sexta-feira, 29 de abril de 2011 By: Fred

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Livros variados III



Cada homem vivo transporta o peso de trinta fantasmas, pois é nesta proporção que o número dos mortos excede o dos vivos. Desde o início dos tempos, cerca de cem biliões de seres humanos caminharam sobre o planeta Terra. Ora, este é um número interessante, pois, por coincidência, há aproximadamente cem biliões de estrelas no nosso universo, a Via Láctea. Portanto, por cada homem que alguma vez viveu, brilha uma estrela neste Universo. Mas cada uma dessas estrelas é um sol, frequentemente muito mais brilhante e glorioso que a pequena estrela a que chamamos o Sol. E muitos - talvez a maioria- desses sois, têm planetas girando à sua volta. Portanto, há com certeza território suficiente no céu para que cada membro da raça humana, desde o primeiro homem-macaco, tenha o seu céu - ou inferno - privado, do tamanho de um mundo. Quantos desses potenciais céus ou infernos são habitados, e por que tipo de criaturas, é coisa que não podemos saber; o mais próximo fica um milhão de vezes mais longe que Marte ou Vénus, esses objectivos, ainda remotos, da próxima geração. Mas as barreiras da distância vão-se esboroando; um dia, encontraremos os nossos iguais, ou os nossos senhores, entre as estrelas. Os homens não têm sido muito lestos a encarar esta perspectiva; alguns ainda esperam que ela nunca se torne realidade. Cada vez mais gente, no entanto, pergunta: «Por que razão não ocorreram já tais encontros, se nós próprios estamos prestes a aventurar-nos no espaço?» E por que não? Este livro é uma resposta possível a pergunta tão razoável. Mas não se esqueçam: esta é apenas uma obra de ficção. A verdade, como sempre, será muito mais estranha.
http://www.4shared.com/document/WB9veyb7/Arthur_C_Clarke_-_2001_Odissia.html




Eu, robô é considerada a obra prima de um dos maiores escritores de ficção científica de todos os tempo. O impressionante em Asimov é que em todas as obras a descrição futurista é muito concisa e bem contruída. Atualmente já notamos alguns reflexos de suas previsões. Eu, robô é uma série de contos de ficção científica sobre robôs e viagens espaciais com uma crítica social muito bem colocada e perspicaz. O filme homônimo é baseado em personagens de Asimov e na sua percepção sobre o futuro e não nessa história necessariamente.
http://www.4shared.com/document/bMTvwZHV/Isaac_Asimov_-_Eu_Rob.html




Mulheres narra a história de Henry Chinaski (ou, pelo menos, parte dela, já que esta personagem é uma espécie de alter-ego de Bukowski e marca presença em outros livros), um escritor alcoólico, igualmente viciado em mulheres e corridas de cavalos, ainda que em proporções diferentes. Como o título anuncia, este romance aborda, acima de tudo, as (muitas) mulheres que passaram pela vida de Chinaski: umas por mais tempo, outras por menos; e os efeitos que provocaram na sua vida.

Chinaski é um marginal, um solitário, que não gosta de (quase) ninguém e que, no entanto, não consegue viver muito tempo sem uma mulher por perto: não lhes consegue resistir. Este seu vício, talvez tão incontrolável como o que tem pela bebida, acabará por trazer consequências inesperadas para o despreocupado Chinaski.

Muito sexo, muitas bebedeiras, algumas idas às corridas de cavalos, cenas decadentes q.b. – o mundo de Chinaski, tão decadente e ao mesmo tempo tão fascinante. A culpa é de Bukowski, do seu estilo cru e directo, despido de artifícios literários, preferindo antes o discurso quase oral, escrito na primeira pessoa. Os muitos e, na sua maioria, curtos capítulos, empregam um ritmo de leitura acelerado, que contrasta com o ritmo arrastado da vida do protagonista. Contudo, o resultado é bastante agradável: é uma antítese harmoniosa.
http://www.4shared.com/document/P_jpQd20/Charles_Bukowski_-_Mulheres.html




É preciso chegar ao último mês do ano para me deparar com a melhor leitura de 2007: Pedro Páramo de Juan Rulfo. Quando descobrimos um grande livro, sentimo-lo logo nas primeiras frases que não são frases mas música para a alma. Há uma qualquer cadência de sons e arranjos na leitura de uma obra-prima que é difícil de explicar. É a beleza das palavras, da história, das personagens. Tudo se conjuga numa harmonia perfeita e irrepreensível que nos transporta para um sonho mágico de palavras. A vida real, exterior, pára, remetida à sua insignificância. O livro e o leitor têm-se um ao outro e isso basta. Pedro Páramo é isto tudo e ainda mais: pertence à ordem do belo e do sublime.

Como todos os grandes livros, é preciso eternizar as primeiras frases: «Vim a Comala porque me disseram que vivia aqui o meu pai, um tal de Pedro Páramo. Foi a minha mãe quem mo disse. E eu prometi-lhe que viria vê-lo quando ela morresse». Comala é a terra das almas penadas, do inferno e da maldição, abandonada e perdida: «Aquilo está sobre as brasas da Terra, na própria boca do Inferno». O narrador, Juan Preciado, parte em busca do seu pai - Pedro Páramo - depois da sua mãe morrer. Leva no corpo o desejo de lhe cobrar caro o esquecimento e abandono a que os votou.

«Quem é Pedro Páramo?», pergunta quando se aproxima de Comala. «Um rancor vivo», respondem-lhe. Juan Preciado é recebido por Eduviges, uma velha que já o esperava porque a sua mãe, Dolores Preciado, a tinha avisado. «Mas a minha mãe morreu», diz Juan. «Então era por isso que a sua voz estava tão fraca, como se tivesse de percorrer uma distância enorme para chegar até aqui», responde-lhe Eduviges. E é assim que prossegue a aventura num terra onde não se sabe quem está vivo ou morto ou onde começa a realidade e acaba a imaginação. Há todo um rol de personagens enigmáticas que vão aparecendo ao longo da história. Todos têm algo a contar sobre Pedro Páramo, a erva daninha de Comala, que tudo destruiu e a quem todos estão, bem ou mal, ligados.

Bem ou mal ligados a Pedro Páramo também ficam os leitores: «Mutis deu-me aquele pequeno livro. Não dormi naquela noite. Não consegui ler outro livro durante um ano. Revolucionou a minha escrita, ensinou-me quase tudo o que sei hoje», conta Gabriel García Márquez. É impossível ler Cem Anos de Solidão e Pedro Páramo e não encontrar semelhanças. A estrutura das duas histórias é muito idêntica e é óbvio que este livro influenciou a escrita da grande obra-prima de Márquez.

Pedro Páramo pertence ao que se costuma designar por 'realismo mágico' e, por isso, custa imaginar que a ideia para esta história cruel poderá ter partido de alguma situação real. Mas infelizmente parece que a vida de Juan Rulfo não foi nada fantástica: «Tive uma infância muito dura, muito difícil. Uma família que se desintegrou muito facilmente num lugar que foi totalmente destruído. O meu pai e a minha mãe e mesmo todos os irmãos do meu pai foram assassinados. Vivi, portanto, numa zona devastada», conta Juan Rulfo em Los Muertos no tienen ni tiempo ni espacio, diálogo com Juan Rulfo.
http://www.4shared.com/document/p0uPwCda/Juan_Rulfo_-_Pedro_Pramo.html




Nunca pertenci àquele tipo histérico de escritor que rasga e joga fora. Ao contrário, guardo sempre as várias versões de um texto, da frase em guardanapo de bar à impressão no computador. Será falta de rigor? Pouco me importa. Graças a essa obsessão foi que nasceu Ovelhas negras, livro que se fez por si durante 33 anos. De 1962 até 1995, dos 14 aos 46 anos, da fronteira com a Argentina à Europa. Não consigo senti-lo — embora talvez venha a ser acusado disso, pois escritores brasileiros geralmente são acusados, não criticados — como reles fundo-de-gaveta, mas sim como uma espécie de autobiografia ficcional, uma seleta de textos que acabaram ficando fora de livros individuais. Alguns, proibidos pela censura militarista; outros, por mim mesmo, que os condenei por obscenos, cruéis, jovens, herméticos, etc.; outros ainda simplesmente não se enquadram na unidade temática ou/e formal que sempre ambicionei em meus livros de contos. Eram e são textos marginais, bastardos, deserdados. Ervas daninhas, talvez, que foi aliás um dos títulos que imaginei.
Foram às vezes publicados em antologias, revistas, jornais, edições alternativas. Mas grande parte é de inéditos relegados a empoeiradas pastas dispersas por várias cidades, e que só agora — como pastor eficiente que me pretendo — consegui reunir. Cada conto tem seu "o conto do conto", freqüentemente mais maluco que o próprio, e essas histórias também entram em forma de miniprefácios. A ordem é quase cronológica, mas não rigorosa: alguns tinham a mesma alma, embora de tempos diversos, e foram agrupados na mesma, digamos, enfermaria. Eram cerca de seiscentas páginas e cem textos, material para uns três rebanhos... O que ficou foi o Para que me pareceu "melhor", mas esse melhor" por vezes é o "pior" — como a arqueológica novela A maldição dos Saint- Marie, melodrama escrito aos quatorze anos. Claro: há autocomplacências, vanguardismos, juvenflias, delírios lisérgicos, peças-de-museu. Mas jamais o assumiria se, como às minhas outras ovelhas brancas publicadas, não fosse eu capaz de defendê-lo com unhas e dentes contra os lobos maus do bom-gostismo cnstituído e estéril. Remexendo, e com alergia a pó, as dezenas de pastas em frangalhos, nunca tive tão clara certeza de que criar é literalmente arrancar com esforço bruto algo informe do Kaos. Confesso que ambos me seduzem o Kaos e o in ou disforme. Afinal, como Rita E para Lee, sempre dediquei um carinho todo especial pelas Gil Veloso, mais negras das ovelhas. Anjo da guarda.
http://www.4shared.com/document/48Dd1Y8N/Caio_Fernando_Abreu_-_Ovelhas_.html










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Quando os animais são nossos amigos, são para a vida toda!


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