sexta-feira, 29 de abril de 2011 By: Fred

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Livros variados IV



O coração tem que se apresentar diante do Nada sozinho e sozinho bater em silêncio de uma taquicardia nas trevas.
A experiência da protagonista desta aprendizagem mostra afinidades tanto com as provações da bela Psique, do mito grego, quanto com a mística aventura da alma, ao atravessar a noite escura no "Cântico Espiritual" de São João da Cruz.
Como um quadro cujas linhas mestras o recortassem do grande mistério que tudo contém, este livro que se pediu uma liberdade maior, é a narrativa de uma iniciação e um extraordinário hino ao amor. Lóri, a mulher, faz uma longa viagem ao mais profundo de si mesma e chega à consciência total de ser. Diz: eu é; o homem, Ulisses, um professor de filosofia que possui fórmulas para explicar o mundo, transforma-se em algo mais simples, um simples homem. Ambos serão iniciados: Ulisses fecha os ouvidos para as outras sereias porque só está disponível para Lóri, cujo verdadeiro nome é Loreley, como a personagem de Heine e de Apollinaire, uma ondina ou sereia que costumava atrair para os rochedos os barqueiros do Reno. Na verdade, cada um vai encontrar-se consigo mesmo em face do outro.
Por ser trabalho, ascese, viagem, o amor de Lóri e Ulisses vence a diferença, o estranhamento, vence até mesmo a morte, ou o medo da morte. E a entrega finalmente física dos personagens se realiza com força tântrica de êxtase, de epifania. Para Lóri, a atmosfera era de milagre; Ulisses, estava sofrendo de vida e de amor. Nada termina, porém, o momento anuncia uma nova aurora: Ambos estavam pálidos e ambos se acharam belos. Clarice, que se insere sabiamente no possível, fecha com dois pontos a narrativa que começara com uma vírgula.
http://www.4shared.com/document/QTXOkouD/Clarice_Lispector_-_Uma_aprend.html




De nadas e ignorãças é formada a poesia de Manoel de Barros. Situada no pantanal mato-grossense. Mas não sei se poderia falar que é formada a sua poesia ou desformada. Para o nosso poeta pantaneiro a beleza das palavras estava na sua perda de sentido e as coisas mais bonitas não podiam ser expressadas. Soando quase com uma ternura infantil, o poeta brinca de tirar significados e é fantástico ao tratar de seu temas favoritos (ou falta de): o nada, formigas, passarinhos, invencionáticas e alcança seu objetivo que é o de não ter, expressa o que não deve ser expressado e usa palavras para destruir elas mesmas. Meu livro favorito do autor.
http://www.4shared.com/document/WTWoEatc/Manoel_de_Barros_-_O_Livro_das.html




O narrador em A Prisioneira relata a relação neurótica que mantém com Albertine. Os dois se maltratam sempre, não fica claro se Albertine não casa com nosso narrador porque ele não propõe ou porque a família não autorizaria, pelas condições financeiras do noivo. Naquela época, eles moram juntos, escondidos, e ele começa a ter pensamentos ciumentos doentios em relação a ela. Ele descobre mentiras dela, mas porque fica o tempo todo testando suas respostas. O interessante é que ele quer descobrir se ela o trai, mas na verdade ele a trai mentindo a ela o tempo todo, não confiando nela, para poder seguí-la. Logo no início ele chega a conclusão que não são os homens que o ameaçam e sim as mulheres, que sua mulher mantém desejos e relações com outras mulheres. Mas são tudo subjeções. Ela realmente mente, mas não temos certeza se faz só pra se divertir em confundí-lo, ou por raiva das desconfianças, ou porque ele tem razão e ela o trai. É uma relação deseqüilibrada e neurótica.

Esse casal briga seriamente então, e de forma neurótica, nosso protagonista inverte seu comportamento e se torna a vítima. De perseguidor, ele passar a ser o perseguido. O que mais me surpreende é o fato de alguém se expor tanto e mostrar tanto suas neuroses. Ou ele não tinha consciência de sua neurose e conta para se fazer de vítima, ou ele tem a profundidade de compreender seus atos deseqüilibrados e têm coragem para relatá-los.
http://www.4shared.com/document/AmOQdL-l/Marcel_Proust_-_A_prisioneira.html




Escrever um poema é ensaiar uma magia menor. O instrumento dessa magia, a linguagem, é assaz misterioso. Nada sabemos de sua origem. Só sabemos que se ramifica em idiomas e que cada um deles consta de um indefinido e mutante vocabulário, e de uma cifra indefinida de possibilidades sintáticas. Com esses inacessíveis elementos formei este livro. (No poema, a cadência e o ambiente de uma palavra podem pesar mais do que o sentido.)
Seu é este livro, Maria Kodama. Será preciso que lhe diga que essa inscrição compreende os crepúsculos, os cervos de Nara, a noite que está só e as populosas manhãs, as ilhas compartidas, os mares, os desertos e os jardins, o que perde o olvido e o que a memória transforma, a alta voz do muezin, a morte de Hawkwood, os livros e as lâminas?
Só podemos dar o que já foi dado. Só podemos dar o que já é do outro. Neste livro estão as coisas que sempre foram suas. Que mistério é uma dedicatória, uma entrega de símbolos!
http://www.4shared.com/document/QL9xHXqt/Jorge_Luis_Borges_-_Os_Conjura.html




Acaso. Destino. Sorte. Fatalidade. É disso que trata O Jogo da Amarelinha. A narrativa começa no céu e acaba no inferno, principia no amor e termina na morte, quando não ao contrário. Tudo depende de por onde se entra e por onde se sai durante a leitura. Semelhante ao movimento dos móbiles, esse livro não tem um roteiro a ser seguido, mas vários, razão pela qual as personagens e situações se modificam de acordo com as escolhas que fazemos.
Livro perigoso, que cativa pela insubordinação, pela valorização do comportamento desregrado, esse mesmo que parece já não caber mais em nossa sociedade.Muito já se escreveu sobre este livro, que foi sucesso imediato de público e de crítica ao ser lançado, em 1963. A qualidade mais destacada pelos comentaristas é sempre a multiplicidade de leituras que seu texto é capaz de proporcionar.
O Jogo da Amarelinha é uma obra aberta, um romance que pode ser desmontado pelo leitor, que tem a liberdade poucas vezes concedida a alguém de refazer a seqüência de seus capítulos. "Um romance sangüíneo como o bebop", assim disse Cortázar e assim repetiram seus estudiosos mais ilustres. É claro que, como recomenda sua bula, posso ler seus 155 capítulos na ordem que preferir. Posso começar no de número 56, voltar para o de número 12 e depois correr para o de número 98. Cada combinação escolhida dá à trama e às personagens diferente colorido.
Mas se O Jogo da Amarelinha não é a obra aberta perfeita para alguns, não deixa de sinalizar aos incautos que tomem cuidado onde pisam, pois o chão é movediço. No romance tradicional, os capítulos vêm unidos como os elos de uma corrente que nem mesmo a morte consegue separar. Isso é feito para que o tempo não se disperse. Para que nossa viagem através dos dias, meses e anos faça sentido. Todo o trabalho do autor vai por água abaixo, caso o leitor resolva ler o livro de trás pra frente, ou salteado. N'O Jogo da Amarelinha, cada capítulo é um objeto relativamente autônomo, cujo vínculo com os demais capítulos pode ser refeito ad infinitum. Os elos da corrente continuam a existir, e é isso que dá coesão à obra. Mas são elos adormecidos, que só entram em ação no momento em que o leitor avança na leitura. Aliás, o termo avançar, como se vê, já quer dizer aqui outra coisa: saltar do capítulo 82 para o 20 é o tipo de recuo que significará sempre um passo adiante. Conseqüentemente, o tempo se torna algo distinto do que vai nos nossos relógios, algo muito mais flexível e deliciosamente brilhante.
O e-book se encontra em espanhol.
http://www.4shared.com/document/WiJtoeH-/Jlio_Cortzar_-_Rayuela.html






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Quando os animais são nossos amigos, são para a vida toda!


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