, a se interessarem
pelo assunto despertando a "curiosidade"
- a alma do cientista - e levando-
os a fazer suas pesquisas e estudos
exatamente como os cientistas atuais
fazem na sua vida profissional... Continuando
na sua linha de analogia entre
"Ciência e Espiritismo" o cientista
português afirmou mesmo que ser espírita
é ser como um cientista, ".. .sermos
homens e mulheres dos "Porquês..?"
Querermos sempre sabermos mais.
Compreendermos mais ainda para
melhor conhecer a vida e conhecer444
Revista Internacional de Espiritismo Setembro de 2007


mo-nos a nós próprios... esta é a proposta
ímpar que a Doutrina Espírita
nos oferece. Uma doutrina lógica e
racional, libertadora e consoladora...
que consola o coração com a razão e
liberta a mente com o amor..." atestou
Luís de Almeida de forma surpreendente
levando a audiência a interromper
com uma salva de palmas...
Luís de Almeida comenta com o auditório
que o Espiritismo "nasceu" em
França e vários vultos da cultura inglesa
e mundial como Sir Arthur
Conan Doyle, os matemáticos ingleses
Lord Rayleig e Prof. De Morgan, Sir
David Brewster, o médico russo Aleksander
Aksakof, o Prof. Butlerof, o astrônomo
alemão Friedrich Zöllner, o
fisiologista francês Charles Richet, o
naturalista inglês Alfred Russel, entre
centenas de tantas outras individualidades,
estudaram esses fenômenos e
que atualmente a Inglaterra e os EUA
têm vários pesquisadores de primeira
linha na continuidade desses estudos,
rumo a um maior conhecimento das
perguntas que todos os cientistas indagam;
quem somos, de onde viemos
e para onde vamos.... Falando na "linguagem"
da platéia, Luís de Almeida
explica, que Portugal tem a Fundação
Bial, na cidade do Porto, que concede
bolsas aos pesquisadores para estudarem
o "espírito"... sendo os congressos
da Bial dos mais conceituados
da Europa em nível médico. No Brasil,

o médico psiquiatra Alexander Moreira-
Almeida, a Profa. Dra. Dora Incontri
(pedagoga) e o Eng. Hernâni
Guimarães de Andrade (falecido), todos
de S. Paulo, deram e dão enormes contribuições
para um Espiritismo muito
sério, com rigor e voltados, também,
para o meio acadêmico. Sem esquecer
a vida do maior médium espírita psicógrafo
de todos os tempos, Francisco
Cândido Xavier, com mais de
400 livros das mais variadas áreas e
escritos por espíritos e estudado pela
NASA.
Luís de Almeida explica à platéia
inglesa que nunca tinha ouvido falar
de Espiritismo, que por vezes as pessoas
mal-intencionadas e ligadas ao

ocultismo, tarot, astrologia, adivinhações
e outras crendices populares,
se intitulam de espíritas, face à seriedade
e respeitabilidade que os espíritas
têm. Numa viagem histórica explica
que Portugal, Espanha, França,
Inglaterra, Bélgica, Rússia, Suécia,
entre tantos países europeus, tinham
um grande número de adeptos, mas
que a I e II Grandes Guerras abalaram
fortemente o alicerce do Espiritismo
europeu e o que restou, Portugal e Espanha,
a ditadura de Salazar e Franco
quase acabaram com o. que sobrou,
onde em Espanha, o General Franco
mandou fuzilar espíritas...

Face ao interesse dos acadêmicos
de Cambridge, a conferência continuou
até às 13:30h, reiniciando-se
depois às 14 horas onde o pesquisador
português explicou como cientista a
importância que o Espiritismo tem na
sua vida e na sua profissão... Narrou
fatos pessoais em que muitos dos
colegas intervinham para relatar fatos
semelhantes... e explicou que na Inglaterra
existe uma Federação Espírita
que se chama British Union of
Spiritist Societies embora dirigida por
imigrantes brasileiros radicados em
Inglaterra.

Devido ao enorme interesse, o cientista
português Luís de Almeida foi
convidado por vários colegas de outras
universidades inglesas para proferir
mais conferências no meio acadêmico
rigoroso inglês, mas por impossibilidade
profissional só aceitou proferir
na Universidade de Oxford, já que ia
para lá também a trabalho... em que
brindou a audiência com o tema "Por
que sou cientista e espírita". O evento
ocorreu na segunda-feira, 16 de Julho,
às 15 horas e teve lugar no venerado
"Departamento de Física da Universidade
de Oxford", do Reino Unido,
local de "culto" para a ciência oficial,
sem qualquer divulgação, tendo sido
marcado de um dia para o outro, estiveram
presentes cerca de 250 acadêmicos
ingleses.

Ficou demonstrado que os europeus
estão bem receptivos à Doutrina
Espírita.


Setembro de 2007 | Revista Internacional de Espiritismo | 445


Fatalidade


1 - Os trágicos acidentes ocorridos com dois aviões no
Brasil, matando centenas de pessoas, suscitam a velha
questão: foi fatalidade, o maktub da filosofia oriental?

Para adotar semelhante concepção, forçoso admitir que
Deus derrubou os aviões, o que não exprime a realidade. Acidentes
dessa natureza sempre envolvem falhas humanas.

2 - As próprias falhas humanas não podem obedecer à
fatalidade?

E onde ficaria o livre-arbítrio? Seriamos marionetes de Deus,
cometendo erros para que o Senhor cumpra seus desígnios?
Deus nos dá a vida. A qualidade e duração da vida dependem,
na maior parte das vezes, de nossas ações ou omissões. Há
muito se fala que aviões de grande porte não podem descer
num aeroporto de pista curta como Congonhas. Se fosse maior
aquelas mortes teriam sido evitadas. Podemos ir além. Por que
acidentes assim não ocorrem nos Estados Unidos? Por que as
estatísticas demonstram que é bem menos perigoso viajar de
avião naquele país do que no Brasil? Será porque Deus, que
dizem ser brasileiro, está nos abandonando? Ou será porque
as coisas funcionam de forma mais disciplinada por lá?

3 - E a fatalidade da morte? Não existe uma hora certa
para morrer? Aquelas pessoas não estavam cumprindo um
destino?

A morte é, sem dúvida, uma fatalidade. Todos morreremos
um dia, mas não há dia e hora marcados para ela nos levar.
A programação biológica da existência humana é de 80 a 100
anos. Poderemos chegar lá ou morrer antes, em face das
próprias contingências da Terra, onde existe um bicho chamado
homem que ainda não aprendeu a usar o livre-arbítrio
de forma adequada, respeitando a integridade própria e a do
semelhante.

4 - O que são essas contingências?

O que possa acontecer, não como manifestação da vontade
de Deus, mas decorrente das ações humanas. Um jovem ensandecido
matou 32 pessoas numa universidade americana.
Diariamente, no Iraque, homens fantasiados de bombas matam
uma média de 12 pessoas; milhares de pessoas morrem vitimadas
por conflitos raciais, políticos, sociais, militares, mundo
a fora. Teria chegado sua hora? Evidentemente, não! Em caso
afirmativo os autores das mortes estariam justificados. Seriam
instrumentos de Deus.

5 - Assim considerando, como interpretar
a afirmativa de Jesus, de
que não cai um pássaro do céu, sem
que seja pela vontade de Deus.


Conveniente interpretar essa "vontade" como "consentimento".
Caso contrário estaremos admitindo que os americanos
mataram duzentos mil japoneses com duas bombas atômicas,
em Hiroshima e Nagasaki, cumprindo desígnios divinos.

6 - Fica complicado saber que corremos o risco de
morrer não porque tenha chegado nossa hora, mas por ação
de outrem...

Viver é um risco. Posso sair na porta de minha casa e ser
assaltado por ladrão que, afoitamente, me dê um tiro, remetendo-
me para o Além, sem que tenha chegado minha hora.
Por isso Jesus recomendava que devemos ser mansos como as
pombas, não fazendo nada que leve prejuízo ao semelhante, e
prudentes como as serpentes, evitando ser prejudicados por
ele. Não obstante, em situações dessa natureza é oportuno
lembrar que a morte, que tanto nos oprime e apavora, é apenas
a passagem de retorno ao Mundo Espiritual, onde está a vida
em plenitude. O problema não está em quando e como morrer,
mas em estarmos preparados para partir, cultivando uma existência
disciplinada pelos valores do Bem e da Verdade.

7 - Fala-se que pessoas que morrem num acidente
foram ali reunidas para resgatarem débitos cármicos envolvendo
crimes cometidos no pretérito.

Fico imaginando a logística de uma incrível operação dessa
natureza, desenvolvida pelos poderes espirituais que nos governam,
destinada a reunir centenas de pessoas em duas aeronaves
e depois providenciar para que ocorra um acidente, que
deveríamos tomar à conta de uma execução divina. E quanto
aos japoneses, em Hiroshima e Nagasaki? Tinham débitos semelhantes
que justificavam serem desintegrados em explosões
atômicas? E reencarnaram todos por lá e foram reunidos no
dia aprazado, na hora certa para o holocausto nuclear? E teriam
os americanos recebido "divina inspiração" para tanto?

8 - Não determina a lei de causa e efeito, o carma da
filosofía hindu, que recebamos de volta o mal praticado?

Sim, e é assim que aprendemos a disciplinar nossas ações,
mas não podemos raciocinar em termos do olho por olho, dente
por dente, de Moisés, sem espaço para a misericórdia ensinada
por Jesus e presente hoje nas legislações humanas mais avançadas,
que começam a enxergar no criminoso um doente que deve
ser tratado, não eliminado. E é sempre bom lembrar, com o apóstolo
Pedro, em sua primeira epístola, que o amor cobre a multidão
dos pecados. Se ontem esmurrei um adversário, exprimindo
agressividade, posso amenizar minha culpa estendendo, hoje,
minha mão aos carentes, exercitando solidariedade, sem necessidade
de sofrer um nocaute para pagamento do débito contraído


446 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2007

A Casa Editora O Clarim lança mais
quatro histórias para ler e colorir.
Sâo duas histórias em cada livro


Demais livros da série:


CIAM TISNO MM CHi»NÇ*S
O GUIA ESPIRITUAL
ELISEU E A ROSA VERMELHA


— duas historias paia ler e colorir —


No total são 12 histórias de textos curtos e de fácil
compreensão, com o objetivo de destacar os princípios básicos
da Doutrina Espírita, de maneira prazerosa e atrativa

Texto: Elfay Luiz Appollo | Ilustrações: Alzira M. Appollo


PEDIDOS I 0xx16 3382-1066 | www.oclarim.com.br



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05033
05034
Aborto à luz do Espiritismo - nova edição 18,00 I 05109
Alvorada Nova 18,00 ', 05117
Amargo Despertar esgotado 05119
Amigos de Eliseu (Os)/Uma Idéia de Maurício 6,00 ; 05035
Amor e a multidão dos pecados (O) 18,00 ; 05101
And for the rest of our lives 23,00 : 05036
Apometria - novos horizontes da medicina espiritual.. 18,00 05086
Aprendendo a Amar 16,00 05037
Atualidade Espírita 16,00 i 05082
Aves sem ninho 25,00 ; 05122
Batismo (O) 3,00 05038
Baviera - Saga Secular de Amor e Odio 20,00 05039
Bem-aventurados os que oram 18,00 05094
Bozzano 1 14,00 I 05077
Campos da França (Nos) 18,00 05581
Cairbar Schutel, O Bandeirante do Espiritismo 18,00 05112
Causa e Casa Espíritas 16,00 05538
Cartas a Esmo 8,00 ; 05040
Chico Xavier/Nosso Lar em Cordel 15,00 : 05100
Ciência do Espírito (A) 18,00 05125
Coisas deste Mundo 16,00 05041
Comunicação entre dois mundos 18,00 05108
Conceitos de Cairbar Schutel 13,00 05126
Conferências Radiofônicas 13,00 05042
Consolador entre nós (O) 16,00 05073
Conversando sobre mediunidade 18,00 05084
Criança prodígio (A)/Na casa de meu pai há muitas moradas.. 6,00 05141
Cristianismo: a mensagem esquecida 25,00 05142
Crônica de um Despertar 18,00 05096
Depressão: Causas, Conseqüências e Tratamento .... 18,00 05102
Depresión: Causas, consecuencias y tratamiento 18,00 05043
Diabo e a Igreja 11,00 05066
E, Para o Resto da Vida (Normal) 15,00 05562
E, Para o Resto da Vida (Especial) 21,00 05110
Ecos do passado 17,00 05103
Em Busca da Ilusão 25,00 05044
Em Busca da Matéria Psi 8,00 05099
Ementário Espírita 16,00 : 05045
Encontro com a Cultura Espírita 17,00 05072
Ensinamentos dos Espíritos 7,00 05107
Entre a Matéria e o Espírito 17,00 05046
Erros e Acertos 20,00 05111
Escrínio de Luz 18,00 : 05093
Espiritismo: Uma visão panorâmica 23,00 ; 05074
Espiritismo e Protestantismo 16,00 05062
Espiritismo em Linguagem Fácil (O) 5,00 05061
Espiritismo para as Crianças 4,00 I 05060
Espírito do Cristianismo (O) 23,00 i 05130
Esquina de Pedra (A) 25,00 | 05047
Estranha Loucura de Lorena Martinez (A) 15,00 05089
Eterna Mensagem do Monte (A) 18,00 05065
Eustáquio - Quinze séculos de uma trajetória 25,00 : 05048
Fatos Espíritas e Forças X \ 05049
Espiritismo e Materialismo 4,00 05068
Força das Idéias (A) 16,00 05534
Fundamentos da Reforma Intima 18,00 05132
Gênese da Alma 12,00 : 05050
Gigante Deitado (O) 18,00 | 05104
Guia Espiritual (0)/Eliseu e a Rosa Vermelha 6,00 05051
Ignorado Amor (O) 18,00 05076
Inocentes (Os) 18,00 ; 05052
Instruções Práticas Sobre as ! 05124
Manifestações Espíritas 17,00 05080
Interpretação Sint. do Apocalipse 12,00 05053
Intervalos 13,00 : 05054
Irmãzinha de Maurício (A)/Soma das Virtudes (A) 6,00 05055
Janela do Meio (A) 18,00 05056
Katie King esgotado 05572
Lagarta (A)/Lila e sua amiguinha espírito 6,00 05115
León Denis na Intimidade esgotado i 05097
Lugar (O) 16,00 05057
Luz da Oração (A) 18,00 05058
Mãe 18,00 05059
Mamãe estou aqui! 16,00
Mansão dos Lilases 20,00
Mansão do Resgate (A) 17,00
Matéria Psi (A) 6,00
Mediunidade e Medicina 16,00
Médiuns e Mediunidades 14,00
Meimei, vida e mensagem 18,00
Memórias Pitor. de meu Pai 18,00
Menino que não morreu (O) 8,00
Meu Filho, Minha Escolha 17,00
Meu Filho Vive no Além 16,00
Minha Vida 17,00
Minha Vida em Gestação 16,00
Missão Alpha I 17,00
Mistério da casa abandonada (O) 17,00
Modo de Ver 17,00
Morte não é o fim (A) 25,00
Mortos Vivem (Os) 18,00
Não Pise na Bola 18,00
Nova Auroro 18,00
Obsessão (A) 20,00
Outras Vidas 18,00
Oportunidade 16,00
Parábolas e Ensinos Jesus 23,00
Pedrinho/Sua Viagem Maravilhosa 6,00
Pena de Morte e crimes hediondos 16,00
Pensamentos de Cairbar Schutel - Vol. I 25,00
Pensamentos de Cairbar Schutel - Vol. II 25,00
Pensamentos sobre o Ser 16,00
Perante Deus 16,00
Perfume do Evangelho (O) 16,00
Perdoa! 25,00
Pescador de Almas (O) 25,00
Pontos de Vista 17,00
Psicologia e Espiritismo 18,00
Preces Espíritas 4,00
Quando existe amor 17,00
Quando os Fantasmas se Divertem 17,00
Quando Renasce o Amor 16,00
Que é Deus? 18,00
Que não são Convidados (Os) esgotado
Rastros do Eterno (Nos) 18,00
Razão e Dogma 17,00
Reencarnação em Foco 17,00
Reencarnação no Brasil 25,00
Remotos Cânticos de Belém 20,00
Sábios e a Sra. Piper (Os) 15,00
Saga do desejo (A) 22,00
Segue-me 18,00
Sementeira de Bênçãos 16,00
Sequestro (O) 16,00
Sessões Espíritas na Casa Branca 20,00
Socialismo e Espiritismo 15,00
Sonho de Maurício (0)1 Aniversário de Patrícia (O) 6,00
Sorriso de Pedra (O) 25,00
Sublime Missão 23,00
Surpresas de uma Pesquisa Mediúnica 15,00
Temas Espíritas em Debate 17,00
Três Espíritos do Natal 17,00
Turma do Rafa (A) 6,00
Uma Grande Vida esgotado
Universitários do Além 16,00
Vencendo Aflições 16,00
Viagem Espírita em 1862 16,00
Vida e Atos dos Apóstolos 18,00
Vida no Outro Mundo (A) 16,00
Vidente de Prevorst (A) 17,00
Vingança além do túmulo 23,00
Visão Espírita da Educação 17,00
Visão Esp. do sono e dos sonhos(A) 16,00
Você e a Mediunidade 16,00
Voltou, mas Esqueceu 18,00
Vozes na Casa _ 18,00
4 4 8 I Revista Internacional de Espiritismo | Setembro de 2 0 07



---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Reginaldo Mendes <





O Grupo Espírita Allan Kardec lança hoje  mais um arquivo digital !
Desejamos a todos uma boa leitura

RIE - Revista Internacional de Espiritismo  - Editora  O Clarim -Edição  SETEMBRO - 2007

Arquivo digitalizado por Fernando José dos Santos e revisado por André Luiz de Menezes

Este arquivo é uma contribuição  do Grupo Allan Kardec para os deficientes visuais.



Em anexo arquivo em TXT. no hd virtual a revista completa com imagem

Link:



 




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Muita paz !

 Bezerra

Livros:

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‘TUDO QUE É BOM E ENGRADECE O HOMEM DEVE SER DIVULGADO!

PENSE NISSO! ASSIM CONSTRUIREMOS UM MUNDO MELHOR.”

JOSÉ IDEAL

‘ A MAIOR CARIDADE QUE SE PODE FAZER É A DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA” EMMANUEL

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